Calma, andava a passos curtos e desprovidos de pressa, voltando para casa após a o treino exaustivo. Pensando sobre a prática há pouco realizada, ficou nítida a minha falta de preparo. Apesar de ter me esforçado bastante, sinto que poderia ter feito mais. Desgastei-me, usei bastante chakra, cheguei ao meu limite físico usando de toda a minha velocidade, e só aguentei alguns minutos de luta — uma meia hora, talvez? Ou até menos. De qualquer forma, vejo a necessidade de me empenhar mais — mas como? Paralelo a isso, fico imaginando o que o onii-san vai achar quando eu contar pra ele como foi. Mesmo imaginando ele ficando feliz com o fato de eu ter treinado com Ayase, não me sinto confortável com o resultado.

Repentinamente travava os meus passos, levantando o rosto em direção ao céu. O azul intenso que estendia-se infinitamente ao horizonte, refletia-se em meu olhar e me enchendo de inspiração. Aquele desejo — o sonho azul — ainda se mantem firme em mim. Observar a amplidão cerúlea sempre me comoveu, e trouxe junto um sentimento de coragem, quase como uma vontade inerente de erguer-me e conhecer os meus limites.

Motivada, corri, apressando os meus passos para chegar o mais breve possível em casa.

— Onii-san?! — Abria as portas sem muito cuidado, apressada. Olhei para os lados. — Pelo visto ele não está. — Nem cogitava a hipótese de meus pais estarem em casa, eles estão sempre tão ocupados com seus negócios que mal param aqui, ainda mais em um dia de manhã. Não perderia tempo, apesar de querer a ajuda de Araragi, não poria minha motivação a perder. Segui para o meu quarto, pegando um dos meus jogos de tabuleiro — xadrez. Pensando que, caso ou tivesse executado melhor as minhas ações em uma estratégia consolidada, teria sido mais fácil de dar um xeque-mate em Ayase.

O tabuleiro a minha frente, pegaria duas rainhas, uma de cada cor: a minha, branca; a dela, preta. Dispus as peças, de forma que o número de quadrados entre elas imitasse a distância, inicial em metros, entre eu e Ayase; ou seja, cinco quadrados. Dessa forma, começaria a reproduzir as cenas do combate usando as peças do jogo.

— Eu comecei, iniciando o combate com uma ilusão... — Deliberava comigo mesma. Embora que minha primeira ação tenha obtido êxito, não desfrutei do momento criado contra Ayase. Diferente de mim, a garota foi esperta e, mesmo que sob efeito do Genjutsu, conseguiu promover um ataque. Adicionei dois peões negros, indicando as garras de areia da garota, que foram em minha direção. — Desviei para cá... — Movi a rainha branca cinco quadrados para a esquerda.

— Hm... — Murmurei, apertando a haste do pirulito entre meus lábios, enquanto raciono. O sabor doce era bem vindo em momentos de tensão.

Acrescento uma série de peões brancos para representar mais uma de minhas ilusões — os clones de Genjutsu. Todavia, Ayase mais uma vez se sobressaiu, usando sua areia para erguer-se e escapar. Meu próximo passo foi aproveitar da estrutura, por ela criada, e causar uma grande explosão através do jutsu da névoa inflamável. Dessa vez, acredito que minha tática tenha sido boa, mas na prática, o elemento da garota foi mais rápido, o que me impediu de executar a ação.

— Pelo visto... — Ponderando a respeito de todo o ocorrido, e notando minhas claras falhas nas táticas adotadas; tanto no quesito de execução quanto de elaboração; chego a conclusão que poderia ter aproveitado muito mais dos momentos criados pelas ilusões. — Poderia ter encurralado Ayase, se tivesse firmado essa tática... — Uni os peões brancos em torno das peças negras. — Junto com o primeiro Genjutsu usado. E então, possivelmente teria liberdade para lançar a névoa inflamável e deixá-la sem saía. — Um xeque-mate.

Considerações:

Sayuri HP: 200 | CH: 151 | ST: 0/2