Tudo o que a mente humana pode conceber, ela pode conquistar. Uma frase poderosa e inspiradora que pairava sobre os pensamentos de Vanellope Lenz. Sua fama dentro do vilarejo estava em ascensão e missões mais importantes surgiriam aos montes conforme sua popularidade aumentava, mas isso também significava um maior empenho como shinobi para que se mantivesse no pário com os outros membros da unidade militar do vilarejo. A frase, no entanto, passava por um problema de funcionalidade; um humano capaz de conceber o inimaginável seria também capaz de reproduzir o inimaginável. Vanellope sempre fora uma mulher decidida, certa do que quer. Nesse sentido, seria ela uma divindade onipotente capaz de dar forma a realidade da maneira como desejasse? Ela riu, envergonhada com a própria confusão mental. Não era uma deusa, embora fosse uma humana excepcionalmente superior aos outros, mas estava certa de que deveria, com toda certeza, se empenhar para que um dia se tornasse uma Chunin. Seus companheiros de vilarejo, se é que poderiam ser chamados assim, eram na verdade adversários, que certamente lhe passariam a perna na busca pelo poder e pelo prestígio. Para uma pessoa que desejava dominar todas as coisas, esses inimigos deveriam ser eliminados através do sucesso incorrigível. Sobre aquilo, ela estava correta.

A kunoichi das madeixas arroxeadas dirigiu-se em passadas ligeiras até o campo de treinamento mais próximo. Sua agilidade era o maior Às em seu arsenal shinobi e a sua força bruta seria necessária para que obtivesse êxito em suas missões, bem como para executar inimigos demasiadamente poderosos. Era impróprio que ficasse satisfeita com o pouco poder que tinha: a sua própria natureza lhe impedia de aceitar. Dessa maneira, alguns pesos de rocha foram manufaturados com o auxílio de galhos retorcidos e cipós, precisamente envolvidos na perna da jovem para que diminuíssem a sua velocidade. Se fosse capaz de manter a sua velocidade comum mesmo com aquele peso, então quando os removesse seria imensamente mais veloz que o habitual. Corridas simples imediatamente cansaram-na; estava acostumada com o seu peso corporal habitual e quaisquer excessos lhe faziam cansar mais. Simplesmente não utilizaria a Kagune, afinal o órgão predador era como uma espécie de cheat para que pudesse finalizar o treinamento mais rápido. Essas corridas simples aos poucos tornaram-se muito mais constantes e menos cansativas, ao passo em que a velocidade da Lenz tornava-se um tanto quanto mais rápida. Mesmo assim, ainda era demasiadamente dificultoso manter-se escalando paredes e outras coisas daquela forma e por isso, decidiu que passaria a noite ali, treinando incansavelmente até que finalmente atingisse os limites de sua força, se é que realmente existiam. Em seus sonhos, imaginou-se frágil e a mercê do perigo, quase como se seu subconsciente temesse a falha daquele treinamento.

Não.Não.Não.Não. Por favor, não! Berrou e acordou durante a noite, encharcada de suor e ofegante. Um pesadelo terrível para muitos, mas que para ela transformou-se em um combustível poderoso para que continuasse em sua rotina de treinamento. No outro dia, seu treinamento mudou um pouco, adaptando-se aos problemas do treinamento passado. Faltava-lhe forças para que continuasse com os pesos, de forma que executaria uma nova forma de exercício que ampliasse a sua força bruta e sua velocidade de corrida a níveis bem mais elevados que o comum. —— Eu me sinto um tanto quanto mais rápida que o habitual, mas preciso me tornar mais forte se quiser realmente ser relevante num combate importante. —— Declarou, convencida de sua missão. Seu semblante arrogante transmutara-se numa postura séria e determinada, convencida de que seus próximos passos seriam tomados unica e exclusivamente para que se tornasse uma kunoichi mais forte.

Dessa maneira, Vanellope permaneceu na floresta por mais algumas horas, utilizando-se das árvores extremamente resistentes como sacos de pancada para seus vários golpes, aos poucos machucando as mãos mas contando sempre com a poderosa regeneração dos Washu para que permanecesse bem. Em poucas horas, as árvores apresentavam grandes buracos em toda a sua estrutura, um resultado óbvio depois de centenas de socos e chutes realizados num único alvo. Posteriormente, com o cair da tarde, seu próximo passo seria o treinamento com barras, levantando o próprio peso através de troncos de madeira sem o auxílio de chakra, como forma de tonificar a sua musculatura. Era difícil, o cansaço parecia percorrer todo o seu corpo com muito mais velocidade que os exercícios habituais e os resultados demoravam demasiadamente para surgirem, mas permaneceu convicta de que seu treinamento daria resultados e não ousou, nem por um momento, duvidar de suas capacidades. Eu consigo. Eu consigo. Eu consigo. Eu consigo. Essas palavras caminhavam entre suas sinapses neurais, convencendo-lhe de que era capaz de fazer quaisquer coisas. Quando tombou, exausta pelo exercício, foi essa força de vontade que lhe fez levantar. Sempre levantaria, não importasse quantas vezes caísse, pois o seu objetivo era domina todas as coisas e com toda certeza, no fim, dominaria.

Em um ultimo ato, Vanellope Lenz, a kunoichi protagonista desse contou, segurou-se na barra e respirou fundo. Reuniu todas as suas forças no braços e forçou o corpo para cima, finalmente conseguindo o que tanto almejava e fazendo as primeiras sessenta e oito barras. Era um pequeno passo que indicava um aumento significativo na sua força física, mas certamente viriam outros passos e no fim, ela tornaria-se a maior e mais poderosa shinobi que aquele mundo patético já havia visto.

Vanellope; 350/350; 400/400; 00/04;

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