“Minha vida simplesmente perdeu o sentido? O que aconteceu nestes meses em que tive que me afastar? Os meus maiores inimigos foram derrotados? Não… Impotente eu fui perante aqueles que me fizeram mal, porque fugi? Por que tive que me esconder pelas pedras dessa grande vila?” – estes pensamentos atormentaram Xan Irelia por dias, depois que ela descobriu que a guerra havia acabado, diziam pelas ruas que a Vila das Fontes Termais fora derrotada, e isto significava uma coisa, o clã Xan fora vingado por aqueles que não sabiam de sua história. A memória de seus membros, da família de Irelia não foram a base da vitória, quem os derrotou não sabia da existência de tal família. Por que a herdeira havia fugido? Ela deixou a tarefa que havia prometido cumprir, ela se afugentou, ficou com medo de ser morta? Não dá para saber o que se passa na cabeça dela, somente que ela estava novamente, ali, em Iwagakure, sem saber o que aconteceu. Não sabia mais o que fazer depois, sem rumo, sem objetivo, sem ao menos o sabor da vingança concluída. Não… Ela não conseguiu isso, fizeram o trabalho que ela deveria fazer, não era para agradecer os “heróis” desta guerra, nem ao menos caçá-los, havia necessidade disso? Claro que não e a Xan sabe disso muito bem.

A mulher de cabelos brancos passou pelos portões de Iwa, ninguém a perguntou nada, a vila parecia mais vazia, mesmo com a notícia da vitória, a solidão tomava o ar daquele vilarejo, o que aconteceu então? Irelia tinha que saber mais sobre o que havia acontecido de verdade, cadê aquela garota que bebia? Cadê a família Zoldyck? Irelia tinha que se organizar, ir atrás de cada um para saber.

Os corvos… talvez uma resposta. Enferrujada estava na prática com invocações, lembrou-se da mulher que lhe ensinou, qual era o nome dela? Diana? Ana? Ana, isso! Onde será que estava? Talvez morta, ou fugiu para algum outro lugar, típico dela. A verdade era que Irelia estava sozinha naquele lugar, não reconhecia a vila que cresceu por longos anos em busca de poder. Talvez a Tsuchikage deveria ter a resposta, mas as coisas pareciam ter mudado tanto que até isso pode ter sido modificado.

Teria que arrumar outra coisa para fazer, um novo objetivo, atingir um novo patamar. Sua busca por poder estaria sem sentido? Talvez sim, talvez não… nunca se sabe o que o mundo pode proporcionar. Irelia voltara a sua casa aos poucos, passando pelas ruas que ela um dia já andou enquanto pensava em sua vingança. Os passos sem força e vontade direcionavam-se para sua casa, aonde tinha que descansar.

Chegou na sua residência e entrou, pouco fez, andou poucos metros e se jogou no sofá. Deitou de forma qualquer, e lá mesmo, dormiu, desanimada. Sonhou, ou melhor, teve um pesadelo. Não diferente do resto da sua vida, viu seus pais e sua família. “Você não conseguiu…” – disse seu pai, a frente de todos. Os olhos de Irelia começaram a lacrimejar. “Desculpa… Não pude cumprir o que prometi” – disse, chorosa.

Em um instante, acordou. Já era outro dia. Ela havia de cumprir seu objetivo de qualquer jeito.