Hakurei
O Fim do Corvo
São nessas horas que percebo que morrer não parecia ser tão ruim assim
Eu ouvia sons abafados, sentia algo passar pelo meu corpo e as dores sumiram, mas tudo ainda estava muito escuro, de repente os sons pararam e tudo se apagou completamente. Acordo uma vez mais, sinto que estou sendo carregado, sinto algo quente me segurando, mas ainda não consigo deduzir onde estou, apaguei novamente.
Vozes, correria, muito difícil ouvir ainda. Meus olhos? Por que não consigo enxergar? Onde eu estou?
Finalmente eu consigo ouvir algo, era a voz de Angell conversando com pessoas tentando entender o que estava acontecendo, mas que merda, por que eu não consigo dizer nada?
[...]
Ninguém sabia dizer o que teria acontecido comigo, as vezes eu sentia que luzes passava pelo meu corpo, ouvia um som de rodas pequenas por corredores, ouvia as pessoas falando sobre como isso é possível, cara eu só queria conseguir falar algo, eu só queria poder abrir os olhos para entender o que estava acontecendo, mas eu sentia como se estivesse dentro da água, com uma pressão e um peso enorme dentro do meu corpo, o que infernos está acontecendo?
[...]
Aparentemente outro dia se passou, mas de repente eu sinto muitas dores, furos, pontadas, espera... eu sinto, eu consigo mexer meu dedo indicador direito, eu sinto o movimento dele lentamente, talvez... se eu esforçar um pouco mais eu consigo fechar o punho, mas ao tentar fazer eu sentir aquela dor aumentar ainda mais, eu começava a sentir as coisas, sentia algo na minha garganta, aos poucos levei minha mão até lá com calma, quanto mais eu mexia o braço mais dores eu sentia, mas eu tinha que tentar, aquilo na garganta estava me incomodando muito. Quando minhas duas mãos enfim chegarão a garganta eu sentir, era um cano um tubo, sei lá que porra era aquilo, eu comecei a puxar e sentir um desconforto absurdo quando aquilo ia saindo da minha garganta, eu queria tirar isso, queria acabar com aquele desconforto, quando ele saiu completo finalmente eu conseguir dizer algo, eu abrir meus olhos eu sentir meus olhos doerem com luzes fortes sobre ele, os fechei e por fim eu conseguir, eu conseguir gritar, gritei o mais alto que eu conseguir.
As pessoas foram chegando, eu tentei abrir os olhos novamente, mas a luz estava lá novamente, alguém percebeu e a apagou, olhei para o lado e conseguir enxergar ainda de forma turva, Angell, mas eu sabia que era ela pelas cores do cabelo, quando comecei a focar eu conseguir ver meu corpo lotado de agulhas, aquilo incomodava e doía pra caralho. Alguém se aproximou, abriu meu olho e novamente meteram uma luz neles, tentava falar algo, mas não conseguia dizer nada que fizesse sentido, foi quando ouvir alguém pedindo para eu respirar com calma, mas pera aí? Respirar? Por que está tão difícil respirar? Eu comecei a sentir a falta de ar, apaguei novamente, merda.
[...]
Dessa vez eu conseguir ouvir uma voz me chamando.
- Hakurei... Hakurei... –
Angell? Eu pensei, mas não, não era Angell, eu morri? Aqui é o inferno ou o paraíso? Tem tanta coisa pra fazer ainda, tanto lugar que eu gostaria de conhecer, é foda morrer assim. De repente meu olho é aberto novamente e uma luz bem próximo é passado.
- QUEREM PARAR DE ENFIAR LUZES NOS MEUS OLHOS!!! –
Eu falei, eu falei, EU FALEI!!!
Conseguir abrir meus olhos e olhar para o lado, eu vi Angell, vi um médico na sala de jaleco, embora estivesse difícil de enxergar era o único de roupa branca ali dentro.
- Hakurei se poder me entender, apenas mexe a cabeça positivamente. –
Balancei a cabeça com uma leve dificuldade, e ouvir sons de alívio, deve ter sido algo bom.
- Poderia tentar abrir os olhos? –
Comecei abrir mais lentamente, ainda sentia um incomodo neles, uma certa ardência.
- Por que meus olhos doem tanto? –
- Primeiro preciso saber se você está consciente para que possamos conversar. – Disse o médico.
Aos poucos fui fazendo testes, me pinicavam em todo lugar para confirmar se eu sentia algo e se respondia aos toques, tudo ia muito bem, por fim era o momento de entender o que estava acontecendo, levantaram a cama lentamente para que eu ficasse mais reto e pudesse ver um quadro a frente, mas não deixei de olhar pro lado de ver Angell ali do lado e provavelmente preocupada, tentei sorrir pra ela, mas acredito ter feito a careta mais feia do mundo.
- O que aconteceu? – Eu queria saber
- Senhor Hakurei, primeiro eu preciso que você se acalme, tem muito pra explicar e entender. –
Ah ansiedade da porra... o que está acontecendo meu santo e porque Angell não fala nada?
O médico colocou alguns exames no quadro e ligou uma luz.
- Esses exames são do seu corpo, do lado interno, como você pode ver, tudo normal, ossos, circulação, nada fora do normal, mas ao fazer um exame com uma tecnologia nova percebemos isso... -
Ele trocou as folhas no quadro e foi quando vi o mesmo corpo, mas com alguns canos ou tubos, não sei bem que merda era aquilo completamente destruído.
- O que é isso aí? – Eu não tinha entendido nada daquilo.
- Para entender o que isso significa terei que explicar como funciona a circulação do chakra no corpo humano, ao mesmo tempo que no nosso corpo existem vasos sanguíneos que faz todo nosso sangue circular, entre eles quase que entrelaçado existe a circulação de chakra, que fazem praticamente o mesmo caminho do sangue, eles estão por todos os campos do nosso corpo, pessoas do clã Hyuuga como da Senhora Angell conseguem enxergar essa circulação com perfeição e com isso eles podem pressionar pontos específicos para parar, ou até mesmo forçar uma circulação mais forte de chakra. –
- Mas o que significa isso e o que tem isso comigo? –
- Senhor Hakurei, quem fez isso com você destruiu totalmente sua circulação de chakra, pra você entender melhor, mesmo que lutemos a ponto de nos esgotar e até mesmo desmaiar em combate, após um período de descanso nossas forças são restauradas, o que fizeram com o Senhor foi destruir completamente qualquer chance de recuperação do seu chakra. –
- Isso que dizer o que exatamente? –
- Você não é capaz de utilizar ninjutsu, taijutsu ou até mesmo genjutsu, em palavras frias ou até mesmo mais certas, eu sinto muito, mas seu caminho ninja terminou... –
Do que esse idiota acha que está falando? Meu caminho ninja terminou? Cara, eu decido quando parar, não é um papel que vai me dizer quando eu vou parar, fala com ele Angell, fala com ele Angell, você vai da um jeito. Eu olhava pra ela após ele dizer tudo isso, mas ela não tinha dito nada ainda, foi quando eu me irritei.
- QUEM É VOCÊ PRA ME DIZER QUANDO MEU CAMINHOU TERMINOU? – Surtei mesmo, foda-se
- Senhor eu preciso que se acalme. –
- EU ESTOU CALMO, NÃO É UM MÉDICO DE MERDA QUE VAI ME DIZER O QUE FAÇO DA VIDA! –
- Senhor Hakurei, por favor, se acalme. –
- ANGELL, FALA PRA ESSE IDIOTA, FALA PRA ESSE IMBECIL QUE VOCÊ VAI DA UM JEITO, FALA QUE ELE NÃO SABE DO QUE TA FALANDO, ANGELL!!! ANGELL!!! ANGELL... –
Um bando de idiotas tentava me segurar, eu tentava reagir, mas como eu não tinha forças para conseguir para um bando de fracotes daquele, foi quando eu vi o médico preparando uma agulha e se aproximando de mim, enquanto isso um deles esticava meu braço.
- EU SEU IMBECIL, ONDE ACHA QUE VAI ENFIAR ISSO, VEM CÁ, VEM CÁ! –
O desgraçado enfiou a agulha no meu braço com um sedativo e miserável, o teto girou e eu apaguei novamente... Acordei mais tarde só eu e Angell na sala novamente.
- Por favor... me diz que aquilo não foi real e só foi um sonho... fala pra mim Angell, me diz que você vai da um jeito, você sempre consertou as coisas quebradas, eu sou uma coisa quebrada. -