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A LUZ DAS TREVAS
Arco 02
Ano 27 DG
Inverno
Meses se passaram desde a missão de investigação ao Castelo da Lua, no País do Vento, que culminou na Batalha da Lua Minguante. Soramaru, o cientista responsável pelos experimentos, morreu em combate, assim como outros ninjas do lado da aliança. Após a missão ser bem-sucedida, mas carregando tantas mortes, Karma, o líder da missão, ficou responsável por relatar às nações o máximo de informações sobre a organização por trás dos crimes agora que estava com o selo enfraquecido e com isso ele revelou o verdadeiro nome dela: Bōryokudan. Ainda não tendo como fornecer mais detalhes, pois o selo se manteve, e precisando de mais pistas antes de investir novamente em uma missão, Karma saiu em missão em nome das Quatro Nações para encontrar o paradeiro dos demais membros da organização — e sua primeira desconfiança recaiu sobre Kumo.

O mundo, no entanto, mudou nestes últimos meses. Os Filhos das Nuvens concluíram a missão de extermínio aos antigos ninjas da vila e implementaram um novo sistema político em Kumo ao se proclamarem o Shōgun sobre as ordens não de um pai, mas do Tennō; e assim ela se manteve mais fechada do que nunca. Em Konoha a situação ficou complicada após a morte de Chokorabu ao que parece estar levando a vila ao estado de uma guerra civil envolvendo dois clãs como pivôs. Suna tem visto uma movimentação popular contra a atual liderança da vila após o fracasso em trazer a glória prometida ao país. Já em Kiri a troca de Mizukage e a morte de ninjas importantes desestabilizaram a política interna e externa da vila. E em Iwa cada dia mais a Resistência vai se tornando popular entre os civis que estão cansados demais da fraqueza do poderio militar ninja. Quem está se aproveitando destes pequenos caos parece ser as famílias do submundo, cada vez mais presentes e usando o exílio de inúmeros criminosos para Kayabuki como forma de recrutar um exército cada vez maior.

E distante dos olhares mundanos o líder da Bōryokudan, Gyangu-sama, se incomoda com os passos de Karma.
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SHION
SHION#7417
Shion é o fundador do RPG Akatsuki, tendo ingressado no projeto em 2010. Em 2015, ele se afastou da administração para focar em marketing e finanças, mas retornou em 2019 para reassumir a liderança da equipe, com foco na gestão de staff, criação de eventos e marketing. Em 2023, Shion encerrou sua participação nos arcos, mas continua trabalhando no desenvolvimento de sistemas e no marketing do RPG. Sua frase inspiradora é "Meu objetivo não é agradar os outros, mas fazer o meu trabalho bem feito", refletindo sua abordagem profissional e comprometimento em manter a qualidade do projeto.
Angell
ANGELL#3815
Angell é jogadora de RPG narrativo desde 2011. Conheceu e se juntou à comunidade do Akatsuki em fevereiro de 2019, e se tornou parte da administração em outubro do mesmo ano. Hoje, é responsável por desenvolver, balancear, adequar e revisar as regras do sistema, equilibrando-as entre a série e o fórum, além de auxiliar na manutenção das demais áreas deste. Fora do Akatsuki, apaixonada por leitura e escrita, apesar de amante da música, é bacharela e licenciada em Letras.
Indra
INDRA#6662
Oblivion é jogador do NRPGA desde 2019, mas é jogador de RPG a mais de dez anos. Começou como narrador em 2019, passando um período fora e voltando em 2020, onde subiu para Moderador, cargo que permaneceu por mais de um ano, ficando responsável principalmente pela Modificação de Inventários, até se tornar Administrador. Fora do RPG, gosta de futebol, escrever histórias e atualmente busca terminar sua faculdade de Contabilidade.
Wolf
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Wolf é jogador do NRPGA desde fevereiro de 2020, tendo encontrado o fórum por meio de amigos, afastando-se em dezembro do mesmo ano, mas retornando em janeiro de 2022. É jogador de RPG desde 2012, embora seu primeiro fórum tenha sido o Akatsuki. Atua como moderador desde a passagem anterior, se dedicando as funções até se tornar administrador em outubro de 2022. Fora do RPG cursa a faculdade de Direito, quase em sua conclusão, bem como tem grande interesse por futebol, sendo um flamenguista doente.
Mako
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Mako é membro do Naruto RPG Akatsuki desde meados de 2012. Seu interesse por um ambiente de diversão e melhorias ao sistema o levou a ser membro da Staff pouco tempo depois. É o responsável pela criação do sistema em vigor desde 2016, tendo trabalhado na manutenção dele até 2021, quando precisou de uma breve pausa por questões pessoais. Dois anos depois, Mako volta ao Naruto RPG Akatsuki como Game Master, retornando a posição de Desenvolvedor de Sistema. E ainda mantém uma carreira como escritor de ficção e editor de livros fora do RPG, além de ser bacharel em psicologia. Seu maior objetivo como GM é criar um ambiente saudável e um jogo cada vez mais divertido para o público.
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Havilliard
Havilliard#3423
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Orpheu
Genin
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Vida Ninja
Parte I

HP: (225 • 225) || CH: (225 • 225) || ST: (0 • 3) ||  VL: (6m/s)  ||  SL: 2s/s

A vida ninja se mostrava bem atarefada para o jovem Jin. Embora só tivesse realizado missões de rank baixo, o cansaço começava a tomar conta de seu corpo e como qualquer ser humano era necessário buscar repouso, por isso esta seria sua noite de folga. A maneira como o Genin, usualmente, buscava calmaria e sossego era através dos livros, no entanto não estava conseguindo se concentrar devido a soma de diversos fatores – se tornar um ninja era o maior deles. Seu corpo pedia por ação, mas a mente por descanso.

Vendo que, pela primeira vez, a leitura de um livro não seria seu calmante, Jin levantasse e parte em direção as montanhas, que uma vez serviram como objetivo de uma missão. Sabia que poderia encontrar ali a paz provinda da natureza e seus elementos. O clima na aldeia estava ameno, a noite chegava e com isso a temperatura começava a abaixar. Uma brisa gélida já podia ser sentida em alguns momentos e o movimento nas ruas estava em seu auge – muitos ninjas retornavam para suas casas após um longo dia de trabalho.

O caminho para as montanhas já era conhecido, logo, não seria problema para o rapaz chegar até elas. No caminho encontrou alguns colegas que haviam estudado na academia ninja com ele. Jin, com relação aos demais alunos, destacava-se nas matérias teóricas, mas a situação era outra quando se tratava das aulas práticas. Muitos de seus colegas, pertencentes a clãs, tinham um arsenal de jutsus próprios, enquanto Jin dominava apenas os básicos. Por causa desse pequeno detalhe acabava sempre sendo descartado em atividades em grupo e detestado pela maioria, pois era tido como um ninja fraco.

Encontrar-se com os antigos colegas nas ruas não era algo muito apreciado pelo rapaz, pois trazia a tona lembranças negativas da acadêmica e das piadas constantes que eram feitas.  Timidamente cumprimentou os dois rapazes que transitavam na rua e apertou o passo em direção ao seu objetivo. Lembrar-se dos momentos na academia, em um contexto geral, acabara se tornando algo desconfortável.

Quando chegou no topo da montanha a mente de Jin se encontrava dentro de uma batalha interna, revivendo sensações há muito tempo não sentidas. Jamais imaginou que encontrar velhos conhecidos lhe traria tanta confusão. A mente do rapaz estava tão aflita que sequer notara a paisagem que em algum momento lhe trouxe tanta paz. As estrelas que já começavam a aparecer no céu e as luzes da aldeia a certa distância.

“Vamos, Jin, lembre-se que você veio aqui para ficar em paz consigo mesmo e não para relembrar memórias antigas” – disse para si mesmo, após respirar profundamente e sentir o ar da noite.  Percebeu então o brilho do luar e das constelações, não conhecia praticamente nenhuma, mas sabia que um certo conjunto de estrela ali deveria formar alguma, era uma questão de estatística.Colocava seus pensamentos em dia e preparava-se para cumprir com o objetivo de meditação.

Apoiando-se no chão e entrelaçando suas pernas, Jin começou a concentrar seu chakra e buscar um alinhamento perfeito com o ambiente, aquietar a sua alma e sua mente embaraçada; substituir os pensamentos ruins por boas vibrações, mantendo sempre o bom controle de chakra e fluidez.

A jornada de um ninja era complicada, principalmente para aqueles que não possuíam técnicas herdadas de seus clãs, no entanto era ao mesmo tempo prazerosa. Os desafios que o jovem havia presenciado até aquele momento, suas superações pessoais. Jin apenas começara sua vida no vasto mundo ninja, ainda havia muita experiência para ser obtida e caminhos a serem trilhados.

A academia ninja pode não ter sido um de seus melhores momentos, devido as pessoas, mas o que ele faria de a partir daquele momento era de sua escolha. Não havia limites para o quão longe o garoto iria, tudo dependeria do seu próprio esforço e de suas motivações. Jin passou o restante da noite ali, meditando e buscando a paz interior. Fechara apenas um de seus olhos, com esperanças de que seu olho cego permitisse que ele visse  algo incomum.

Infelizmente o olho nada viu. A escuridão era predominante ali. No entanto  meditar fez com que o rapaz se lembrasse de uma memória há muito tempo perdida, uma lembrança agradável.

---

Lembrou-se de sua primeira primavera livre, era aniversário de Jin e Akio havia feito uma pequena festa surpresa.

O garoto foi  tirado das mãos tirânicas de sua tia havia apenas alguns dias e levado para a casa de um ninja desconhecido. Seu olho, que havia perdido a visão no mesmo tia que Jin obtia a libertação, ainda estava com o curativo. O rapaz estava muito abaixo do peso, pois não era alimentado direito e tremia constantemente – resultado do trauma.

Quando chegou na casa de Akio estava sempre em algum dos cantos, encarando apenas a parede e estalando regularmente os dedos, ignorando qualquer tentativa de aproximação de seu guardião e assim foi por alguns dias. Akio lentamente buscava se aproximar, sempre deixando um prato de comida ali do lado e se assentando próximo ao rapaz enquanto este comia, nada dizia, apenas ficava ali observando o garoto e recolhia seu prato quando o mesmo terminava e deste modo foi por três dias. No quarto dia, Jin seguiu Akio até a cozinha e se sentou à mesa, não sem antes tropeçar em diversos móveis e não ser nada sutil.

Lentamente Akio ganhava a confiança do garoto, não havia troca de palavras entre os dois, mas era nítido que o medo de Jin para com o guardião estava desaparecendo. Os laços entre os dois firmaram realmente no dia do aniversário do garoto. De alguma forma Akio descobriu a data de aniversário de seu pequeno hóspede e providenciou uma pequena decoração com bexigas e um bolo caseiro.

Quando Jin acordou e foi para a cozinha foi recebido com um estrondoso parabéns, seguido da cantiga clássica da data. De repente seus olhos se enchem de lágrima e se põe a chorar interruptamente.

- O que foi? Você não gostou – Akio parara de cantar e se aproximava do menino que tentava conter as lágrimas, mas elas eram mais fortes do que ele. Em resposta Jin apenas balançou negativamente sua cabeça e murmurou em meio as lágrimas que aquela era a primeira vez alguém, além de seu irmão, comemorava seu aniversário. Akio envolveu o jovem em um abraço e assim ficaram.

Depois daquele dia Jin já era capaz de proferir algumas palavras para Akio e o medo de falar foi indo embora. Akio, em seu tempo livre, começou a ensinar fundamentos básicos de um ninja e, percebendo a paixão do garoto por livros, passou a presenteá-lo com alguns volumes de conceitos básicos do mundo ninja. Assim Jin iniciava seus aprendizados sobre controle de chakra.

Vendo que seu “pupilo” tinha aptidão para se tornar um ninja, Akio, passou a ensinar jutsus básicos o rapaz. Inicialmente o garoto não conseguiu executar os selos da mesma maneira que seu tutor lhe mostrava, passou alguns dias tentando esse método sem sucesso algum. Sem desistir, Jin partiu em direção a biblioteca, buscando livros sobre selos e afins. Em uma sessão um pouco longínqua achou um exemplar velho e quase aos pedaços que mostrava certas lendas sobre jutsus, sendo uma delas a especulação de que é possível executar selos somente com uma mão. Isto chamou a atenção do rapaz.

Analisando as formas dos selos mostrados por Akio e buscando uma maneira de simplificá-los, pois em tese fazer os selos completos ainda se mostrava um desafio para o rapaz, Jin passou a tentar realizar as técnicas básicas, como o Bunshin no Jutsu. Foram noites em claro treinando e alterando a posição dos dedos para que os selos fossem feitos da maneira correta. Quando o garoto enfim conseguiu reproduzir a técnica o seu clone saíra defeituoso. Somente algum tempo de refinação depois e enfim o completo domínio dos selos, não só no Bushin no Jutsu, como nas demais técnicas vieram. Jin conseguia reproduzir todos os selos com uma única mão, mesmo tendo dificuldades em reproduzi-los com as duas – demonstrando uma falta de sincronismo com as mãos naquele tempo.

Quando mostrou a execução do jutsu para Akio foi felicidade que recebeu em troca. O tutor demonstrou entusiasmo ao ver que o rapaz, em tão pouco tempo, fora capaz de dominar o uso de chakra e ainda realizar os selos da técnica com apenas uma das mãos. Foi graças a isso que o guardião tomou a liberdade de inscrever Jin para entrar na academia ninja e foi graças a essa qualidade com as mãos que o rapaz fora aceito.


---

Era uma boa lembrança certamente. Havia uma razão pela qual o rapaz ingressara na academia ninja e agora era preciso que ele demonstrasse que toda a fé depositada nele, pelos professores e Akio, não era em vão.

Jin abre os seus olhos e sente o lado esquerdo de sua face úmida. Ao tocar a região percebe lágrimas escorriam pelo seu olho esquerdo. Enxugando as lágrimas e se colocando de pé, o rapaz partia de volta para sua vila. Aquele momento sozinho já havia se prolongado por muito tempo.


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Buraidaru
A lenda de uma arma

HP: (275 • 275) || CH: (375 • 375) || ST: (0 • 3) ||  VL: (6m/s)  ||  SL: 2s/s

“Em uma época distante, antes das guerras ninjas. Quando o chakra ainda era desconhecido para grande parte dos humanos. Em uma vila, próxima aos céus e cercada e por nuvens carregadas de raios, havia um homem que se autoproclamou o ‘deus das Tempestades’ e obrigou os moradores a o adorarem e servirem a ele como bem entendesse.

Os poucos homens que havia na vila, e com idade para empunharem armas, tentaram desafiar o tirano que se instalava nas suas terras, no entanto, o homem possuía uma grande massa de guerra capaz de controlar a eletricidade. Todos que ousavam enfrentá-lo eram aniquilados pela poderosa arma.

Lentamente, um por um, os homens caíram diante dos pés do tirano. Os mais jovens,  com a mente cheia de fantasias de heróis e afins, eram subjugados pela massa de guerra, enquanto os mais velhos, fracos ou sábios, viram que nada podiam fazer a não ser sucumbir aos desejos daquele que seria o dono das terras por muitos anos.

Os desejos do ‘deus das Tempestades’ se mostraram gananciosos. Ordenou que fosse construída para ele a mais bela das casas – sobre um prazo de tempo dado apenas para escravos. A mansão foi erguida em uma semana e a mobília era de alta qualidade. Grandes banquetes o deus dava. Nesses banquetes a fartura de comida era de dar inveja, sendo ela toda trazida pelos aldeões que, para comer, se submetiam a vergonhas públicas nas festas.

Assassinatos ocorriam a todo o momento dentro da mansão. Grande parte deles realizados nos banquetes, tanto por pessoas que se submetiam as vontades do homem como das que negavam a atender aos seus pedidos doentios.

Era um vilarejo pobre e depois da chegada do tirano se tornou mais miserável ainda. Toda fortuna dos aldeões passaram para o homem e seu castelo era repleto de lacaios que aceitavam as garotas da vila como pagamento por seus serviços. Muitos jovens do vilarejo, com um coração voltado para o mal, se aproveitaram para fazer parte do time de capangas.

As mulheres no vilarejo eram dividas entre os homens. Grandes festas eram dadas para o deleite dos capangas e tristeza das damas. Muitas tiradas a força de suas camas durante a noite e levadas para a mansão a força. Algumas não aguentavam as atrocidades e acabaram tirando suas próprias vidas. As mãos do “deus das Tempestades” eram manchadas do sangue de pessoas inocentes.

A vila cercada por nuvens de raio caiu na escuridão. Lentamente as festas dadas para os homens da mansão passaram para o exterior da aldeia, acontecendo todas as noites, até mesmo alguns garotos acabavam vítimas daquilo. O tirano não media esforços para garantir que seus homens se divertissem. Ele, por sua vez, raramente saía do conforto de seu lar. Tudo que ele queria era levado até sua presença.

Com o tempo as revoltas contra o deus tirano se tornaram quase nulas. O medo se instalou dentre os moradores. Com a presença da massa de guerra boa partes dos raios eram atraídos para o vilarejo, o que acabou destruindo diversas casas e causando incêndios. Fugir não era possível, pois sempre eram pegos e acabavam sendo torturados até a morte.

Por muitos anos o pequeno vilarejo seguiu com tal sistema – que sempre arranjava uma maneira de degradar-se mais – e o deus das tempestades possui diversas mulheres, que conceberam filhos e filhas do mesmo e de seus capangas. Dentro das crianças nascidas e crescidas, devido ao tempo, estava uma pequena menina de cabelos vermelhos cujos rumores de sua beleza começaram a se espalhar, mas ela vivia as escondidas.

Não demorou muito para que os boatos sobre a moça chegassem até os ouvidos do deus e esse a desejasse. Uma ordem foi dada para que ela fosse encontrada e levada até a presença do tirano, que deseja ver com os próprios olhos se sua beleza era tão grande assim.

A bela moça era mais uma das diversas filhas bastardas que o deus das tempestades tivera.  Sua mãe, temendo que o pior acontecesse com a pequena, passou a viver escondida no subsolo das ruínas de uma casa. A mulher raramente saía e acabou recebendo a ajuda de uma família vizinha.

O boato começou a se espalhar quando o filho da família que ajudava a bela moça a viu. O rapaz, da mesma idade que a menina, apaixonou-se e não conseguiu evitar se gabar para os amigos. Não demorou muito também para que a menina desejasse ver o mundo externo, logo, mais pessoas relatavam ter visto uma linda garota de cabelos ruivos e olhos esverdeados. Testemunhas passaram a reparar que ela sempre estava acompanhada de um garoto da mesma estatura.

Bastou que uma nova pista surgisse para os capangas agirem. Achar uma garota encapuzada era difícil, mas um menino comum da vila não. Foi seguindo o menino em uma noite que acharam o esconderijo da bela menina. A mãe, por ter fugido do deus, foi brutalmente assassinada ali mesmo e a garota levada para a mansão.

O deus pôde confirmar que tudo que falavam a respeito da menina era verdade. Sua beleza era imensurável e logo a desejou. No entanto a pequena era sagaz e conseguiu ganhar tempo. Todas as noites que o deus a convocava perante sua presença, ela o ludibriava e o conseguia enganar com alguns de seus talentos – como a bela voz ou então seu dom de tocar lira. Durante cem noites a menina mostrou dons diferentes, o que a tornava ainda mais interessante para o tirano.

Mesmo intocada a menina se tornou a concubina favorita do deus e passou a ganhar privilégios dentro da mansão e no coração do deus.  O tirano passou a nutrir amor pela menina, enquanto o único sentimento que esta sentia por ele era desprezo. A paixão da garota se encontrava fora da mansão, seu amigo ainda estava vivo e havia arranjado uma maneira de trabalhar um período na mansão, logo os encontros secretos começaram e com estes, um plano.

Percebendo o poder de  persuasão que tinha sobre o deus, a menina passou a testar os limites. Até que um dia, prometendo se deitar com o deus, pediu para ele lhe ensinasse a manejar a massa de guerra. O tirano aceitou sobre uma única condição, que ela se tornasse sua noiva e se tornassem um. O trato foi feito e a massa de guerra entregue para a menina, como presente antecipado de casório.

Durante a noite, enquanto o deus dormia, a menina pegou a massa de guerra ao lado da cama e esmagou a cabeça do tirano com um único golpe, repleto de raiva e rancor. Dizem que o grito pôde ser ouvido por todo o castelo, logo depois um raio caiu sobre a casa, incendiando o local e não deixando pedra sobre pedra. Poucos foram os que sobreviveram. Uma boa parte dos capangas se encontrava dentro do castelo.

O vilarejo estava livre. Rumores de que a noiva do deus havia o matado foram espalhados pelos sobreviventes, pois era a única que estava em seu quarto. A massa de guerra não fora encontrada em meio aos escombros e as nuvens de raio se dissiparam naquela noite. A noiva nunca mais foi vista. Alguns dizem que morrera em meio aos escombros ou que, capangas, a mataram.

Todavia existiam aqueles que sabiam a verdade: era fugira para terras remotas junto de seu único e primeiro amor. Assim que chegaram à idade adulta se casaram e tiveram filhos. Quanto a massa de guerra, os aldeões passaram a chamá-la de Buraidaru – que remitia a falsa noite de núpcias que o tirano havia tido antes de sua morte.”

- E essa é a história da poderosa Buraidaru a arma dos guerreiros Raiton. – terminou meu irmão, fechando o livro e passando a mão sobre minha cabeça – Nossos pais diziam que os irmãos cientistas que criaram a arma se basearam nessa lenda.

- É incrível, irmão! Esse é um dos melhores presentes que você me trouxe de uma de suas missões – meu irmão apenas balançou a cabeça negativamente, alegando que aquele não era o presente, mas apenas uma história. Revirando sua mochila, ele sacava um grande e grosso livro.

- Esse é o presente. Eu sei que você gosta de anatomia, então vi esse livro na loja e pensei em trazer para você.

---
Ainda me lembro da sensação de ter aquele livro em mãos. Do abraço que dera em meu irmão e como era confortável estar em seus braços. Nos tempos em que morava com minha tia, ele era meu único escape. Era quando ele voltava de suas missões que eu tinha algum momento de felicidade. Agora tudo que ficou foi a saudade.

O livro de anatomia foi lido em apenas uma semana. Depois disso refiz a leitura do mesmo diversas vezes. Lembro-me de tê-lo guardado em um piso falso, para que meus primos não o vendessem para comprar algum tipo de droga ilícita. Infelizmente o livro ficara para trás, mas o conhecimento obtido com ele não.


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Enquanto o conceito de vencedores existir, precisam também existir derrotados.
O desejo egoísta de proteger a paz causa guerras e o ódio nasce para proteger o amor. "
Omoii
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Akemi
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HP: (375 • 375) | CH: (500 • 500) | ST: (0 • 4) |  VL: (6m/s)  |  SL: 6s/s

Akemi sempre foi uma ninja esforçada, desde o seu inicio. A ninja médica, conhecida por ser dona de uma floricultura em seu tempo ocioso, ingressou cedo na vida ninja. Graças a sua dedicação aos estudos, não demorou para que passasse a ser altamente requisitada como ninja médica e, lentamente, abandonasse as missões de campo.

Hoje, Akemi, é responsável pelo atendimento no pronto socorro da vila, ou seja, casos rápidos e de emergência significativa. Embora aparenta ser fria e amarga, a jovem ninja é detentora de um coração gentil, chegando a criticar muitas vezes o sistema de saúde dos vilarejos que, prioriza, os que possuem mais dinheiro e nega atendimento para os necessitados.

Akemi fundou uma organização de médicos, nos tempos antigos, que tinha como objetivo o atendimento de porta em porta, mas a iniciativa não foi bem sucedida, pois investidores do centro médico não queriam que, as mesmas pessoas que tratavam deles, cuidassem dos mais pobres.

A ninja médica não desistiu e, sem apoio algum, continuou com os tratamentos de casa em casa, inclusive, fora quando se preparava para um desses que a mulher conheceu um jovem aspirante a médico, que tinha em seu coração o desejo de ajudar seu vilarejo a sua maneira. A shinobi se viu naquele menino, enquanto ele falava dos motivos que o levaram a querer aprender os conceitos básicos de um ninja médico.

Akemi não pôde deixar de lembrar-se de seus tempos de academia, quando era apenas um rostinho bonito na sala de aula, o alvo de cantadas dos garotos. Ela adorava ser a mais desejada, mesmo que isso trouxesse o ódio das outras meninas, mas ela não ligava para isso. Embora o único menino que ela queria não lhe desse atenção.

Seu nome era Akio. Um menino de cabelos negros, sempre com um olhar distante, como se estivesse em outro mundo. Akemi se lembra de suas tentativas em ser notada pelo rapaz, que sequer parecia saber de sua existência no plano terrestre. A ninja médica jamais contara para ninguém de sua paixão, afinal o rapaz calado de cabelos negros estava longe de ser o mais belo dos garotos.

Akio estava longe de ser o ninja mais talentoso e mais belo da academia. O rapaz sempre estava sozinho, parecendo ser do tipo de poucos amigos e a sua história era desconhecida por todos. O garoto de cabelos negros não se destacava em nada, ficando sempre na média e passando, assim, despercebido por boa parte da turma.

Durante toda a fase da academia, Akemi jamais conseguiu chamar a atenção de Akio. A situação só foi mudar quando, depois de formados e já com equipes formadas, a equipe de ambos participou de uma missão conjunta.

Nesta época Akemi ainda não era uma ninja talentosa, repleta de técnicas. A jovem garota só possuía as técnicas básicas da academia e acabou sendo um grande peso para a equipe. Durante certa parte da missão foi necessário que o grupo se dividisse. Akemi acabou fazendo par com Akio, um Jonin em ascensão.

Akemi perdeu a contagem de quantas vezes fora salva pelo rapaz de cabelos negros. Ela parecia cair em todas as armadilhas e desfiladeiros que haviam no local. Akio nada dizia, apenas estendia sua mão para a garota e a tirava da enrascada em que estivesse.

Enquanto caminhava, Akemi, em uma tentativa de conhecer mais o colega de equipe começou uma conversa. Akio, irritado, foi sincero, questionando as razões pelas quais a garota se tornara uma ninja, sendo que esta não possuía aptidão nenhuma para a tarefa. Aquelas palavras alcançaram o coração da ninja.

Outras missões vieram após aquela e Akemi sempre era tida como o elo mais fraco de seu grupo, muitas vezes sendo deixada de lado. A ninja passou a ser o suporte da equipe, a pessoa que levaria os curativos e bolsas, como se ela servisse apenas para carregar bagagens.

Akemi viu que poderia ser uma suporte melhor, mudando a visão dos membros da equipe. A ninja foi até o centro médico e pediu para um dos ninjas lhe ensinar as técnicas de cura. A garota jamais se empenhara tanto na vida como naquele momento. Dominou a técnica com facilidade, criando sua própria assinatura – o chakra prateado.

Os talentos de Akemi logo se mostraram fundamentais para seu time. Em pouco tempo a Shinobi passou do elo mais fraco, para o elo mais necessário. A ninja passou a ser requisitada em diversas missões, por outras equipes, pois suas técnica de cura prateada se tornou sua assinatura.

Akemi participou de algumas pequenas guerras e, com isso, acabou presenciando a morte de diversos ninjas, tentativas de salvar vidas e vê-las se esvaindo em seus braços. A ninja percebeu que a vida em campo de batalha era algo triste e por isso decidiu se instalar no hospital da vila – seu coração gentil não aguentava a tristeza do campo de batalha.

Quanto a Akio, ela jamais o viu novamente. Ainda nutria sentimentos pelo rapaz, pelo que fora na época e também era grata pelas suas palavras sinceras. Embora seu aperfeiçoamento de técnicas tenha sido para a sua própria satisfação, o rapaz fora um dos responsáveis por abrir seus olhos.

Claro, que a vida como ninja em uma vila grande como Iwa também tinha seus estresses, a ninja rapidamente ficou viciada em cigarros, como uma forma de aliviar a sua atenção e também criou seu próprio lema: “Todos aqueles que lidam com saúde tem que ter um vicio nocivo contra ela”

Akemi está longe de ser uma das melhores ninjas médicas da vila, no entanto se esforça para isso. Seus conhecimentos botânicos fizeram com que ela entrasse para a equipe de pesquisas, uma das áreas mais importantes na medicina.

Enquanto pensava em toda a sua jornada até aquele momento, a ninja médica estava em sua sala à espera de mais um paciente. O inverno sempre lhe trazia tais memórias. Com um olhar sereno ela admirava a vista através da grande janela que havia em seu consultório. O cheiro das flores a lembrava de sua casa.

A porta se abria e um homem adulto, aparentando não ter mais de trinta anos, entrava. Seus cabelos eram negros e trajava roupas ninjas. Akemi não sabia porque, mas ver aquele homem entrando no consultório fez com que seu coração palpitasse.

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Akio
O Guardião


Um jovem promissor que nunca gostou de ser o centro das atenções, este era Akio. Ainda na academia sua personalidade não permitia ele se sobressair ou querer ser melhor do que ninguém, por isso, controlava suas notas para que fossem medianas, jamais acima da média. Possuía poucos amigos e os que possuía não conheciam de suas reais habilidades, mantendo segredo delas até os dias atuais.

Talvez devido a esta característica de sempre se manter longe das atenções tenha sido um dos fatores determinantes para este ser recrutado para o grupo de anbus. Nem mesmo, Jin, sabia qual era a posição ninja de seu guardião. Até mesmo a graduação de Akio é um mistério.

Ainda na academia ninja, embora se esforçasse arduamente em não ser notado, havia uma ninja que tinha percebido a existência do garoto na sala de aula, Akemi.

Para o ninja esta era apenas um rosto bonito e nada mais do que isto, sendo um grande empecilho durante uma missão com o seu time. Foi durante esta missão que, pela primeira vez, Akio deixou seus sentimentos falarem mais alto e acabou dizendo para a jovem o que pensava sobre ela. Depois deste dia, ele sempre evitou olhar nos olhos dela.

Akio se sentira envergonhado pelo que havia falado e este, até os dias atuais, era um de seus grandes arrependimentos. Não cabia a ele determinar as razões do porque a pessoa escolhera o caminho ninja e muito menos se esta era apta ou não para com a tarefa. Esse sentimento piorara depois que rumores de como a ninja havia se tornado habilidosa chegaram até o seu saber, embora jamais tenha se encontrado com esta novamente.

Foi devido suas ações para Akemi que o ninja decidiu que seria mais compreensivo com aqueles que não possuíssem dons naturais. Akio passara por diversos times durante sua vida como Gennin e Chunin. Alguns eram desfeitos devido problemas internos, outros pelo fenômeno da morte. O ninja sempre sobrevivia e suas habilidades chegaram até os ouvidos do kage.

Não demorou muito para que o ninja fosse admitido para o time da Anbu. Missões de altos níveis e que em sua grande parte eram um risco a vida dos participantes. Sua participação era totalmente secreta, sendo permitido que este mantivesse sua graduação como Chunin, para que não se levantassem suspeitas sobre sua integração ao grupo.

A Anbu acabou se tornando o mais próximo de família que o rapaz tivera, pois, seus pais há muito já haviam partido para o plano espiritual quando este ainda tinha sete anos. O rapaz sofrera um baque terrível. Akio crescera nas ruas e tratava de sua higiene intima invadindo casas alheias. A furtividade do rapaz sempre fora algo admirável.

Embora tivesse tido uma infância difícil, o ninja jamais se submetera a roubos. Sempre adotando pequenos trabalhos para a compra de alimentos ou em troca de um lugar para dormir. Seus amigos de academia jamais imaginavam que este sequer possuía um lar para retornar.

Quando conseguiu dinheiro o bastante, trabalhando como Anbu, a primeira coisa que Akio fez foi comprar a casa que uma vez seus pais alugaram e local na onde crescera.  O ninja construíra seu próprio império, com as suas próprias mãos , com o seu suor. E assim vivera sozinho por um longo tempo.

Tudo mudou quando Akio encontrou Jin. Estava em uma patrulha pelas ruas da cidade, como Chunin, juntamente de alguns companheiros que ele ouviu um grito vindo de uma das casas. Era um arfar de dor, logo, aquilo acabou que chamando a atenção de todos que estavam por perto.

Akio foi o primeiro a entrar na casa e se espantou com o que vira. Lembra-se que a mulher, a agressora, tentara justificar o ocorrido, alegando que fora apenas um acidente terrível em se não fosse por Akio ali, teriam acreditado nas palavras dela. Usando de um doujutsu único, Akio recriou os eventos ocorridos.

Jin fora levado para o hospital. Akio lembra de ter carregado o corpo do menino inconsciente, devido a dor sofrida, por todo o caminho. Aquele rapaz ferido havia despertado algo em Akio, por algum motivo vê-lo daquela maneira apertava o coração do Anbu – que devido a profissão já estava acostumado a presenciar atrocidades maiores.

Durante toda a estadia do menino no hospital, Akio ficou ao seu lado. Quando viu as diversas marcas e cicatrizes que o rapaz tinha por todo o corpo a fúria do ninja despertara. Akio não podia deixar que os responsáveis por aquilo saíssem impunes. Fazendo uso de sua posição este fez com que os primos de Jin fossem removidos das forças ninjas da vila, eventualmente afundando a família na miséria.

Jin foi acolhido pelo Anbu. Akio desenvolveu um grande sentimento pelo rapaz, querendo o proteger a todo custo e, pela primeira vez, repensando se ser da Anbu era algo bom para ele, afinal as missões o afastavam por muito tempo de casa e o risco de jamais voltar era grande demais. Não deseja deixar Jin sozinho.

Quando percebeu que o rapaz possuía aptidão para ser um ninja viu nele a chance de redimir seu erro cometido com Akemi. Akio ensinou para Jin o básico e sempre se manteve disposto a dar suporte, para qualquer dúvida que o ninja tivesse.

Akio, pela primeira vez, tinha agora um motivo para querer retornar para o seu lar. Durante as missões sempre imaginava o que poderia cozinhar quando chegasse em sua casa e como Jin estaria.

Com a aquisição de Mew, o gato, ao grupo. Akio percebera que sua família estava ali, não era mais os Anbus, estes agora eram apenas companheiros, a razão pelo qual ele lutava, as pessoas que ele queria proteger estavam em sua casa. Akio possuía um local para retornar, um local para chamar de seu.

Apesar de todas as dificuldades que havia vivenciado, o Anbu podia afirmar que finalmente encontrara a felicidade e que esta nunca fora tão satisfatória. Tudo aqui narrado, toda estava história, viera a mente do ninja enquanto esperava ser chamado para o consultório do médico – havia acabado pegando um resfriado forte durante uma missão de patrulha.

Ao entrar no consultório estranhou as flores, seus olhos tiveram que se adaptar da luz vinda da grande janela de vidro. A doutora, uma bela mulher, fizera seu coração palpitar mais forte e por alguma razão, seu sorriso lhe era familiar.


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Genin
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Primavera
Inicio


Os flocos de neve começavam a derreter. Flores brotavam e o doce frescor da primavera podia ser sentido em toda a vila. Os casacos voltavam para o fundo dos guarda-roupas e davam lugar a roupas leves e coloridas. O aroma da primavera invadia as ruas e  aquecia o coração dos cidadãos.

No centro da cidade, em uma simplória casa com acabamento de pedra, Jin removia o restante da neve restante na entrada de seu lar. Era manhã, o jovem acordara cedo no primeiro dia da primavera. Acordara com a agradável luz do Sol dentro de seu corpo, ultrapassando a janela e iluminando todo o cômodo. Era a décima vez que era agraciado pela luz do Sol da primavera.

Alguns vizinhos cumprimentavam o rapaz, enquanto este cumpria sua tarefa do dia. Grande parte deles não sabia que era o aniversário do ninja e este não ligava para tal fato. Jin estava feliz, independente do que acontecesse. Completara um ano... desde que fora libertado das terríveis mãos opressoras de sua tia. Um ano que tinha Akio como seu guardião.

Muitas coisas haviam acontecido na vida do Gennin durante aquele ano de vida que passara. A formação na academia ninja fora um dos maiores feitos do jovem rapaz e dificilmente seria esquecida.  Enquanto tirava a neve, Jin, mantinha o seu olhar perdido no horizonte. As lembranças de seus feitos vinham à tona quando menos esperava.  Um dia nostálgico.

Jin lembrava-se de sua primeira missão, na biblioteca, e como percebeu que, mesmo frequentando o local por tanto tempo, ainda havia coisas desconhecidas para ele ali. Jamais imaginaria que uma sessão de livros adultos estaria oculta dentro daquelas paredes e que ele um dia teria que limpar tais prateleiras. Lembrou-se do zelador, um senhor de idade calmo e que parecia não abrir mão de um chá. Este havia sido um dos primeiros a cumprimentar o jovem ninja naquela manhã.

Debaixo de um montante de neve retirado uma pequena flor era revelada. Esta era rosa e, em meio ao branco, criava um contraste intenso no ambiente. A beleza da flor, sua resistência e delicadeza o fizeram lembrar de Akemi e sua floricultura. Conhecera a ninja médica durante sua segunda missão, realizada no mesmo dia da biblioteca. Jin a conheceu pelo seu lado mais sensível, aquele que via nas flores um hobbie.

Depois do primeiro encontro com Akemi, outros vieram e nas mais diversas situações. Jin vira o lado profissional da ninja que colocava a saúde das pessoas ao seu redor em primeiro lugar. Akemi sabia separar sua vida como dona de uma floricultura e ninja médica. Ela fora a responsável por introduzi-lo no meio médico e também uma das razões pela qual ele foi capaz de aprender tais técnicas.

Enquanto divagava o odor de cigarro penetrou em suas narinas, lembrou-se de sua sensei, pois esta demonstrou um vicio no pequeno objeto. Quando olhou para o lado, virando a esquina, Akemi passeava pelas ruas. Ambos trocaram olhares e com um sorriso meigo, a mulher se aproximou de seu pupilo.

- O que faz aqui, rapaz? – perguntou de maneira casual, como se para puxar assunto. Jin, prontamente, respondeu de maneira polida. O relacionamento entre ambos não havia se aprofundado o bastante, logo, Akemi não sabia que aquele era o local onde o seu aprendiz vivia.

A ninja médica, que trajava um macacão florido, escorou-se no portão da casa e pediu para que o rapaz lhe contasse mais de sua história, afinal ela havia o ensinado sua profissão, praticamente. Jin sorriu e narrou suas aventuras até aquele dia.

Começou a contar sobre sua vida na casa de sua tia, com a morte de seus pais, ele e seu irmão encontraram refugio com a familiar. No entanto tudo que eles tiveram ali foi tormenta. Jin disse como seu irmão era o seu refugio, mas que a vida ninja acabou afastando os dois e, um dia, nunca mais tiveram contato. Mas deixou claro o fato de acreditar que este ainda vivia e que um dia ambos se encontrariam .

Não evitou de falar, sem mencionar nome, o ninja que o libertara de seu cativeiro e que agora era seu guardião legal. Akemi parecia ouvir cada palavra com cuidado e atenção, como se realmente estivesse interessada na vida do rapaz. Jin, por sua vez, tratava de narrar fielmente cada detalhe vivenciado por ele, enquanto removia a neve.

Contou a história de Mew e como o resgatou em meio a um incêndio, ganhando com isso um mascote. No mesmo momento, o felino podia ser visto pela janela, no lado de dentro, totalmente aconchegado e relaxado. Akemi rira da cena.

O Gennin também contara sobre as missões que tivera após o treinamento que ambos tiveram e como o desenvolver de suas técnicas médicas estavam indo. Toda aquela conversa deixara o rapaz nostálgico. Eram tantos feitos que havia realizado no período de um ano. Coisas que jamais imaginou ser capaz. Tudo graças a Akio que o salvara e vira nele um talento que, talvez, nem o próprio rapaz acreditava ter.

- Aí está você, aniversariante! – o guardião aparecia, com compras nas mãos e um largo sorriso no rosto. – Pensei ter dito que hoje, somente hoje, você estava livre de suas tarefas... – disse o mais velho quando percebeu que Jin estava a trabalhar, não percebendo a presença da bela mulher no portão.

- Akio! – jin exclamou com felicidade e Akemi, automaticamente, direcionou sua atenção para o possuidor do nome. Aquela face lhe era conhecida e lembranças de um tempo não tão agradável vieram em sua mente. – Srta. Akemi, este é o  Akio, meu guardião.

‘Akemi’, este nome era familiar para Akio. Quando olhou para a moça percebeu de quem se tratava. Estes já haviam se encontrado antes, na sala médica, mas não haviam percebido quem realmente eram. A ninja médica sorriu de maneira acanhada, enquanto Akio de modo mais livre e aberto.

- Não imaginava que era o seu aniversário, Jin – disse Akemi de maneira repreensiva. – É um prazer, Akio.

O ninja assentiu com a cabeça e não perdeu tempo em convidá-la para a pequena festa que dariam. Alegando que Jin havia falado muito de uma ninja médica que o ensinara o caminho da cura, mas não chegara a mencionar um nome. O jovem Gennin, que não sabia do passado dos dois, percebeu que seu guardião parecia um tanto envergonhado quando convidou sua tutora para a casa.


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