Depois de uma manhã stressante mas bem sucedida, onde mais uma missão foi cumprida, Yagura tinha ido a casa para contar as novidades e deixar o seu seio familiar orgulhoso. Finalizava o seu almoço com uma peça de fruta quando alguém bateu à porta. Era um Chuunin da vila que reconheceu dos seus tempos da Academia.

Uma nova missão esperava o jovem. Os seus olhos brilharam de entusiasmo quando soube que se tratava de uma missão rank C. Depois de algumas missões de menor nível bem sucedidas, sentia-se muito bem por começar a ser reconhecido pelas suas boas ações. Mesmo que não fosse a missão ideal para si, sendo que envolvia interagir socialmente com outras pessoas, seria no entanto uma ótima experiência. O chuunin, depois de o reconfortar de que seria um missão muito fácil, foi-se embora. Yagura, embora não tão reconfortado como isso, acabou de comer a sua maçã e dirigiu-se à Academia, foi num passo rápido, não demasiado devido ao calor que se fazia sentir. Para além disso, tomou o seu tempo para preparar mentalmente as interações sociais que iria enfrentar, quas as falas que causariam uma boa impressão, etc.

Ao chegar a Academia, passou pelo recreio, cheio de crianças. Algumas mirava o Genin, o que estaria ele a fazer ali? - perguntavam-se os pequenos. Desviou o olhar e tentou passar despercebido por elas. Aproximou-se do sensei que as superviosava.

- Olá… - um tremelique nas mãos, estava um pouco nervoso por ser uma missão importante para si. - Sou o Yagura e estou ao seu dispor para ajudar! - disse com um sorriso e bochechas rosadas.

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ST 0/4

Considerações:

bolsa de armas:

O jovem Yagura era agora encarregue de direcionar cada aluno à respetiva sala. Parecia uma acção bastante fazível sendo que ele próprio se lembra das dificuldades que passava quando entrou na Academia nos primeiros dias. O chuunin rapidamente se ausentou e deixou Yagura com as crianças, que ao estilo de segurança ficou na entrada à espera que os estudantes da academia começassem a entrar. Por enquanto, encontravam-se alguns à porta a brincar, outros ainda nem sequer haviam chegado.

Quando o sino tocou, estava na altura das crianças entrarem. Nos primeiros instantes depois do sino, veio a primeira vaga de alunos. Pelos vistos, estes eram os mais dedicados a aprender e a tornarem-se bons ninjas, sendo que algumas crianças continuaram a brincar como se nada fosse. Yagura viu-se então enfrentado com uma avalanche de crianças a vir na sua direcção. Como encarar esta situação nem ele sabia. Decidiu então sorrir para as crianças e começar a falar num tom médio alto, na esperança que elas ouvissem. Para além disse levantou o seu braço e acenou para elas.

- Bom dia crianças, eu estou aqui para... - no pequeno período de tempo da sua fala, todas as crianças passarem pelo jovem sem sequer se darem conta dele. Talvez o som de uma avalanche de crianças a correr pela entrada adentro tenha abafado a voz tímida do rapaz. Ainda assim, parece que a primeira vaga de alunos, dedicada como era, sabia relativamente bem onde eram as suas salas. Para se certificar que todas rumariam às salas certas, o Genin deu uma corrida a velocidade máxima para se colocar à frente das crianças para as direcionar nos corredores certos, como uma manada de galinhas.

Voltou então para a entrada da escola, onde a segunda vagas de alunos, desta vez os mais rebeldes, esperavam por ele. Agora sim, seria o verdadeiro desafio. Eram cerca de 15 os alunos que ainda brincavam por ali. Depois de ignorado a primeira vez, Yagura não se deixaria ser ignorado uma segunda.

- Tenho rebuçados de Limão para quem vier comigo agora mesmo! - gritou, convencido de que as crianças viriam à sua beira. E vieram. No entanto, na ausência da oferenda, as crianças começaram a revistar o Genin nos seus bolsos. Yagura não tinha mãos a medir para tanta criança. Elas acabaram por vasculhar todos os bolsos pelos rebuçados, mas nada. Felizmente Yagura foi capaz de esconder a sua bolsa de armas e aproveitar este momento em que as crianças escalavam o jovem pelas pernas acima. Desta maneira levou-as pegando-as como pudesse ( ao ombro, cavalitas e debaixo dos braços) para as respetivas salas por entre perguntas inquisitivas dos jovens como se ele cheirava mal das peúgas ou se alguma vez tinha provado fígado de bacalhau.


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Depois de uma tarefa que considerou como bem feita, ao levar todos os estudantes às respetivas sala, Yagura esperou durante todo o intervalo de uma hora e meia vagueando pelo recreio, pensando na vida e refletindo sobre o seu caminho ninja. Quais as suas motivações, objetivos, qual o seu porquê de ser um ninja? Basicamente, tentava encher o seu tempo com este tipo de pensamentos, pensamentos típicos que tinha em alturas em que nada se passava. Mais importante ainda, pensou também no que deveria ter feito melhor no decorrer da missão sendo que teve insucesso em levar a primeira onda de crianças com tranquilidade e também deveria ter arranjado uma maneira mais eficaz de convencer a segunda vaga de crianças a ir para as suas salas (sendo que estas últimas tiveram que ser levadas praticamente à força). Começava a aperceber-se cada vez mais o quanto ele não era bom em interações sociais.

Depois de passada a hora e meia, um sino ensurdecedor pôde ser ouvido. O Genin de Iwa teve inclusive de tapar os ouvidos sendo que se encontrava mesmo por debaixo do dito sino. Momentos, ou melhor, segundos após o sino, o chão começava a tremer. Enquanto que no toque de entrada, primeiro entravam alguns alunos, depois outros, desta vez não era assim. Por mais que estudantes gostem de ir para as suas aulas para aprender e tornarem-se melhor ninjas, todos eles gostam igualmente de tirar um intervalo e relaxar por poucos minutos. Era daí mesmo que vinha o tremer do chão, com todos os alunos da academia a correr e aos empurrões em direcção à saída para o recreio.

Desta vez, o Genin não tentou parar a corrida ensurdecedora dos pequenos e desviou-se do caminho. Primeiro fê-lo porque da primeira vez que o tentou não teve sucesso. Segundo, porque seria isso necessário? Porque não deixá-los aproveitar o seu intervalo sem interrupções? - pensou ele. Talvez uma abordagem diferente para os voltar à sala fosse necessária, mas qual? Yagura ainda não sabia como abordar os jovens e pensava nisso durante quase todo o intervalo quando é interrompido por atividades estranhas de algumas crianças. Parecia que um aglomerado delas se rodeava em torno de duas outras que pareciam estar à luta uma com a outra, e o Genin de Iwa era o único por perto. Teria de agir.

O Genin de Iwa dirigia-se em direcção às crianças que estavam à briga. Em cada momento que passava, mais e mais crianças paravam para assistir ao evento até que praticamente todos os alunos da Academia os miravam. O jovem de Iwa, tendo mais idade, mais responsabilidade e também mais força que as duas crianças, aproveitaria o momento não só para as separar mas também para impor o respeito que ele necessitava para convencer todas as crianças a irem para as suas salas. Entretanto, o sino toca e ele teria que agir rápido, muito rápido caso quisesse manter a normalidade. Aproximando-se das crianças, enroladas no chão tentando machucar-se mutuamente, Yagura pega em cada uma por um braço e separa-as. Aproveitou este momento, em que todas as crianças do recreio olhavam para ele, para dizer algumas palavras.

- Apenas ninjas fracos e de baixo nível andam à briga e chegam atrasados às aulas ! - dizia Yagura com um ar sereno e impune que pôs toda a sua timidez à parte. Achou que esta tentativa de psicologia invertida seria adequada. Ao separar os dois jovens e ao exibir a sua bandana de Genin em frente aos estudantes de academia, o jovem assumia a sua superioridade perante os restantes, ganhando o seu respeito e mais importante, os seus ouvidos. Naquele instante, as crianças viram alguém em quem possivelmente eles se quereriam um dia tornar: alguém forte com uma bandana de Genin. Ao ouvir isso, os estudantes refletiram eles próprios sobre sobre quem queriam ser no futuro, e optaram todos por se direccionar para as suas salas imediatamente de forma a tornarem-se melhores ninjas e não em ninjas fracos e de baixo nível. Recomendando-os para ter calma no seu passo e acompanhando-os, o rapaz que cumpria a missão foi capaz de levá-los a todos para as respetivas salas, desta vez com sucesso no seu falatório. Ainda assim, com toda o mar de ideias que passa na cabeça dos jovens estudantes, decerto que já no próximo intervalo se esquecessem destas palavras motivadoras e voltariam, alguns deles, aos seus velhos hábitos.


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Logo que Yagura se assegurou que todos tinham entrado nas salas, um sentimento de vitória corria-lhe pelas veias. Conseguira ultrapassar uma pequena etapa no que toca a falar com grupos de pessoas. Pelos vistos, o facto de estar a falar com estudantes da Academia, muitos deles a passar por aquilo que o próprio já havia passado, conferiu-lhe uma certa empatia com os mesmos. Para além disso, o facto de ser mais velho, mais alto e mais sábio também ajudou a perder um pouco a sua timidez.

Confiante, esperou os jovens durante toda a hora meia à porta do recreio como uma espécie de segurança. Antes do toque aproveitou para passar na cafetaria, comprando rebuçados de Limão para todos os alunos da Academia - afinal ele estava a falar a sério. Achou que seria algo muito importante passar uma boa imagem do que é ser Genin aos futuros. Para além disso, o próprio Yagura era um jovem que ansiava por conhecer mais pessoas e ser reconhecido pelas suas boas acções, então esta também seria uma boa oportunidade de se expor na sua comunidade. Talvez o reconheçam quando ele conseguir chegar a um alto cargo na sociedade, pensava o jovem.

Quando o badalo tocou, mais uma avalanche de crianças a saírem porta fora. Desta vez Yagura estava pronto para captar a sua atenção. Numa folha de papel escreveu "OFEREÇO REBUÇADOS DE LIMÃO" e colou-a à parte da frente da sua camisola. Então, assim que as crianças começaram a sair pela porta do recreio, o Genin simplesmente começou a atirar rebuçados para cima das crianças como se fosse arroz aos noivos, com esperança que cada uma agarrasse um rebuçado pelo menos. Foi um frenesim, crianças contentes a apanhar rebuçados, no ar, algumas no chão, algumas a tirar diretamente da embalagem e outras a confundir pedras do chão com rebuçados, enfim… Antes das crianças irem embora Yagura perguntava uma a uma se elas tinham certeza de onde moravam e do respetivo caminho. Algumas simplesmente desapareceram a correr para casa, outras tinham familiares à espera.

Era possível observar que muitas das crianças, que ao início do dia não conheciam este Genin que lhes deu rebuçados, agora olhavam para ele como um exemplo a seguir : simpático, sábio e pelos vistos, forte ( quando comparado a simples crianças) . Já quando praticamente todos os alunos tinham ido embora, um deles aproxima-se do rapaz de 13 anos para lhe fazer algumas perguntas sobre o que é na realidade ser Genin. Como se sentia ele depois de acabar a Academia? Ambos ficaram a falar durante algum tempo, o jovem de Iwa contou ao pequeno membro da Academia algumas das missões que realizara enquanto Genin e como estava a tornar-se cada vez mais forte no domínio do seu elemento, Doton. Partilhou com o rapaz o seu sonho de ser o protetor da Vila e até inventou o número de raparigas que já lhe tinham enviado mensagens amorosas desde que se tornou um ninja de verdade - claro, uma mentira sendo que é 0. O rapazinho ficou a olhar para ele com um brilho nos olhos representativo de fascínio, querendo se tornar um Genin o mais rapidamente possível. Yagura aconselhou-o a treinar muito para se tornar o melhor ninja possível e então o jovem foi a correr para casa, ansioso para treinar.

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Com a última criança acabada de ir embora, restava apenas o jovem de Iwa no solarengo pátio da Academia. Sentou-se num banco com a cara ao sol a apreciar o momento. Parecia que mais uma missão estava prestes a ser concluída e por isso, a satisfação era imensa. Entre esses momentos, um dos Chuunin responsável pelo ensino na Academia aproxima-se de Yagura para o parabenizar. Tinha feito um ótimo trabalho sendo que o próprio sensei das crianças ouvira falar do jovem durante a sua aula, pelo seu feito na separação da luta. A parabenização foi recebida com um sorriso e um agradecimento pela oportunidade.

Pouco depois desta conversa amigável e já aquecido com os raios de sol, Yagura parte então para a sua casa, num passo lento e a pensar em algo, como sempre. Desta vez, pensava nos pequenos passos que dava, dia a dia, para se tornar um ninja melhor, mais forte, mais sociável até. Sentia que estava no caminho certo e que, através de boas acções, sejam elas pequenas ou grandes, simples ou difíceis, sabia que ao realizá-las estaria um passo mais perto de se sentir concretizado, reconhecido pela sua vila inteira, ou quem sabe para lá disso. Reconhecido como o seu protetor contra os possíveis inimigos invejosos e outras adversidades.

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@App. Recompensa Máxima: 100.000 Ryous. +1 de Fama por concluir missão Rank C