pierrot.

Dentre aqueles que zanzavam pelo hall, um rapaz sorridente se destacava caminhando em minha direção. Deduzi logo ser o tal chunin que logo revelava seu nome.

— Gekko. Repetia para mim mesmo, memorizando seu nome. — Sim, sou Chrollo. Não devolvia quaisquer sorriso, mas ainda sim mostrava simpatia. Após a breve apresentação, foi passado a mim a missão cuja qual fui convocado, explicando toda a tarefa e o porque dela ter de ser feita. Fazer a análise e a conferência dos registros de vendas das armas básicas usadas por todos os shinobis – uma tarefa que aparentemente seria demasiadamente simples, tirando pelo fato das suspeitas de contrabando. A corrupção era um sintoma abrangente nas relações humanas, algo que vem do natural egoísmo e ganância das pessoas. Um ciclo vicioso, pois desde cedo qualquer um já pode se deparar com a pratica, mesmo que se tratando de menores atos, muitas vezes também tomando o exemplo dos próximos. A mente, um tanto inquieta, já trabalhava naqueles papéis antes mesmo da sala ser apresentada.

Assenti quando o cômodo foi-me direcionado pelo indicador de Gekko. Caminhei até a porta segurando os papéis e, com a mão livre, girei levemente a maçaneta, dando-me total acesso ao novo âmbito: uma pequena sala, com algumas estantes contendo alguns livros e documentos e, próxima a parede, uma mesa e uma cadeira próximas a uma janela que mostrava o exterior do edifício. Percorri a curta distância até a abertura, colocando os registros em cima da mesa enquanto os olhos desbravavam o ambiente externo. Procrastinar não estava nos meus planos, então decidi iniciar logo meu trabalho. Sentei-me na cadeira que estava por detrás da mesa, analisando por um instante a qualidade da mesma, sentindo o quanto era confortável – não muito –. Folheei os registros, escolhendo logo por onde começar: o inicio.

Tomava ciência de todos os nomes, sabendo o destinatário, distribuidor e responsável por receber as encomendas, sempre fazendo uma analise crítica dos dados. Uma ou outra chamava minha atenção, o que fazia com que eu sublinhasse com uma caneta que havia encontrado jogada de canto na mesa. Continuei aquilo por algum tempo, fazendo o mais rápido que podia, mas também tomando toda a cautela que a tarefa exigia. No final, tinha um total de quatro itens riscados, cujos quais despertaram minha suspeita.

Todas as entregas apresentavam um certo padrão, tanto de distribuidores, como de destinatários, porém alguns dos itens (quais eu havia sublinhado), mostravam o padrão quase que totalmente coerente, retirando o fato do responsável por receber o armamento, que mostrava um nome que apresentava certa discrepância ao se deparar com os outros demais. Levantei recolhendo todos os papéis, partindo para fora da sala, rumando até o fim do corredor que Gekko havia mencionado anteriormente. A primeira coisa que faria ao encontrá-lo era apresentar a descoberta feita.

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Os olhares de todos aqueles estranhos me perseguiam enquanto eu atravessava o corredor. Talvez a figura de um genin tão inexperiente fazia com que alguns se exaltassem um pouco, ainda mais por se tratar de um prédio tão importante para a vila. Ignorava a pequena demonstração hostil de todas aquelas pessoas, focado no meu principal objetivo. Podia-se ler "sub-chefe" na porta que se encontrava aberta; lá dentro Gekko encontrava-se sentado detrás de uma mesa com diversos papéis espalhados. Quando me viu, acenou para que entrasse.

A primeira coisa que fiz foi fechar a porta, como fora orientado. O lugar era um pouco mais amplo que a sala que eu estava anteriormente. Havia algumas estantes e prateleiras a mais e duas janelas que davam a visão do exterior, não tomei muito tempo admirando o lugar. Assim que me foi dada a palavra, revelei o que tinha descoberto:

— Acredito que as suspeitas estejam corretas. Comecei, fitando novamente os registros que trazia comigo. Reorganizei as folhas de forma que os nomes que havia sublinhado ficassem mais destacados. — Todas as entregas apresentavam um certo padrão, tanto dos distribuidores, como dos destinatários. Neste momento eu fiz uma pausa, apontando nas folhas os nomes riscados, apresentando-os para o chunin. — Porém alguns dos itens mostram um padrão quase que totalmente coerente, tirando o fato do responsável por receber o armamento. Este apresenta um nome que mostra certa discrepância ao se comparar com os demais.

A partir dai, eu não sabia como a tal missão iria proceder. Após terminar a explicação, não fiz mais nada além de permanecer imóvel, atento ao cenário, aguardando as próximas instruções.

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— Entendo perfeitamente. — proferiu Gekko, tomando para si os papéis e lendo-os com frieza. Por baixo de seus óculos, era possível ver os olhos remexendo-se de um lado para o outro, como se o próprio ninja estivesse em um frenesi de batalha. Repentinamente, o homem de cabelos roxos parou. Fitou Chrollo seriamente e recitou, realizando uma pausa entre as palavras. — Yasunari Maiya. — respirou profundamente, indicando certo grau de preocupação quanto à esse nome. — Um dos principais nomes no submundo de Konoha. — Gekko cerrou os punhos, coisa que quase nunca fazia, mesmo em situações de combate.

— Chrollo, você poderia descobrir mais? — pediu Gekko, de maneira soturna. — Preciso saber os possíveis locais em que ocorreram os contrabandos. Faça uma lista em que tal fato poderia acontecer, e entregue-me. Enquanto isso, contatarei um esquadrão de ninjas para nos ajudar. Prepare seu psicológico, pois precisaremos abordar Maiya e sua trupe. — declarou, abrindo a porta para Chrollo voltar à seu trabalho. Nesse instante, as pesquisas do jovem Genin eram tudo o que Gekko precisava para invadir as instalações de Yasunari Maiya.

'Considerações':

"Yasunari Maiya." Decorava o nome dito por Gekko que não escondia a preocupação em sua fala e até mesmo gestos, cerrando o punho com certa apreensão. Escutava com atenção tudo que o chunin tinha a dizer, tomando ciência que apesar da descoberta, um nome não bastava para que aquele caso se desse por resolvido. Havia mais para ser analisado, mais para ser exposto e o alvo agora eram os possíveis locais onde ocorreram os delitos. A última parte me dera um interesse repentino – os olhos continuaram com a mesma frieza, mas a face sutilmente não deixava de conceber um sorriso. — Será feito. Assegurei a Gekko, enquanto deixava a sala pela porta que o mesmo abrira gentilmente para mim.

Meu caminho se desenhava em direção a sala que eu estava anteriormente. Retornava ao âmbito sem cerimônias, partindo direto para o objetivo. Recostava-me na cadeira, com as mãos erguendo a papelada diante de meus olhos que, junto a mente, trabalhavam em transparecer ainda mais o conteúdo nela contida. O desenrolar da missão dependia de minhas pesquisas.

Começava a transcorrer as linhas que havia sublinhado anteriormente, as mesmas que acompanhavam o nome do culpado. Yasunari Maiya. Se me bem recordava, Gekko dissera que era um nome famoso no submundo de Konohagakure, o que me intrigava. Aquilo acabou por se tornar um assunto qual tomara totalmente minha atenção; estava agora interessado naquele mundo.

Jogando um pouco os devaneios de lado, voltava a matutar sobre os possíveis locais onde o contrabando fora feito. Peguei os lugares ligados às entregas destinadas a Maiya e com uma caneta os circulei. As marcações incluíam estabelecimentos menores de vendas de armas, em distritos mais remotos da aldeia, porém um fez com que eu franzisse o cenho. Aqui ele aparece como responsável do destinatário. Pensava, apontando para mim mesmo com a caneta os pontos que me referia. Aqui ele aparece como distribuidor. Por que? As interrogações não paravam por ai. Parando para analisar o todo, seu nome acabava sendo ligado a até mesmo as entregas para o Quartel General. A expressão retornava para seu estado serene, mas continuava pensativo, já se acostumando com a ideia de que aquele edifício qual me encontrava estava envolvido ao problema que estava lidando.

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