URAMESHI
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Desde a última missão, esperei não mais receber qualquer outra. Meu jeitão problemático provavelmente não saltaria aos olhos dos superiores. Isso, de certo modo, me chateava um pouco. Enxergava as missões como uma forma de ficar mais forte, algo muito necessário para realizar um plano tão ambicioso quanto o de subjugar todos os humanos ao meu comando.

Acordava cedo e com uma vontade impetuosa de fazer o mal e tocar terror em todas as imediações. E, enquanto comia uma torrada, dei uma risada dotada de toda a maldade existente no mundo. "Hoje é o dia em que irei detonar tudo", pensei. Depois de pronto, saí de casa lentamente e percebi que meu avô dormia no sofá pela segunda vez na semana. Daquele ponto, retirei-me à espreita, esperando não acordar o velho. Pus um único pé para fora e pude ouvir o rasgar de uma águia no céu. Estendi meu braço, uma vez que sabia muito bem do que se tratava. Pousou-se e, enfim, agarrou-se ao antebraço estendido. Na sua pata, como esperado, havia uma mensagem anexada enviada do alto escalão da vila, isto é, o quartel general. O conteúdo simplório pedia apenas que realizasse uma missão um tanto quanto longe do vilarejo.

Tratava-se da oportunidade perfeito. A aniquilação de dois coelhos com uma única cajadada. O motivo? Simples, conseguiria, ao mesmo tempo, chutar traseiros e fazer isso em nome da lei. E, de tabela, quem saber poderia lutar contra algumas pessoas fortes o suficiente para mostrar o quão poderoso era o grande Urameshi. — Esses merdas da elite parece que finalmente entenderam o quão forte eu sou. Hehe. Hora de chutar algumas bundas. — falei comigo mesmo. Ao fim, dirigi-me ao local onde, provavelmente, estariam acontecendo os eventos descritos no pergaminho da missão. Um estúpido como era, não me preocuparia com abordagens mais discretas ou até estratégicas. Invadiria o espaço da maneira mais bruta possível, enfrentando quantos inimigos encontrasse pela frente durante a viagem.

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Enquanto andava pelas ruas, soube que seria guiado por uma Sensei responsável. — Pff! Esses caras são uma piada. — reclamei moribundo enquanto caminhava pelas ruas de Iwagakure. Era inverno e a temperatura estava baixa. O corpo deu-se conta disso enquanto andava pelas ruas. Rapidamente, voltei para casa e trajei-me com um casaco e um cachecol. O vestuário estava completo, agora era hora de preparar alguns mantimentos. Dentro de uma mochila velha, reuni bastante comida e água para a viagem, preparando-me para enfrentar dias frios e complicados que estavam por vir.

Depois de tudo, voltei-me ao portão onde encontraria com o restante do time responsável pela missão. Sinceramente, nenhuma daquelas pessoas importava para mim. Apesar disso, essa era uma ótima oportunidade para destacar-me como um líder nato, ainda que houvesse uma sensei. Meus olhos brilharam, sonhando como seria reconhecido por toda Iwa como o maior dos ninjas, o comandante de todo o mundo. Em um devaneio, passei a andar cada vez mais rápido. Alguns minutos se passaram e lá estava eu atrasado diante daqueles que deveria chamar de "parceiros". — Ae, vou logo avisar que eu sou o grande Urameshi e que todos vocês são meus subordinados. Hehe. — apresentei-me, dando, ao fim, uma risada um tanto quanto irônica.

As palavras foram levadas a sério e uma briga instaurou-se entre mim e um outro garoto. A outra menina permaneceu quieta, ou ao menos esperava-se isso por parte dela. A sensei, por outro lado, apartou a briga e finalmente deu início a viagem.

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Durante o percurso da viagem, sentia-me empolgado sobre quem chutaria a bunda quando finalmente chegasse ao País do Arroz. Enquanto andávamos, perdia-me em pensamentos tempo o suficiente para ficar calado durante toda a viagem. O outro garoto do grupo, por outro lado, tagarelou um bocado com a sensei. Depois de muito andar, finalmente chegávamos numa estalagem onde daríamos um tempo até prosseguirmos viagem. Tentei convencer a tutora de fazer o contrário e continuarmos a viagem para chegarmos o quanto antes, mas tudo foi em vão. Convencida e com razão, paramos e tratamos de realizar o mais básico, como: hidratar-se, nutrir-se e higienizar-se. Todos os cuidados prestados, saí de dentro daquela instalação e me dirigi a um campo do lado de flora repleto de árvores. Acompanhando-me estava o colega de time.

Tomando a frente, o menino sacou uma kunai e a arremessou com uma curva descomunal. Surpreendeu-me, porém não o suficiente para despertar em mim algum tipo de inspiração. — Isso ainda está muito longe das habilidades do grande Urameshi, seu otário. Hehe. — provoquei com um sorriso sarcástico estampado na cara. Provocado, se irritou e começamos uma discussão verbal. Não via a hora de finalmente poder continuar minha viagem.

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O desenrolar da situação foi como o esperado. Reconhecido os meus talentos inegáveis, havia me transformado numa espécie de liderança provisória para aquele grupo. Sem tempo para organizar planos muito bem arquitetados, uma vez que a vila estava sendo atacada, resolvi não medir esforços em uma ofensiva avassaladora dotado de todo o poder que tivesse em mãos. — É o seguinte, rapaziada, nós vamos atacar esta noite com todas as nossas forças. Kiran, pelo que sei, você é razoavelmente bom com armas ninjas, então você ficará na minha retaguarda e arremessará armas no momento em que julgar propício. Seu dever é: manter os inimigos em confusão enquanto eu realizo a investida principal. Menina, não conheço as suas habilidades mas você deverá permanecer ao lado do outro bostinha. Caso veja alguma brecha, ataque para matar. É isso, meus amos, vamos chutar algumas bundas sujas. — expliquei para eles de maneira baixa.

Meu palavreado provavelmente deixaria-s desconfortáveis ou até mesmo irritado. No entanto, tudo que esperava é que seguissem o meu plano à risca. Independente de seguirem ou não, avancei para o vilarejo de maneira intensa. Minha velocidade estava atiçada ao máximo, provocando meu corpo a mover-se da maneira mais ágil possível. Perante ninjas adversários, desta vez, esperava manter a formação inicial onde eu permaneceria na frente e os demais genins atrás. Enquanto corria, via alguns inimigos e rapidamente me preparava para batalha fazendo uso do shunshin para acrescer ainda mais a voracidade dos meus movimentos. Não sabia ao certo quantos eram, por isso atacaria da maneira mais brutal possível para abater o maior número que conseguisse de uma única vez. O fator surpresa também fazia parte do meu plano.

Destarte, iniciaria com manobras de fintas para atacar os flancos inimigos, tentando acertá-los com chutes agressivos direcionados conta as suas cabeças. — Kiran, arremesse suas armas e não pare. — ordenei. Depois daquelas tentativas de golpes físicos e esperando que Kiran os atacasse, faria acrobacias para trás, afastando-me ao máximo dos oponentes. Em uma distância de certa segurança, unido aos demais genins, era hora de botar à prova minhas recentes aprendizagens em ninjutsu. Contava também com alguma ação da outra garota, talvez essa fosse a hora. Da minha mão evoquei raios que provocaram o surgimento de uma figura canina munida com um chakra intenso. — Vai, dogão!!! — gritei enquanto controlava o trovoado cão em direção inimiga. Tentaria colidir minha técnica com os corpos dos invasores, quem sabe assim conseguiria derrotá-los.

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Apesar das minhas tentativas, falhei miseravelmente. Contudo, não me desesperei e continuei a encarar os inimigos frente a frente. De repente, uma sonolência tomou conta do meu corpo e então, sem opções, acabei caindo no sono. Antes de entrar no sono completamente, deitei-me ao chão como uma última atitude. De corpo estirado, tirava uma soneca e tanto depois de muita ação. Sonhos meus dominando o mundo começaram a rechear o meu sono. Não queria mais acordar, definitivamente não.

Entretanto, uma hora acabaria voltando ao mundo normal. Quando dei conta de mim, estava de volta à hospedaria. Mais precisamente em deitado sobre a cama de um quarto. Não sabia ao certo o que tinha acontecido, porém lidava bem com aquela situação. Agora acordado, fui explicado pela sensei de tudo o que aconteceu. — Genjutsu, hein?... Cara, que técnica mais merda. Não tem diversão se você não puder socar algumas caras. Hehe. — falei comigo mesmo dando uma risada ao final. No fim de tudo, estávamos de novo em solos de Iwagakure. Lá, tomei o rumo do quartel general, recebi minha recompensa e, finalmente, retornei para casa. — Vou ficar mais forte, custe o que custar! — concluí repleto de determinação.

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