Com certeza estava mais preparada para a minha carreira ninja, pois agora tenho mais conhecimentos para usar em batalha. Contudo, sei que ainda falta mais, não basta apenas ter os conhecimentos, preciso coloca-los em prática.
Uma boa forma de combater utilizando meus conhecimentos é usar dos pontos fracos do corpo humano, não exigindo muito da minha força, apenas da precisão de um golpe certeiro. Mas, ainda assim, é preciso mais. Não tenho kekkei genkai, afinidade de chakra ou qualquer coisa desse tipo. Meus jutsus são apenas os básicos ensinados na academia.
Minha irmã, enquanto refletia, bateu na porta do quarto e a abriu.

── Pensativa novamente, Yuhi? Diga-me o que te aflige. ── Kaori sempre com seu ar bondoso e confortante.

── Ah, Onee-san, sinto-me despreparada para um combate. Mesmo depois de todo o estudo adquirido, ainda me sinto em desvantagem. ── Desabafo.

── Yuhi... ── Disse em meio a um leve sorriso carinhoso ── Não se lembra de nada? É uma jovem talentosa, e guarda uma boa habilidade. E caso ainda não tenha percebido, as flores mais bonitas carregam consigo os venenos mais letais. ── Completou, e logo retirou-se do quarto.

Sei bem a que ela se referia. Quando nossos pais morreram, eu pude sentir. Eu tenho uma habilidade sensorial, mas nunca procurei desperta-la, apenas estudando larguei de mão esse potencial. Mas é uma boa ideia, posso tentar criar um jutsu com essa minha habilidade. E mais, Kaori disse-me sobre o "veneno", já li sobre ninjas que utilizam de substâncias para nocautear os inimigos com uma só senbon. Sei que tenho os conhecimentos necessários para isso.
Vesti-me com meus trajes normais ─ típicos de uniformes colegiais. Minha bandana amarrada como uma faixa em minha cabeça, acima de minha franja. Minha bolsa de armas na lateral de minha saia, presa na parte da cintura. E meus óculos de armação vermelha e simples.
Fui correndo para o laboratório, no entanto, pelo meio do caminho avistei no chão uma flor, essa que me despertou incrível atenção. Perfeita, a flor mais linda que já vi. E junto dela havia também algumas outras flores, mas não tão belas quanto a que me despertou a atenção.
De imediato as palavras de Kaori vieram à minha mente.

── Se as mais belas flores guardam as toxinas mais letais, o que será que estas aqui guardam?

Recolhi todas aquelas flores e as levei comigo para o laboratório.
Chegando no local, aprontei-me em uma mesa e comecei a pesquisa. Utilizando os aparelhos disponíveis ali, comecei a investigar aquelas flores. Com ajuda de bisturis, dividi as flores em caule, pétalas e folhas. Depois, com um microscópio, analisei as células das flores. Vendo sua composição e elementos.
Passei um bom tempo analisando as estruturas das plantas, cuidadosamente, para poder compreender e identificar suas substâncias.
Eis que, a partir das pétalas daquela bela flor, encontrei uma substância nociva, a qual é conhecida por causar sensações de queimadura no corpo. Logo, peguei as partes e a coloquei em um béquer, logo depois adicionando uma substância corrosiva, com o intuito de desmanchar as pétalas. Então deixei-a lá enquanto fazia efeito.
Continuei as analises nas demais flores, e então encontrei, também naquelas flores, uma substância que, seguindo meus conhecimentos científicos e anatômicos, é fundamental no processo de cicatrização dos tecidos humanos.

── Ótimo, já sei o que farei: um veneno e um medicamento! ── Afirmo entusiasmada.

Fiz o mesmo procedimento com aquelas pétalas, a fim de subtrair a medicina delas.
Após esperar um tempo, o suficiente para que ambos os conteúdos dos béquers estivessem corroídos e homogeneizados, passeio-os para um processo de filtração, utilizando-se de equipamentos ali disponíveis. Filtraria para deixar ambas as misturas o mais puras possíveis. Para assim deixar apenas as substâncias em questão: a nociva e a medicinal.
Feito isso, o veneno já estaria pronto em estado líquido, o guardando em algumas de minhas ampolas. Logo quando iria guardar o medicamento tive uma surpresa: naturalmente, a substância em seu estado puro tornou-se uma espécie de pomada.

── Acho que assim fica até melhor. ── Expresso guardando o medicamento em outras de minhas ampolas.

Yūgai Haru e Hanabira no Kea, nomeei o veneno e o medicamento, respectivamente.
Levei quase metade do dia, estava escurecendo, sinalizando que já era uma boa hora para voltar pra casa. Assim fui correndo, contente para pode contar a novidade para minha irmã, de que consegui criar duas substâncias para me ajudar em combate.
Contudo, enquanto corria alegre para casa, eis que tropeço em algo no caminho levando-me ao chão. Foi tão rápido que nem reação tive para murmurar. Em seguida, levantei-me e sacudi minha roupa, conferi meus equipamentos e fui ajeitar meus óculos. Mas, eles não estavam comigo, olhei para o chão e então os vi com as lentes partidas.

── Não creio. Meus óculos quebraram... ── Lamento.

Recolhi os pedaços mas não era capaz de remenda-los. Olhei ao redor e tudo estava embaçado. A rua parecia deserta, e já estava escurecendo.

── Agora como farei para voltar para casa?

De novo, as palavras de Kaori vieram em minha mente, fazendo-me lembrar de minhas habilidades sensoriais. Talvez, fosse uma forma de me guiar para casa novamente. Já senti o chakra de cada um de minha família, então aposto que consigo reconhecer o de Kaori. No entanto, nunca tive sensação a longas distâncias, e minha casa estava a mais de vinte metros do laboratório.

── Acalme-se e concentre-se. ── Disse para mim mesma.

Assim, realizei um selo de mão, para ajudar no fluxo de chakra, e então concentrei-me. Imaginando que seria uma tarefa fácil para mim, pois tenho um grande controle de chakra.
Logo, comecei a ter sensações, comecei a sentir os chakras de pessoas que estariam não muito longe dali. Porém eu precisava de mais, para conseguir encontrar Kaori.
Assim gastei do meu chakra para aproveitar de minhas habilidades sensoriais, potencializando-a para que atingisse metros de distância. Para assim encontrar a assinatura de chakra de minha irmã.

── Isso! Encontrei-a. ── Afirmo ao reconhecer o chakra de Kaori.

Dessa forma, fui me guiando até chegar em casa. E com isso criei meu próprio jutsu, nomeando-o Kankaku.

HP 200|200
CH 206|225

Bolsa de Armas: