O sol do deserto queimava com intensidade sobre o vasto mar de dunas que cercava Sunagakure. O calor era quase sufocante, e o horizonte tremeluzia com ondas de ar quente. Biskka estava no meio de tudo isso, junto com outros Genins, participando de um dos treinos mais desafiadores para qualquer shinobi da Areia: a sobrevivência no deserto. O Jounin instrutor, com os braços cruzados e uma expressão severa, avaliava os ninjas enquanto falava. — Hoje vocês aprenderão a sobreviver fora dos muros de Sunagakure. O deserto é impiedoso e, se não estiverem preparados, ele os engolirá sem piedade. Encontrar água, montar abrigos e identificar alimentos seguros são habilidades essenciais. Agora, mostrem que são dignos de carregar o símbolo de nossa vila! Com essa ordem, o grupo se dispersou. Cada Genin deveria cumprir os desafios por conta própria, sem apoio dos outros. A Shinobi iniciou seu treinamento focando no primeiro objetivo: encontrar água. Ela se ajoelhou na areia escaldante, observando o solo com atenção. Procurou por pequenas depressões e fendas nas rochas. Sabia que, às vezes, raízes de cactos ou plantas escondiam umidade sob a superfície.

Com uma kunai em mãos, começou a cavar nas áreas sombreadas de uma formação rochosa. Minutos se passaram, o suor escorrendo por sua testa e pingando na areia. Foi quando notou uma leve umidade. Com esforço redobrado, cavou um pouco mais até encontrar pequenas gotículas que começavam a emergir. Não era muito, mas ela sabia que, em situações de vida ou morte, cada gota contava. Em seguida, a jovem avançou para o próximo desafio: montar um abrigo. Ela encontrou uma elevação natural nas dunas e usou algumas estacas e uma lona que carregava para improvisar um toldo. A estrutura simples oferecia uma sombra valiosa contra o sol escaldante e ajudaria a manter a temperatura do corpo estável durante a noite, quando o frio intenso dominaria o deserto. Mas o maior teste ainda estava por vir: encontrar alimentos. Biskka caminhou por um terreno irregular até encontrar um pequeno arbusto com frutinhas escuras. Cautelosa, cortou um dos galhos e usou um pouco de chakra para esquentá-lo, evaporando a seiva levemente tóxica que cobria as frutas. Esse método evitava envenenamentos e era uma técnica ensinada apenas para ninjas da Areia.

Ao cair da tarde, o Jounin voltou para avaliar o progresso dos Genins. A Shinobi havia completado todos os objetivos e aguardava em seu abrigo improvisado. — Impressionante — disse o Jounin, erguendo uma das frutas que ela havia encontrado. — A maioria dos novatos não consegue identificar essa planta como uma fonte segura de alimento. Biskka permaneceu em silêncio, apenas acenando levemente. Havia superado cada desafio sem hesitar, mesmo quando a sede e o cansaço ameaçaram sua concentração. Quando o treinamento terminou, o sol já desaparecia atrás das dunas, tingindo o céu de um vermelho profundo. Ela observou o deserto com um novo respeito. Sobreviver ali não era apenas uma questão de força, mas de inteligência, paciência e uma profunda conexão com o ambiente. Ela sabia que, como uma verdadeira filha do deserto, precisava continuar aprimorando essas habilidades.

Considerações: