人形使い

Após a missão de graduação para Chunin, Shigaraki Tomura estava exausto. O resgate do comerciante no meio do deserto, em meio a uma tempestade de areia, havia sido um teste extremo de suas habilidades e resistência. Ele havia utilizado suas marionetes, Kuroari e Karasu, para se proteger e garantir a segurança do comerciante, mas o custo havia sido alto. Ambas as marionetes sofreram danos consideráveis, e agora, enquanto caminhava de volta para Sunagakure, Shigaraki sabia que precisaria repará-las.

Ao chegar aos portões da vila, Shigaraki foi recebido com olhares de preocupação e curiosidade. Os guardas que o haviam visto partir horas antes agora observavam seu retorno, notando as condições deploráveis de suas marionetes. As estruturas de madeira e metal estavam lascadas e amassadas, com partes quebradas e articuladas pendendo de maneira desajeitada. Mesmo com o peso da missão e o cansaço acumulado, Shigaraki manteve-se ereto, seu olhar determinado.

— Bem-vindo de volta, Shigaraki — disse um dos guardas, com um aceno de cabeça respeitoso. — Parece que foi uma missão difícil.

— Foi, mas o comerciante está seguro agora. Preciso levar Kuroari e Karasu para reparos imediatos — respondeu Shigaraki, sua voz firme apesar da exaustão.

Sem perder tempo, ele se dirigiu ao seu pequeno ateliê, um espaço que havia montado cuidadosamente com todas as ferramentas e materiais necessários para manter e aprimorar suas marionetes. O ateliê era uma extensão de sua própria mente, organizado meticulosamente para maximizar sua eficiência. Cada ferramenta, cada pedaço de madeira e metal, tinha seu lugar.

Colocando as marionetes na mesa de trabalho, Shigaraki começou a examinar os danos. Kuroari, a marionete mais robusta, havia sofrido uma quantidade significativa de danos em sua estrutura principal. As lâminas estavam embotadas, algumas articulações estavam completamente destruídas, e havia fissuras na carapaça que precisavam ser reparadas. Karasu, mais ágil e leve, tinha várias partes quebradas, incluindo um braço completamente desarticulado e suas asas rasgadas.

Shigaraki suspirou profundamente, mas não perdeu tempo lamentando. Ele sabia que as marionetes eram uma extensão de si mesmo, e deixá-las em um estado deplorável era inaceitável. Com mãos habilidosas, ele começou a desmontar as partes danificadas, separando cuidadosamente cada componente. O processo era meticuloso e exigia toda sua concentração.

Enquanto trabalhava, sua mente vagava de volta à missão. Lembrava-se claramente do momento em que havia usado Kuroari como um escudo contra os ventos cortantes e os fragmentos de areia, e como Karasu havia se sacrificado para abrir caminho através das dunas. A decisão de colocar suas marionetes em risco havia sido difícil, mas necessária. Agora, ele precisava pagar o preço dessa decisão com seu próprio esforço e habilidade.

Horas se passaram enquanto ele trabalhava incansavelmente. A luz do sol se transformou em crepúsculo e, eventualmente, na escuridão da noite, mas Shigaraki continuou sem parar. Ele substituiu peças quebradas, reforçou articulações, afiou lâminas e costurou as asas de Karasu com um cuidado quase cirúrgico. Cada reparo era um lembrete da confiança que tinha em suas marionetes e da necessidade de mantê-las em perfeitas condições.

Eventualmente, o primeiro raio de sol da manhã começou a se infiltrar pelas janelas do ateliê. Shigaraki finalmente deu um passo para trás, observando seu trabalho com um olhar crítico. Kuroari e Karasu estavam de pé novamente, suas estruturas reparadas e reforçadas, já aproveitando para devolver as marionetes aos pergaminhos, que usava para economizar forças as carregando manualmente, utilizando o Funyu no Jutsu. As marionetes pareciam quase novas, prontas para enfrentar qualquer desafio que viesse.