É com aconchego que sinto a neblina matinal atravessar minha roupa de linho. Minha mãe resmunga qualquer coisa sobre um estoque de legumes faltando; não a escuto. O humilde comércio da família é de pouca importância para mim dados os acontecimentos dos últimos dias.

Minha convocação chega na forma de um ANBU do vilarejo. Meu corpo paralisa, engulo em seco. Minha mãe, não; começa a resmungar com a autoridade militar, e aí preciso intervir. Gaguejo, faço uma reverência de desculpas. Ele anuncia o chamado do meu mestre e o pedido de missão. Meu coração se acelera, e então comunico minha presença imediata. O ANBU desaparece tão logo como veio.

Me despeço rapidamente da minha mãe, que evita me olhar. Resmunga uma última vez, agora na forma de algo como "não morrer de forma estúpida". É seu jeito de cuidar de mim, reconheço. Asseguro-lhe de meu retorno e começo a correr.

Chego arfando ao portão, sem fôlego e com fios de cabelo grudando na testa. Que bela imagem. Meu mestre já está lá, com seu visual implacável, par de chifres e penteado violeta. Não posso deixar de pensar: ele é tão legal. Me recomponho.

— P-perdão pelo atraso, senhor — me desculpo e ouço atentamente os detalhes. Uzoshiogakure, o nome passeia por minha mente. Nunca visitei uma colônia; aquele passeio já seria interessante só por isso. Calma, passeio? Não, não. Foco! Temos um objetivo sério a cumprir. Eu não estava familiarizado com a OPK, mas imaginei que não seria muito diferente do meu relatório sobre o Rei Vampiro. — N-nunca fiz, senhor... c-conto com vocês para aprender sobre a burocracia necessária. Desculpem por isso. V-vamos.

Ali, caso meus companheiros de equipe estivessem prontos para partir sem problemas, permitiria certo alívio me contagiar. Não será como da outra vez, confirmaria à mim mesmo. Um pensamento involuntário me levou ao jovem de cabelos brancos daquela noite desértica. Não, recusei-o. Agora, tenho um lugar para pertencer.

Com esse novo ideal, eu seguiria para minha primeira missão em equipe.