Ethan estava no gabinete de Konoha quando um pergaminho misterioso foi entregue. Naquele dia, se tudo corresse conforme o planejado, o Jonin resolveria as pendencias que acumulou durante os dias anteriores, afinal de contas, temia as represálias por parte do seu sensei, o Hokage. Por isso, deixou o papiro de lado por hora, se concentrando em alguns relatórios de missões e semelhantes. Embora não estivesse tão familiarizado assim com os sistemas organizacionais da vila, tendo muitas dificuldade e dúvidas no início, o Uzumaki, supreendentemente, podia dizer que excepcionalmente naquele dia estava fazendo um bom trabalho. Quando finalmente se deu por si, a enorme pilha de documentos que o rodeava havia desaparecido, como se nunca tivesse existido. Por fim, enquanto alongava os ombros com movimentos circulares, Ethan voltou a dar atenção para o pergaminho. Primeiro tentou adivinhar do que se tratava, como se aquilo fosse um jogo de adivinhação, percorrendo cada milímetros do papel com os olhos. Ele passou alguns instantes preso na atividade, até finalmente se dar por vencido e começar a ler a mensagem.

Assim que o garoto terminou a leitura silenciosa, os seus olhos saltaram. Mesmo conseguindo ler claramente cada palavra escrita ali, ainda assim era difícil acreditar naquilo. No entanto, a dúvida e incerteza não teriam muito espaço naquele gabinete, já que os sentimentos do Uzumaki se inflamariam até que ele fosse invadido por um mix de raiva e frustração. Ethan não fazia questão nenhuma de esconder o quanto era infantil; não aceitava perder e ponto. Por isso, ao se inteirar da situação, os acontecimentos em Takumi no Sato era a única coisa que passava pela sua cabeça. Era como se sentisse todos aqueles corpos sem qualquer traço de vida o encarando, exigindo uma reparação, implorando para que as suas mortes tivessem algum significado maior.

Sem ter tempo o suficiente para lidar de forma saudável com o vórtice de sentimentos que o torturava, Ethan já tinha tomado a sua decisão. Ele iria resolver aquilo de uma vez por todas, vingando todos os homens e mulheres que perderam a vida por sua culpa. Não existia outra opção. Então, antes de sair dali, rumando até os portões, verificou se estava tudo em ordem com os seus equipamentos, pegando o leque que até então estava encostado no canto da sala, o colocando nas costas.

Não tendo mais o que fazer ali, partiu às pressas, percorrendo uma dúzia de corredores e ruas até finalmente ter um vislumbre dos portões do vilarejo. Ao chegar lá, esperaria. Como não sabia se outros também tinham recebido a mensagem, achou que seria prudente esperar por possíveis reforços, controlando momentaneamente a sua cólera. Se por ventura ninguém aparecesse em 10 minutos, não hesitaria em seguir viagem sozinho.

“Eu... não consegui salva-los. Eu falhei! Não pude fazer nada impedir aquilo. Mas agora, pelo menos, ainda posso vingar cada vida que foi perdida. Isso é uma promessa”, preso nos próprios pensamentos, Ethan levou a destra até o símbolo do seu fracasso com todos, a fita que carregava acima da bandana.

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