À medida que a noite avançava em direção à madrugada, a atmosfera de Kirigakure era transformada por uma cena de tirar o fôlego. O céu, que anteriormente exibia tons de azul escuro e violeta, agora estava mergulhado em uma escuridão profunda, com apenas a luz suave e prateada da lua para iluminá-lo. A lua, uma esfera brilhante e majestosa, pendente no firmamento, lançando seu brilho etéreo sobre a paisagem.

As estrelas, como diamantes finos, salpicavam o céu, formando constelações que incluem histórias antigas. Cada ponto de luz era uma janela para os segredos do universo, um vislumbre das maravilhas cósmicas que se estendiam além da imaginação humana.

Enquanto a noite avançava, uma névoa misteriosa começava a envolver Kirigakure, como se a própria cidade estivesse sendo abraçada por um véu. A escuridão serpenteava pelas ruas e becos, ocultando os contornos dos edifícios e transformando cada esquina em um portal para o desconhecido. O ar estava impregnado com a umidade fresca da névoa, criando uma sensação de tranquilidade e mistério.

À noite envolvia o mundo, e Nezuko se encontrava em um estado de insônia persistente. As sombras dançavam nas paredes de seu quarto, enquanto a luz pálida da lua se infiltrava através das cortinas semi abertas. Inquieta e com pensamentos tumultuados, ela finalmente decidiu abandonar a tentativa de descanso e se dirigiu silenciosamente ao gabinete.

A Hyuuga subiu as escadas que levavam ao telhado do gabinete, um lugar que se tornaria seu refúgio pessoal nos momentos de reflexão e paz. Ao alcançar o topo, ela encontrou um lugar confortável e sentou-se, deixando suas pernas cruzadas sob ela. O telhado de telhas frias e antigas serviu como um tapete celestial sob o vasto céu noturno.

E ali, naquele momento de quietude, Nezuko dedicou alguns minutos para contemplar a paisagem que se estendia diante dela. A lua estava majestosa, seu brilho prateado fazendo o mundo parecer mágico e misterioso. As estrelas pontilhavam o firmamento, formando constelações que ignoravam histórias antigas escritas no céu. “Saiken”, a menina chamou pela besta adormecida dentro de si, que a ignorou. “Saiken, responde”, ela voltou a chamar.

“O que foi? Não tenho direito a descanso agora?”, a voz da besta ecoou em sua cabeça, fazendo a menina suspirar. “Não sei pra que essa grosseria toda, custa acreditar que eu só quero que a gente viva em paz?”, a Mizukage falou enquanto fechava os olhos para se deixar aparecer no local escuro onde a besta estava presa. “Com a responsabilidade que ganhei, agora eu preciso de você mais do que nunca…”, a espadachim continuou falando enquanto se aproximava da jaula onde Rokubi ficava presa.

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O Rokubi, com sua postura imponente, se moveu em direção às grades que a separavam da Hyuuga. Seu olhar intenso estava cravado na figura da Mizukage, como se ela pudesse enxergar além das aparências e mergulhar nos pensamentos e palavras dela. A tensão no ar era palpável, e um silêncio pesado pairava sobre o ambiente.

Enquanto se aproximava, o Rokubi não desviou os olhos, mantendo os fixos na Hyuuga com uma intensidade quase hipnotizante. Sua expressão era um enigma, revelando um pouco sobre seus sentimentos ou pensamentos. Parecia que ele estava processando cada palavra que Hyuuga havia aqui, mergulhando em um profundo estado de reflexão.

O tempo parecia desacelerar à medida que minutos se transformavam em uma eternidade naquele breve encontro. “E porque eu deveria acreditar nas suas palavras, Hyuga?”, a voz de Saiken finalmente ecoou em sua cabeça. “Poxa, o que mais eu tenho que fazer para que você acredite em mim? Nós vivemos juntas há mais de cinco anos, você já me conhece o suficiente, não acha?”, Nezuko voltou a falar. “E ainda sim continua me mantendo presa nessas grades!”, a besta falou com raiva. “Eu tentei te deixar fora daí, não lembra? Mas você quase me matou!”, a Hyuga respondeu e logo suas mãos tocaram as grades. “Eu não tenho problemas em te deixar livre, mas pra isso temos que saber conviver uma com a outra”.

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Saiken ficou mais alguns segundos quietas, em seus pensamentos ela repassava todas as vezes que tinha lutado ao lado de Nezuko, todas as falas da menina e todas as vezes que a mesma tinha se esforçado para salvar aqueles que necessitavam, além disso se lembrou também como ela se esforçava para se entender com a besta, sempre enfatizando que as duas poderiam viver em harmonia no mesmo corpo. Com isso, ela viu que a Hyuga realmente merece sua amizade. “Tudo bem, eu admito que eu tenho sido difícil de lidar”, Rokubi finalmente falou, fazendo com que a menina abrisse um sorriso. “Isso é uma bandeira branca?”, ela perguntou. “Sim… Vou te ajudar na sua jornada”, a besta respondeu brevemente e Nezuko logo desfez a jaula que mantinha a criatura presa.

Assim que a jaula se desfez totalmente, Saiken compartilhou 60% de seu chakra com a menina e um manto de chakra azul bem parecido com a transformação anterior, Rokubi Chakura Modo, cobriu todo o corpo da Hyuuga. Porém, esse parecia mais bonito e bem formado, já que as seis caudas da besta surgiram a partir do final de sua coluna, bem como símbolos do seu clã feitos com gás ácido aparecerem em partes específicas de seu manto.

A Mizukage abriu os olhos e se encontrou novamente no telhado do gabinete, mas agora coberta pelo manto do Saiken Modo. “Isso é muito bonito!”, ela falou com a besta. “Realmente…”, Saiken respondeu e logo Nezuko começou a correr pelas ruas da vila, testando a velocidade máxima que conseguia chegar ao estar coberta pelo manto. “Definitivamente essa transformação é melhor que todas as outras”, completava sua avaliação enquanto continuava a correr.

Nezuko continuou testando suas habilidades por uma hora até que decidiu que já era hora de voltar para casa, afinal no dia seguinte tinha que acordar cedo para continuar trabalhando em prol da vila.

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