Hakuryuu acordou cedo, sentindo-se energizado e animado com o que o aguardava naquele dia. Desde a última vez que encontrou o professor Hikari nutria uma profunda curiosidade sobre qual deveria ser o próximo passo que o ele se referia. Porém, como esteve muito mais ansioso quanto às missões solo que efetuaria como chuunin, acabou deixando a coisa um pouco de lado.

Logo que conseguiu completar seu primeiro par de missões com sucesso, a saciedade em um aspecto acabou evidenciando a carência em outro. Por isso, não durou mais do que um dia até que Haku decidisse voltar ao laboratório do professor.

Dessa vez seu passeio pela região do hospital de sunagakure foi bem mais curta. Sabia exatamente para onde ir, afinal.

Não demorou muito entre o soar da campainha e o aparecimento do professor:

— Ah, Hakuryuu-kun, como tem passado? — surpreso, mas feliz com a visita, o professor indagou — Pronto para iniciaro verdadeiro treinamento do qual falei? — com um sorriso desafiador, o professor prosseguiu.

— Ah, bem. E o senhor? — um tanto ansioso, Hakuryuu respondeu com presteza — Humm, sim, estou pronto… — com a ansiedade ofuscada pela dúvida, o garoto acabou hesitando um pouco apesar de suas palavras.

O professor, naturalmente, percebeu a hesitação. No entanto, talvez por confiar no potencial do garoto, ele nada disse. Era como se ele estivesse certo de que o garoto conseguiria.

Para quebrar o gelo, Hikari convidou o rapaz a entrar. Hakuryuu estava hesitante quanto às suas habilidades. Apesar disso, provavelmente devido à sua natureza de querer agradar os outros, a mesma hesitação não foi vista na hora de entrar. A expressão no rosto do chuunin não era das melhores, mesmo assim ele entrou sem pensar duas vezes.

Palavras: 282

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Dentro do laboratório, como o local estava vazio e podia escolher, Hakuryuu dirigiu-se ao seu assento de sempre. Sentado em frente à lousa do laboratório, Kin acompanhou o professor andar de um lado para o outro com um misto de curiosidade e ansiedade. Ainda não sabia exatamente o que o professor Hikari tinha preparado para ele naquele dia, mas, agora sentindo-se um pouco mais esperançoso quanto às suas capacidades de aprendizado, buscou disposição para aprender e enfrentar os desafios que viessem pela frente.

Logo, o professor Hikari reuniu alguns materiais e começou a explicar sobre um tipo específico de ninjutsu, baseado em Yang. Conforme as palavras do professor preenchiam o ambiente, Hakuryuu foi gradualmente percebendo do que se tratava: o dr. Hakari queria ensiná-lo técnicas de cura. Em sua busca em entender qual a explicação por trás dos poderes do Otsutsuki com quem lutara lado a lado, jamais tinha pensado nessa possibilidade. Todavia, ao que a ficha caiu, Haku se animou, pois parecia um passo muitíssimo adequado para se dar em relação àquela curiosidade. A surpresa inicial deu lugar a um brilho nos olhos, fazendo com que, por algumas horas, Hakuryuu sequer conseguisse se lembrar de duvidar de si mesmo.

O professor Hikari descreveu os princípios fundamentais do Iryoninjutsu, explicando como o chakra podia ser utilizado de forma delicada e precisa para curar ferimentos e enfermidades. Hakuryuu prestou mais atenção do que nunca, absorvendo cada detalhe com dedicação e entusiasmo.

Como tudo que é bom acaba rápido, logo Hakuryuu ouviu o professor dizer que havia concluído. Ele até teria lembrado de se queixar do quão curta a aula tinha sido, porém, a movimentação do professor acabou captando sua atenção com mais força. Novamente, ele desaparecia por trás da porta na lateral do laboratório. O chuunin não sabia do que se tratava, mas tendo já estudado com o professor, sabia que mais coisas surpreendentes estavam por vir.

Palavras: 316

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Enquanto Hakuryuu permanecia em seu assento, o professor Hikari retornou à sala com uma xícara de leite e um bule de café. O jovem shinobi ficou confuso por um momento, sem entender o motivo desses itens aparentemente comuns estarem ali. Mas logo, o professor explicou a atividade proposta:

— Hakuryuu-kun, para a próxima etapa do treinamento, quero que você misture o café ao leite e, em seguida, utilize seu chakra para separar ambas as substâncias novamente — disse o professor com um sorriso.

Um estalo de compreensão ocorreu na mente de Hakuryuu. Era uma atividade que testaria seu controle de chakra em um nível mais avançado. Ele se sentiu empolgado com o desafio e pronto para provar suas habilidades.

Sem perder tempo, Hakuryuu misturou o café ao leite na xícara, criando uma mistura homogênea. Em seguida, fechou os olhos e concentrou-se profundamente em seu chakra. Com movimentos delicados e precisos, aplicou sua energia no líquido, separando o café do leite com facilidade.

Genuinamente surpreso, o professor Hikari aplaudiu, elogiando a habilidade de Hakuryuu em controlar seu chakra. No entanto, logo ele prosseguiu dizendo que ainda haviam mais alguns desafios a serem realizados antes que o chuunin pudesse dominar completamente a arte do Iryōninjutsu. Visivelmente mais disposto do que quando chegara no laboratório, Hakuryuu assentiu decididamente com a cabeça e silenciosamente observou o professor novamente voltar aos fundos do laboratório.

Palavras: 227

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Enquanto Hakuryuu aguardava na sala, o professor Hikari retornou com um botão de flor em um vaso com água. O jovem chuunin ficou novamente confuso com a escolha do item e como ele poderia estar relacionado ao treinamento de Iryoninjutsu.

O professor Hikari, percebendo a expressão intrigada de Hakuryuu, começou a explicar como a base do Iryoninjutsu consistia em acelerar as capacidades de cura naturais do alvo. Logo, um estalo ocorreu na mente de Hakuryuu, lembrando-se do que o professor havia dito na aula teórica. A replicação das células tinha uma relação direta o metabolismo: quanto maior um, mais rápido o outro. Ou seja, uma das bases do treinamento era aprender a acelerar o metabolismo do alvo. Nesse caso, portanto, ele deveria usar seu chakra para fazer a flor desabrochar. Contudo, deveria manter precisão de controle, evitando fornecer chakra em excesso ou em falta.

Logo, o professor confirmou suas teorias internas. Inclusive, ele também relembrou a relação com o metabolismo, reforçando que pouco chakra não faria a flor desabrochar e muito chakra faria a flor desabrochar, mas logo murchar. Ou seja, que um controle fino do chakra era essencial.

Decidido a enfrentar mais esse desafio, Hakuryuu se aproximou da flor com determinação. Ele posicionou ambas as mãos perto do botão e concentrou seu chakra nelas. Sabendo que controle de chakra e habilidade em ninjutsu eram o seu ponto forte, ajustou cuidadosamente a quantidade de energia liberada. Começaria com uma pequena quantidade de chakra.

Observando a flor atentamente, Hakuryuu ficaria atento para sinais de movimento. Enquanto as pétalas não dessem sinais de se movimentarem de dentro para fora do botão, ele seguiria gradualmente aumentando a vazão de chakra. Naturalmente, permaneceria sempre atento à sensação do fluxo de chakra nas suas mãos. Afinal, quando o resultado desejado viesse, teria de se lembrar de qual era a quantidade requerida.

Conforme os primeiros movimentos foram vistos na flor, Hakuryuu manteve sua concentração. Continuava a aumentar o fluxo de chakra, mas numa taxa cada vez menor. A tarefa exigiu grande foco e precisão, mas graças às suas habilidades inatas, ele consegue fixar o fluxo ideal conforme a flor desabrocha totalmente.

O professor Hikari volta a elogiar, impressionado com a habilidade de Hakuryuu em controlar seu chakra com tanta maestria. Além disso, ele enfatiza que, apesar de controle de chakra ser muito importante no Iryoninjutsu, ele não é tudo. Conhecimento sobre o funcionamento do corpo e das doenças também são essenciais, pois são eles que ditam quais processos desencadear no corpo. Afinal, nem sempre somente acelerar o processo natural de cura se mostra suficiente, fazendo com que o Iryo-nin acabe tendo que usar outras técnicas diferenciadas.

Novamente, Hakuryuu agradece ao professor e espera pacientemente a sua ida e retorno dos fundos do laboratório. Dessa vez, porém, mostra-se um tanto introspectivo, refletindo internamente sobre os ensinamentos do doutor.

Palavras: 470

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Anunciando à porta que aquele era o último e definitivo desafio, o professor Hakari aproxima-se com mais elementos curiosos em mãos: um lagarto, aparentemente morto, e um pergaminho. Considerando o que já sabia, foi apenas natural que Hakuryuu ficasse estupefato. Lagartos eram formas de vida mais simples que habitavam os desertos ao redor de sunagakure. No entanto, a diferença entre curar e trazer de volta à vida ainda soava colossal demais.

O professor prossegue, abrindo o pergaminho sobre a bancada adiante de Hakuryuu. O chuunin fica intrigado com os inscritos curiosos feitos de nanquim. Unindo seus conhecimentos de ninjutsu com o que havia aprendido até então, começava a entender mais ou menos do que se tratavam aquelas fórmulas. No entanto, como ainda não conseguia que dizer que havia dominado aquilo, hesitou por alguns instantes. Hakari, então, colocou o lagarto, imóvel, adiante do chuunin e observou-o silenciosamente.

Ambos se olharam silenciosamente por alguns instantes, até que o doutro quebrou o silêncio:

— Bem, você já deve entender o que deve fazer — cerrando os olhos, ele dirigiu-se ao jovem pupilo.

Acenando positivamente com a cabeça, Haku engoliu seco. Levou as mãos até o animal e começou a infundir chakra. Entretanto, apesar de todo o controle que Hakuryuu já sabia ter naquele tipo de atividade, começou a ficar cada vez mais nervoso. Para ele, diferença entre uma flor e um animal eram grandes demais. Por isso, acabou perdendo o controle e simplesmente enviando chakra demais. Em resposta, quase que instantaneamente o lagarto começou a fumegar. Quando Hakuryuu se deu conta, arregalou os olhos e, com o nervosismo crescente, acabou infundindo mais chakra ainda. Logo, o lagarto ficou preto.

Até então distraido, o professor Hakari voltou-se para trás ao sentir o cheiro de queimado. Com uma expressão de estranheza, ele procurou a fonte e, ao identificá-la, elevou as sobrancelhas. Kinsetsu estava vermelho de vergonha. Contudo, o professor era do tipo sério demais para tirar sarro.

— Relaxe, acontece com todo mundo… — pensativo, ele foi e voltou do fundo da sala com um novo lagarto.

Dessa vez, Hakuryuu respirou bem fundo e buscou se acalmar. Buscou lembrar-se da aula teórica e das palavras do professor após o teste da flor. Novamente, teve em mente que nem sempre só aplicar a técnica de cura seria o suficiente. Seria necessário conhecer a razão por trás da injúria. Por isso, sem pensar duas vezes, Hakuryuu levou as mãos no lagarto. Sem ele perceber, o professor esboçou um leve sorriso. Contudo, Hikari nada disse.

Conforme tocava o lagarto — bastante motivado, apesar do certo asco —, percebeu que mesmo para um lagarto do deserto, seu corpo parecia quente demais. Foi quando ponderou que aquilo parecia pior que uma pessoa febril que a ficha pareceu cair. Por mais que aqueles animais fossem adaptados, aqueles que não respeitam o deserto cedo ou tarde acabam mortos. Aquele caso em específico, muito provavelmente, não era por causas naturais. Mas, não deveria ser tão incomum que animais desérticos que não descansavam tempo o suficiente na sombra acabassem sofrendo de hipertermia. Por mais adaptados que fossem, todo organismo tem seu limite, afinal.

Novamente, Haku tentou recordar-se da última aula teórica do professor. Não coincidentemente, lembrou-se que o professor havia falado sobre o básico de fisiologia e da manutenção do corpo. Um dos fatores era a temperatura e as consequências de suas alterações drásticas. Como se uma lâmpada se acendesse acima de sua cabeça, Kinsetsu lembrou-se exatamente do tipo de dano que aquilo causava.

Enquanto refletia sobre o quanto o professor parecia ter planejado de antemão aquela aula, Hakuryuu mais uma vez voltou as mãos sobre o lagarto. Dessa vez mais calmo, manteve um fluxo estável de chakra. Não tinha familiaridade com quaisquer ninjutsus médicos em si, mas tinha noção mais ou menos de como eles funcionavam. Por isso, buscou focar-se na ideia de reverter os danos celulares causados pela temperatura em excesso. Não sabia se ia dar certo, mas buscou fornecer a energia necessária para que as células repusessem aquelas proteínas que haviam desnaturado sob altas temperaturas.

Por alguns momentos, nada mais além dos processos fisiológicos aprendidos anteriormente passaram pela cabeça do rapaz. Tamanho o foco que sequer lembrou-se de duvidar se daquela vez daria certo ou não. Apenas se concentrou nas respostas que tinha pensado para o problema.

Para o susto do rapaz, o lagarto se debateu. Com os olhos abertos, mais do que rapidamente a criaturinha buscou virar-se de dorso para cima. A essa altura, Hakuryuu, que não era muito acostumado com bichos, recuou as mãos e afastou-se com nojinho do bicho. No entanto, o processo de cura parecia completo. Bem como seu aprendizado das bases do Iryoninjutsu.

Professor Hakari aplaudiu o rapaz, parabenizando-o por aprender o conceito com sucesso. Porém, novamente lembrou-lhe que aquele era apenas o começo. Ser um ninja médico envolvia estudo para toda a vida. E, além disso, no que tangia técnicas de cura, Hakuryuu ainda não conhecia nenhuma propriamente dita. Sendo assim, teria que retornar para treinar mais. Porém, por ora, aquilo certamente era suficiente.

Agradecendo o professor, Kinsetsu o reverenciou com respeito. Após frisar o quanto era grato por todas aquelas aulas, despediu-se de Hakari. De volta à sua casa, caiu direto na cama, mentalmente exausto do longo dia de aprendizados que teve.

Palavras: 872

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