Uma nova estação, um novo dia. Com a chegada do Outono, acredito em dias melhores. Isso pois desde que comecei a conciliar vida pessoal com trabalho, minha mente anda sobrecarregada demais. O estresse; angústia; cansaço — todos me corroendo pouco a pouco. Não imaginava que fosse ser tão complicado assim no momento em que eu quis começar a fazer trabalhos fora dos âmbitos de ninja. — Não estou conseguindo estudar direito ultimamente. Isso é péssimo. — Murmuraria, nitidamente incomodado com o fato enquanto leio um livro de autocontrole.

Há algumas horas, recebi um pergaminho do famigerado "Cara das missões". Dessa vez, ele não me cumprimentara como de costume, apenas batendo na porta e deixando o objeto. E tudo bem assim. Não trataria ele da forma adequada, provavelmente; enfim. Seu conteúdo fala sobre uma arma capaz de dizimar uma vila, e portanto estão me convocando com esperança de que eu destrua-a. Além disso, é citado a existência de diversas armadilhas, coisa que mais me chamou atenção. — "Utilizar situações de perigo para praticar a calma." Saber tirar proveito das minhas emoções. Isso vai ser bom. Muito bom. — Veria nessa missão uma oportunidade não só de evitar um genocídio, mas também de controlar as emoções tal qual dominei meus medos. Com isso, poderei lidar com as coisas da vida mais "tranquilamente", melhorando meu rendimento nas áreas importantes. — Por ser de confiança e servir como combatente e também para pegar um pouco de experiência sobre a vida além dos trabalhos infantis dos Gennin's, Hazu também foi convocado. Certamente suas habilidades físicas me ajudarão bastante em diversos cenários, além de caso eu perca o controle de mim mesmo, ele irá me fazer cair na real. — Faria um monólogo interno, olhando para o teto e refletindo. — Kirigakure é mesmo uma vila inteligente. Eles conseguiram uma licença para que eu possa ir cumprir a missão sem faltar ao serviço e de forma que Saori não precise cobrir minha ausência com trabalho mais que dobrado, preservando ambos eu e ela de mais dor de cabeça. — Continuaria, ainda pensante.

Quando meus devaneios todos cessasssem, eu tomaria a atitude de me levantar e começar a me aprontar para sair. Pegaria tudo que me fosse importante, buscando não esquecer nada dentro de casa. Quando enfim fizesse isso, trancaria a porta, e prosseguiria para as docas, onde, salvo engano, é onde o pequeno Doragon reside. Ao passo em que chegasse, daria três batidinhas na porta com a canhota, me afastando em cerca de 6 metros de tal após a ação. Aguardaria, pelo menos por um tempo, a chegada do garoto para que podemos ir até o local indicado. — Bom dia. — Finalizaria, caso ele aparecesse.

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Observando o fluxo dos movimentos ao redor enquanto esperaria uma resposta — ou não — por parte de Hazu, não tardaria para ser agraciado com a ilustre presença do pequeno, que logo encheria seus olhos de alegria ao meu ver. Educadamente, o garoto me convidaria para entrar em sua humilde morada, gesto que eu assentiria positivamente, logo entrando.

Ficaria surpreso com as condições em que ele mora. Para alguém de patente superior a Gennin, esperava uma casa maior. Sem muito luxo, obviamente. Meus devaneios acerca do estado financeiro do garoto seriam cessados com seus gestos de entusiasmo e recepção calorosa. Pela sua expressão, é notável a tentativa de me deixar o mais confortável possível, o que é admirável. — Não, obrigado. Eu estou bem. Acho... — Responderia a indagação feita por ele, levemente distante. — Você não tem família? — Indagaria, não imaginando que fosse possível uma criança como ele morar sozinha nessas condições, teorizando sobre o dinheiro ganho em missões ser completamente investido em mantimentos para sua sobrevivência. Esse fato — caso comprovado — me deixaria irritado, mas tentaria não transparecer essa emoção, mantendo o controle. Além disso, planos seriam criados em minha mente para mudar esse cenário; caso eu sentisse um certo desconforto por parte dele no que diz respeito ao assunto abordado; ele tivesse respondido e levantasse um clima pesado ou mesmo só respondesse naturalmente, eu mudaria de assunto. Afinal, preciso explicar o motivo da minha visita. Aparentemente ele não sabe.

— Vim aqui pois recebi uma missão de Rank-A em que precisamos nos infiltrar em um esconderijo criminoso que possui uma arma capaz de destruir Kirigakure, segundo os batedores aliados e a Divisão de Inteligência. Conforme dito no pergaminho, precisamos impedir que essa arma seja utilizada. Em palavras curtas, devemos neutralizar a arma. Como Subtenente, irei prender todos os Nukennin's presentes. Ao menos os que sobreviverem. — Elucidaria, abrindo tal pergaminho sob a estrutura de madeira da casa do garoto, permitindo que ele possa ler as informações em caso de não ter compreendido algum detalhe da minha explicação. Além disso, revelaria meu novo ofício como Investigador a ele. — Devem ter várias armadilhas lá, mas acredito que posso lidar com isso. No entanto, tome cuidado. Não sabemos com quem ou o que estamos lidando. — Finalizaria, fitando com seriedade o garoto.

Quando todas as dúvidas fossem sanadas e preparações feitas, não hesitaria em partir com ele, rumando aos arredores do País da Água. Isso a pé. Através de um barco chamaria atenção, além da possibilidade de haver armadilhas ou Genjutsu's campais no meio do mar aberto. Por fim, não quero arriscar a morte de nenhum inocente novamente. E pelo ar acredito que seja óbvio o que aconteceria caso eu tente uma abordagem aérea, não é?

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