A situação como um todo causava estranheza ao mancebo. Ele, definitivamente, não esperava que algo assim acontecesse com tanta celeridade. Em um dia estava fazendo uma missão com o seu sensei, e no outro estava no gabinete com o Nidaime Mizukage. Por fim, havia adquirido um demônio mediante a uma súplica para obter novas responsabilidades, e mesmo sem dormir por dias ou ter férias das inúmeras questões que estava resolvendo em prol do vilarejo, já devia comparecer a um evento que lhe causava assombro.  

Os passos do rapaz eram velozes, por pensar estar atrasado. Sua cabeça pesava sem quaisquer temores, obrigando o rapaz a praguejar conforme novos passos eram dados em direção a nova localização. Quando o edifício finalmente foi alcançado, lhe instituíram para onde deveria ir, tentando evitar a enorme quantidade de pessoas ao seu redor. Porém, o que de fato foi inesperado como em um dos encontros do time, era que Ichiro havia chegado primeiro e oferecia cigarros para Noboru.

O semblante de Yohma tornou-se uma completa incógnita, e ele cruzou os braços, como se houvesse pego seus irmãos mais novos no flagra. Muito tempo havia se passado desde o último encontro dos mesmos, e certamente Ichiro era o principal deles, visto que o sensei participara de uma missão consigo, no entanto, alguns padrões pareciam não se alterar.

— Então você vai seguir o meu conselho e tornar-se kage? — o rapaz emitiu, dando um sorriso forçado de canto. Não por não estar feliz, mas por existirem diversos fatores ao seu redor que não contribuíam para uma demonstração genuína de felicidade. — Estou orgulhoso de você! — emitiu, procurando Chozen com o balançar da cabeça e não o encontrando. Por fim, virou-se a Ichiro. — Por que essa cara de cu? Tinha merda no seu cigarro? Anime-se, primo. — concluiu a fala, ignorando todo o histórico de ambos.

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A chegada de Yohma não causou alvoroço entre os presentes. Diferentemente da primeira vez em que se encontraram naquela mesma situação, os membros de sua equipe pareciam lidar com maior normalidade, embora as frases continuassem com o estranho teor. Não é tanto que, como resposta, o mancebo fez uma estranha careta, desfazendo o semblante ao perceber a chegada de Chozzy, o último colega do time Stronda. Yohma cumprimentou o rapaz com o movimento positivo de sua cabeça. — E aí, colorado. Aprendeu algo nesse tempo ou continuou plantando cebola? — fez a pergunta, em óbvio tom de provocação.

Encerrada as palavras direcionadas a Chozen, Yohma virou-se a Noboru com o semblante prestes a ruborizar. A palma de sua mão foi levada à nuca em resposta, coçando o local para reduzir a estranha situação que havia sido colocado, pois ele realmente havia externado a recente relação do Uchiha e Suyen, deixando que os demais colegas ouvissem aquilo. Se eles soubessem a verdade daquilo, poderiam ter fortes preconcepções acerca do mesmo.

— A S-suyen vai ser a sua assistente? — e questionou, engolindo em seco e balançando a cabeça de um lado ao outro. — Quer dizer, isso não importa. A minha dúvida é: você viu o que aconteceu durante a nossa hospedagem? Naquela noite? — murmurou, para que somente os quatro aliados ouvissem. — Era para ser segredo... Mas se precisa tanto de um guarda-costas... Quem sabe. — emitiu mais uma vez, voltando para Ichiro.

Yohma percebeu que estava sendo analisado pelo mais velho, mas não esboçou uma reação. Como supracitado, havia algum tempo que ambos não se viam, e talvez aquilo fosse apenas estranheza, por mais que o Uchiha pudesse notar claramente que seu colega estava diferente. O mesmo fardo que carregava durante tanto tempo parecia estar visível diante de si, presumindo algo que preferiu não externalizar.

— Pois é. Estive fazendo missões, conhecendo o mundo, e... outras coisas. — referiu-se à mulher de que Ichiro fazia piadas, evitando tocar no assunto para não desconcertar-se. — Mas e você? O que fez? Conseguiu finalmente alcançar a maturidade desses olhos? — a pergunta fora bastante direta, e a expressão do rapaz tornou-se séria por um milésimo, retornando ao padrão logo após: o sorriso de canto e os olhos semiabertos.

A caminhada até o terraço fora vagarosa. O luar sanguinário cobria seus olhos, e o mancebo sentiu-se intimidado inicialmente, afinal, era um evento consideravelmente raro. Porém, o que de fato tomou sua atenção foi a presença de Jyu, recordando-se das palavras do homem acerca da criatura selada em si, o último conselho da segunda Sombra da Névoa, algo que perpetuaria em sua mente durante muito tempo.

Concluído o ato, Yohma escutou as palavras do antigo e do novo Mizukage. Não compreendia as razões para aquela nomeação, contudo, não cabia a ele questionar as decisões de seus superiores, embora a curiosidade falasse mais alto. De toda sorte, em breve descobriria. Para o momento, lhe restava a ação de apenas acompanhar a cena única, e deixar que os pensamentos negativos se esvaíssem como o soprar do vento na altitude daquele terraço.

— Não precisa chorar, Ichiro. — e disse o rapaz, notando que seu primo enxugava as lágrimas ao observar a cena. Não entendia o peso daquele choro, e tampouco detinha o direito de criticá-lo. Portanto, apenas colocou uma das mãos no ombro do amigo. — Isso não muda nada. Nós continuaremos sendo uma equipe.

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Nada fora esboçado do semblante de Yohma em vista da resposta de Chozen, pois para si, havia vencido aquele conflito. Portanto, deu de ombros, ainda a fitar o mais velho. — Você já viu uma mulher antes? — efetuou a pergunta sincera, retirando sua mão do ombro de Ichiro que parecia vagarosamente controlar-se, e então levar ambos os punhos a uma salva de palmas conforme o discurso do sensei era direcionado à população da Névoa, genuinamente feliz com o momento.

Em seguida, o mancebo começou a pensar sobre os fatos ocorridos e emitidos, imaginando que, se não havia resposta por parte de Noboru, ele certamente presenciou os acontecimentos protagonizados por ele e Suyen, o que lhe trazia certo constrangimento. De toda forma, ignorou os fatores para assentir conforme um convite era efetuado, haja vista que aparentemente precisavam se reunir como equipe para que algumas intercorrências fossem alinhadas. E, realmente, Yohma se sentia mais confuso do que nunca estando diante daquela situação.

— Seus olhos amadureceram, portanto. Bom, teremos muita conversa para colocar em dia. — disse o Uchiha inicialmente em resposta a Ichiro, ponderando sobre o que lhe fora dito. Presumiu que ambos estavam equiparados no poder do Mangekyō Sharingan, embora o mais novo já buscasse uma forma de conter a escuridão que vagarosamente lhe afligia. — E Noboru, não se preocupe. Apenas preciso lidar com uma coisa antes, mas estarei lá. Jyu não deixou responsabilidades somente para você. — comentou, vendo que tanto seu primo quanto o Sandaime Mizukage se despediam e saíam do local, restando somente a dupla Yoh e Chozzy por ali.

— Foi legal revê-lo, Chozzy. Espero que em breve possamos aparar essas arestas e avaliarmos se você realmente está forte como quis parecer. No mais, tenho algumas coisas para lidar antes que ela desperte. — a palavra “ela” pesou nos lábios do rapaz, que deixou que um sorriso de canto surgisse. — Até mais, amigo. — e concluiu, evitando as multidões enquanto se dirigia rumo ao desconhecido.

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