Para Suna, e qualquer outra pessoa de passagem, era apenas mais um dia em Suna. A Primavera era sinal do calor do deserto voltando a queimar a superfície da areia com sol escaldante. O calor, dia após dia, ficava mais forte.

Você não se lembrava de quando encontrou aquele misterioso panfleto – simples e retangular. Talvez um pouco simples de mais, mas... ele falava para você. No panfleto, apenas um triângulo com um círculo em seu redor, e uma curta frase: – “O Caminho para a verdadeira paz está dentro de você”

Mas, estranhamente, mesmo se perguntasse aos outros moradores, ninguém aparentava ter o mesmo panfleto. A falta de informações adicionais só aumentava o mistério sobre o pequeno folheto de papel.

O que será que significava? Será que alguém no vilarejo tem as respostas? Você não sabe, mas os seus instintos te direcionam – Para o deserto, longe do vilarejo. Onde os abutres vasculham por alimentos. Onde o sol seca e queima. Onde a areia voa na brisa gentil do deserto.

Cabe a você decidir qual será seu próximo passo nesse momento – Escutar a voz dentro de ti e se preparar para uma viagem nas planícies vazias do pais do vento, ou escolher outro caminho em direção a teu destino.

Considerações:

Era estranho, terrivelmente estranho quando ninguém te impediu de sair do vilarejo ou requereu a documentação válida para fazer tal. Falta de atenção, ou alguma outra coisa? Não era comum que as muralhas ficassem desprotegidas.

De qualquer maneira, você continuava para fora do vilarejo, a direção que aparecia em sua mente era quase como intuitiva, como se as dobras no próprio panfleto fizessem uma bússola solar – em direção ao noroeste, logo ao lado do sol poente.

O deserto estava particularmente quente e árido hoje – o suor que pingava de sua testa era um lembrete de que você havia saído do lar sem trazer nenhum mantimento adicional, mas a mesma voz que fazia com que você caminhasse, lá dentro, também dizia que água não era necessária, apenas um espírito forte.

Ao final, iria caminhar por horas e horas na mesma direção, sem encontrar nada em particular, com o sol já se chocando contra o horizonte, iluminando a areia com a mais bela luz vermelho-alaranjado. Quando olhasse para trás, não veria Suna entre as dunas mais, apenas o deserto para todas as direções.

Longe de casa e sem saber a direção exata para voltar, com a fria e traiçoeira noite do deserto se aproximando rápido, o que você vai decidir fazer?

Considerações:

Com o sol se pondo rápido, decidiu continuar seguindo a mesma direção no deserto, não se parando para perguntar o por que que tinha vindo até ali. Afinal, as vozes dentro da sua cabeça, aquele instinto, tudo tinha que ter um significado, certo?

Abaixo de seus pés, apenas areia, e ao seu redor, apenas o silêncio. Nem mesmo insetos ou aves se movimentavam ao redor, e assim iria continuar por mais algum tempo, até que a única coisa iluminando o céu era uma bela lua cheia.

E então, quebrando o silêncio da noite, o som do ar sendo cortado por um movimento rápido – Dois ganchos vindo de direções opostas, lançados de forma experiente, mirados contra suas panturrilhas, visando prender suas pernas. O som e o golpe viriam muito próximos um do outro, isso era claramente uma emboscada.

Caso conseguisse evitar os ganchos, iria dar de cara com dois homens altos vestidos em mantos escuros, com o rosto coberto por um pano com olhos cortados. O mesmo símbolo que você viu no panfleto deixado com bastante destaque nas testas dos homens, pintado em vermelho. Ambos estarão armados com Kunais, além das cordas com ganchos, e estarão prontos para revidar, apesar de ficar momentaneamente na defensiva enquanto você desviasse dos ganchos.

Caso não conseguisse evadir os ganchos, porém, iria sentir uma terrível e profunda dor radiando pelas suas pernas e então pelo seu corpo inteiro quando perfurassem sua carne, e, logo em seguida, começassem a te arrastar, lhe derrubando contra a areia. Em segundos, dois homens iriam aparecer, amarrando seus braços e colocando um capuz sobre seu rosto.

Iria sentir ainda mais dor quando começasse a ser puxado pelos ganchos, sendo arrastado pela areia em uma velocidade surpreendentemente rápida, mas com o capuz, não iria saber o que estava te puxando, e iria apenas escutar os sons de passos rápidos e pesados, quase como um trotar.

Considerações:

• Os ganchos irão vir a uma velocidade de 24m/s. Se conseguir escapar, deve narrar de maneira convincente como conseguiu
• Caso atinja, a perfuração da panturrilha irá causar 50 Pontos de dano cada, modificados naturalmente pelo atributo força.

Não havia como escapar dessa situação, você notou desesperadamente enquanto começavam a te arrastar pela areia. Com os braços amarrados, rosto coberto, e uma das piores dores que você havia jamais sentido na vida, não duraria mais do que dois minutos sendo arrastado antes de perder a consciência, por uma mistura da dor intensa, perca de sangue, constantes choques contra a cabeça, e até mesmo a situação por si.

Quando acordasse, um tempo indiscernível depois, iria imediatamente sentir uma sensação terrível sobre seu corpo inteiro, antes mesmo de abrir os olhos, como se chamas radiassem por seu corpo inteiro. Iria notar que estava amarrado contra uma coluna de madeira, ajoelhado, com miríade espetos de aço ou madeira alfinetando sua carne dos pés até o pescoço, nenhum deles em pontos vitais, mas todos visando causar a maior quantidade de dor possível.

Qualquer movimento que você tentasse fazer ali iria ser recompensado por dor intensa e sangue, e a postura a qual você havia sido deixado era extremamente dolorida e desconfortável. Era inferno na terra, e cada minuto de tortura parecia um século. De repente, entre quaisquer sons que você fizesse, escutaria uma voz distintamente feminina fora do seu campo de vista.

- “Ora ora... Vejamos o que temos aqui.” – Escutaria, quase como um ronronar. – “Suculento, fresco, delicioso... Será um prazer te fazer de sacrifício.” – Escutaria alguns sons, como ferro ligeiramente batendo contra o ferro, similar ao som que Kunais fazem em uma bolsa quando não estão bem presas. – “Tolo, tolinho, bobo. É surpreendente o que um pouquinho de Genjutsu pode fazer, não acha?”

Para quem você acreditava ser quem havia te capturado, e agora, quem planejava te matar, essa pessoa parecia completamente calma com a situação, como se nada estivesse a preocupando nesse momento. O mero pensamento de que alguém no mundo pode fazer algo tão terrível e dar risadas enquanto o faz... Apenas faz com que arrepios corram pela sua espinha.

Considerações:

• Força 0 Causa um adicional de 20 pontos de Dano ao personagem. Nesse caso, você fez o cálculo de forma incorreta, e subtraiu o dano adicional ao invés de adicionar.

Lentamente, escutava os passos da mulher que caminhava em sua direção. Fez um som de como surpresa, logo seguido por uma curta frase – “Que animado... Nosso novo amiguinho é diferente dos outros.”

Em poucos momentos, lentamente caminhando, se revelava a figura da mulher – extremamente atraente, com uma beleza quase preternatural guardada em pele quase como feita em mármore, olhos azuis e cabelos loiros, vestida em roupas extremamente delicadas e tradicionais, como  seria esperado de uma seguidora das crenças xintoístas, você imaginava. Ela se sentava em sua frente, agora você notando que havia uma longa fileira de bancos e cadeiras cercando o local onde estava. A mulher estava calma, como se nada da situação atual estivesse perturbando-a.

- “Você respira, grita e luta onde muitos já teriam aceitado a morte.” – Falou a mulher, como de fato. – “Me diga, então, mocinho, o que te eleva? O que te carrega? O que te mantém caminhando mesmo agora?” – Perguntou, tudo com um grande sorriso estampado no rosto, descansando ligeiramente o queixo contra a mão, mas você sentia uma suave nota de ironia ou até mesmo retórica na voz da mulher.

Considerações:

A cada palavra que saia da sua boca, o sorriso no rosto da mulher parecia ficar cada vez maior. Como se ela houvesse encontrado algo que estivesse procurando, mas não conseguisse encontrar. Poucos a poucos, os detalhes voltavam aos seus olhos enquanto você se adaptava a dor, e podia ver que estava em um galpão muito bem decorado e limpo, com mais de duas dezenas de pessoas assistindo a interação entre você e a mulher intensamente - entre eles, os dois homens que haviam te capturado no deserto.

- "Então você tem um fogo na sua alma." - Falou, a mulher. - "Uma chama dentro de seu peito te carrega, te mantêm vivo, até o dia que você tenha tudo que deseja. Me diga, garoto, já ouviu falar no Senhor da Vida, Jashin?"

Era uma pergunta simples, mas a simples menção do nome Jashin causava um impacto dentro de seu peito. Você não sabia quem ou o que era, mas já sentia que algo sobre o nome te afetava. O que será que é isso?

Considerações:

Jashin. Jashin. Jashin!

Aquele nome, aquele maldito nome. Cada menção, cada pensamento sobre esse nome criava um intenso impacto dentro de você.

Mas, algo estava tão estranho. Cada vez que o nome mencionava... Um pouco da dor desaparecia.

Estava apenas se acostumando a toda essa dor, ou era outra coisa?

Não, tinha que ser outra coisa... O calor do sangue escorrendo pelos seus braços e pernas lembrava a você que tudo isso era real.

Os olhos da mulher a sua frente apenas ficavam de encontro com os seus. Calmamente, seus lábios se partiam, e sua voz melódica continuava. -"Jashin... Nosso deus. Aquele que caminha junto da verdade. Aquele que irá trazer progresso e evolução para todas as nações. Não um deus da morte, mas sim aquele que carrega a chama da vida." - Falou a mulher, lentamente se aproximando de você. - "Quando meus rapazes te sequestraram daquela vila malcheirosa, pensavamos que você era apenas mais um verme igual todos aqueles outros tolos, que apenas se saciam com a morte da pessoa alheia, e lutam por motivos que não acreditam... Mas você, não, você não é assim, você é diferente."

Com uma mão delicada, ela puxava os espetos que feriam sua carne. A dor era intensa, mas era algo diferente dessa vez. O instinto primal de gritar e se debater estava lá, definitivamente, mas estava jogado ao fundo. Foco. Precisão. Detalhe. Você sentia aquela dor agora, pulsando pelo seu corpo, e sabia que ela estava lá só por um momento - Por que gritar e lamentar por algo que logo irá se extinguir? - "Você luta pelo que você acredita. Você levanta todos os dias planejando como irá se superar, para então superar todos os obstáculos em seu futuro. Estou mentindo?"

Alguns minutos mais tarde, sentindo essa dor profundamente agoniante, mas que agora já não fazia mais você gritar, estaria livre. Solto do pilar que te mantinha preso. Livre para se levantar e andar - obviamente dolorido, mas livre.

A mulher simplesmente te encarava, sorriso no rosto, como se aguardasse você falar algo. Os outros ali apenas assistiam, mas pareciam preparados para agir a qualquer momento. O que você irá fazer?

Considerações:

No rosto da mulher, o sorriso se permanecia, mas com sua pergunta, ele aumentava um pouco, ficava mais torto... Mais cruel. Ela se aproximou um pouco mais de você, colocou uma mão em baixo do seu queixo, e baixinho, falava - "Por que você mesmo não descobre?"

Colocou uma mão em seu ombro, girou seu corpo. Você aprendeu que não era o único. Ao redor daquela mesma estaca, fora do seu campo de vista, outra pessoa - Um garoto. Não aparentava ser mais velho do que um Genin, e se vestia como um, com a bandana de Sunagakure frouxa ao redor do pescoço.

Diferente de você, os olhos do garoto estavam vazios, e uma saliva espumosa pingava dos cantos de sua boca. Ele não aguentava a dor da maneira que você aguentou, mas se você se aproximasse do garoto, iria ver que os olhos dele ligeiramente te acompanhavam.

A mulher iria então, segurar sua mão, e colocar nela uma adaga - simples, feita de aço, sem guarda ou detalhe, apenas um pedaço de metal afiado. - "Siga sua intuição... Eu sei que você sabe."

E em sua mente, uma imagem de sangue no chão, o mesmo símbolo que você havia visto no panfleto, desenhado com seu próprio sangue. Na faca, o sangue do garoto em sua frente - Mas as imagens iriam durar apenas um milésimo de segundo, como uma breve sugestão.

O que você irá fazer?

Considerações:

A expressão da sala mudava. O sorriso no rosto da mulher ficava maior e mais estranho a cada segundo que passava. Todos os outros presentes na sala estavam surpresos, como se jamais houvessem visto algo assim acontecer. Olhos arregalados, queixos caídos. Mas mesmo assim, podia-se sentir um ar de... Excitação. Animação. Comemoração. Este era um evento incomum para eles, e mesmo estando tão surpresos com o que estava acontecendo, pareciam saborear cada momento, guardando como uma memória importante.

A mulher não respondia, nem falava. O local estava, fora os sons de respiração pesada e gemidos de dor do garoto, completamente silencioso. O Cheiro de sangue era... delicioso.

Sim. Este sangue. O sangue desse inútil, deste imundo... Ele é delicioso. É apenas uma cabra, uma ovelha. Tire-o do caminho, e o mundo irá se tornar um lugar melhor.

Use deste sangue, sangue delicioso. Saboreie-o. Aprecie-o. Adore-o! Deixe com que ele escorra pela sua garganta!

Levante sua lâmina, meu servo! Derrube o sangue daqueles que não merecem viver nessa terra perfeita, e então prove para eles que você é uma imagem perfeita de mim!

Perfure seu coração! Abra-o para mim! Deixe com que eu entre na sua alma, e nós nos tornaremos um!

Considerações:

A dor perfurante que pervadia por todo seu corpo era uma sensação indescritível - por mais de um momento, uma sensação de realização e lucidez iria fazer com que você perguntasse 'O que eu fiz!?'. Lembrando das palavras sobre Genjutsu da mulher a poucos momentos antes, você, por alguns instantes, iria pensar que tinha caído na armadilha cruel da mulher mais uma vez...

...Mas não era. De fato, poderia até mesmo aguardar a morte, com a adaga enfiada em seu peito, mas ela não viria. Levantasse os olhos, olhasse para o garoto, iria ver ele com olhos arregalados... mas vazios. Mortos. Sangue escorria da sua boca. Uma marca de sangue manchava as roupas que cobriam o peito.

A voz que invadia sua mente á alguns momentos atrás não estava mais ali. Em seu lugar, uma incrível sensação de satisfação, como se fosse exatamente isso que você procurou sua vida inteira.

- "Levante-se, Menino." - Falava a mulher. Neste momento, você iria finalmente notar que havia caído de joelhos no chão. Calmamente, a mulher iria segurar a lâmina ainda firmemente presa em seu peito, e arranca-la com um único movimento. A dor definitivamente estava ali, e era igual a dor que você sentia antes dos eventos de hoje, mas também era... estranhamente satisfatória. Com você de pé, a mulher iria deixar um beijo em sua testa. - "Você está em casa, agora." - Falou, baixinho, e então se virou para o restante do grupo - que observava, silenciosamente, atentamente, cada movimento. - "Jashin ouviu nossas preces. Ele está entre nós!"

Considerações: