Cobaia Perfeita

Ao fim da tarde de Sunagakure, me via em uma situação ligeiramente cômica: Estava indeciso quanto ao que fazer no restante do dia. Me movimentar pelos becos escuros e fétidos da vila me deixava bastante exausto, e para falar a verdade, muitas vezes preferia estar morto do que ficar perambulando como um fantasma anorexo por aí em busca de migalhas de comida. Porém, após ler alguns volumes sobre medicina em alguns livros que roubei da biblioteca em segredo na noite passada, passei a demonstrar certo grau de interesse em me tornar alguém dedicado a seguir o caminho do Iryon-Ninjutsu. Não para fins curativos - Não, não...Salvar pessoas era entediante. Me sentia muito melhor se eu o utilizasse para dissecar a carne de meus inimigos da forma mais lenta possível. Ouvir os gritos de dor...Enquanto a vida se esvai. E foi em um destes becos que acabei por sequestrar um vagabundo aleatório das redondezas. Ele pertencia a uma gangue, e não aparentava possuir muita importância. Por conta disso, poderia mascarar o crime e me safar. O atando com cordas, cobri seus olhos e boca, para que não visse  e nem pudesse gritar, em seguida levando-o até um beco sem saída abandonado.

— "Fique bem parado aí, seu merda! Vou tirar bom proveito da sua carne, não se preocupe. Sua morte não será em vão!" — Ditei, com um sorriso largo através das bandagens, enquanto tomava para mim uma faca de cozinha enferrujada.

Na sequência, despi o homem e observei-o atentamente, iniciando os processos "cirúrgicos". Não havia anestesia - E era melhor desta forma. Os esforços de gritar do bandido eram inúteis, mas tudo acabou quando acabei por acidente, cortando uma de suas carótidas. Ele sangrou até a morte em menos de um minuto, mas ainda havia bastante a ser visto. Dissecando o corpo, o abri e dividi em diversos pedaços, desde a cabeça, até o tronco e membros inferiores. Meu objetivo? Simplesmente memorizar a posição de cada órgão. Como eles funcionavam por dentro, os locais em que os ossos se encontravam, tendões, veias e artérias - Tudo deveria ser levado em conta. Aproveitei aquele corpo durante diversas horas de estudo, as quais pude levar até a exaustão. Suspirando com o último segmento do corpo esquartejado em mãos, os juntei em um saco preto e amarrei firmemente, o arremessando contra uma parede a qual a luz solar não alcançava com facilidade.

— "Ah...Perfeito. Consegui me livrar daquele desgraçado, e agora preciso sair daqui - Talvez alguém possa me ver aqui. Enfim...Foi nojento, mas admito que para meu conhecimento, agregou bastante. É uma pena que eu não possa reutilizar os corpos...." — Ditei, gargalhando na sequência, com as mãos ensanguentadas.

Jogando a faca para longe, me afastei do local rapidamente, a fim de evitar ser visto por algum cidadão próximo ou mesmo bandido. Retornei até o esconderijo e realizei anotações diversas, para que eu pudesse me recordar dos conhecimentos adquiridos com precisão no futuro. Um material de estudos um tanto quanto peculiar - Mas útil, no fim. A morte não significava nada para mim, bem como as emoções positivas. Se houvesse benefício próprio, eu o faria sem hesitação. O mundo é dos espertos e daqueles que se aproveitam do erro do próximo, não das frangas que se escondem atrás de poderosos.

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