Caminhei junto de uns senhores em direção ao hospital onde realizaria o aprendizado sobre a anatomia do corpo humano. Estava curioso para saber como o mesmo funcionava, e pensava em tornar-me um médico num futuro, quem sabe, próximo. De toda forma, encontrei uma enfermeira e contei a ela o motivo de estar ali, e a mesma guiou-me até a sala de número quarenta e nove, onde um instrutor me aguardava.

Passou-se algum tempo, talvez quarenta minutos após eu entrar na sala, e finalmente meu treino teve início. Eu me encontrava numa sala ampla onde havia apenas um médico, grisalho, alto, brincando com um boneco similar a um humano. — Olá. — disse, observando-o. Pensei que soaria rude ou coisa do gênero, afinal, passei alguns segundos avaliando o senhor cujo nome era desconhecido. — Preciso aprender sobre anatomia humana, mas não sei por onde começar. Poderia me ensinar? — Indaguei, coçando o maxilar. Estava determinado, e não havia tempo a perder.

— Ora ora. Sim, claro, venha. Você é Yuji, correto? Não há muitos no vilarejo que se interessem pela arte do corpo humano, portanto, lhe ensinarei tudo o que sei sobre o mesmo, ensinar o próximo é algo que me dá prazer, assim como ter um aprendiz. — falou o velho, energético. Abri um largo sorriso com a resposta do mesmo, e portanto fiz o que este ordenou com apenas um movimento de mãos: fui até a biblioteca, e peguei todos os livros que meus braços podiam carregar, iria folheá-los, um à um.

Horas se passaram, talvez até mesmo o dia. Eu estava trancado dentro de uma sala escura onde a única fonte de luz era a lamparina já desgastada pelo uso, portanto, ele mesmo não sabia o que se passava no mundo lá fora, havia se preparado para isto, afinal. Membros, órgãos, ossos, o básico do básico, mas que de certa forma era completamente útil. Todavia, tinha pontos específicos do corpo cuja sanidade mental do garoto foi posta à prova; ouviu vozes, ou talvez pensara que as ouviu. Parei por um tempo para descansar a mente, levando um chiclete a boca para saciar o vício, retomando a leitura de outrora.

[...]

E após mais algum tempo, finalmente havia concluído o que o velho ordenara, porém, fui pego com um teste surpresa: precisaria provar que gravou o conhecimento em sua mente, uma prova por escrito demonstraria tal coisa; seria um longo dia, ou uma longa noite. Bocejei, por fim.

...

O tempo passou devagar conforme eu respondia as questões apresentadas na prova feita por meu mestre. Tentei responder as questões, todas, algumas sem sucesso, pois o conhecimento me faltava, e o cérebro falhava. Todavia, permaneci na biblioteca, portanto, não podia desistir, não me permitiria tal coisa; busquei mais livros e adquiri mais informações acerca da anatomia humana.

Quando pude perceber já era noite. Os olhos arderam, e o corpo estremeceu. Estava cansado, um dia e uma noite de estudo era o meu máximo, portanto, entregou a prova para o professor corrigir. Soube da nota minutos depois, e satisfeito com o resultado desta, parti para casa, com a capacidade anatômica dominada.

Considerações:

Qualidades: