Bom, parece que agora eu estava em um time. Oficialmente. Que interessante!
Mas, também, parece que a Uchiha – Kaya, seu nome – vai ganhar toda a atenção por ser, que nem mencionado, uma
Uchiha.
Calma, Nora. Sem rancor, Nora. Vocês podem ser boas amigas, Nora...
Bah, não ia deixar uma Genin de dez aninhos me superar só por que tinha uns olhos bonitinhos. Iria ganhar respeito do meu próprio jeito: Por exemplo, é claro.
O treinamento com os guizos estava planejado já para o outro dia, então tinha um bom tempo até que ficasse ocupada novamente, e teria até tempo de descansar. Tive uma grande ideia: Realizar missões Rank D. Todas as que estivessem disponíveis. Com o estado atual da vila e as preparações para a Guerra que logo se a próxima, realizar diversas dessas missões que estavam sendo negligenciadas seria não só uma boa maneira de ajudar a vila, mas de ajudar a mim mesma também.
Quando acordei cedo no outro dia, quando o sol começava a raiar por detrás das montanhas, estava determinada a fazer um bom impacto, coloquei vestes apropriadas para a tarefa, e parti em direção ao quadro de missões.
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Rank D — A Procura [221 Palavras]
Descrição: Recentemente um estudante da Acadêmia Ninja sumiu. Sua missão é encontrá-lo e trazê-lo de volta a academia.
Bom, parece que voltamos à estaca zero. Um dos estudantes da academia havia novamente sumido. Já imaginava o que poderia ser, e sequestro não era. Ninguem iria sequestrar um estudante qualquer da vila, e se fosse, seria de algum clan importante. E se fosse de um clan importante, estariam mandando Jonins, e não uma Genin como eu.
Fui até a academia, e recebi uma breve descrição do aluno que havia desaparecido: Um repetente, com notas baixas, que aparentemente não gostava muito das aulas teóricas. Não estava sendo procurado por ter sumido, mas sim por ter vandalizado a sala de aula com tinta e pó de giz. Comecei a busca nos lugares mais óbvios: Mocados escondidos atras de árvores, telhados, e lugares que ofereciam jogos ou comida.
Minha busca foi breve e rápida, e muito produtiva: após uma meia hora reestreando a vila nos lugares mencionados, encontrei um garoto que se assemelhava muito á descrição do aluno fugitivo. Imediatamente começou a correr – mas eu era mais rápida. Começou a protestar e se debater, mas imediatamente se calou quando eu encostei uma Kunai contra seu pescoço e emiti um pouco de Sakki.
Sem mais problemas, eu escoltei o garoto de volta á Academia. O instrutor me agradeceu pela rapidez na busca, e mencionou que o garoto iria agora sofrer as consequências de suas ações.
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Rank D — Evento na Acadêmia Ninja [338 Palavras]
Descrição: Hoje a academia ninja terá uma aula especial, mostrando as habilidades dos ninjas já graduados. Sua missão é ir lá, fazer uma palestra e mostrar algumas habilidades para motivar os estudantes.
Aproveitando que estava na academia, me dirigi até uma das outras salas, onde foi requisitado uma demonstração das habilidades de um ninja que já havia se formado para as classes mais recentes. Me dirigi até a sala mencionada, e aguardei por alguns minutos até o começo da aula.
O instrutor da turma me cumprimentou enquanto o resto dos alunos enchia a sala, e quando estavam todos em seus lugares, me introduziu á eles – mencionando alguns de meus feitos que eu havia relatado. Eu era aparentemente uma “Especialista em Genjutsu”, me senti lisonjeada, apesar de saber que ainda estava longe de ser uma verdadeira mestra em Genjutsu.
O instrutor havia me direcionado a colocar um pouco de medo nos ninjas em formação, acreditando que eles ainda não haviam visto o que realmente era a vida de um Ninja além das lendas e contos de fadas nos livros que liam. Com um sorriso cruel, ordenei a todos os alunos que se levantassem. E antes que pudessem se levantar, fiz uma rápida utilização do
Genjutsu Shibari para impedi-los de fazê-lo. Esperei alguns momentos, e gritei novamente ordenando-os a se levantar, emitindo um pouco de Sakki.
Finalmente, tendo realmente colocado um pouco de medo nas crianças, soltei o Genjutsu – Algumas das crianças realmente começaram a chorar, engraçado.
Falei um pouco sobre a realidade da vida de um Shinobi, como era uma profissão perigosa onde eles iriam se encontrar com a morte todos os dias. Falei como o conhecimento era importante, e que somente saber técnicas poderosas não era tudo que fazia um bom ninja. Também mencionei que sangue e pedigree um bom ninja não faz – jamais subestime aqueles que não vem de uma família com prestigio.
Terminei minha breve palestra, saudei o professor da turma, e parti para minha próxima tarefa.
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Rank D — Floricultura da Vila [216 Palavras]
Descrição: A garota que cuida da floricultura agora é uma Kunoichi médica muito atarefada. Sua missão é cuidar da floricultura enquanto ela está fora. Se tem alergias a flores, utilize uma máscara.
Aaah, a floricultura da Vila. Um lugar calmo, agradável, se não um pouco trabalhoso. Novamente, a ninja responsável – uma Iryoninja – não estaria disponível para cuida-la. Desta vez mencionou que o tempo de espera não seria tão longo quanto da última vez, mas ela tinha uma cirurgia de grande importância para ser feita no hospital da vila e ninguém estava disponível para cuidar da floricultura dela enquanto ela estava fora.
Desta vez eu já sabia o que eram hortênsias e helicônias e crisântemos, e também já sabia onde ficava localizado cada diferente tipo de adubo, fertilizante, pesticida e herbicida. Então, já acreditava que não seria tão difícil quanto a última vez.
Imediatamente pus-me a manter o local em ordem. Comecei a podar os galhos mortos de algumas das plantas, reorganizar os potes das flores, adubar aquelas que precisavam ser adubadas, cortar as ervas daninhas que surgiam onde não deviam surgir, e atender os clientes que periodicamente surgiam.
Com um passo rítmico e metrado, e constantemente trabalhando em alguma coisa, o tempo passou rápido. Logo a dona da floricultura chegava de volta para ver sua loja em estado imáculo, e eu muito menos suja do que da última vez. Com um olhar orgulhoso, ela me agradeceu pelo serviço.
Com mais uma missão completa, parti para a próxima tarefa.
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Rank D — Hora das compras [241 Palavras]
Descrição: Um grupo de idosas estará indo as compras e necessitam de uma escolta ninja para ajudar a carregar as compras.
Bom, iria aproveitar enquanto minhas roupas estavam limpas e o cheiro de perfume ainda estava em mim para realizar as tarefas que requeriam uma melhor apresentação – e o que melhor que isso do que atender algumas idosas esnobes que tinham dinheiro demais para gastar?
Aparentemente, esta missão não seria tão complicada, apenas ajudar um grupo de idosas a realizar suas compras, carregando-as até suas casas e ajudando-as a navegar a vila.
Um trabalho fácil, eu pensei. Pensei sendo a palavra chave.
Com meia hora como acompanhante destas idosas – aparentemente eram “Amigas distantes” da noiva do senhor feudal – eu já queria arrancar meus cabelos. Eu tive que fazer um terrível esforço para manter o meu característico sorriso e feição amigável.
Por que elas precisavam de tantas coisas? Vinte pares de sapato, quarenta vestidos, trinta e seis pares de luvas, dezessete bolsas... as compras simplesmente não acabavam. Eu já nem conseguia mais ver o chão á minha frente direito.
Três horas depois, e meu sofrimento finalmente havia vindo ao fim – não foram horas perdidas, porém. Prestei bastante atenção nas conversas dessas mulheres, afinal, eram de alto escalão, mesmo que este escalão fosse dos maridos delas. Com um pouco mais de conhecimento sobre os funcionamentos da alta-sociedade, deixei a última das mulheres á frente de sua casa, largando as compras em frente da porta.
Suspirei um pouco – agora eu estava coberta de suor. Bom, poderia ser um bom momento para começar o trabalho sujo.
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Rank D — Limpeza do sótão [213 Palavras]
Descrição: O dono da pousada deixou o sótão ser infestado por roedores. Ajude-o a eliminar a infestação.
Roedores. Ratos, ratazanas, esquilos, não importa, já era bem familiar com todos eles. Já tive que compartilhar gaiolas, roupas e comida com eles, não por escolha, mas por não poder evitar.
Cheguei até a pousada e fui cumprimentada pelo dono, que me explicou que havia um “pequeno probleminha” no sótão do estabelecimento, mas não era nada que uma Shinobi não poderia lidar, não é?
Bom, o estado do sótão da pousada estava absolutamente horrível – quando foi aberto o alçapão, imediatamente parecia como se eu estivesse respirando pó puro. E, imediatamente, vi centenas de pequenos olhos me observando no escuro... Santa fortuna...
Bom, não adianta reclamar. Comecei minha tarefa, peguei uma lâmpada para iluminar o local e uma grande caixa para depositar os pequenos roedores – não iria elimina-los aqui, era anti-higiênico. Com o uso inteligente do
Genjutsu Shibari (Que funcionava em animais!) Eu paralisei-os tempo suficiente para calmamente pegá-los e colocá-los na caixa. Em pouco tempo, havia capturado ratos suficientes para encher três barris – era uma quantidade absurda.
Mostrei os três barris de ratos para o dono – o homem não falou mais nada, simplesmente me agradeceu e considerou a missão como pronta. Pegou um jarro cheio do que cheirava como enxofre e amônia e subiu no sótão. Bom, mais uma missão completa com êxito.
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Rank D — Reformas da Vila [260 Palavras]
Descrição: Desde o último ataque a vila está sendo reconstruída, e você como um jovem ninja deve colaborar. Sua missão é pintar muros e cercas por toda a vila.
Já estava toda coberta de pó e urina de ratos, por que não me cobrir de tinta? Pelo menos ia cobrir o cheiro de roedor.
Cheguei ao local onde um novo muro havia sido construído, no setor de civis da vila. Era um grande divisor que cercava três construções, que também estavam no processo de ser pintadas. Fui vista pelo mestre de obras do local, que me direcionou á alguns baldes de tintas e vários rolos. Brevemente me instruiu no que eu deveria fazer, e me deixou ao trabalho.
Comecei a passar o rolo com tinta branca nas paredes, já percebendo que tinha dificuldade em alcançar os lugares mais altos devido á minha baixa estatura. Isso não era grande problema, porém, pois eu conseguia caminhar sobre paredes, que nem qualquer ninja que se preze.
...Bom, tive uma pequena ideia enquanto estava presa horizontalmente na parede. Subi de lado na parede, segurando o balde, fazendo-o lentamente pingar na parede – não o suficiente para pingar no chão, mas para escorrer pela parede. Com uns 20 metros feito isso, desci e comecei a passar o rolo horizontalmente onde a tinta não havia coberto.
Bom, havia acabado de reduzir um trabalho de três horas para trinta minutos, minha técnica foi aparentemente bem efetiva. Repeti esses passos mais algumas vezes, e logo havia completado de pintar toda a seção do muro a que fui designada – em tempo recorde.
Não me importei com as manchas de tinta em minhas roupas, simplesmente aceitei a missão como completa e parti para a próxima – o dia logo iria acabar.
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Rank D — Calçamento das Ruas [262 Palavras]
Descrição: Algumas ruas estão sem calçamento, estão somente no barro e na terra batida. Ajude alguns trabalhadores na estrada ao norte da vila.
Coberta de urina de ratos, suor, terra e tinta. Agora era hora de me cobrir de cimento e lama. Que dia divertido! (Era sarcasmo, não era um dia divertido.)
Kumo, por ser uma vila montanhosa e extremamente chuvosa, era bem vulnerável a degradação do solo e erosão. Muitas vezes, as ruas completamente saiam de seus lugares, e nos piores casos, desabavam pelos barrancos, as vezes até levando vidas consigo. Isso já era bem raro, visto que Kumo tinha exímio poder militar e econômico, assim como vários especialistas em Doton, mas ainda assim, as vezes acontecia.
O local que precisava ser pavimentado era um desses casos – Ninguém perdeu sua vida no desabamento, mas alguns foram feridos, assim como algumas construções acabaram por ser danificadas. Os danos não foram tão terríveis, mas ainda assim uma grade seção de terra caiu no precipício e precisava ser restaurada.
O grupo de construtores já se encontrava no local, mãos na massa, trabalhando a todo o vapor. Me introduzi para o mestre de obras do local, que me direcionou a ajudar com a movimentação dos cabos de aço e tacos de concreto que iriam compor a nova estrada – medidas para que aquilo não acontecesse de novo.
O trabalho foi extremamente monótono, se não cansativo – Apenas movimentei equipamentos e materiais para onde precisavam ser colocados por várias horas. Ao fim do turno, quando meus serviços não eram mais necessários, eu estava completamente coberta de cimento e barro, assim como havia previsto. Me dirigi até o mestre de obras, que considerou a missão como completa e me liberou do serviço.
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Rank D — Fazendas da Vila [304 Palavras]
Descrição: Alguns animais estão atacando as plantações do vilarejo. Sua missão é aniquilar estes animais.
Já estava coberta de tantas coisas, o que poderia piorar a situação? Talvez caminhar de joelhos em uma fazenda para eliminar uma família de lebres que destruíam a obra do fazendeiro?
Bom, sim, aquilo poderia sim ser algo que iria piorar a situação. Fui entregue a missão de última hora, aparentemente o último Genin a quem foi entregue esta missão não fez um trabalho muito bom, e a fazenda, que era bem importante para os esforços de guerra da vila, ainda estava sofrendo com os animais selvagens.
Ao chegar na fazenda, o proprietário me direcionou até a região onde suas plantas estavam sendo atacadas e simplesmente me direcionou á eliminar os roedores. Bom, teria que ser feito.
Assim como fiz no sótão da pousada, peguei um barril para colocar os coelhos, e utilizei
Genjutsu Shibari (Como eu amava essa técnica!) para paralisar os animais – Minha ideia só funcionou até um dos malditos conseguir pular para fora quando eu colocava outro, e desaparecer no mato. Bom, não poderia arriscar ter eles fugindo novamente, então quando apanhava um, rapidamente cortava sua garganta com uma Kunai, e então depositava o corpo no barril – Que ótimo, agora eu estava coberta de sangue!
Não sei quantas horas eu fiquei rastreando as tocas dos coelhos e matando aqueles que eu conseguia pegar, mas o sol já estava desaparecendo atrás do horizonte. Já havia desabado umas três tocas, e enchido um barril com os corpos das lebres – esperava que o Fazendeiro gostasse de coelho assado, pois se não seria um terrível desperdício.
Quando fiquei quase meia hora sem ver movimento algum, voltei até o fazendeiro – este estava surpreso com a quantidade de animais que consegui apanhar, e me agradeceu pelo alimento que poderia fazer com eles.
Também notou que eu estava completamente fétida, e desesperadamente precisava de um banho. Eu concordei.
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Várias horas de serviço depois, do nascer do sol até se pôr atrás das montanhas, e meu dia de serviço estava completo – e eu quase dobrava a quantidade de missões que constavam em minha ficha. Provavelmente conseguiria pagar o aluguel e contas somente com o salário que consegui hoje, fantástico.
Enfim, cheguei em casa, joguei minhas roupas fora (Realmente não dava pra salvar, tinham tantos tipos diferentes de manchas que eu poderia tornar em um projeto cientifico ou exibição de museu) e tomei um banho longo e quente.
Se o trabalho te deixa livre, então hoje eu havia sido liberta...
Exceto pelas dores na lombar, que somente me aprisionavam.