Caminhando vagarosamente pelas ruas do vilarejo, Inohara se encontrava numa espécie de transe consigo mesmo. Fazia tempo que a Yamanaka estava acostumada a encarar o mundo sozinha, mesmo quando existia tantas pessoas ao seu lado o sentimento de vazio permanecia, e o clima gélido junto ao nevoeiro que jazia sobre Uzushiogakure colaborava ainda mais pra esse sentimento de solidão.

Aquele silêncio era agonizante, escutar apenas os sons de seus passos era aterrorizante, lembrando a loira dos olhos azuis os filmes de terror que costumava assistir no orfanato. O clima tornava-se ainda mais propenso ao suspense, causando-lhe um arrepio do que realmente poderia acontecer consigo estando sozinha naquele horário. ”Vamos, vamos, você é uma Kunoichi, você sabe travar combates sozinha...” Ela continuava divagando em seus pensamentos quando um baixo ruído ressoou pelo ambiente, fazendo a Yamanaka parar onde estava pra ouvir melhor. Com sua experiência em conviver num orfanato repleto de crianças, estando então familiarizada com aquela sonoridade, Inohara reconhecia o fraquíssimo choro vindo de algum lugar desconhecido até então, o que precisou ativar sua habilidade sensorial para conseguir encontrar um caminho e trilha-lo em busca da origem chorosa.

Não demoraria muito tempo para isso, com poucos passos precisos e velozes, Inohara chegava ao lugar onde o ruído parecia se intensificar, vendo então o beco escuro que existia entre os dois prédios e pequeno garoto escorado numa das extremidades imundas. ”Aí meu Mizukage... Eu não consigo ignorar isso.” Suspirava de coração amolecido, antes de tentar realizar o selo único com sua esquerda e conectar sua mente com a do jovem menino. "Olaaá." Chamou-lhe, pausando segundos antes de fazer mais uma vez. "Olaaá garoto, não tenha medo, olhe para o lado." Recitaria mentalmente, enquanto acenava com os braços para chamar a atenção do jovem. "O que está acontecendo?"

Inohara perguntava, embora tivesse quase certeza de que não iria receber uma resposta concreta, visto que conseguia sentir as emoções do garoto apenas com seu Kanchi natural, trazendo uma preocupação genuína as madeixas douradas. Ela chegava mais perto do garoto na tentativa de sentar ao lado do mesmo, deixando alguns segundos se passarem antes de tentar acariciar sua cabeça. "Hey hey, pode desabafar, eu não vou a lugar nenhum e lhe escutarei o tempo que precisar." Continuaria a tentar dialogar com o menino, via telepatia. Esperaria mais algum tempo pela resposta do garoto, caso não viesse, continuaria com sua tentativa. "Você está ferido ou algo assim? Tem algum problema que precise de ajuda?"

Novamente, retornaria ao silêncio aguardando pelas respostas do garoto. Permaneceria sentada próxima ao garoto o tempo necessário, como uma estátua imóvel, mas não sem antes tentar utilizar seu Kanchi Denden, ao tentar dar um tapinha de conforto nas costas do garoto, buscando sentir exatamente o que aquele garoto estava sentindo.

Considerações: