A luz começa a banhar a vila da nuvem, e Enlil acordava junto ao alvorecer – ora, ora, tão rápido esse sono – pensou quando observava os primeiros feixes de luz invadir o seu quarto, uma ligeira espreguiçada e estava de pé, caminhou até sua caixa postal e nada encontrou em seu interior – Bem, acho que não será hoje que farei alguma missão – concluiu contemplativa mente, enquanto coçava as costas e dava um breve bocejo.

Ficou sentado nas rochas observando a vila acordar aos poucos, os vizinhos, as crianças e os comerciantes. Entediado de ficar ali se levantou e foi caminhar entre as lojas -Dia- falavam os mercadores quando avistavam Enlil caminhar entre as lojas, não tinha muitas coisas que interessavam a ela, porém um livro lhe chamou a atenção, intitulado “Ninjutsus através dos séculos”, o título parecia apelativo, mas pensou -Que mal poderia me fazer- e comprou um exemplar, em seguida continuou dando mais algumas voltas pela vila até que decidiu retornar para casa.

O meio dia havia chego e estava terminando os preparativos do almoço quando uma pequena ave pousou em sua janela – Olá, amiguinho- disse Enlil alegremente - tome aqui – concluiu jogando um pedaço de pão no chão, o passarinhou saltou da janela e soltava alguns pios de felicidade. Enlil adorava a vida e a natureza, apesar de viver nas montanhas rochosas e inóspitas.

O almoço passou e após um breve descanso, precisava retomar suas rotinas de treinos, a jovem ninja era um filha de grandes ninjas, e a única remanescentes da sua família, suas habilidades em ninjutsu e sua velocidade, realmente eram acima da média, o conjunto delas davam a ela a habilidade de combinar ninjutsus com velocidade com grande perfeição. Ao infundir chakra no seu corpo, ela conseguia manipular a energia do seu corpo e ajudando muitas vezes na sua explosão que ajudava a ganhar velocidade e lhe dar vantagem em confrontos diretos, tornando seu ninjutsu praticamente uma arma gigantesca no campo de batalha. Após colocar suas roupas de treinamento partiu para o lesta da vila, deseja melhorar seu ninjutsu e seu controle de chakra.

Fazia o frio típico nas montanhas rochosas com bastante vento e o clima extremamente difícil de se viver, sentou-se e começou a ler o livro que havia adquirido mais cedo na vila “Ninjutsu através dos séculos”, o livro era um tanto interessante, diversificava o muitos ninjutsu criados pelos ninjas, e métodos para treinamento de controle e manipulação de chakra, um deles particularmente nunca havia tentado, a meditação. O treinamento consistia em fechar os olhos e mentalizar lentamente os movimentos, ao passo que repetia esses movimentos mesmo com os olhos cerrados, o movimento deveria fluir com naturalidade ao passo que sentia a natureza e o mundo a sua volta, devia manter o equilibro dos seus chakras.. Não queria parecer um louco e olhou para os lados antes de iniciar, vendo que estava sozinho começou.

Seus olhos estavam fechados, fazia alguns movimentos mais simples, como tentativa se acostumar com aquela situação. Algum tempo se passou e começou a sentir uma “estranha” sensação, sentia o seu corpo mais leve e sentia como se a circulação do chakra estivesse fluindo por todo o corpo – Que sensação – pensou e assustou-se ao mesmo tempo, quebrando a lógica da meditação. Obstinado recobrou sua postura, pacificou-se com essa energia e reiniciou os movimentos, a sensações de tilintar, comichão, formigamento e arrepios no couro cabeludo surgiram, bem como a sensação de vibração energética no topo da cabeça, como se a energia jorrasse em de um chuveiro. Aquilo era muito bom de fato, e se assustou quando abriu os olhos. A noite havia chego e nem sequer havia percebido, afinal ficou ali seis ou sete horas? Realmente o treino havia sido um tanto profundo como o livro afirmou. Calmamente recolheu seus objetos e foi em direção da sua casa.

-Ahhhhh – escutou um berro, quando terminava de contornar a parte externa da vila, estava fadigado pelo dia que se sucedeu, porém não podia deixar de ajudar alguém em perigo, rapidamente subiu uma das rochas para ter uma melhor visibilidade, vasculhou a porção de rocha até onde podia com seus olhos e tornou a escutar um novo grito mais a frente. Estava mais próximo e enfim avistou um pequeno estudante aos prantos.
- O que houve? - perguntou ao pequeno, que continuava a choramingar estático no chão, Enlil tentou tocar o garoto, mas sua mão lhe atravessou como se tocasse um fantasma, tudo era muito estranho, o que ocorreria? -Fantasmas?!- Pensou, quando zunidos surgiram, e no horizonte se erguia uma quantidade gigantesca de insetos, assustou-se pois não conseguiria vencer tamanha quantidade se viessem em sua direção, sem pensar duas vezes correu em direção da vila – Todos para dentro de casa – gritava ao tempo que a nuvem se aproximava, se surpreendeu, pois na vila não existia mais ninguém -Raios, o que está ocorrendo? – falou ao passo que avistou sua casa mais a frente, correndo como se a vida dependesse disso entrou em casa e rapidamente trancou todas as janelas, e ali ficou aguardando o impacto, porém nada ocorreu, abriu a fresta de uma das janelas e estava de dia e então finalmente pode entender, com cara de desgosto falou – É um genjutsu – Enlil era muito sagaz ao perceber o que estava ocorrendo, com esforço gerou uma pequena alteração do seu fluxo de chakra, para fugir do genjutsu..

Estava ali parado no meio da rua, e escutava uma voz a gargalhadas – hahahahahaha, caiu direitinho – olhou mais uma vez e era Ma, uma antiga colega de classe, que vivia pregando peças em todo mundo, o sangue subiu a cabeça, Enlil que se movimentou rapidamente em direção e esbravejava – Você me paga !!! - Ma havia engolido a risada e retrucava – Cade seu senso de humor Enlil? - ao passo que tentava se desvencilhar de sua colega – Você ainda me paga ! - respondeu quando um velho amigo apareceu – hey velhinho, relaxa – Era Ed, outro antigo colega – Não pude deixar de vir aqui quando escutei esse estardalhaço – falou, no momento que Enlil e Ma se olhavam com amargura – Você sabe como Ma é – terminou, Enlil ainda revoltado falou – Saber eu sei, mas como um dia vou levar algo a sério sem saber se é alguma ilusão idiota ou não? - a pequena Ma respondeu – Bem, me desculpa ok? Estava apenas me sentindo entediada, as missões legais já foram distribuídas e te ver correndo me lembrou da academia, só isso – concluiu, Ed se aproximou dos dois e colocando as mãos nos ombros falou – Viu como tudo se acerta? Um dia ainda vão se matar – falou de forma firme, ao passo que Enlil e Ma gritaram – So se for ela – com sorriso no rosto Ed parecia ter acertado a ferida das duas – Viu até sincronizado vocês falam – se despediu das duas e sumiu pelas ruas rochosas. Enlil e Ma permaneceram ali se olhando, e logo se viraram um para o outro e cada um seguiu seu rumo.

Enlil chegou enfim em casa, estava cansado, o dia foi pesado para ele, caminhando calmamente até o banheiro ligou seu chuveiro e tirou toda aquela poeira que cobria o seu corpo, ficou ali um tempo até se sentir relaxado o suficiente. Após o banho esquentou seu bule e comeu o Lamen como se não tivesse o feito o dia todo Pegou novamente o livro para ler até enfim dormir