Com as mãos nas costas, entrelaçadas, o General Invernal se locomoveu até o quartel general de Angell Grey. Passou por debaixo da chuva constante, mas não se molhou. Todas as gotas que ousavam tentar tocá-lo eram congeladas antes, transformando-se em cristais de gelo que tocavam seu corpo e evaporavam graças a energia de seu chakra. Os óculos permaneceram ajeitados, quase imóveis, apesar dos movimentos firmes com aqueles coturnos militares. Ao chegar na entrada, ele viu dois guardas imóveis, servindo muito bem. Eles o encararam e deram-lhe espaço no mesmo instante. Todos os homens do exército de Angell Grey sabiam muito bem como se comportarem diante do General Invernal.

— Com licença, Rainha. Vim para determinarmos nossos próximos passos — começou a falar antes mesmo dos guardas fecharem a porta. A mulher lhe encarou com firmeza, o olhar capaz de abalar a confiança de qualquer pessoa naquele mundo.

— Terminou os cálculos? — Angell Grey perguntou como se ele não tivesse nenhum direito para ousar achar ter algum poder. — Se não terminou pode voltar aos estudos.

O homem de expressão tão séria suspirou, aliviando o peso no peito. As portas fecharam-se finalmente. Aliviou as mãos nas costas, saindo daquela postura militar antiquada. Era um intelectual, não uma máquina de combate como aqueles dois do lado de fora. Sua grande arma era seu cérebro, não precisava ficar se preocupando com a postura numa situação como aquela.

— Eu terminei sim, Rainha. Como suspeitávamos, Shaka está mentindo. É impossível até mesmo para Hattori Shion ter sobrevivido. Encontrei pelo menos oitenta e duas possibilidades de resultados diferentes. Ele sobreviver é um absurdo contado por nosso irmão…

Angell Grey o encarou empinando o nariz. A pressão de seu chakra mesclado a intenção assassina constante dela foi suficiente para fazê-lo sentir as marcas em seu pescoço coçarem. Coçou a garganta, endireitando os ombros, e voltou a falar.

— Pelo seu irmão. Shaka está desesperado. Shion está morto. Há possibilidades de tentativas genéticas usando o DNA dele, claro, mas não o verdadeiro com todos os poderes de um verdadeiro Hattori — O General Invernal concluiu, devolvendo as mãos às costas para ouvir sua líder.

— Então deveríamos ficar aqui e esperar esse circo todo terminar? — Angell cruzou uma perna, sentada em sua poltrona. Parecia impaciente, e com razão. Ela precisava dos direcionamentos de seu General se não quisesse correr o risco de outro fiasco como fora Uzushiogakure.

— Longe disso, Rainha. De acordo com todas as minhas informações… é o melhor momento de conquistarmos tudo, se a senhora quiser. Todos os Kages estão envolvidos nessa imbecilidade liderada por Shaka, embora eles não façam ideia da realidade. Estão seguindo um disfarce ridículo.
— Defina.
— É tão estúpido…, mas ele se disfarçou de um homem chamado Akahs. — Angell Grey abriu um sorriso amargo. O General Invernal mexeu o pescoço, estalando-o. Às vezes pensava em como aquelas marcas haviam sido feitas por um homem com o intelecto de Shaka. — Bom. Com todos os líderes lá, mais as tropas de Suna se preocupando com tudo, é o melhor momento para avançarmos. Podemos não conquistar apenas uma nação ou duas, mas todas elas. Encontrei centenas de possibilidades e em pelo menos três delas sairemos vitoriosos. — E não disse nada, mas em pelo menos seis, calculados com base na personalidade da irmã, ela não interferiria em muita coisa, aproveitaria a diversão e não conquistariam muito. Mas era um risco seguro, eles não perderiam.

Angell se ergueu com aquele sorriso determinado que ela dava quando via a possibilidade de vitória brilhar diante dela. Ergueu a mão e a voz e ordenou: — Preparem-se, iremos conquistar!

Considerações: