A Rainha e seu Trono
Música
— Ficar aqui? Tem certeza disso? —
Moe Oshiro encarava aquele gigantesco trono no meio do salão. — Eu adoro esse trono, mas você não está estranhando demais a situação, Ana?
Seus questionamentos eram válidos, afinal, ela, Ana e Aijō Ishi tinham recém-chegado em Gurētoabisu. A viagem em si que deveria ser em questão de horas e horas, levara cerca de somente uma hora e meia. Aijō Ishi estava ali por nenhum motivo agressivo, estava de bom grado, e, em nenhum momento da viagem, seja na ida ou na volta, se depararam com algum ninja sensor ou de outro tipo que seja de Uzushiogakure no Sato. Estava tudo perfeito, não?— Absoluta. Não sabemos quantas horas pode durar, e você mesma quem disse que essa enfermeira é a melhor de toda a região. Eles vão estranhar, você sabe muito bem.
Moe engoliu em seco, era suposição, mas teria um fundo de verdade. E se ocorresse? A situação já estava crítica, mais problemas vindo, seria algo horrível. Mesmo que tenha vagado por dias questionando e recolhendo informações sobre os melhores médicos da região, indo para os grandes centros, e todos dando a resposta naquela pequenina e estranha menina. Fora difícil procurar os rastros dela, saber aonde ela estaria, e quase que não conseguiu, porém, mais difícil que encontrar os rastros, seria apagar os rastros. Pensou que teria sucesso nisso, contudo, o questionamento de sua companheira era válido, e pelo menos não poderia dar uma preocupação a mais para sua queria amiga.— OK. —
Moe, fora limpa e seca, com seu olhar mais sério. Mesmo sabendo que ninguém apareceria ali, ela concordou. Estava preocupada com Sona, quem não estaria preocupado com Sona? — Vão, antes que seja tarde demais.
Então as duas figuras continuaram seu caminho, rumo ao interior de Gurētoabisu, deixando Moe ali, sentada naquele gigantesco torno, naquele banco de tecido aveludado escarlate, e com vários detalhes. Algo digno de uma grande rainha, porém, aquele era o último canto que aquela empoderada mulher queria estar.
Era estranho o porque de estar fazendo aquilo. Tantos e tantos anos se passaram, décadas, séculos, e ela parecia não ter salvação, uma imortal que servia a glória de um Deus, uma imortal que cultuava a morte... Uma imortal... Porque ela ceifou tantas vidas? Porque o seu Deus queria e mandava aquilo? Aquela pobre alma pecadora, espera, como assim ter pena de um monstro como esse?! Ela poderia negar a sua religião, poderia negar o seu Deus, mas ela poderia negar o seu passado? Não, não poderia. E mesmo assim, depois de tanto tempo refletindo por seus pecados, alguém fora misericordioso, alguém fora... Fora Deus? Não, na verdade muitos esperariam que fosse Deus, aquele que aceita todos como seus filhos, e perdoa os pecados, entretanto, quem olhou para Moe Oshiro como uma pessoa foi uma mãe e uma filha.
E do mesmo jeito que o destino colocou, o destino queria retirar. Uma doença? Um feitiço? Não sabia o que era, mas de tantas pessoas para levar, porque levar Sona? Porque aquele monstro não morria, e sim tinha de ser a pobre criança. Falaria para Ana para transformar a menininha em uma seguidora daquele Deus?! Não, era melhor morrer, do que ser um imortal que vive eternamente se lamentando por ser um seguidor de um Deus que ceifa a vida dos outros sem piedade. É melhor ela morrer assim, do que virar um monstro.
Contudo, existia a possibilidade de um milagre ocorrer. E as chances estariam nas mãos de Aijō Ishi, uma enfermeira, uma médica, Moe não sabia o que era o título, mas pouco importava, o que era de trivial importância era que aquela menina de cabelos róseas era a única salvação. Sua missão seria olhar e proteger, proteger Aijō Ishi, proteger Ana e proteger Sona, de quem viesse.
E se viessem? Seria estranho ninguém viria, mas e se caso viessem? E se fossem de Uzushiogakure no Sato? Não seriam amigos, e o motivo seria vários, mas ficaria ou para matar ela e a amiga, ou... Não, impossível alguém cogitar que a menina fora sequestrada. Contudo, existia uma remota possibilidade de ter algum sensor muito bom de Uzushiogakure no Sato, e se existisse isso, é, talvez a vila cogitasse que ocorreu algum sequestro.
Bobagens, ninguém viria, estava tudo bem, tudo iria se resolver e logo Sona estaria bem, assim como elas e a boa samaritana de Uzushiogakure no Sato iria para a vila. Ninguém perceberia, um plano...
Brilhante?* * *
A Rosa de Jade
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Posso resumir tudo em uma única e simples palavra: estranho. Tudo que ocorreu e ocorria, era algo que não fazia bastante lógica e vários pontos de interrogações apareciam em um simples piscar. Entretanto, não era de agora que existiam coisas sem fundamentos, já estavam ali, a tanto tempo... Contudo, em momento nenhum a menina simplesmente questionara. Seu questionamento só fora feito agora, e eu lanço uma pergunta simples: será que não é tarde demais?
Sua vida era como se fosse um jogo de cartas, aonde estava tentando tirar um coringa e tinha duas últimas tentativas... Não... Não, minha querida Yukiko, a situação estava muito mais crítica do que imaginava, eu avisei, tantas vezes, e de tantas maneiras, porém, infelizmente meus apelos não chegaram aonde deveriam chegar. Uma, duas, três... Foram muitas e muitas vezes, pois no fundo confiava, mas... É difícil confiar em alguém, que não percebe aonde está pisando. A metáfora não seria que aquilo era um jogo de cartas, Yukiko estava no meio da praça, em uma forca, com a corda no pescoço já tinha um tempo, só esperando ser puxada, mas a pequenina... Não percebeu... A gravidade da situação...
Ela tentou gritar, tentou convencer quem daria para convencer: Aijō Ishi, a jōnin que não estava entendendo o que estava acontecendo. Contudo, a maior referência médica, não era a inimiga da minha querida ninja, e sim Ana. E Ana ligaria? Não. Tudo que a ninja poderia falar e implorar por misericórdia, não mudaria o pensamento de Ana, afinal, Yukiko era uma ninja de Uzushiogakure no Sato, já Ana era a renegada. Tudo que a mulher de cabelos prateados fizesse não mudaria nada, a simples presença da adolescente com os olhos que vê tudo, mostrava que não existia o que fazer. A menina de chifres estava naquela forca, se debatendo, porém, não desistia de sua vida, ela então utilizou a última coisa que poderia fazer.
Ela não hesitaria em finalizar aquele combate? Porém, ela não entendia que era ela quem estava sendo finalizada?! É... Então em seus braços apareceram dois leões de cor roxa, e a sua frente, Ana sumiu e Ishi, correu. O que Ishi poderia fazer naquela situação?
Nada.
Jung fez então Kage Bunshins, sabia que seria atacada, e utilizou de seu Hakkeshō Kaiten, três grandes rotações parariam Ana, pensou. Não... Não pararia... Ishi corria em direção de Yukiko, mas a mesma não ia até a médica, que era a única que tinha nível para fazer algo, era a única que tinha algo que a ninja de chifres poderia usufruir, mas em nenhum momento, a jovem cogitou nada. Utilizou daquela tentativa de proteção para invocar Kamatari, e ela sorria debochada. É... E então tudo começou... De forma rápida, e cruel. Ishi corria, mas estava tão longe, não conseguiu chegar a tempo...— Konoha Gōriki Senpū —
Ana gritou.
Então um chute, um poderosíssimo chute para trás bateu frente a frente com a barreira, a velocidade era tão alta, que Jung não viu, mas percebeu claramente isso na sua barreira, percebeu tanto que todos sentiram. O impacto fora tão grande que todos os clones se desestabilizaram, e não somente os clones, a menina também. E Ana? Não sofrera danos, assim como todos, mas não estava na vista da adolescente de chifres. Nesse momento, o narrador desse tópico, talvez, lance uma última e simples pergunta: e então Jung Yukiko, o que você fará contra um oponente que é mais forte e que você não consegue ver? E a resposta era óbvia...
A defesa que a menina dos olhos que tudo vê realmente fora muito boa, porém... Demorou tanto para vir, a situação era tão, mas tão complicada. O local que ela estava, naquele dilema, poderia facilmente não estar lá. Ela ganhou míseros segundos, para o seu adversário, era nada, nada. Ishi precisaria de muito, mas muito mais tempo para chegar. Aquela menina da saúde, ainda estava no início do caminho, já Ana...— MORRA!
Ia novamente, só que agora, faltou uma coisa para a minha amada: tempo. Ela que tanto se debatia, tentando se defender, tentando sobreviver, não percebia que a partir do momento que ficou parada no saguão, a corda fora puxada. A morte era absoluta, não teria o que Jung fazer, não teria o que Ishi fazer, não teria o que o mestre fazer, nem Deus tinha como ajudar diante daquela situação. Em situações normais, não teria como detalhar o que ocorreria a seguir, mas para dar a verdade, infelizmente, temos que citar.
Sem nem parar, Ana seguia seus avanços, e não lançaria nenhuma técnica em si, sua velocidade e a grande abertura após o impacto com a grande rotação, era caminho livre para o avanço da mulher de áurea esverdeada. Ela avançaria, sem dó, dando um soco em Jung. Somente um soco? Bom, naqueles instantes a força da renegada era tão absurda, que esse soco facilmente abriria um grande buraco no corpo de Jung, e talvez seria tarde demais para perceber aonde tinha pisado.
Jung estava se debatendo na forca, não tendo o que fazer, a morte era certa. Naquele instante, em que a mulher fez sua investida, o que a menina pensou? Para quem ela rezou? Para tristeza do mestre somente a menina de chifres poderia responder, o mestre apenas poderia dizer que, o soco ocorreu assim como citado anteriormente, e a mão da renegada facilmente atravessou o corpo.* * *
Carteiro
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E então aquela figura mais uma vez estava correndo por Uzushiogakure no Sato, passando pelas vielas estreitas, pelas pequeninas pontes que existiam, rumo ao grande prédio central, que muitos conhecem por ser o grande prédio do Mizukage. Suas passadas rápidas e sua expressão de preocupação, só demonstrava que algo teria ocorrido, e algo extremamente raro, a ponto de ir mais uma vez para aquele prédio.
Sempre que ia para lá, era em necessidades extremas, mas naquela ocasião, só poderia temer pelo pior, afinal, algo tinha ocorrido e o shinobi ícone da vila não estava lá. O que seria? Aquela figura não sabia. Demorou, até que chegou ao prédio, estava normal como sempre, simples como sempre, bastante minimalista, como... Sempre. Entretanto, estava vazio, tudo estava vazio, até que sobrava somente o terraço.
Em passadas largas, fora para aquele canto que era acima da sala do gabinete do Mizukage, um grande terraço com uma ampla visão do vilarejo, que era pouco acessado, e sempre tinha que ter a permissão de Uzumaki Squall, somente o Sandaime Mizukage.
Então lá no meio do terraço, olhando para os céus estava aquela tão conhecida figura pequenina. Cap, com seu tão conhecido quimono anil de detalhes branco, fechado por uma fita negra. Com os membros todos cobertos e em seu rosto, a tão famosa máscara...— Boa tarde, Son. — Ela falou sem nem olhar para as costas.
Son olhava para as costas de Cap. Era engraçado, conhecia aquele ser misterioso tinha tantos anos, se formaram juntos, graduaram juntos, fizeram parte do mesmo time, porém, nunca soube se Cap era homem, ou era mulher. Se bem que tanto faz o que fosse, Son só achava curioso isso. Entretanto, não era hora de comentar isso, afinal, tinha anos que ele virara um carteiro, e não era um simples carteiro, e sim o grande carteiro utilizado somente para divulgação das missões mais importantes de Uzushiogakure no Sato.
Quando Cap chamava ele ali naquele prédio, algo de importante tinha que ser feito. Ele deixou de ser ninja, porém, trabalhava ainda para o vilarejo.— O que ocorreu? Sandaime Mizukage está em perigo? —
Perguntou, porém, Cap parecia não se importar nem virou para olhar para o que deveria ser amigo.
O ser andrógino ignorou completamente as perguntas feitas. Se importou mais em fazer selos e uma invocação: um gatinho de porte médio, era siamês de pelos acinzentados, com patas, focinho e rabo de coloração marrom-escura, e olhos tão azuis quanto os céus quando estava limpo. O gato se aproximou com uma papelada que estava localizada na bolsa de suas costas. É, tinha bastante trabalho pela frente.— Uzushiogakure no Sato, fora notificada a poucas horas sobre algo incomum. —
Cap começou a falar, e Son se abaixava para pegar a papelada, porém, não negou um afago no bichano. — Renegados, vindos do Norte, se encontraram com Aijō Ishi, e como relatado, eram dois, porém, não temos a confirmação disso.
Quando Cap citou o nome da outra ninja, Son parou completamente o que estava fazendo em uma reação brusca.— Não fomos notificados sobre mortes, mas... Ocorreu próximo dos portões, quinze quilômetros do Portão Norte, e já tem horas, e Aijō Ishi não está presente na vila.
— Como assim? Dois renegados aqui próximos a nossa vila, e ninguém fez nada? —
Son estava perplexo.— Son, eles se ocultaram muito bem, para vir e para sair. Tanto que fora muito difícil do Row notar, ele demorou um bom tempo, mas ele confirmou. Pelo menos duas pessoas, e a nossa ninja sumiu. Estamos lutando contra o tempo, você sabe muito bem a importância dela. Então, aí está toda a papelada, faça o que sempre fez, dispensado.
Son então abriu a papelada. Realmente, Row era o melhor sensor de Uzushiogakure no Sato, não somente isso, estaria facilmente entre os melhores sensores do mundo shinobi, que ficara por ordens de Uzumaki Squall para a proteção da vila. Se Row falou, por mais que estranho fosse, era a maior verdade. Ele então começou a ler os detalhes, para começar logo a convocação dos ninjas para a missão, não sabia do estado de Aijō Ishi e nem o porquê duas renegadas estavam ali, mas era algum sequestro, ou algo de pior tinha ocorrido com a menina. Ele leu, mas parou.
Perplexo, sem entender, ele ficou perplexo.— Jung... Yukiko?! —
Ficou tão confuso que nem sabia se fazia uma pergunta ou uma afirmação. Piscou os olhos para ver se era realmente o que estava lendo, e era. — Jung Yukiko? Chamar Jung Yukiko? Os papéis estão errados, não?!
Era tão estranha a reação dele? Não, não era. Ele não acreditava.— Estão todos certos. —
Cap confirmou.— Está me dizendo, que uma jōnin avistou dois renegados, uma jōnin, e essa mesma jōnin sumiu, e você quer que eu convoque uma chūnin? —
Não fazia lógica. — Isso é algo para o Mizukage resolver e não um chūnin!
— Bom, então convoque o Mizukage. —
Cap respondeu. — Ah... Ele está em Sunagakure no Sato, se for por ali, deve chegar em uma semana... —
E apontou.— VOCÊ QUER MESMO MANDAR UMA CHŪNIN PARA ALGO ENVOLVENDO AIJŌ ISHI? VOCÊ SABE QUEM É ELA MESMO CAP? O QUE DEU COM VOCÊ? TÁ QUERENDO SIMPLESMENTE MATAR ESSA MENINA? —
Son sempre fora uma pessoa conhecido por sua calmaria, mas existiam casos extremos que nem mesmo a pessoa mais calma do mundo conseguia não se alterar.— Ela apenas tem esse posto por ser a melhor médica da região... Apenas isso, não é algo para esse alarde.
— APENAS UMA MÉDICA??? ELA PARECE SER BEM PACÍFICA, MAS SABE BEM QUE QUANDO ELA ESTÁ COM PROBLEMA, ELA SE MOSTRA UMA DAS NINJAS MAIS FORTES DA VILA. O PRÓPRIO MIZUKAGE DISSE ISSO! E VOCÊ QUER QUE EU MANDE UMA SIMPLES CHŪNIN?! —
Son não conseguia acreditar. — UMA MISSÃO DESSA É NO MÍNIMO O KAGE EM PESSOA, OU PELO MENOS QUATRO TIMES DE JŌNINS, NÃO TEM SENTIDO.
E não tinha, mas tudo que ele falava parecia que Cap não ouvia, ela somente se virava e olhava.— O Kage não está aqui, nem as maiores forças. Todos que estão aqui, estão para ficar para algo mais de grave que possa ocorrer na vila. Se a gente mandar esses times, ficaremos sem ninguém para nos proteger. Pare de reclamar, apenas aceite, você é o carteiro. —
É, era apenas o carteiro. — Quer reclamar em uma hora dessas? Quer ser contra as ordens? Quando você foi contra, quantos morreram por sua culpa?! —
Então Cap subiu a voz. — QUANTOS? E QUANDO ERA PARA VOCÊ SER EXPULSO DAQUI, QUEM QUE NÃO TE VIROU AS COSTAS? ENTÃO APENAS FAZ, SÃO AS ORDENS DOS SUPERIORES, FIZ O IMPOSSÍVEL PARA TE AJUDAR, MAS SE NÃO QUER ANDAR NA LINHA, NÃO TEM O QUE EU FAÇA!
Eram poucas vezes que poderia ver aquele andrógino ser subindo a voz, contava-se nos dedos. E querendo ou não, tinha razão, querendo ou não, Son devia muito, mas existia algo que não dava pra simplesmente não aceitar. O carteiro então infelizmente leu novamente as instruções e os detalhes todos ali. Jung Yukiko... É, realmente, era ela.
Escreveu um pergaminho, e colocou na bolsa do felino. Já Cap mandou o felino ir, para daqui a algumas horas a missão começar. E então, Son correu...— Se lembre Son. Não existem segundas chances, você abandonou a vila uma vez quando voltou e deixou todos morrerem na missão. Se você abandonar a vila novamente, saiba que será tratado como um renegado. Isso foi avisado a anos pelo Daimyō, se lembre disso... —
E Son se fora. — Son...
* * *
Senju Son
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E então, naquele início de noite em Uzushiogakure no Sato, como sempre, Son fora naquela tão simples e tradicional floricultura que sempre ia. Sempre entrando batendo três vezes na porta e se apresentando. Sempre se dirigindo ao balcão. E mesmo depois de comprar tantas e tantas vezes, sempre perguntar o valor do Ramalhete de Flores. Era tão comum, que a dona da floricultura até sabia que o Ramalhete de Flores de Son, não era composto por doze rosas vermelhas, e sim onze, mas ela nunca questionou porque ele sempre retirava uma rosa. Ela já deixava preparada o Ramalhete, para a compra. Contudo, naquela vez o pedido fora diferente.— Uma rosa negra central, ao invés dessa rosa vermelha, por favor.
Ele pagou, e seu Ramalhete não fora posto como sempre fora. A mulher pensou em questionar, o porquê de uma rosa negra, mas sabia que aquilo era algo pessoal. Son apenas se foi. Estava indo em direção aonde o seu coração estava enterrado.
E então, naquele início de noite em Uzushiogakure no Sato, como sempre, Son se dirigiu até o Cemitério. Ele, a névoa e o silêncio, estavam todos presentes. Com uma expressão bastante tristonha, seria mais do que estaria por vir, ou daquele ambiente? Ele tentou sorrir, não conseguia, e em sua mão estava o Ramalhete, ele colocou suavemente sob o solo gélido, e não conseguia dizer o seu... Adeus. Estava para começar. O tempo já não tinha, não tinha. Ele então acariciou pela última vez, conferindo se a lápide estava limpa, e se levantou. E lentamente, foi indo embora, mas não conseguiu não dar a última olhada, dano o último adeus.
E então se foi. Aumentando a velocidade e pensando. Jung Yukiko, uma chūnin que fez algumas missões pela vila, mas ainda estava muito madura. Quantos anos ela tinha? O que ela queria ser? Quem ela se tornaria? Son não sabia. Seria uma pessoa boa? Uma pessoa má? Uma pessoa alegre ou uma pessoa reservada? Eram tantas perguntas, mas cabia ao destino dar uma missão desse nível para ela? O mundo era tão injusto assim? Existem vezes que é recebida uma missão por confiar no ninja que vai concluir a missão, porém, realmente mandariam alguém do nível dela para isso?
Mandariam ela para a forca? Em caso de sucesso, receberia apenas um parabéns, e em caso de fracasso, uma morte. Não... Não eram 50% de chances de sucesso, não existiam. E então, apenas mandaria uma pessoa para a cova, para chegar no outro dia e dizer: “Infelizmente a missão era difícil demais, temos que mandar força máxima.”. E o dilema seria, o que faria? Avisar que simplesmente era suicídio, ou entregar a vida dessa garota que nem conhece para a morte, simplesmente para concluir seu trabalho como carteiro?
Não... Não poderia fazer isso. E então, subiu naquele pilar de pedra e olhou para os céus, pedindo a Deus, para uma resposta, mas Son... Deus não estava lá.
Retirou sua bandana para olhar, e fitar o símbolo máximo de sua vila. Eram tanto em jogo, o que ele poderia fazer? E no meio de tantas questões, tantos valores, a névoa fora cortada com uma pergunta:— Son? Você me solicitou aqui?Não, ele não solicitou! Não, vá embora! Porque você veio? Ele apenas se virou e se aproximou.— Jung... Yukiko... Minha querida Yukiko... Minha querida... Yukiko... —
Seria estranho, mesmo não conhecendo, falar desse jeito, mas aquela pobre garota não merecia aquilo. Ele então apenas aceitou.
Um ato simples, mas de grande significado. O carteiro amarrou no braço da menina a sua bandana. A menina claramente queria falar algo, porque você não percebeu isso, Son? Então ele se afastou e começou a fitar a garota. Ela possuía aquela marca, era tão bonita, e tinha o nome que sua filha teria, eram tantas coincidências, mas porque o destino tinha que ser tão cruel? Ele então resolveu falar.— Sim sou Son, e você é a jovem Chūnin de Uzushiogakure no Sato, Jung Yukiko... Aquela que quando nossa vila estivera em guerra com uma vila vizinha fora nomeada à mão pelo nosso querido Sandaime Mizukage, o grande Uzumaki Squall, para uma batalha de vida ou morte, e conseguiu com sucesso finalizar essa missão e trazer a paz! —
Dizia, tentando dar valor a uma pessoa que claramente ninguém dava valor. — Você é como uma flor, Jung... Uma flor que deverá ser bem cuidada e bem tratada, para chegar o momento que... —
Era difícil as vezes dar esse discurso, não é mesmo, Son? — O momento que desabroche. Cada missão que passa e ao longo do tempo, é notório sua evolução... E você sente que uma hora, você irá desabrochar! E eis aqui... O motivo pelo qual está aqui... —
E então, era a hora, não era Son? Era, infelizmente, o carteiro tinha que fazer o seu trabalho. Ele retirava de um dos bolsos do colete o pergaminho que Cap dará com parte das informações, mas ele não conseguia. — Infelizmente, você não poderá ver o conteúdo dessa missão, pois... —
Porque isso era a ordem da sua morte. — Pois ela é diferente de das missões anteriores que fez! E antes de começar existem algumas regras, se lembre muito bem delas! —
Mentiu.
Não era diferente, nunca fora diferente das outras. Ele abriu o zíper do colete, não queria fazer isso, mas fez. Guardou no bolso do calção o seu pergaminho e começou a ditar as regras.— Primeiro! Todos os detalhes que saberá, serão dados por mim, antes da missão se iniciar! Segundo! Sua missão só será concluída com sucesso, caso no final da missão você esteja trajada com ambas as bandanas que possui atualmente nos respectivos lugares iniciais, e com o colete que irá receber! Terceiro! Você será instantaneamente promovida para Tokubetsu Jōnin no início da missão e fará essa missão com tal cargo, mas caso falhe ao final, você retornará ao seu cargo de Chūnin! E por último, antes de dar todos os detalhes da missão... Enfim... Quarto! Assim que iniciarmos você será a líder encarregada! Alguma dúvida sobre as regras?
Uma grande de uma mentira, mas parecia que Yukiko não percebia.— Senhor... Son... Uma missão assim não é comum, normalmente me informam bem sobre as missões e me dão um pergaminho, mas... Acho que aceito mesmo assim. —
A menina respondeu.
Porque? Porque? Porque aceitar uma grande de uma mentira, mas parecia que Yukiko não percebia. Ele então entregou o colete para a menina, e ela não percebia o óbvio.— Uzushiogakure no Sato foi reportada que ao final dessa tarde, a jōnin Aijō Ishi foi raptada por Nukenins. Isso foi confirmado, mas infelizmente não temos tantas informações de quantos são, nem o que querem com isso. Não sabemos aonde estão atualmente, mas fomos informados da possível região do paradeiro desses Nukenins. —
Ele olhou para o Norte, seria Gurētoabisu, o local que vários jōnins foram anteriormente e nenhum voltou com vida. — É duas horas de viagem, ao norte! Finalizando... Por motivos da ausência do Sandaime Mizukage, temos que ser precisos e bem efetivos! Não podemos vacilar e trazer Aijō Ishi viva para a vila, pois ela é uma das ninjas médicas de maior referência e seria uma perca tremenda! —
Ele olhou novamente querendo que desse uma luz na menina, mas a luz não vinha. — Uma missão de resgate! Posso dar como missão iniciada, não é?!
— Sim, essa missão acaba de iniciar! Porém, tenho uma dúvida... Líder, correto? Então irei participar com outros shinobis? Não vejo ninguém por aqui, irei encontra-los no meio do caminho? Ah, não se preocupe com quantidade, eu sou boa em enfrentar vários de uma vez só, digamos que eu tenho métodos de fazer isso.Eram tantas coisas estranhas, tantas regras, e em nenhum momento ela reclamara ou negara, ela acatara tudo, dando uma resposta confiante. Aquela não era a resposta que ele queria, ele queria um não, queria ela voltando, mas não tinha isso. Son não conseguia mais, era demais para Senju Son. Ele então abraçou a menina, fortemente, foram poucos segundos, mas para Son aqueles poucos segundos eram uma eternidade. E então ele falou algo que queria falar desde a primeira vez que escutou a voz da garota:— Boa sorte, Jung-shoujo!
Boa sorte...* * *
A Rosa Negra
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Byakugan, o famoso olho do clã Hyūga, muito conhecido por ser uma habilidade ocular que oferece ao seu portador uma visão quase divina. Um olho que tudo vê, e não existem barreiras físicas para tal olho. Tantos anos se passaram, e talvez essa fosse a primeira vez que Jung Yukiko não avistasse tanto o que queria ver. Não, os olhos não avistavam, mas ela sentia que logo ali estava a sua morte. Não existiam defesas, não existiam reflexos, Deuses, atributos, jutsus que pudessem salvá-la do seu destino. Do que adianta possuir um olho que tudo vê, se ela estava completamente cega? Ishi corria, mesmo assim, em vão, não era questão de segundos, era menos que isso. Uma investida rápida, com o punho esquerdo fechado na direção do peito, um soco cheio de ódio, cheio de raiva, um soco para matar. E fora isso que ocorreu, quando menos percebera, Yukiko apenas via aquele braço ultrapassando o peito e saindo do outro lado, cheio de sangue. Fora muito rápido.
Ishi parou.
Ishi parou.
Ishi olhou, e não sabia qual seria a expressão que daria para aquilo que estava vendo, talvez fosse difícil ter alguma expressão naquele momento. E de tantas coisas que poderiam ocorrer, de infinitas possibilidades, ela nunca preveria o que iria ocorrer.
E lá, na frente da ninja com duas bandanas nos braços, estava Son, ou o que deveria ser Senju Son. Aquele que estava ao seu lado por essa jornada, que mal conhecia, estava ali, com grandes ferimentos abertos ao longo do corpo, os músculos todos totalmente acabados, e os ossos, o que os olhos dela viam não tinham explicação, estavam quase todos fraturados. O seu braço direito, já era, seus cabelos estavam totalmente avermelhados, mas não eram somente de sangue, a coloração estava totalmente avermelhada, assim como suas sobrancelhas. E uma grande áurea avermelhada estava sendo emitida por Son.
Era, não tinha palavras para descrever isso. E entre o corpo de Son, o braço de Ana estava ali, atravessado completamente agonizando. E mesmo com tudo isso, ele estava lá na frente de Jung Yukiko. O que ele estaria pensando naquele momento? Porque ele estaria fazendo isso? Somente uma coisa que ela poderia saber.— Você está bem, Jung-shoujo?
E a pergunta fora feita, com a voz totalmente acabada, mas fora feita com o tom de preocupação. Ishi não entendia, aquela pergunta nunca que poderia ter sido feita por Son, aquilo era demais para a médica.
Nada poderia salvar a menina, Ishi não salvaria, nenhum Kage conseguiria salvar, e Deus já tinha abandonado aquele canto tinha muito tempo. A vila tinha mandado ela para uma missão que claramente iria acarretar em sua morte, e mesmo assim, lá estava aquele carteiro: Senju Son, Hyūga Son, não importava o nome que dessem para ele naquele momento, ele estava lá.
Jung Yukiko estava muito debilitada, mas graças a Son, estava viva, o homem então virou o rosto para olhar os olhos da menina das duas bandanas. E aquela face com um corte transversal e sem o olho esquerdo olhava para a menina, com uma tentativa de felicidade, mas Son, é difícil expressar isso, nessas circunstâncias.— Desculpe Jung-shoujo, eu menti. —
Ele então sorriu. — Você não é Tokubetsu Jōnin, eu não tenho cargo para promover assim...
— O QUE VOCÊ FEZ COM MOE? —
E ana gritava sem entender, Moe estava morta? Como ele matara Moe? Porque de todas as pessoas dali justo Moe tinha que morrer? A única coisa que ela fez foi encontrar um médico, a vida era tão injusta assim... Não... — NÃO... —
Ela não acreditava.— Essas bandanas, esse colete, não são nada demais... —
E não eram, nunca foram. — Mesmo assim, existe sim um detalhe que eu não comentei para você, que estava esperando uma hora oportuna chegar... —
E Ana agonizava, mas Son era forte, mesmo assim, a mulher começou a emitir uma áurea parecia com a do homem sem braço, e seus cabelos prateados começaram a ficarem avermelhados. Son percebeu.Ana tentava retirar seu braço, mas ainda não conseguia, já Ishi olhava para aqui sem entender e Tonton aproximava da companheira com a criança.— Uzushiogakure no Sato foi reportada que ao final dessa tarde, a jōnin Aijō Ishi foi raptada por Nukenins. —
E ele começou a repetir a missão dada. — Isso foi confirmado, mas infelizmente não tem tantas informações de quantos são, nem o que querem com isso. Não sabem aonde estão atualmente, mas foram informados da possível região do paradeiro desses Nukenins. —
Ana finalmente retirou seu braço. — Por motivos da ausência do Sandaime Mizukage, tem que ser precisa e bem efetiva! —
E então ele deu um último olhar. — Infelizmente, também fora reportado que um Nukenin Rank-S está na região. O nome dele é Senju Son!
Ana agora solta e no seu estágio máximo, tentou dar um soco naquele que matara sua amiga. Já Ishi, se desesperou, ela olhava para aquilo, mas mesmo com todo seu conhecimento sabia que nada poderia ser feito. Ela olhava para aquele carteiro que muitas vezes mandou missões para ela, e não sabia porque um homem tão forte quanto aquele era um simples carteiro. E certamente ele era um renegado, até porque, ele não tinha em nenhum canto o símbolo de Uzushiogakure no Sato, e também sabia, que se voltasse para a vila e falasse que um renegado que salvou aquela menina de chifres, a médica e a menina de chifres seriam consideradas aliadas de um traidor. Porque Son? Talvez essa pergunta não tivesse resposta nunca. Porque Son.
Ana tentou dar outro chute, mas Son esquivou.— Fico feliz, que tenha concluído sua missão com sucesso! Boa sorte, Jung-shoujo! —
E deu sua despedida.
Era tudo tão avermelhado, Son e Ana, com aquelas áureas fortes vermelhas, poderia até ter o mesmo significado de rosas vermelhas, que representam o amor, a vida, mas... Naquele momento, no seu ápice, a única coisa que esperava por Son era a morte. E assim como o Ramalhete de Flores, Son estava rodeado de vida, mas dentro dele, existia uma grande rosa negra que representava a sua morte.
Son então deu seu foco em Ana, não tinha muito mais como barrar ela, e tinha a intenção de segurar a mulher ali. A menina das duas bandanas ao longo de tudo isso, ainda estava com seus kage bunshins, mas poderia sim ter desfeito ao longo do caminho. Já o selo, fora desfeito.
Eram tantas e tantas coisas que poderiam ser feitas. Son estava lutando com Ana, mas seus olhos não conseguiam ver, o que avistava era Ishi próxima ao trono, junto de Tonton e a criança desmaiada. A missão tinha sido finalizada? O que a menina dos cabelos curtos iria fazer?- Considerações:
- Boa noite,
~Yukiko
[-10 HP/Turno] Devido aos cortes médios! Sem redutores!
Jung Yukiko está a 1100 metros da entrada.
Ishi está a 2500 metros da entrada.
Son está a 100 metros.
Boa sorte, bom turno.
Dúvidas, críticas, sugestões, me contactar via PM ou via Discord!
Boa sorte!