Sabe de uma coisa? Eu acho que nunca lamentei a morte dos meus pais. Para ser sincero, talvez seja porque nunca os considerei mortos de verdade e sim apenas desaparecidos. Eu sei que provavelmente não faz sentido porque se tivessem saído vivos daquela explosão do laboratório é claro que voltariam para casa. Bom, isso não aconteceu. Mas também nunca encontraram os seus corpos mesmo entre aqueles vários carbonizados. Para todos os efeitos, é como se eles nunca tivessem pisado naquele lugar. Muito por causa da minha falta de tato social as minhas emoções sempre foram estranhas, e mesmo nesse caso da morte de pessoas que eu
amava eu não reagi como uma pessoa normal. Depois de tantos convivendo com esses sentimentos — ou a falta deles, no caso — eu já me acostumei.
Bom, ao menos quando estou consciente.
Os sonhos com meus pais que mais parecem lembranças não são recorrentes, mas vez ou outra eles estão ali. Ainda que eu não processe a sensação de perda muito bem, sempre que tenho um desses sonhos o meu dia acaba sendo perdido porque algo lá no fundo meu coração parece lamentar, e eu respondo me trancando dentro de casa. Esses são dias de reflexão em que tento imaginar como as coisas teriam acontecido na minha vida se eu tivesse tido pessoas para me guiarem. Sabe, como toda criança costuma ter. Talvez eu tivesse aprendido a lidar melhor com minhas sensações. De repente eles poderiam ter me ensinado a perder sem que eu precisasse ser preso e torturado por aqueles bandidos. É estranho ter esses questionamentos quando tecnicamente você não se importa. No meu caso, eu só não sei que me importo... Por mais confuso que isso possa soar.
Aquele dia se iniciou como qualquer outro, o que significa que não tive um desses sonhos contraprodutivos. Ainda assim, passei a manhã quase que completamente deitado olhando para o teto. Os acontecimentos recentes nos subterrâneos ainda me deixavam bastante preocupado com a situação atual da vila. Ainda não tínhamos recebido qualquer aviso de que estariam lidando com as coisas. Mesmo que fosse uma operação sigilosa, Athros deixou a entender que Akihito, Diyoza e eu já estávamos envolvidos naquele assunto e voltaríamos em breve para resolver. A falta de informações desde aquele dia era bastante inquietante. Apoiei o antebraço em cima da minha testa conforme imaginei diversos esquemas refletidos no teto do quarto de formas de lidar ainda melhor com a limitação espacial que aqueles túneis proporcionavam. Nada parecia ser bom o suficiente para nos garantir uma vantagem, então desisti logo em seguida e me preparei para tomar banho. Estava me sentindo extremamente frustrado com aquilo. Esses pensamentos se seguiram durante toda a preparação do meu almoço, ao ponto de quase queimar o pouco de arroz que preparei.
Eu estava sentado à mesa quando uma pedra entrou na sala por uma janela, quebrando o vidro e fazendo um grande barulho no processo. Me levantei de súbito pelo susto, derrubando o meu prato no chão ao bater nele sem querer quando movi as mãos preparando selos. Quando percebi ter sido uma pedra e não um ataque propriamente dito — meu cérebro estava tão focado naquela história dos traidores que processou ser um ataque deles —, suspirei aliviado. Ainda assim, segui até a dita pedra para averiguar do que se tratava. Olhei pela janela quando passei por ela e não encontrei ninguém ali perto. Ao pegar a pedra nas mãos, notei que na verdade ela tinha um pedaço de papel preso a ela. Uma carta.
— Que forma deselegante de tentar falar com alguém. — resmunguei enquanto desenrolava o pequeno pedaço de barbante que prendia a pedra à folha. Joguei a franja para o lado com uma mão enquanto segurei o papel agora livre com a outra, e então o desamassei para enfim poder ver o seu conteúdo. A pessoa que fez aquilo se identificou como Tachibana Inari, e eu achei o nome por demais familiar quando o li, ainda que não tenha conseguido lembrar logo de cara de onde o conhecia. O que veio a seguir provavelmente teria sido um baque enorme para qualquer outra pessoa, porque ali dizia que, de alguma forma, meus pais estavam vivos. Eu fiquei parado encarando o papel e processando a informação. Não é que eu estivesse em choque com a possibilidade, porque como dito eu sempre me convenci de que eles apareceriam mais cedo ou mais tarde. Se passaram anos, mas eu me convenci bem o suficiente para manter tal crença por todo esse tempo, então em um primeiro momento eu já pensei em ir atrás.
Mas não sou idiota. Aquela mensagem parecia por demais suspeita, afinal de contas todos os vizinhos sabiam sobre eu ser órfão. Embora eu pouco interagisse com eles, talvez minha antipatia fosse motivo o suficiente para me pregarem uma peça. O que me fez ter certeza de que aquele bilhete não era algum tipo de brincadeira de mal gosto foi o símbolo assinado ao final: o brasão oficial dos meus pais, aquele que sempre usavam para assinar seus trabalhos. Essa informação era específica demais para um qualquer saber. Ela estar ali exposta era apenas uma forma de provar sua veracidade, pois indicava ser alguém que trabalhou com eles anteriormente ou até mesmo estava com eles naquele exato momento (ou pelo menos era isso que aquilo tudo parecia indicar). Mais curioso do que interessado em revê-los, peguei meus equipamentos e saí pela porta da frente. Não terminei de almoçar, afinal tudo aquilo me deixou sem apetite.
O conteúdo da carta indicava um ponto de encontro e que eu deveria queimá-la quando a visse. Eu parti rumo a esse dito local, mas ignorei a instrução de me livrar da carta. Não fazia sentido na minha cabeça eu queimá-la se ela era justamente a prova — ou algo próximo disso — de que existia realmente a chance dos meus pais estarem vivos. Inari pareceu estar apressado ou desesperado pelo método nada discreto que resolveu utilizar. Ainda assim, foi capaz de escapar antes que eu pudesse vê-lo. Significava que ele tinha como entrar e sair rapidamente da vila. A única resposta plausível na minha cabeça eram os túneis. Talvez ele fosse um dos traidores citados anteriormente pelo amigo de Athros? Faria sentido.
O local era fora da vila. Eu sabia que se fosse pego ali naquele lugar dificilmente algum dos meus superiores poderia me achar para me salvar. Estava por conta própria. Apesar de arriscar a vida não ser nada o meu estilo, afinal eu não sabia o que poderia estar me esperando, a minha curiosidade era ainda maior do que tudo isso. Sem marionetes comigo para poder exercer o melhor do meu estilo, eu teria que me entregar ao meu arsenal de técnicas de improviso caso as coisas saíssem do controle. Minhas chances de conseguir escapar de uma armadilha bem montada eram bem pequenas. Ainda assim, continuei seguindo em frente.
Cheguei em uma colina onde a floresta pareceu se abrir. O campo era por demais aberto, então se tivesse alguém ali eu veria rapidamente. Não entendi logo nos primeiros segundos, mas então me virei de costas e ali estava ele. Quer dizer, eu ainda não sabia quem era aquele homem à minha frente, mas presumi ser quem me impulsionou a ir até ali. De cabelos esverdeados, olhos negros e pele clara, o homem ficou me encarando por uns bons segundos sem dizer nada. Tomei a dianteira.
— Você que é Tachibana Inari? — questionei mostrando a carta.
— Eu disse para que se livrasse disso. — ele resmungou, claramente incomodado com a minha aparente desobediência
— Mas acho que está no sangue não ser capaz de seguir as minhas ordens.Apesar de não ter respondido a minha pergunta, a forma que aquele homem à minha frente falava deixou claro que ele era mesmo quem eu procurava. Mesmo vendo seu rosto, ainda assim não consegui lembrar de já tê-lo visto antes. Seu nome, contudo, ainda me soava estranhamente familiar. Com uma roupa longa que mais parecia uma capa, Akira moveu a mão até o pescoço desabotoando três botões de sua vestimenta. Eu, por outro lado, ainda não estava conseguindo entender muito bem o que estava rolando ali.
— Obedecer suas ordens, você diz? — questionei, finalmente entendendo as entrelinhas de tal reclamação
— Então você que era o chefe de Nakamoto Yusei e Nakamoto Naomi? — perguntei para confirmar, embora já tivesse plena certeza de minhas suspeitas.
— É engraçado você chamá-los pelo nome, assim tão formalmente. Afinal de contas, eles não eram os seus pais? — ele disse, e eu novamente precisei interpretar as entrelinhas de tal comentário para me antecipar às suas ações. "Eram os seus pais" indicava claramente que eles estavam mortos, como esperado. Eu tinha ido até aquele lugar esperando confirmar minha teoria de que meus pais estavam bem e só não voltaram para casa por seus próprios motivos. Eu estava errado, aparentemente.
— Mais engraçado é você me chamar até aqui para ficar com essa ladainha. — respondi. Estava começando a me sentir incomodado com aquela conversa estranha no meio do nada. Inari abriu um sorriso ao me ouvir, como se eu realmente tivesse contado uma piada. O homem de fato começou a gargalhar bem alto depois disso, ao ponto de cair de joelhos no chão como se tivesse perdido a força das pernas. Sua risada começou a sumir gradativamente conforme seu rosto ia ficando cada vez mais sério. De repente, percebi que uma lágrima estava descendo pelo seu rosto.
— Eu nunca imaginei que eu realmente teria uma chance dessas. — ele voltou a falar, porém suas palavras não faziam sequer sentido para mim naquele momento
— É tudo culpa dos seus pais. Se eles apenas tivessem aceitado a proposta, hoje nós seríamos a maior organização de especialistas do mundo. Mas não, eles preferiram esconder seus estudos de mim. Eles disseram que não confiavam na minha integridade para ter algo do tipo nas mãos. Não tive escolha a não ser demiti-los, sabe? Mas os teimosos não conseguiram superar. Naquele dia eles disseram que tinham ido apenas recuperar o que era deles por direito. — ainda no chão, Inari começou a contar todos os detalhes dos acontecimentos de quando eu era ainda tão novo e fui deixado para viver por conta própria
Eu não tinha mais nenhuma dúvida sobre o motivo de considerar Tachibana Inari tão familiar: ele era o chefe dos meus pais. Inari é o cara que foi ambicioso o suficiente para aceitar manchar a integridade da sua organização apenas para ter mais riquezas. Foi ele que demitiu meus pais para roubar os seus estudos, e também deveria ter sido ele a ter morrido com os outros. Ele estar agora na minha frente contando tudo isso era uma situação estranha. Eu não sabia se o correto era atacá-lo ali imediatamente, afinal por culpa dele os meus pais morreram. Ainda assim parecia uma decisão precipitada de minha parte, afinal eu não estava ligando realmente para tudo aquilo sendo dito.
— Eles pegaram os documentos e estavam fugindo. Eles até que iam conseguir escapar, mas eu não podia arriscar perder tanto. É, eu tive que causar a explosão. — naquele momento, ele começou a se levantar. Seus olhos se viraram em minha direção, e eu podia sentir a sua raiva exalando na minha direção
— Foi necessário, eu precisava daquelas pesquisas. Sabe, eu quase não consegui acreditar nos meus olhos quando te vi nos subterrâneos. Não me mostrei, é claro, mas ainda assim ver você me fez entender. Os documentos que eu recuperei depois de dar um jeito de que nunca encontrariam os seus corpos tinha uma parte faltando. Eles disseram que ainda estavam na fase teórica, mas era mentira, o que eles tinham catalogado era avançado demais para ser apenas hipótese. Eles já tinham conseguido compreender aquele poder, isso sim. Melhor, conseguiram dar aquele poder para outra pessoa. Quem poderia imaginar que esse era o enigma que por anos eu não consegui enxergar?Aquela conversa estava por demais estranha e eu me vi completamente envolvido por ela, tentando entender o que estava acontecendo ali. Inari me contar todas aquelas coisas depois de anos não fazia o mínimo de sentido. Eu era um ninja agora, e poderia muito bem me vingar dele se eu quisesse. Movi os dedos ensaiando usar dos meus fios de chakra, e ele pareceu entender o que aquela movimentação significava. Se ele realmente me viu no subterrâneo, deve ter visto em algum momento quando usei do meu Kugutsu para prender aquele prisioneiro. Ele já sabia das minhas habilidades, aparentemente, ainda que eu não tivesse a mínima ideia do que ele poderia fazer. Na verdade, eu ainda sequer tinha entendido o motivo de tanta hostilidade de minha parte. Ele tinha apenas falado um amontado de coisas, sem realmente ter avançado para me atacar.
Mas foi só eu pensar nisso para as coisas esquentarem.
Inari avançou na minha direção, pronto para usar de Taijutsu para me render. Eu mal sabia chutar decentemente, então não podia deixar que ele se aproximasse demais. Realizei selos estendendo o meu cabelo para que cobrisse o meu corpo. Eu estava começando a ficar muito habituado àquele jutsu, então foi a primeira coisa que pensei em fazer. Ao ver os espinhos aumentando como um escudo sangrento ao meu redor, Inari recuou.
— E em pensar que a resposta esteve tão clara esse tempo todo. — ele disse.
— Pare de falar asneiras. — retruquei
— Eu não sei que tipo de resposta você finalmente descobriu ao me ver, mas eu sei que não vai poder testá-la depois de hoje. Você morre aqui.Movi todo o meu cabelo para a frente do meu corpo e corri na direção de Inari para espetá-lo até a morte. Ele sorriu de forma provocativa com a minha ameaça, e começou a recitar algumas palavras estranhas que eu sequer conseguia compreender o que queria dizer. Como me aproximei o suficiente, meu corpo travou. Como se o controle do meu cérebro sobre meus movimentos tivesse sido extinguindo, por mais que eu fizesse força para continuar o ataque ainda assim eu não conseguia me mover. Uma dor de cabeça repentina surgiu conforme ele continuava a recitar aquelas palavras estranhas.
— Eles se diziam tão benevolentes, mas olha só o que eles foram capazes de criar? — disse Inari de repente. Apesar de ter cessado a sua recitação, ainda assim eu não consegui me mover
— Criaram um monstro em laboratório e o chamaram de filho.Naquele momento meus olhos se arregalaram. Eu estava muito confuso. Conforme Inari voltou a falar aquelas palavras estranhas que mais pareciam comandos, meu cabelo começou a regredir de tamanho e o Hari Jizou a ser desfeito. Eu me sentia exposto. Estava ali, completamente parado ao ponto de não conseguir mover mais que meus próprios olhos. Inari caminhou ao meu redor e chutou atrás do meu joelho, me fazendo cair no chão. Ainda que meu corpo ainda estivesse travado, eu percebi que de fato ele ainda estava em perfeito estado. Eu apenas não conseguia controlá-lo.
— Esse poder vai ser capaz de salvar minha vida — ele disse puxando minha cabeça para trás e me fazendo olhar para cima. Inari repousou seu polegar direito na minha testa. Seus outros dedos se apoiaram ao lado do meu rosto. O homem fechou os olhos e respirou fundo antes de apertar mais forte a minha testa. Aquelas palavras que ele voltou a recitar agora me trouxeram uma enorme dor de cabeça. Eu senti aquele ponto que ele estava tocando na minha testa começar a queimar. Por algum motivo, lembranças do meu aprendizado do Kugutsu começaram a ser invocadas na minha mente. Cada uma delas passando um por um bem diante dos meus olhos, e à medida que davam lugar a uma lembrança mais antiga eu de repente senti dificuldade de lembrar o que eu tinha acabado de ver. Comecei a me desesperar assim que entendi o que estava acontecendo: de alguma forma, ele estava selando as minhas habilidades.
— Essa era a primeira chave que eles colocaram para guardar seu segredinho. Eles implantaram um selo extremamente complexo no seu cérebro que o impedia de acessar esses poderes. Acho que eles pretendiam tirá-lo de você quando o momento certo chegasse, mas com a sua morte esse momento nunca chegou. Mas não se preocupe, eu vou concluir o que eles começaram.Kugutsu não precisa de selos de mãos, então como eu não podia me mover eu tentei revidar. Eu ainda sentia meu chakra fluindo dentro de mim, então talvez ainda pudesse utilizá-los. Tentei criar os fios de chakra para que se prendessem em Inari e me dessem o controle sobre o seu corpo, mas assim como eu suspeitava nada aconteceu. De fato, algo de muito ruim estava sendo feito comigo. O desespero aumentou.
— A segunda chave era um selo de autopreservação. Se entendi bem, eles queriam que você vivesse ao máximo para poder cultivar ainda mais o seu poder adormecido, afim dele ser liberado posteriormente com todo o seu poder e então roubado para ser comercializado. Imagino que você ame seguir regras, não é? Não faz nada que possa comprometer sua integridade física e sua carreira como shinobi. É, pois é, isso é coisa dos seus pais. Foi a forma que encontraram de preservar o ratinho de laboratório deles.Inari parecia estar tentando me ofender ao falar dos meus pais, mas mesmo que eu não tivesse paralisado ainda assim não reagiria ao que ele está dizendo. Ao contrário do que ele imagina, eu não ligo de ser usado como arma. É isso que é um shinobi, certo? Uma arma para... A vila? Uma... Arma? Minha visão começou a ficar turva de repente e na mesma medida eu comecei a duvidar de minhas próprias convicções. Qual o problema de ser uma arma? Um shinobi não liga para isso, não podemos ter emoções. Espere, ter emoções? Qual o problema de ter emoções? Eu queria poder ter emoções como as outras pessoas. Não, isso está errado. Eu sou um ninja do Som e preciso seguir regras porque... Por quê?
— Estou quase terminando de tirar a última tranca. Só mais um pouco e...E foi ali naquele local que tudo aconteceu. O chakra que eu outrora estava sentido circular pelo meu corpo de repente pareceu parar por breves segundos e então uma descarga enorme de energia pareceu percorrer o meu corpo. Minha visão escureceu de repente, mas eu senti quando todo aquele poder saiu de dentro de mim e se expandiu para fora. Inari foi arremessado por uma explosão de energia negra que rodopiou ao meu redor, a mesma que pareceu anular a paralisia que me foi induzida. Eu me senti mais poderoso do que nunca.
Fiquei de pé então, olhando para Inari. Parti para cima do homem, ainda que meu Taijutsu não fosse dos melhores. Meus instintos gritavam para que eu o tocasse. O homem pareceu completamente assustado e tentou se esquivar, mas o mero toque do meu dedo em sua roupa pareceu surtir algum efeito sobre ele, fazendo-o tropeçar e cair no chão. Foi quando eu percebi aquela forma estranha que de repente tinha surgido na minha mão esquerda. Sem entender muito bem, avancei de novo em sua direção para tocá-lo como antes. Desta vez, segurei na gola de sua camisa com a mão direita e levei a mão esquerda à sua testa. Seus olhos se arregalaram e ele começou a gritar descontroladamente quando o processo começou. De repente, eu senti como se tivesse anos de fome sendo saciados. A energia era tamanha que eu conseguia ver o chakra se movimentando do corpo de Inari e rodopiando ao redor da minha mão, sendo absorvido pelos losangos que ali estavam.
Quando acabei, Inari caiu no chão. Estava morto. Ainda sem compreender o que era tudo aquilo, eu fiquei encarando minhas mãos pelo o que pareceram ser horas. Aquelas marcas estranhas de alguma forma pareciam ter me dado um novo poder. Tentei manifestar meus fios de chakra novamente, mas não consegui. Confuso, estendi a mão esquerda para frente. Eu estava sentindo algo tentando sair. De forma instintiva, permiti a sensação se libertar. Chamas azuis foram liberadas pela marca, consumindo várias árvores que estava ali na linha de fogo. Assustado com aquilo tudo, me virei para sair dali. Foi quando minha máscara caiu no chão. Tinha quebrado momentos antes, na hora da explosão de energia. A olhei ali no chão e me agachei para pegá-la, mas não completei o movimento. Deixando-a para trás, eu parti para o meu caminho de volta para a vila. Eu tinha agora um novo problema para lidar.
HP: 550/550 | CH: 1000/1000 | ST: 0/4
VEL: 6m/s | SEL: 6s/s
- informações relevantes:
- explicação:
Na história do Kiseki, os seus pais eram cientistas que estavam pesquisando sobre roubo de chakra. Eles morreram em uma explosão do laboratório em que trabalhavam depois de terem o invadido para resgatar suas pesquisas após serem demitidos. Acontece que eles disseram que nunca avançaram nos seus estudos, mas a verdade é que avançaram até demais. Kiseki não é um filho legítimo do casal. Como sua história bem diz, ele foi produto dos estudos dos seus pais e ficou criado em laboratório. Basicamente, ele é quase um tipo de humano sintético, criado especialmente para receber um poder específico. Uma kekkei genkai. O Meiton. Seus pais colocaram diversos mecanismos de defesa em seu corpo porque eles pretendiam estudar a evolução dos seus poderes aos poucos, que acabaram se tornando quase que permanentes com sua morte. Somente aqueles com as chaves específicas poderiam liberar a kekkei genkai de Kiseki, e Inari, o chefe dos seus pais que voltou como um infiltrado no subterrâneo, por ter resgatado os estudos sabia exatamente o que fazer. A primeira tranca era o próprio Kugutsu, algo ensinado a Kiseki desde cedo como uma forma de focar sua atenção. A segunda tranca era seu mecanismo de autopreservação ao seguir regras, minimizando as chances de fazer algo de errado. A terceira tranca envolvia liberar o próprio poder. Inari pretendia com isso tudo roubar o Meiton para si, mas ele só não esperava que os anos de supressão no poder fariam ele se manifestar pela primeira vez com um poder imenso. Ele sugou todo o chakra de Inari, como a kekkei genkai diz ser capaz de fazer, embora tenha sido apenas um surto pela recém liberação. Agora, Kiseki perdeu sua conexão com o Kugutsu para poder dar lugar ao seu verdadeiro poder: o Elemento Escuridão.
- objetivos:
Troca de Clã [1500/1500 palavras]
Superação do Defeito: Cumpridor de Regras [400/400 palavras]
- traços e habilidades:
Ambidestria (0)
Tipo: Treinável.
Descrição: De modo a tornarem-se mais ágeis, diversos personagens treinam a capacidade de utilizar ambas as mãos igualmente capazes com coordenação motora perfeita.
Bonificações: Pode-se utilizar ambas as mãos com maestria usando armas diversas e outros fins.
Perícia em Shurikenjutsu (0)
Tipo: Treinável.
Descrição: Alguns shinobis treinam exaustivamente e conseguem manusear suas armas básicas com perfeição, criando movimentos únicos.
Bonificações: Pode-se lançar armas com 5 metros adicionais, criar manobras, e a velocidade das armas básicas aumentam em +2 m/s.
Grande Controle de Chakra (2)
Tipo: Inato.
Descrição: Alguns personagens demonstram uma capacidade inata de gerar o chakra sem gastá-lo exageradamente, eles apresentam isto desde a academia e muitos associam isto a inteligência de uma pessoa, mas não tem, necessariamente, uma ligação.
Bonificações¹: Redução de todos os consumos de Chakra em 25%; arredonda-se em números quebrados para o maior valor.
Nota¹: Sempre que existir o requerimento dessa qualidade, não poderá ser usufruída as bonificações mencionadas acima.
Habilidade em Ninjutsu (2)
Tipo: Inato.
Descrição: Diversos personagens apresentam desde o começo de suas atividades shinobis uma enorme facilidade em um determinado estilo, estes por sua vez aprendem com mais facilidade e também desenvolvem seus poderes mais rapidamente.
Bonificações: Acréscimo de 1 Ponto em Ninjutsu & redução de dez pontos de chakra em qualquer ninjutsu que utilize chakra puro (exclui-se então elementais).
Conhecimento Anatômico (1)
Tipo: Treinável.
Descrição: Alguns personagens estudam muito e com isso aprendem toda a noção anatômica de humanos e animais com perfeição, podendo atingir qualquer ponto vital ou não facilmente.
Bonificações: Compreensão de anatomia humana.
Falta de Habilidade Social (1)
Tipo: Superável.
Descrição: São personagens que demonstram clara indiferença aos acontecimentos naturais da vida. Assim como Sai, eles não sabem quando devem e se devem mesmo sorrir, dificilmente entendem piadas e normalmente falam coisas completamente fora dos padrões sociais.
Influências: Não compreendem as competências sociais normais; não podem aprender Domínio Psicológico.
Cumpridor de Regras (1)
Tipo: Superável.
Descrição: São personagens considerados chatos para muita gente, pois sempre seguem todas as regras, sem flexibilidade. Normalmente eles consideram sentimentos coisas fúteis, seguem diretrizes shinobis mesmo fora de missões e acabam falhando naturalmente com as pessoas.
Influências: Nunca fogem de regras impostas, inclusive as shinobis básicas.
- atributos:
Ninjutsu (06)
São ninjas que alcançaram possuindo qualidades diferentes dos demais shinobis. Caso a qualidade seja inata, as forças produzidos através de ninjutsus do personagem ganha, 200 pontos a mais de força.
Genjutsu (00)
Personagens inpatos a usarem Genjutsus.
Taijutsu (00)
Personagens inpatos a usarem Taijutsus. São ninjas que dominam apenas o básico como socos e chutes simples incapaz de reproduzir movimentos muito elaborados como esquivas rápidas e manobras.
Inteligência (05)
Personagens gênios. São fantásticos no quesito estratégico; deduzem mais facilmente os detalhes percebidos, criam armadilhas e desvendam-nas com facilidade incrível e parecem capazes de perceber facilmente quando ilusões estão agindo. Conseguem tudo isso graças ao raciocínio elevado e processamento de informações.
Força (00)
Personagens fracos. São ao nível de um cidadão comum, não apresentam uma força descomunal e levantam pesos proporcionais a uma pessoa simples e magra. Suas armas não viajam com tanta precisão, seus corpos mal causam danos em ninjas normais e até recebem mais danos dos outros.
- custos e danos:
Rank E: 00 & 00;
Rank D: 00 & 230;
Rank C: 15 & 260;
Rank B: 38 & 320;
Rank A: 75 & 440;
Rank S: 150 & 680;
Mortais: Variável & 1160;
Rank -: 57 & 290;
- equipamentos:
12x Senbon
7x Kunai
7x Shuriken
- técnicas utilizadas:
Hari Jizō
Rank: B
Requerimentos: —
Descrição: Jiraiya usa chakra para endurecer o cabelo e moldá-lo em pontas, que são tão afiadas quanto armas metálicas. Seu cabelo também cresce o suficiente para envolvê-lo, servindo de armadura. Jiraiya pode usar esta técnica para desencorajar oponentes de atacá-lo, ou ativá-lo em resposta a ataques físicos que eles já começaram, fazendo com que eles se empalem nos espinhos. No anime, o cabelo é resiliente o suficiente para defender Jiraiya das flechas. Embora útil, Needle Jizō não cobre totalmente Jiraiya, deixando áreas de seu corpo vulneráveis a ataques.
Custo: 38
Dano: 320