Flashback On:

Indra não conseguia tirar uma música que ouvira na cabeça enquanto voltava do mercado com a mãe. Quando chegou em casa, começou a dançar na sala de estar, todo animado, e quando Haru viu, deu um grande sorriso por ver o seu menino animado. Aos cinco anos, Indra era uma criança alegre e brincalhona. - Olha… Você é um ótimo dançarino, meu filho! Quando crescer, pode ser um grande artista. - Disse para o menino, que pulava no sofá e continuava com os seus passos de dança, quando de repente seu pai, com uma garrafa de sakê na mão, entrou na casa e andou devagar.

- Que palhaçada é essa? – Disse nervoso, olhando para o próprio filho, que pulou do sofá e foi para perto do pai, tentando agradá-lo, como sempre fazia. - Olha, pai! – Ele deu um giro e estalou os dedos, como viu o arista de rua fazendo. Seizen ficou com tanta raiva que quebrou a garrafa de sakê na mão, segurando no rosto do filho e o jogando no chão. - Por acaso, você é um viadinho, moleque!? Isso é coisa de afrescalhado! – Deu um berro, e quando o viu o filho chorando no chão e Haru assustada, ele acertou a sola do pé no seu rosto, o jogando no chão de novo. - Para de chorar, seu fresco! – Ordenou, e Haru rapidamente correu para tirar o marido de cima do filho.

Durante toda a sua vida, Indra não lembrou com muitos detalhes o que aconteceu, mas foi a última vez que o seu pai ficou em casa. Tudo o que ele lembra foi dos gritos de Seizen, desprezando a própria esposa e o seu filho, dizendo que Haru era uma inútil, que não era capaz de lhe dar um filho homem, e que iria embora ficar com outra mulher, dizendo que ela era uma “mulher de verdade”. Depois disso só viu o pai vários anos depois, quando Indra o prendeu da primeira vez, mas não se lembrava do que tinha acontecido. Só foi quando estava de frente ao seu pai, e os olhos dele mostravam arrependimento, que Indra lembrou de tudo. E naquele momento, o ninja inventor devolveu a Seizen tudo o que lhe tinha feito passar.

Flashback Off.

Indra caminhava pelas ruas de Konoha lentamente. O Sol estava prestes a nascer no Norte, enquanto ele fumava o seu último cigarro da madrugada, segurando uma garrafa de whisky em sua mão direita. Não era um viciado, mas em certos momentos, ele gostava de aproveitar daquilo. As vezes entendia porque Seizen gostava tanto daquelas coisas. Quando passou perto da sua casa, Indra percebeu que a sua mãe estava esperando no portão, aparentemente bastante preocupada com alguma coisa. Ao ver o filho, ela desaparatou a correr em direção ao garoto, o abraçando com tamanha força que não conseguia conter.

- Meu filho! Eu recebi um pergaminho! Fiquei sabendo que o seu pai fugiu da prisão, e que nossas vidas podem estar em perigo. Você precisa ficar seguro, precisa se proteger! – por mais que acreditasse que Indra fosse um homem forte, Haru era superprotetora ao extremo, mas ele logo se soltou do abraço, e a encarou acenando com a cabeça, dando um sorriso pela primeira vez em anos. Mas não parecia ser um sorriso muito bonito. - Não se preocupe, meu pai não vai mais atormentar as nossas vidas, nem fazer mais danos a nós. Só preciso ficar um pouco sozinho agora, mãe. – ele se afastou e continuou andando pela rua, afastando-se da sua mãe e da sua caça. - Como pode saber disso, Indra? – a mãe perguntou com medo de saber a resposta, mas Indra parecia não entender isso, tanto é que respondeu rápido e sincero. - Porque eu matei ele, mãe. – e continuou caminhando sem olhar para trás, não conseguindo ver a cara de espanto da sua mãe. O filho havia tornado-se um parricida.

Música Tema:

O garoto continuou sua caminhada, sentindo os efeitos do álcool tomando conta do seu corpo. Ele não cambaleava, mas a mente girava, com várias lembranças lhe atingindo a cabeça. De repente, ele passou pela mesma praça que tinha passado a anos atrás, local que foi motivo pelo abandono do seu pai, coisa que agora ele julgava ter sido a melhor coisa que aconteceu. Aproveitando que somente os malandros, bêbados e vagabundos estavam nas ruas, Indra foi para uma rua menos povoada. Mas aquela música… Aquela batida alegre e contagiante não parava de tocar na sua mente. Quando deu por si, estava movendo os pés lentamente, de forma ritmada, como aquele artista de rua.

Quando menos percebeu, começou a balançar a cabeça devagar enquanto caminhava, dando um pequeno sorriso e rapidamente movimentando os braços. Ao chegar na escadaria, ele desceu degrau por degrau, estalando os dedos, totalmente embriagado não só pelo whisky, mas pelo momento, escutando aquela música ao fundo, balançando o quadril e os braços. Degrau por degrau, ele descia um pouco mais rápido, mexendo os braços de forma única, girando o corpo e rodopiando duas vezes, puxando os dois braços para trás da cintura, como um “movimento sexual”, depois jogou o corpo para a esquerda e chutou o ar com o pé canhoto. Pulou três degraus, gingando o corpo e estalando os dedos, e assim foi continuando a sua dança profana, com um sorriso no rosto, sentindo-se livre como nunca antes.

Seu pai, Kobayashi Seizen, estava enterrado debaixo de um templo abandonado e na sua mente.

Considerações:

Equipamentos:

Jutsus/Equipamentos Usados: