___Me parecia relativamente cedo a hora que acostumava acordar, infelizmente tinha o peso de um sono leve em mim, sempre despertando junto do sol, chegava a ser cansativo algumas vezes, então por isso desde muito tempo que eu tirava alguma parte da minha manhã para dar uma volta, sentir aquela boa brisa e as vezes espairecer os pensamentos. Uma boa forma de aproveitar a manhã, caminhava pela vila, observando todas aquelas construçoes, eram de fato obras de arte, de certa forma me sentia honrado em fazer parte da historia daquele local, talvez algum dia eu pudesse estudar minha arvore genealógica até chegar no motivo de vir parar ali, sobre como as coisas eram antes, mas talvez só importasse em como as coisas seriam a partir de agora.

___Sempre tive ciência de que a principio as pessoas evitavam falar comigo, nunca fui o mais amigável de todos, provavelmente era um reflexo de crescer a maior parte da vida sozinho, você passa a se acostumar com a solidão.

___Continuava meus passos, lentos, desprovidos de qualquer pressa, ia em direção a saída da vila enquanto atrás de mim o grande arranha céu de Uzu, também conhecido como o prédio do Mizukage, bloqueava o sol e me fazia caminhar pela sombra.

___Pensava em tirar algum tempo para entrar em meditação, era muito impressionante esse ato uma vez que você conseguia de fato se desligar, mas um lugar apropriado para tal também sempre era necessário. Também precisava ir até a biblioteca para absorver o máximo de conhecimento possível. Muitas coisas precisavam ser feitas, o caminho ninja realmente não era o mais calmo de todos, mas eu precisava segui-lo.

' Será que meu tio também tem esse tipp de problema?

- Nós nunca conversamos muito sobre isso.

___ Estava quase chegando nos arredores quando me batia essa questão, começando em pensamentos e terminando comigo falando sozinho em um tom baixo enquanto levava minha mão até o queixo e observava minha sombra começando a se destacar no chão, o arranha céu já não tapava mais o sol.

___ Eram tantos lugares que meu tio visitava, será que em algum momento ele passou por dificuldades? Em pura questão de ser atacado, visto que minha mãe é dita por ele como uma ótima kunoichi, será que ele tem alguma habilidade ninja? É possível que tenha..

___Muitos pensamentos passavam pela minha cabeça, já sabia que esse dia seria dificil para que eu pudesse me concentrar o suficiente para ter uma boa meditação, esses dias que eu acordava raciocinando sobre tudo no mundo, até o cair de uma folha na arvore podia ser questionado por mim com o uso de uma teoria do caos, era impressionante o quanto de mudança no mundo coisas tão simples e pequenas podiam causar.. Entre elas meus queridos Kikaichus.

___O verão sempre fora o clima mais agradável para mim, ao menos em Uzushio, onde não atingia valores exorbitantes de calor, mas ainda sim era um ótimo clima, bem fresco, talvez todo esse meu zelo pelo clima fosse apenas pelo fato dos insetos se aproveitarem melhor nessas condições, suas estruturas colaboravam para que suas evoluções fossem melhor assim. Agora, eu estava apenas rodando pelos arredores da vila, não saberia responder se estava contemplando a vida ou a morte, afinal se vivíamos para morrer e morríamos para viver, qual seria o sentido da vida? Pergunta que era bom não focar demais, ou poderia acabar tendo pena de meus oponentes ou pior ainda, de mim mesmo.

___ Como era natural de mim fazer, depois de algumas poucas voltas, me ajeitava no pé de uma arvore e me perdia alguns segundos observando suas raízes, contemplando como toda aquela especie estava ali a décadas, talvez pensar de mais fosse um grande problema para mim, ou fosse uma benção que me tirasse da ignorância. Assistia uma formiga andar por aquela raiz até que por fim ela entrava em um montinho de areia que formava sua casa, seu esconderijo, seu refugio, assim que o inseto desaparecia de minha visão, eu colocava minha cabeça para trás e dava um leve suspiro fechando os olhos enquanto o ar deixava vagarosamente meu pulmão.

___ A brisa que soprava algumas vezes jogava meu cabelo para o lado, eu me mantinha concentrado, buscando conectar-me com tudo, aceitar a minha existência. o principal objetivo de uma meditação era vagarosamente sendo concluído, minha mente ia ficando em branco, mas não completamente, todas as minhas preocupações começavam a sumir, como o fato de ser orfão, de não ter registros da minha familia e ter essa habilidade que fazia insetos viverem dentro de mim, isso me fazia ser a casa deles, assim como a toca daquela formiga, assim como a vila para mim. Tudo era apagava e somente o meu sentimento de união com aquele solo a qual eu estava sentado, a arvore que me servia de encosto se mantinham.

- Olá.

___ Meus olhos abriam lentamente, não existia medo dentro de mim quando estava próximo de Uzushio, portanto deduzia que seria um jounnin apenas interrompendo minha meditação sabe se lá por qual razão, talvez ele não soubesse o quão conectado comigo mesmo eu estava a ponto dele romper essa conexão chamando minha atenção. Apesar de achar a voz familiar.

___Com os olhos abertos virava minha cabeça procurando o dono daquela voz, obviamente que eu não questionaria uma autoridade superiora, ou reclamaria daquilo, talvez o homem apenas quisera me dar um bom dia e continuou seu caminho, fazendo com que minha falta de velocidade ao abrir os olhos o fizessem apenas já ter desaparecido. Quando me preparava para voltar a meditar colocava minha cabeça apoiada na arvore novamente e então tomava um susto quando meu tio pulava de cima da arvore e parava em pé bem na minha frente.

___Desconcertado com aquela criatura, após o susto fiquei menos preocupado ao ver que era apenas meu tio e seu senso de humor sem graça. Era impressionante como ele conseguia ser desconfortavel para mim as vezes, só o que me fazia apreciar a chegada dele era que ficava pouco tempo.

- Como estão as coisas?

___ A pergunta simples dele não requeria uma resposta muito complicada de mim, apenas me dava de ombros e devolvia.

- Como foi na viagem?

- Complicaram algumas coisas e tive que voltar antes, cheguei mais cedo e você não estava em casa, imaginei que estivesse por aqui, na sua toca secreta. - Ele respondia en um tom claramente debochado.

.- Esse lugar sequer é secreto tio. - Minhas palavras saíam enquanto minha vontade era de revirar os olhos, mas mantinha minha compostura e principalmente meu respeito por ele. Por mais que você um cara um pouco chato.

___ Não demorava até que ele tomasse a palavra uma outra vez, e despejava em mim algo que realmente me impressionaria.

- Tenho algo para você - Ele começava a mexer em sua bolsa e pouco depois retirava de dentro um pergaminho. - Acho que já está na hora de te contsr sobre isso.

___Ele se aproximava e sentou ao meu lado, me obrigando a me arredar um pouco para que ele pudesse ter um espaço debaixo da sombra que aquela arvore nos favorecia, quando estava ajeitado voltava a falar.

- Sua mãe foi uma ótima kunoichi, ela era muito habilidosa e foi uma pena o que aconteceu com ela, mas nós tinhas isso e sempre matinhamos contato através deles. - Venha, me siga. Eu vou te mostrar o que estou falando.

___Ele se levantava e começava a caminhar mais para dentro do bosque, eu o seguia e um silencio se mantinha durante o caminho, um caminho curto, talvez ele só quisesse um lugar mais isolado para que pudessemos conversar sobre isso.

___Poucos minutos após ele parava a minha frente e então abria o pergaminho, logo após parecia morder seu dedo de forma que sangue começasse a escorrer e então após um movimento ele batia a mão contra o pergaminho. Uma fumaça subia e em seu lugar aparecia um corvo.

- Mas... que.

___As palavras saiam de minha boca, não sabia dizer se era por conta daquela especie de jutsu ou se era por ver meu tio realizando alguma arte ninja, aparentemente ele não era um completo inútil como um shinobi do jeito que eu pensava que fosse.

- Eu e Saori usavamos ele para enviar mensagens um para o outro, assim sempre mantinhamos contato.

- Como um corvo correio?

- É, algo assim. A questão é que sua mãe era muito habilidosa com eles, e podia invocar diversos e de diferentes tipos também, maior parte das habilidades marcantes dela vinham desses corvos na verdade, era impressionante. Acho que é a hora de passar isso para você.

___Meu tio dizia com um sorriso no rosto, e eu ainda me mantinha um pouco impressionado com tudo aquilo.

___Eu olhava para meu tio impressionado e curioso sobre tudo que ele poderia me contar sobre ela, ou por que de demorar tanto pra isso, eram muitas perguntas e eu sentia o desejo de realizar todas elas, saber as respostas, me aprofundar no assunto, então deixava uma questão sair de minha garganta e chegar até aos ouvidos de meu tio.

- Você também consegue? Digo... Invocar outros tipos.

___Meu tio dava risada, todo aquele clima de pesâme sumia do local junto da risada dele, de certa forma mencionar a irmã morta dele fazia o se sentir mal, talvez a risada fosse forma de aliviar a si mesmo do peso de ter perdido a caçula.

- Não não, eu nunca fui muito habilidoso nas artes ninjas, mas eu sei uma ou outra coisa, posso me virar se for preciso.

___Acabava que a resposta era o que eu já suspeitava mas não me dava por vencido e continuava o meu interrogatorio.

- E por que só agora está me contando isso? -A pergunta saia sem frieza alguma em minha voz, talvez até com certa empolgação, a resposta para essa questão não podia ser simples, não faria sentido, portanto me mantinha atento para qual seria.

- Por que faz um bom tempo que vejo você se esforçando nessa meditação, a sua mãe costumava fazer muito isso também. Eu já esperava que você fosse seguir os passos dela, mas quanto mais eu vejo você mais eu percebo o quão parecido vocês são. Então quero te contar sobre o Chakra Natural, você provavelmente não sabe o que é.

___Minha cabeça balançava negativamente, de fato eu não fazia ideia sobre o que era aquilo que ele mencionava então continuava atento para aquela aula que eu estava prestes a receber.

- Digamos que o chakra que você conhece é o espiritual, ele vem inteiramente de você certo? Como se você estivesse fabricando esse chakra dentro do seu corpo. Pois bem, preste atenção nisso, o chakra natural é quase o mesmo que isso porém ele reside no planeta num geral, nas criaturas que habitam nele, nas arvores, nesse solo que estamos pisando agora.

___Realmente fazia sentido aquilo, ele basicamente havia jogado para mim a explicação do por que eu sentia essa energia vindo da terra quando estava concentrado em minha meditação, talvez eu estivesse sentindo esse tal de chakra natural. Me mantinha ainda atento para as palavras dele e aguardava a continuação.

- Eu não sou capaz de sentir esse chakra, como eu disse nunca fui muito ligado á artes ninja, mas talvez você consiga sentir, só o que eh poderia te passar como explicação para isso é que você precisa conseguir sentir isso com facilidade. Acredite, você vai ser recompensado por isso, é possivel que ele venha te visitar.

___De todas as palavras que eu estava mergulhado ouvindo, uma me chamava a atenção, essa menção de "ele" obviamente não passaria em branco.

- Ele? Quem?

- Você vai saber.

- Então Koji, eu vou deixar esse pergaminho aqui e ir em casa. Vá praticando enquanto isso o tal do chakra natural.

___Era nesse momento que meus olhos arregalavam, como assim, o cara me joga um milhao de informações e simplesmente sai. Eu o conhecia, não ia adiantar falar para ficar ali, ate por que ele não tinha nada para fazer ali, de certo modo fazia sentido sair e me deixar treinar sozinho, estava ai a contestação... Ele era um gênio ou só idiota mesmo.

- Até mais.

___Dizia levantando um braço e acenando, enquanto ouvia ele resmungar alguma coisa que não consegui entender e então partir rumo a vila, me deixando ali sozinho com aquele pergaminho que eu não fazia ideia sobre como usar.

___Pegava aquele item e dava uma boa analisada antes de abri-lo, para então ver ali o nome de meu tio e de minha mãe, um abaixo do outros, claro também outros nomes estavam, mas somente esses dois me chamavam atenção.

' O nome dele está antes do dela... Então ele aprendeu a invocar esses corvos primeiro? E o que ele quis dizer com "ele virá?".

___Minha cabeça se enchia de questionamentos, quem que viria atrás de mim? Não tinha como adivinhar... Talvez fosse algo referente a esse pergaminho.

- Ficar tentando deduzir as coisas não vai me levar a lugar nenhum..

___Me sentava em um um lugar a poucos passos de onde estava, com um feixe de luz caindo diretamente sobre mim, cruzava minhas pernas e colocava minhas maos sobre os joelhos, então, respirava fundo e logo depois deixava o ar sair devagar.

___Tentava manter minha calma, mesmo que meu coração não estivesse acelerado, meus pensamentos não estavam organizados, eram muitas e muitas perguntas que não haviam sido respondidas, elas circulavam minha mente e me impossibilitavam de manter a cabeça vazia, de tentar criar aquela conexão que não era tão difícil para mim, de tentar sentir a vida ao meu redor.

___Mantinha uma constante boa em minha respiração, mantendo-a devagar enquanto aos poucos mergulhava em tudo ao meu redor, enquanto aos poucos começava a sentir a energia daquele local, mas não era uma tarefa fácil, por mais que eu pudesse de fato sentir toda aquela energia, mesmo que apenas um traço dela, eu ainda não fazia ideia de como prosseguir.

___Começava a me esforçar e esse esforço parecia apenas me distanciar ainda mais do meu objetivo, o que me levava a abrir meus olhos e tentar continuar essa meditação assim de olhos abertos, precisava conseguir me conectar sem precisar mergulhar de fato em uma meditação, acreditava que esse fosse o principio que eu deveria seguir.

___Olhava para o pergaminho logo a minha frente, e esticando minha mão direita eu o segurava, meus olhos se mantinham fixo nele.

___Meu chakra começava a fluir em meu corpo, podia senti-lo como se pudesse tocá-lo, mas ainda que eu conseguisse sentir o chakra natural das coisas ao meu redor, eu ainda não sabia o que deveria fazer com esse sentimento, como poderia prosseguir.

___Parava aos poucos, me sentia cansado, não exausto ainda, mas queria descansar um pouco, ficar se concentrando por muito tempo chegava a realmente ser desgastante. Não fazia ideia de quanto tempo havia se passado, mas acreditava que tinha sido mais do que eu poderia chutar, algumas vezes durante a meditação você acaba entrando tão fundo nessa especie de limbo que o tempo passa e não da pra perceber.

' Talvez ele esteja voltando logo.

___Queria mostrar algum serviço, me sentia um pouco indignado comigo mesmo por ter tanta dificuldade em fazer isso. Deitava meu corpo naquele gramado úmido e olhava para as arvores, tudo ao redor, as coisas pequenas que eram deslumbrantes, como o pequeno feixe de luz que vinha diretamente em mim, as criaturinhas vivas que rondavam aquele lugar, tudo estava conectado e eu precisava me conectar com tudo aquilo, seria essa a resposta?

___Me ajeitava uma outra vez, sentado com as pernas cruzadas, colocava minhas mãos no chão e fechava meus olhos e repetia um mantra mental.

- Um é tudo, um é tudo... um é tudo.

___Tentava novamente mergulhar naquela sensação de sentir a energia vital das arvores ao meu redor, do chão, sentir o despencar de uma folha, queria que aquela energia que eu sentia pudesse ser utilizada por mim, afinal, se eu conseguisse isso teria uma reserva maior de chakra, talvez fosse essa a ideia central de tudo. Tudo que eu tinha em minhas mãos eram hipoteses que eu me arriscava a tentar aprofundar nelas para chegar em algum resultado, como uma tentativa e erro, precisava eliminar o que não desse certo.

' Um é tudo... um é tudo... um é tudo... um é tudo... um é tudo..

___Poderia parecer besta repetir a mesma frase em sequência, mas isso ajudava muito a manter o foco em somente aquilo que eu estava fazendo, e parecia me dar resultados quando eu começava a sentir aquela energia, como se ela pudesse sair do solo e vir direto até mim, como se eu pudesse sugar a força do que estava ao meu redor, como se fosse um alimento, ou talvez um empréstimo de poder, não saberia dizer. Mas isso ainda era fraco, essa energia sugada por mim era muito pouca e eu sabia que conseguiria fazer muito mais do que isso.

' Um é tudo... um é tudo... um é tudo... um é tudo... um é tudo..

___Mantinha meu mantra enquanto estava completamente focado em trabalhar em cima dessa energia tão peculiar que eu estava sentindo.

___Continuava por mais ou menos 30 minutos, me mantinha concentrado tentando aumentar cada vez mais o sensação do chakra natural que percorria ao meu redor, estava em toda parte e eu precisava diminuir essa distancia que existia entre mim e essa capacidade. Quando então.

- Aaah..

___Não conseguia evitar de reclamar quando o roncar da minha barriga tirava minha concentração. Eu precisava me alimentar, era cedo quando tinha saido de casa, muitas horas ja tinham se passado até então enquanto eu me esgotava para tentar evoluir a mim mesmo.

___Meu tio até então não havia aparecido e eu me preparava para levantar quando ele finalmente chegava ali.

- Está com fome?

___Balançava minha cabeça enquanto ele me entregava um pacote com alguns bolinhos, começava a comer, mas estava realmente dividido, intrigado com as futuras vantagens que tudo isso poderia me trazer, e em como eu poderia acoplá-las as minhas proprias habilidades.

- Algum progresso? - Meu tio perguntava curioso com o que eu havia feito após ele sair.

- Por enquanto eu consigo sentir o chakra natural, está ficando cada vez mais fácil de sentir essa energia, mas acredito que ainda tenha muito o que desenvolver.

- Ótimo, termine de comer, vamos assinar o seu pacto.

___Ficava intrigado com essas palavras dele, mas conseguia deduzir que tinha algo a ver com assinar aquele pergaminho, afinal o nome dele e de minha mãe também estava la, então era fácil de se imaginar que seria algo assim.

___Continuava comendo, não era uma das refeições mais balanceadas, mas era o suficiente para tapear minha fome, então saboreava aqueles bolinhos que provavelmente haviam sido comprados em alguma tenda entre o caminho.

___Por fim, terminava de comer o último dos bolinhos e me sentia satisfeito o suficiente para continuar. E logo vinham as instruções, meu tio pegava o pergaminho que estava ali e o abria na minha frente.

- Vamos, você só precisa cortar o seu dedo e assinar isso aqui com o seu sangue.

___Não era a coisa mais simples do mundo para mim morder meu dedo como ele havia feito antes, então sem vergonha alguma eu pegava uma kunai em minha mochila e utilizava ela para cortar a ponta de meu dedo.

- Em uma situação de combate vai ser mais rápido se você cortar o dedo com o dente... Se acostume com isso.

___Dizia meu tio como uma certa forma de me repreender, mas era fácil de aceitar que o que ele dizia era um fato.

___Com o sangue saindo de meu dedo indicador assinava meu nome naquele papel.

- Agora você só precisa repetir esses selos.

___Msu tio realizava alguns selos que não eram dificeis para que eu pudesse apenas segui-lo fazendo. Por fim o último passo, como qualquer outro jutsu eu colocava meu chakra naquilo para que pudesse ser realizado.

___Depois de saber a sequencia de selos, eu os fazia com um pouco mais de agilidade e então batia minha palma no chão liberando o chakra para que a invocação viesse.

___Uma pequena fumaça subia pela minha mão enquanto um corvo aparecia na minba frente, um similar a aquele que meu tio havia invocado para me demonstrar o jutsu, eu não podia ficar mais do que satisfeito diante daquilo, apesar de ainda não saber qual utilidade eu daria para aquela criatura, talvez meu tio quisesse que eu aprendesse isso para trocar correspondência com ele da mesma forma que minha mãe fazia (!?) Não, provavelmente ele não era tão carente assim, me lembrava do quão mulherengo ele era. Podia contar também que minha mãe era muito habilidosa e usava os corvos como meio de combate... Talvez eu tambem pudesse.. Tinha muito o que saber sobre aquela espécie.

___Decidia que tambem treinaria mais aquela invocação e a melhor forma de fazer isso era praticando, repetindo e repetindo diversas vezes. Portanto era exatamente isso que eu começava a fazer.

___Começava a desfazer a invocação e chamá-la novamente, diversas vezes realizando essa mesma coisa, até para que eu pudesse me aperfeiçoar na forma de invocar, assim como na velocidade que eu aplicava esse jutsu.

___Primeiramente ia aplicando cada vez mais chakra, para que assim eu pudese invocar mais corvos, me esforçava o maximo que eu podia para conseguir evoluir no meu aprendizado.

- Você está se saindo bem.

___Meu tio dizia dando um sorriso, maior parte do tempo em que eu estava praticando ele estava ali, sentado no pé de uma arvore escrevendo em um caderno, provavelmente o que viria a ser o seu próximo livro. Isso acabava facilitando para que ele não morresse de tédio apenas por me assistir.

___Depois de ficar por bastante tempo praticando a kuchiyose no jutsu, eu me jogava deitado ao chão, esgotado, minha reserva de chakra estava no seu fim, realmente era um treinamento exaustivo, mas eu precisava manter meu foco, se eu não tinha chakra então poderia praticar meu contato com a energia natural até que eu pudesse novamente voltar a realizar meus esforços com as invocaçoes.

___Sentava novamente cruzando as pernas, deixando minhas mãos apoiadas com as palmas no chão e começava novamente mais um ciclo de treinamento.

- Bem, eu tenho que sair agora, mais a noite a gente se encontra Koji.

___Meus olhos se abriam nesse momento, e então me levantava indo até meu tio.

- Vou com você até a entrada.

___Andavamos voltando o caminho feito muitas horas atrás para chegar naquele local, ainda era de tarde, logo eu tinha muito luz do dia para aproveitar ainda em meu treinamento.

- Sua mãe ficaria orgulhosa do seu esforço.

___Mesmo que eu não fosse muito sentimental, conseguia sentir o impacto daquela frase, não sabia se era o intuito dele que eu ficasse afetado por aquilo, talvez ele quisesse me dar um empurrao maior para conseguir dominar tudo que estava desejando. Então apenas deixava um sorriso aparecer em meu rosto.

___Não demorava para que chegassemos na entrada da vila, meu tio seguiria caminho enquanto eu ainda ficaria por mais algum tempo do lado de fora, praticando a melhora de meu dominio tanto com a invocação, quanto com o controle do chakra natural.

- Então até mais tarde, talvez eu não esteja em casa quando você chegar, vou sair com uma pessoa.

___O galante sendo um galante, eu apenas revirava meus olhos e rebatia o mesmo.

- E quando é que não está saindo com alguém?

___Dizia como uma forma de deboche, mas duvido que atingiria meu tio, era raro que ele me deixasse ficar com a ultima palavra, então logo em seguida era rebatido:

- Você não sabe o que é bom na vida rapaz haha.

___Levava imediatamente minha mão para meu rosto batendo levemente a palma contra minha testa. Balançava minha cabeça negativamente enquanto meu tio seguia seu caminho para dentro da vila.

___Me virava de costas para a entrada de Uzu e começava a caminhar, ia andando até o mesmo local onde meu tio havia me encontrado no começo do dia. Após alguns passos de caminhada finalmente chegava no lugar de outrora.

___Me ajeitava repetindo praticamente o mesmo processo que havia feito mais cedo, poderia quase dizer que estava recomeçando meu treinamento, exceto pelo meu cansaço mental, mais um pouco e eu me esgotava. Tinha certeza absoluta que ao chegar em casa eu apenas dormiria em paz com a maior facilidade, fazia muito tempo que eu não me esforçava tanto para algo.

___Realizava os selos necessários para invocar o pergaminho e quando ele surgia eu o segurava em ambas as mãos.

' Então quer dizer que você também tocou nesse pergaminho...

___Olhava da minha posição para o local onde ficava o grande predio do kage, aquela estrutura gigantesca que chamava completa atenção naquele vilarejo.

'Provavelmente quando você assinou esse pacto de sangue, a vila era menor, talvez tenha ajudado na construção... Vocês dois..

___Olhava para o céu, mesmo que não acreditasse em algum tipo de vida após a morte, era quase como simbolo pensar que as pessoas próximas ainda estavam bem seja lá onde for.

___Por poucos segundos, talvez 2 ou 3, eu me perdia olhando para aquele céu, em seguida balançava minha cabeça. Tinha que prosseguir até que eu pudesse sentir que estava pegando emprestado para mim toda aquela energia natural ao meu redor, agora eu já conseguia senti-la com mais facilidade, só me faltava aprofundar um pouco mais.

___Me ajeitava na posição tipica de meditação, agora com meus olhos abertos eu começava a me concentrar de modo novamente a distinguir o chakra espiritual do chakra natural. Me concentrava focava, mas também tentava manter meu coração limpo e minha mente sob controle, até que aos poucos começava a sentir aquele poder surgir em mim.

___Enquanto sentia aquela energia fluir em mim, sabia que estava no caminho certo para dominar o controle do chakra natural, mantinha-me em posição ainda meditando e tentando aumentar cada vez mais aquele impulso vindo para mim.

___Depois de certo tempo podia ter a certeza de que estava  melhorando e que logo conseguiria atingir o que desejava, mas não podia me prender somente a esse treinamento, também precisava evoluir ainda mais em minha invocaçao, precisava ficar cada vez mais forte em ambos os aspectos cado algum dia eu quisesse me tornar grande, conhecido, temido e respeitado por todos, era um desejo deveras pequeno em meu coração mas que de certo cresceria de acordo com minha evolução.

___Ao de passar algum tempo meditando, parava e começava a praticar novamente a habilidade de invocação, realizava os selos em minha velocidade padrão, sabia que precisar melhorar nisso também, ainda era muito lento. Mordendo meu dedo que já nem cicatrizava direito mais, na verdade ainda sangrava um pouco devido a repetidas vezes mantendo-o nessa condição, provavelmente teria que tratá-lo de forma que não viesse a piorar e que meu dedo caisse, ou algo do tipo.

___Batendo minha mão no chão, fazia as marcas se espalharem e então varios corvos surgiam, até mesmo os karasus deviam estar cansados de serem invocados repetidas vezes da forma como eu estava fazendo, mas me mantinha persistente nisso.

___Após certo tempo realizando  uma, duas, três, mais de cinco vezes esse jutsu eu sentia que finalmente já estava me sentindo com dominio suficiente sobre ele. Era hora de voltar a minha meditação, precisava dominar o chakra natural de uma vez por todas.

___Ficava agora de pé parado de frente para a arvore que estava sentado por todo esse tempo, começava a fazer primeiro meu chakra transparecer, tomar forma, enquanto ia aos poucos sentindo a energia das coisas ao meu redor, de tudo, até começar a sugar essa energia, como se eu fosse um imã atraindo esse chakra em minha direção.

___Meu esforço era recomopensado ao perceber que eu conseguka realizar tal proeza sem tanta dificuldade depois de tantas horas repetindo a mesma coisa, tentando de diversas formas atingir o que eu procurava.

___Não pararia só por ter sentido que conseguia, simplesmente conseguir não era o suficiente para mim. Precisava dominar isso.

___Continuava no meu progresso, melhorando a cada repetição, até que chegasse o momento em que eu podia sentir essa energia natural quase que sem esforço, tão simples como respirar. Mesmo que eu ainda não conseguisse ainda segurar esse chakra dentro de meu corpo, eu sabia que meu próximo passo seria realizar isso, podia sentir no fundo de meu âmago que tentaria atingir esse ápice futuramente, talvez não muito longe do dia de hoje.