Os últimos meses haviam sido intensos. Sob a pressão politica e mental da própria consciência, até mesmo a sobrevivência havia se tornado um fardo a se aturar. Os últimos acontecimentos deixavam uma lacuna que impedia a predisposição de fatos importantes para o objetivo proposto. Realmente, a guerra havia tomado sua determinação, tal como aquele líder havia perdido sua visão clara das coisas. Entretanto, o tempo havia sido seu aliado. Seja por obra do destino ou mesmo por continuidade da vida em si; mudanças das quais o mais prodigioso profeta não conseguiria predizer. Quase que como um jogo de cartas, o ás guardado ás mangas se mantinha um trunfo pro futuro, ou talvez, uma simples garantia dele próprio. Se ao menos tivesse sido mais forte ou mesmo imponente em suas decisões, teria percebido mais cedo o erro cometido. Por isso, havia se desatracado de seu porto em direção a mares desconhecidos, cujos ventos vindo do leste lhe levavam à direção que se espelhava.


O manto sobre seu corpo lhe dava um aspecto fantasmagórico, tal como um tempo atrás se sentia. Atrasos de tempo da qual não podia se dar ao luxo de manter para sempre, na verdade, nem mesmo um só segundo a mais. Os obstáculos que se viam a frente não mais lhe segurariam. Seus próprios passos carregavam consigo à determinação de um líder em busca da liberdade. Não propriamente cansado da politica das grandes nações, mas, não podia mais se esconder entre as sombras dos ruídos vindos de seu vilarejo. Propunha à si mesmo o próximo passo rumo ao futuro. Um recomeço. O desenho carregado em suas costas talvez revelasse parte de lembranças de meses anteriores; coisas das quais pensava que largaria até ali. Medulla.


Foram os cintilantes sons do leste que o levaram em direção à primeira tormenta. Os olhos cerrados levavam sua mente à visão que destacava sua percepção dentre os demais. Não muito era necessário para se adequar ao ambiente, nem mesmo, teria o problema de ser pego de surpresa. Mesmo que confiasse naqueles olhos que sua mente havia lhe presenteado, os ouvidos de Lawliet arrepiavam a cada chacoalhar do vento, carregando consigo a folha das arvores e até mesmo entortando levemente os troncos daquelas mais frágeis. Um caminho silencioso, diga-se de passagem; afinal, a melodia que tocava ao redor nem mesmo podia ser chamada de som, mas o uivar da natureza em sua forma original. Seus passos longos o levavam cada vez mais distante de Otogakure, seguindo a estrada, ainda que esperasse ter de deixa-la uma hora ou outra.


Num lugar um tanto longínquo de sua morada, um segredo fora revelado através dos olhos que viajavam além da própria percepção humana comum. Sua aproximação lhe revelou o som de aguas caírem como chicotes às pedras. A visão uma vez anteriormente tendo sido nítida, revelava um novo mundo escondido por trás das aguas. Quase como que em um sonho realístico, mesmo que escondidos haviam sido revelados pela presença que emanavam de maneira despreocupada, provavelmente, sentindo-se protegidos pelo segredo que guardavam. Iludidos da própria proteção, fato consumado pelo próprio líder que ali cortava a cascata, molhando-se dos pés à cabeça, que apesar de protegido pelo manto sobre o corpo, acabou por sentir a agua percorrer seus ombros e peitoral. Uma chegada um tanto quanto inesperada.


A recepção não lhe agradou o ego, mesmo que ignorasse tal fato momentaneamente. Confrontado nos primeiros vinte passos que dava adentro os "portões" que dispunham a entrada para o vilarejo escondido. Cinco homens, cuja quantidade de chakra não era nem mesmo impressionante. Não daria à eles o prazer de ser indelicado, muito menos orgulhoso o suficiente para não reconhecer um potencial que possivelmente se escondia. Entretanto, não fora lhe dado um único instante de cumprimento, sendo hostilmente expulso do local; pelo menos, era o que os homens queriam. A resposta que deixou a eles remeteu seu objetivo. A união das vilas menores e a construção de uma nova nação. Um tanto quanto frívolo, tal como direto em suas palavras, mantiveram o silencio pairar por um instante. Apesar disso, a energia daqueles homens nitidamente apresentavam conturbações próprias de medo e até mesmo raiva, emoções que podiam ser difíceis de se distinguir. A voz de um dos rapazes ecoou adentro aquela entrada cavernosa. Voz recebida com aceitação por seus colegas. Carregavam consigo à história de um líder que abandonara seu povo e, por isso, recusavam fervorosamente mais um que possivelmente o faria. Mesmo que insistisse, coisa que fez, a luta não parecia ser dispensável.

O espirito de guerra do líder do som acordou aos passos do primeiro dos homens. Não que quisesse mata-los realmente, entretanto, não dispunha da tranquilidade necessária para recusar uma batalha por quaisquer objetivo que fosse. O erro deste primeiro homem fora a hesitação, ao primeiro momento tentou por avançar, porém, o medo segurou-o. A abertura então aconteceu ao passo que L seguiu em sua direção. O recuo do jovem fora uma decisão ainda pior, visto que L podia acompanhar cada passo de maneira assídua. Os pés que retornaram nem mesmo atingiram o chão, encontrando pelo caminho o chute baixo do líder que tirava-lhe o equilíbrio. Ao mesmo tempo que o chute ocorreu, os pés do lutador continuaram o movimento, dessa vez, seu tronco dobrou-se diagonalmente, levando as mãos ao chão de maneira hábil. Usando as mãos como base, o chute arqueou-se com o movimento, voltando na direção da cabeça do mesmo homem, atingindo-o lateralmente. Ainda que a força de Lawliet não fosse usada ao máximo, dada a vontade de não matar os homens com simples golpes, seus movimentos não era previsíveis para aquele nível de percepção de batalha.

O alvoroço tomou conta dos outros inimigos de L, assim que seus pés atingiram o primeiro. Outros dois aproveitaram de sua posição para tentar lhe cercar, possivelmente, esperando que sua posição desfavorecesse sua movimentação. Outro erro infantil. Um dos homens lançou uma kunai em sua direção, esperando estreitar o ataque enquanto o movimento estava em rumo. A destra de L dobrou-se em direção ao chão, tocando o cotovelo no solo, fazendo seu corpo abaixar-se rapidamente; enquanto isso, jogou seu tronco, rolando no chão e usando a canhota para aumentar a velocidade do movimento. Tal rolamento cessou no momento em que a direita atingiu a barriga daquele lançador, que de primeira conseguiu manter-se firme, entretanto, a intenção era propriamente essa. O terceiro homem ainda vinha em sua direção, aproveitando-se disso, Lawliet chutou mais uma vez a barriga do segundo homem, usando o corpo do mesmo como apoio para fazer seu corpo se arrastar em direção ao terceiro inimigo. Nesse momento, um quarto segurou seu amigo, enquanto um outro quinto tentou atingir L ao ver o primeiro chute, entretanto, a kunai do jovem se frustrou com o "recuo" imediato. Em movimento, L jogou o corpo pra trás, numa cambalhota reversa; utilizou das mãos mais uma vez para erguer o corpo na direção do segundo, atingindo-o com os dois pés. Mais uma vez, aproveitou do uso do corpo inimigo como impulso, percebendo a chegada do quinto de anteriormente. Dessa vez, este tentou cortar o corpo de Lawliet, entretanto, mais uma vez não conseguia antecipar a movimentação do mesmo. Uma espécie de mergulho era executado abaixo do corte, enquanto as mãos de L tocavam o chão, flexionando-se para ajeitar o corpo numa outra cambalhota no solo. Dessa vez a cambalhota serviu de impulso, para que os pés de L voltassem ao chão e o impulsionassem para trás, mais uma vez. Seu corpo se arqueou enquanto passava sobre a investida anterior do oponente, e dessa vez, girou uma única vez no ar, logo após suas costas passarem sobre o braço inimigo. Aproveitou então do movimento para tocar o solo com as mãos, e por fim, girar como um peão, abrindo as pernas de modo a atingir o inimigo com um único chute no pescoço.

O quinto e ultimo homem tentava ajudar seu amigo e, por sorte ou obra do destino, outros quatro homens apareceram. Um deles pareceu tomar a frente, possivelmente o líder. Perguntou às intenções de Lawliet naquele local e disse que forasteiros já não eram mais bem-vindos a muitos anos. Lawliet nem ao menos precisou responder, o homem que ajudava seu amigo o fez. A energia dos novos quatro inimigos mudou drasticamente, dessa vez, apresentavam raiva. Foi ali que decidiu terminar com aquilo de uma vez. Mesmo que quisesse bailar contra os inimigos por um bom tempo, já não lhe restava tanto tempo assim, tinha pressa. O sussurro dado fora o alicerce da desgraça daqueles pobres homens. — Hachimon: Seimon. — O terceiro portão se abriu de uma única vez, criando uma aura arroxeada ao redor do Otokage, enquanto lagrimas de sangue percorreram seu rosto transparecido em seriedade pura. Um dos homens, na tentativa de impedir um avanço, lançou uma bola de fogo em sua direção, entretanto, Lawliet já havia se movido no momento em que a energia chegaria ao seu encontro. Aproveitou-se da altura da caverna para tocar o teto e por fim, se arremessar como um meteoro em direção ao solo frente aos homens.


Por pouco a caverna não desmoronou, e Lawliet sabia que se tivesse utilizado toda sua força, isso aconteceria. Apenas a potencia do golpe fora suficiente para arrebentar o solo, fazendo os homens não terem chance pra defesa, sendo arremessados para longe com a força do impacto. O líder daquele lugar, tomou a dianteira mais uma vez, pedindo para que seus homens ficassem longe. Este dessa vez começou uma espécie de preparação que se assemelhava ao Hachimon, entretanto, Lawliet encurtou a distancia num movimento único, onde sua espada já tocava o pescoço do inimigo. Pediu que a aliança fosse aceita em paz, antes que tivesse de toma-la através do sangue, o quê por fim, fez o homem aceitar, finalmente.


Lawliet ajudou a levar alguns feridos para dentro do vilarejo e lá fez um breve discurso sobre a construção do império que idealizava. Fruto da Liberdade, fora a expressão usada para definir a nova nação. Ficou ali recebendo perguntas e cumprimentos um tanto quanto falsos, já que podia sentir a desconfiança da maioria. Por fim, fez algumas perguntas aos aldeões, referentes à história do local, seu nome, vegetação e clima. Quando as respostas foram sanadas, apesar de nem todas totalmente terem respostas, L deixou o local cujo nome era Takigakure. Estava disposto a continuar a construção de uma nova história, mas dessa vez, voltaria ao leste, possivelmente na busca de algo que perdera pelo caminho.

Considerações:

OUTROS:

Bolsa de armas 20/70: