-Seu pai é um bom shinobi, porém nunca chegará perto de ter o mesmo potencial que você Laxus. Você é algo único que veio de mim e jamais deixará de ser isso, somos iguais, somos sangue e carne iguais...- disse minha mãe parada ao meu lado no dia em que me formava na academia ninja, passando entre os primeiros da minha turma sem sequer ter feito muito esforço, afinal aqueles seres não valiam o suor derramado. Sorri para ela mostrando o meu ''certificado'', agora era gennin e estava na hora de mostrar como eu poderia ser forte e subir mais rápido que qualquer um naquele lugar, afinal eu era filho de uma das jounins mais fortes da Nuvem. E felizmente naquele ponto parecia que eu faria parte do time dela, seria instruído pela mulher que tinha como imagem de perfeição e também era uma louca total, como eu.

- Filho, a partir de hoje irei te transformar no ninja exemplo de Kumo, para que um dia você assuma o posto do topo da pirâmide da vila e assim mostrar a eles o que um Romanov faz de verdade. - ela sorriu, e afagou meu cabelo com orgulho enquanto caminhávamos, aquela sensação era realmente boa, mas sabia que meu futuro junto dela não duraria muito, afinal éramos naturalmente loucos, e naquela pouca idade eu já mostrava estar caminhando para aquele lado, impiedoso e cheio de sede de sangue - Mãe, e meus colegas de time, são fortes? Ou serão mais alguns que irão me atrapalhar de todas as maneiras possíveis? - questionei em tom calmo, imaginando que se fossem meus colegas a coisa seria feia, e mesmo naquela época sabia que não podia ser atrapalhado por eles.

- Serão alguns veteranos seus, são bons ninjas, por enquanto ajudarão bastante no seu avanço, mas tente não arrumar briga de primeira com eles, afinal sempre é bom ter ajudantes para chegar aos objetivos pretendidos...- ela segurou em minha mão e com isso nos dirigimos até nossa casa, onde provavelmente meu pai não estaria, afinal um chunnin era muito requisitado para diversas coisas de porte menor, portanto trabalhava muito mais do que qualquer jounin - Amanhã vou te treinar no uso mais completo do raiton, espero que consiga entender a mecânica por trás de cada técnica, para em um momento futuro conseguirmos te elevar a um grau de maestria elemental.

- Hum, então quer que eu seja um mestre no raiton mãe? Por que isso? - questionei interessado nos motivos dela, afinal nunca tinha a visto falar nada sobre meu elemento principal - Porque um dia você vai precisar disso, e eu quero que você arranque uma certa técnica de alguém, mesmo que seja a força... - naquele exato momento ela revelava suas ações, ela queria me usar como um peão, o problema que jamais conseguiria, afinal ela ainda era minha mãe e eu tinha inteligência o suficiente para evitar que aquilo saísse do meu controle antes que fosse tarde demais, eu não era um prodígio a toa, eu iria alcançar meus objetivos não importava como...

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- Acha mesmo que sou um ninja qualquer?

Questionei o outro chunnin que havia me incomodado durante toda a missão, como se estivesse tentando me testar, ou até mesmo me chamar atenção para quão idiota ele conseguia ser. Não era o mais simpático de todos para lidar com gente alheia, porém algo naquele cara me irritava além do normal, e isso não seria muito saudável para ele - Ué. Você vem de uma família que não tem nenhuma herança sanguínea, são comuns, chunnin é o máximo que você vai conseguir aqui em Kumogakure. - ele falou em um tom irônico, era um usuário de ranton e achava que era o melhor de todos os ninjas, sendo que as notas e resultados na admissão como chunnin dele haviam sido medíocres perto das minhas, porém eu não esfregava aquilo na cara do imbecil, até agora.

- Falando isso o ninja que foi carregado pelo time, de tão medíocre que era precisou da piedade da raikage para conseguir ser alguém na vida. - dei risada dando de ombros para ele, e quando menos esperei ouvi os passos rápidos aproximando-se de mim,  o mais jovem desferiu rapidamente dois socos tentando acertar meu rosto, porém apenas dei alguns passos para trás, e em um contragolpe ágil soquei o peito dele, logo após a sua barriga - Cara, eu não to afim de me irritar com você, mas se quiser posso te humilhar um pouco mais na frente de todo mundo, não acha legal ter platéia para as coisas? - sorri com escárnio, pulando para trás e esperando um tipo de ataque, no entanto nada ocorreu, apenas observei o shinobi recuando com o rosto avermelhado de raiva, com toda a certeza algum dia ele tentaria algo, porém eu não ligava, muito menos me interessava no poder dele.

Ignorei a situação e segui a minha vida normalmente, partindo em direção aos arredores da vila, pensava sobre meu futuro e os motivos de lutar, os motivos de seguir vivendo para Kumo, era um fato raro em minha vida, afinal me dedicar a vila tanto quando a obtenção de poder poderia ser chamado de único. Analisei a situação de meus pensamentos atentamente e decidi que iria seguir fazer o que fazia, não poderia me tornar ''indenpendente'' naquele momento, não tinha força o suficiente, não tinha poder e influência ainda para tocar a vida sem o apoio da vila, afinal era apenas um chunnin.

Seguia caminhando em meio as vielas e outras coisas da vila, analisando algumas crianças brincando, alguns ninjas voltando de missões e outros cidadãos aproveitando a vida de maneira normal, mal sabiam que a vida não era normal, e que qualquer coisa poderia quebrar aquele momento de ''felicidade'', os passos eram lentos e firmes, os pensamentos voavam longe, tão longe que ninguém poderia entender o que se passava em minha cabeça naquele instante. Era mais um dia de indecisão de pensamentos controversos em minha mente, isso não era a melhor situação que eu passava diariamente.

- Ah cara, eu sou muito burro, porque fico pensando demais na vida?

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A morte gira em torno de todo mundo, e como evita-la por tempo suficiente até que seja forte o bastante para ser alguém independente e capaz de evitar as linhas vermelhas do destino, evitar principalmente as peças que elas podem lhe pregar? Bom, eu não tinha muita certeza disso, mas lá estava mais uma vez, junto de minha mãe partindo para uma missão onde provavelmente mataríamos muitas pessoas, pessoas essas que não eram muito confiáveis para Kumogakure, que provavelmente colocariam em risco o posto que eu almejava desde o início. Empunhava minha Kokuto com sabedoria, afinal eu era praticamente um mestre com aquela arma, jamais havia sido derrotado empunhando-a, jamais havia sido colocado em risco com ela em mãos.

Uma planície surgiu a nossa frente, como se estivéssemos saindo do nosso país, e talvez era o que realmente estava acontecendo ali, um rastro de fumaça subia ao céu, uma fogueira queimava despretensiosamente como se sequer tinham medo de serem surpreendidos por inimigos, pois bem, pelo menos era o que qualquer pessoa comum acharia - Mãe, acho melhor pararmos por aqui, isso é com toda a certeza uma armadilha que fizeram, ninguém que comete crimes ou coisas do tipo faz uma fogueira em campo aberto... - comentei para ela que meneou a cabeça em concordância e, pela primeira vez na vida os olhos escarlates dela foram vistos por mim era verdadeiramente magníficos, com uma cor e brilho tão intensos que pareciam ser de mentira.

- Laxus, você aceita ser a minha isca? Sei que não vai se machucar, afinal é meu filho, só preciso descobrir onde todos eles estão escondidos e assim vamos voltar logo para casa. - assenti com a cabeça, repousando o antebraço no cabo da espada alongando o pescoço brevemente, imaginando todo o cenário que eu poderia enfrentar, armadilhas, kunais sendo arremessadas, jutsus de todos os tipos, bom, nada daquilo me assustava, tinha a certeza do que poderia fazer para deixar a vida deles um pouco mais conturbada do que o comum. Causaria uma breve ''baguncinha'' pisquei o olho para minha mãe e avancei com um sorriso doentio no rosto, usando toda minha capacidade de movimento para arruinar aqueles caras, executei os selos de mãos necessários, lançando uma bola de fogo diretamente a uma barraca de tecido que eles tinham, iniciando um incêndio em poucos segundos, e em um intervalo ainda menor de tempo kunais e shurikens voaram na minha direção.

- Então é assim? Covardes. - gargalhei pulando para trás sentindo todas elas passando extremamente perto do meu corpo, como se estivesse executando os movimentos um pouco atrasado ''dei mole, passou raspando''. Kokuto se fez presente em minhas mãos, sendo brevemente ocultada pela penumbra que começava no local, avancei na direção do meu primeiro alvo, um jovem loiro que pulara a frente das barracas que ardiam em brasa, saltei olhando diretamente nos olhos dele, notando suas íris tremeluzirem na luz emanada das chamas e aterrissei com ambos os pés em seus ombros com a lâmina negra sendo enterrada diretamente em sua garganta, o sorriso macabro surgiu mais uma vez, determinando meus reais sentimentos naquela missão, o principal deles, o prazer.

Mais um inimigo me atacou, desta vez pela retaguarda que para ele estava desguarnecida, no entanto, um vulto rubro atravessou o campo de batalha, decepando ambas as mãos do desgraçado - Acha mesmo que vai ferir meu filho? Desgraçado... -- o olhar de pânico do Nukenin pareceu se espalhar para todos os outros ao redor, que caíram um a um mais rápido do que eu podia acreditar, minha mãe era a personificação de monstro, não, ela era a morte propriamente dita. Alguns minutos se passaram até que recebi o sinal para retornar, que o serviço estava feito e o resto era responsabilidade de outras pessoas, sem demora partia de volta para Kumo, um pouco decepcionado por não ter uma participação ativa, todavia sabia que ela tinha seus motivos de não deixar que eu lutasse muito afinco naquele momento.

- Então Lax, você tem uma esquiva boa, porém hoje errou. Se tivesse saltado meio segundo depois estaria ferido, mas gostei de sua distração, sem falar que iluminou o campo de luta pelo menos o suficiente para ter a sua visão ajudada, e ainda assim diminuir a presença da Kokuto. - ela repousou a mão em meu ombro com uma atitude orgulhosa que começara desde que havia me contado a verdade sobre nossa vida. A viagem a partir dali parecia mais descontraída e animada, mesmo que a distância que percorremos não fosse a das menores - Então mãe, como você tem tanta velocidade? Eu mal consegui notar sua aproximação quando matou aquele cara, é como se estivesse mais rápida do que nunca. - questionei em tom calmo com o olhar fixado na mulher enquanto corríamos pela floresta não muito densa.

- Eu tenho uma predisposição à velocidade filho, assim como você tem para genjutsu e ninjutsu. - naquela frase algo me surgia na mente, como assim eu tinha uma predisposição a genjutsu? Bom, se ela havia me dito aquilo, ela tinha algum motivo, deveria ter calma para que descobrisse da maneira correta - Então eu e você temos predisposições diferentes? Entendi... Isso é interessante, afinal eu sempre foquei muito em movimentos mais fluídos do que rápidos, nunca imaginei que alguém pudesse ser tão veloz assim. Sinal que tenho de melhorar um pouco mais para pelo menos acompanhar com a visão. - cocei a cabeça um pouco envergonhado por não ter sido capaz de vê-la em batalha, mas ainda assim algo me motivava no fundo, pela primeira vez havia notado o abismo entre nós dois.

Naquele dia de uma missão comum de eliminação de alguns inimigos da vila tinha ganhado a experiência que precisava para saber que mesmo sendo um prodígio ainda tinha uma estrada gigantesca para percorrer. O primeiro alvo? Minha própria mãe, a mulher que um dia iria desafiar e vencer, para provar que eu podia ir ainda mais longe do que qualquer outro pelo menos havia me tocado da realidade, agora era a hora de voar ainda mais alto.

- Então é assim que um assassino de verdade é feito, que ótimo...

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