O dia havia sido longo para o casal, Uchiha e Chinoike, uma série de coisas haviam ocorrido durante a tarde, trazendo aquele recente casal diversas reflexões sobre o futuro e sobre o passado. Porém, oque mais lhes prendia atenção era o presente. Ambos passaram todo final da tarde juntos na casa do Uchiha aproveitando o tempo da qual nunca haviam desfrutado com alguém que haviam gostado realmente.

O rapaz havia aprendido recentemente uma técnica interessante num momento de necessidade e a ideia que a Chinoike tivera entre os lençóis não fora ruim, apesar do rapaz leva-la ao pé da letra. -- Você deveria treinar essa técnica nova, para poder utiliza-la mais facilmente. -- Disse ela, se levantando do peito do jovem e o olhando deitado na cama, enquanto ele tragava um cigarro. -- Você está certa. A quantidade de chakra que eu gastei para chegar ao hospital foi gigantesca. Talvez eu tenha que entende-la melhor. -- Disse se sentando na cama. Ele olhou para ele acariciando sua bochecha e em seguida se levantou, se vestindo. -- Aonde vai? -- Perguntou a Chinoike, ainda sobre a cama. -- Vou ao campo de treinamento, enquanto não dominar essa técnica eu não irei dormir direito. -- Disse enquanto colocava um manto sobre o corpo. A Chinoike se levantou, se vestindo. -- Eu vou com você; pro caso de precisar de ajuda. -- Sorrindo logo em seguida. O rapaz sorriu de volta e concordou enquanto terminava de se armar e ela se vestir. -- Vamos... -- Disse ela, porém o rapaz percebeu que a garota não estava protegida contra o frio. O mesmo pegou outro manto de seu guarda-roupa e colocou sobre os ombros da mesma, que sorriu. Logo os dois saíram de casa.

Quando chegaram no campo de treinamento estava vazio, apenas as luzes dos postes colocados ali ajudavam a enxergar uma pequena parte do campo ao todo. Eles andavam um ao lado do outro até o local iluminado, que cobria cerca de 50 metros de diâmetro ao todo, e se aproximaram de uma rocha ali; um pouco mal iluminada, porém ainda sim era possível ver. -- Então, como fará isso? -- Perguntou a Chinoike, observando Chrollo colocar suas kunais sobre a rocha e marca-las uma a uma. -- O objetivo principal é testar a quantidade de chakra que gasto a cada "salto", depois verei até onde vai. -- Respondeu, Chrollo, enquanto preparava as kunais.

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O casal conversava quando Mari viu uma silhueta aparecer no campo de batalha, ela levantou os ombros procurando observar quem era, enquanto Chrollo manteve sua atenção nas armas, colocando-as em fileira. A jovem de cabelos loiros fora se aproximando, até que Mari tomou a iniciativa, cumprimentando-a. -- Boa noite! -- Disse levantando a mão com um sorriso no rosto. A Chinoike era uma pessoa muito simpática antes da traição que havia sofrido e talvez a presença de Chrollo tenha despertado tal paixão pelas pessoas novamente. Chrollo olhou sobre os ombros para ver de quem se tratava percebendo ser uma jovem de cabelos dourados, assim como ele; porém nada falou, apenas voltou-se sua concentração as kunais.

Em seguida a voz da jovem respondeu Mari. Talvez a jovem não tivesse ouvido o cumprimento da Chinoike, porém não fora suficiente para tirar a consciência receptiva da mente de Mari, que ouviu suas palavras. Chrollo também a ouviu, porém estava focado no seu treinamento e apesar da sua seriedade parecer rude, ele apenas mantinha sua atenção no que faria a seguir. Sua consciência tentava manter a calma para poder visualizar melhor o treinamento dando-lhe continuidade de maneira mais eficaz. A Chinoike emitiu um som na tentativa de começar a explicar, prolongando a vogal "a", porém fora interrompida por Chrollo que se virava em direção ao centro do campo de batalha com duas kunais na mão direita. -- São marcações de chakra, servem pro uso de uma técnica espaço-temporal, mais conhecida como Hiraishin no Jutsu. Não sei se ouviu falar. -- Respondeu, no único intuito de não ser mal educado a ponto de deixar a garota curiosa.

Chrollo se afastou alguns metros das duas garotas, lançando uma das kunais a cerca de dez metros de si em diagonal e outra a cerca de quinze metros na diagonal contrária. Tentaria ver se realmente havia uma diferença de chakra nas distancias percorridas. O rapaz fechou os olhos e em como um raio caiu sobre a kunai a 10 metros, pegando-a. Tentou sentir o gasto que teve com o movimento e olhou para a outra kunai, que estava a cerca de 20 metros da primeira. Novamente "voou" até a segunda kunai, pousando sobre ela. O mesmo fechou os olhos por alguns segundos, respirando firme. -- Parece que... -- Pensou em falar, porém ele mesmo se interrompeu, olhando para o local onde as duas garotas estavam, indo até lá.

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A garota falava algumas palavras enquanto Chrollo se afastava, porém o mesmo não chegava a escutar toda suas palavras, não por falta de educação mas porque a distancia que criava e seu foco o fazia perder o rumo da conversa. Porém após a pequena exibição, ele se aproximou novamente, vendo a garota de cabelos dourados extremamente animada com a situação. Apesar de Chrollo ser alguém usualmente fechado a novas relações, ele sempre fora fascinado pela personalidade individual das pessoas que o cercavam e pessoalmente, aquela garota o intrigava; ela não demonstrava qualquer tipo de aversão a personalidade de Chrollo e muito menos se sentia constrangida em demonstrar sua personalidade para duas pessoas estranhas. De certo modo, isso criou uma certa empatia dele por ela.

Apesar de pensativo quanto aos limites da técnica, Chrollo ouviu grande parte do que a jovem dizia, principalmente sobre sua facilidade em tais técnicas e uma estagnação e consequentemente uma vontade de aprende-la. Isso fez o rapaz se ver um pouco na mesma; apesar da gritante diferença de personalidade, ele havia passado pelo mesmo problema antes de aprender tal jutsu. Ele colocou as kunais sobre a rocha, ouvindo a conversa que a moça tinha com Mari, que fora extremamente simpática ao dizer que não era muito boa em ninjutsus especiais. O mesmo então percebeu o silencio e sentiu uma sensação de que todos estavam o olhando, como se esperassem alguma coisa dele; provavelmente uma resposta. Ele estava tão concentrado que mal se lembrou de responder, porém levantou os olhos e viu a Chinoike, que moveu a cabeça em direção a jovem Izanami, da qual ele havia esquecido o nome; a intenção de Mari era faze-lo se abrir um pouco mais e ensinar aquela garota sobre tal tipo de ninjutsu, afinal, ela era uma shinobi de Kumo.

Chrollo deu um sorriso, um pouco sem graça na realidade, ainda olhando para as kunais, ele parecia ajusta-las uma pareada a outra. -- Tudo bem... -- Disse ele, dando uma pausa entre uma frase e outra. -- Se você já desenvolver alguma habilidade a respeito desse tipo de Ninjutsu é bem provável que você consiga aprender. -- Concluiu, em seguida ele levantou o rosto, olhando para Izanami. -- Mas antes me diga. Qual é sua causa? -- Perguntou de maneira séria. Ele estava decidido em ajuda-la a aprender a técnica, mas antes, tinha de entender quem era aquela jovem.

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As palavras da jovem demonstravam determinação e ao mesmo tempo entusiasmo, apesar da utopia. Chrollo na realidade não estava interessado na sua causa em si, pra ele, era irrelevante o motivo que ela tinha para aprender determinada técnica; seja ele nobre ou não, oque ele queria ver era a propriedade com que ela falaria de suas próprias ambições. E o surpreendeu ver a determinação com que a jovem falou de seus objetivos, contando até mesmo com os passos para tal. Pra ele era o bastante, ela tinha uma luz e estava disposta a segui-la até o fim; isso bastava para Chrollo. Para Mari, havia sido um discurso e tanto; era possível ver o sorriso em seu rosto.

O rapaz não chegou a responde-la propriamente; ele apenas fechou os olhos e os abriu novamente pegando um cigarro e o acendendo enquanto olhava para o campo de batalha, mudando totalmente de assunto em seguida. Iria ensina-la da maneira mais fácil. Apesar da frieza em suas atitudes, Chrollo era um homem eficaz e buscava a compreensão e efetividade de suas tarefas; pra ele, aquilo era uma delas. Ele começou a caminhar, fazendo um movimento para que a garota o seguisse, e logo em seguida parou a cerca de sete metros da rocha onde estavam, abaixando-se no chão onde estava iluminado. -- Mari, jogue uma kunai sua para mim, por favor. -- Pediu a sua "amante", que assim o fez, jogando uma kunai dela para o alto para que chegasse até ele. A kunai caiu alguns centímetros a frente do seu corpo, então fora necessário apenas ele esticar a mão.

Com a kunai em mãos ele começou a desenhar, enquanto explicava a jovem. -- O conceito deste Jikuukan Ninjutsu baseia-se na criação de uma marcação com a assinatura de chakra em determinado local ou ponto e o uso dele como ponte interdimensional para dar um salto no espaço-tempo, excedendo as leis da física quanto ao deslocamento de uma distancia a outra. -- Disse enquanto desenhava uma marca e uma linha até um boneco de palito, riscando a linha. Ele sabia que havia usado termos difíceis, porém a intenção era dar a jovem uma base e então explica-la por partes; além disso, ele esperava que ela tivesse ideia do que ele dizia, devido seu entendimento. -- Em outras palavras, a marca é uma espécie de portal, uma ruptura criada pela conexão entre o chakra e o usuário. -- Ele parou para olha-la por um instante, para assim ter certeza de que ela ouvia; em seguida continuou. -- Como deve saber, o chakra e o portador possuem uma ligação natural, essa ligação é explorada através do Hiraishin, que permite o teleporte do usuário para determinada marca. -- Ele já havia parado de desenhar, apenas olhando para frente. -- Em outras palavras, é como um jutsu de invocação, porém a relação é entre o usuário e a marca; ao invés de invocador e invocado; e a conexão é o próprio chakra, ao invés do sangue. -- Disse ele sendo mais sucinto. Em seguida ele olhou para a jovem para ver se ela havia entendido. Suas palavras haviam sido claras e apesar de não ter falado muito devagar nem muito rápido, havia sido bem didático. Em seguida ele se levantou olhando para a mesma. -- Se entendeu, tente fazer. Crie uma marca nessa kunai, lance-a e tente se teleportar até ela. -- Disse estendendo a kunai a ela. Sabia que era rápido demais, porém se ela tivesse falado a verdade, ela conseguiria tão rápido quanto ele conseguiu.

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