Meu objetivo principal em todos os meus treinamentos era conhecer melhor meu corpo. Não apenas em relação muscular ou meus limites, mas também seus movimentos e, com toda certeza, como superar tais limites já conhecidos por mim. Dessa forma, não tomei muito de meu tempo até sair de casa e caminhar até o campo de treinamento como sempre o faria. Chegando lá, sentei acima de uma grande pedra, como de praxe e, além disso, crianças corriam e brincavam pelo local em seus “tolos treinamentos”, como eu gostava de chamar. Meu treinamento era sozinho, como um lobo solitário, isolado de sua alcatéia para alcançar capacidades acima de qualquer outro lobo, e assim eu pensava. Era apenas eu e Jashin na luta pela vida, na luta pela sobrevivência. Assim, fechei os olhos e iniciei certa meditação, parecida com quando treinava os portões e seu domínio. Por ora não tinha intenção de abrir os portões, mas sim conhecer meu corpo e meus músculos, tentando sentir até mesmo minha respiração, criando uma noção corporal na inspiração e expiração, observando o movimento do diafragma apenas com os sentidos. Tinha certeza que isso me auxiliaria, até mesmo observando a contração muscular, observando que alguns músculos relaxavam para outros contraírem. Tudo que estava aprendendo naquela tarde era básico e constituído apenas de deduções, sem aprofundamento, porém já servia de algo. Abrindo os olhos após cerca de dez minutos, imaginei que já teria passado tempo suficiente para desenvolver uma certa noção corporal. Devido a isso, fiquei de pé à pedra e decidi ativar o 4º portão: deveria suportar tal dor para superar os limites de meu corpo, apenas assim estaria preparado também para o próximo portão. Tomando uma posição de luta, infundi chakra naquele ponto específico na medula espinhal, pronto para liberar o portão. Com energia suficiente, ativei-o: - Hachimon Tonkou: Shoumon, KAI!. Meu grito estrondoso fez as crianças se assustarem, e a pedra onde eu estava situado partiu-se ao meio devido à intensa energia, como de praxe. Olhando as águas rasas do rio à minha frente, decidi caminhar com as pernas dentro dessas águas para forçar-me a mais última velocidade que eu pudesse alcançar, na tentativa de chegar ao outro lado exausto. Sendo assim, prontifiquei-me numa posição de corrida, já ao chão rochoso. Num alto pique de velocidade, forcei minha perna para trás causando uma intensa reação à tal ação, consequentemente impulsionando todo meu corpo para frente e causando um choque enorme para trás, quebrando parte do solo. Ao tocar meu corpo à água, senti uma imensa dificuldade em correr tendo em vista a resistência que a mesma causa. Não entendia bem ao certo o que acontecia, porém era inegável a existência disto. Ainda assim, mesmo com minha força e velocidade a surpassar tal resistência, cheguei ao outro lado um tanto quanto cansado, tendo certeza que atingi tal limite e desativando o portão, descansando enfim.