Os primeiros guinchos das águias recém despertadas começam a ecoar pelos imensos vales montanhosos perdidos em meio as nuvens, agora mais iluminadas. O sol começa a se erguer no horizonte, revelando sua extrema beleza e graciosidade, e revelando também toda uma grande terra que nunca fora completamente explorada, desde o Vale do Relâmpago ate a uma das aldeias escondidas sobre as montanhas, Kumogakure. É ali que a história há de se iniciar. Focando-se em uma das inúmeras casas que compõem a vila oculta, um dos cômodos da casa era o principal, um quarto. O sol começava a dar seus primeiros passos em meio as janelas entreabertas do cômodo, iluminando e revelando um espaço bem singelo e comum. Nas paredes, incontáveis esboços de construções, armas e pequenas fotografias de crianças juntas, coladas de uma forma bem mais zelosa que o resto dos elementos. Alguns braços de madeira -alguns com mãos, outros nem tanto- podiam ser vistos com pouca organização abaixo de uma cama. Um pouco acima, na própria cama, uma pessoa dormia, aproveitando seus últimos momentos de uma longa noite. Por conta do calor frequente da vila, o menino se encontrava disperso, com um de seus dois travesseiros jogado ao chão e seu cobertor quase seguindo pelo mesmo caminho. O sol avançava mais e começara a reluzir nos cabelos brancos pouco arrumados do garoto, que agora junto com seu rosto convidava-o a ter seu sono interrompido.

Repentinamente, um de seus olhos se abrem e revelam pupilas verdes um pouco perdidas após uma longa noite, e o menino com um pouco de dificuldade deixa escapar algumas palavras, como: Ele vai tocar agora. Depois de alguns segundos, um pequeno dispositivo de ferro, num formato semi-circular começa a fazer um barulho pouco convidativo em uma escrivaninha que está localizada harmoniosamente ao lado da cama. O garoto então, colocava um de seus dedos ao lado direito do dispositivo e pressiona-o, revelando um botão linear. O som encerra. Provavelmente o menino lembrou das inúmeras vezes que acordou o resto dos seus familiares com o barulho seguido por 10 a 15 minutos, e dessa vez decidiu se precaver. Levanta-se, olhando fixamente para a janela que fica exatamente ao lado oposto do quarto, e assiste o sol se erguer e tomar forma no céu. Algumas silhuetas de pássaros podem ser observadas junto a isso. Uma batida na porta interrompe todo esse grande espetáculo da natureza, seguido de uma pequena voz masculina abafada pela porta, ainda fechada: Meu bem, venha tomar café. O garoto dá um pequeno sorriso, coloca uma camisa amarela pouco conveniente - mas em âmbito casual, tudo muda - e dá um último bocejo antes de abrir a porta e sair por ela, fechando e revelando um corredor que levara a uma escada. Ao seguir para tal escada, a porta a segundos fechada revela um nome na parte central, escrito Sanzoko H.

Ao descer pela escada, Sanzoko observou uma cena comum no seu dia-a-dia, seu pai que antes fora alertá-lo sobre o café, sentava a mesa com um pequeno rolo de papéis que, mais uma vez, tomavam seu tempo. Nada com o que se preocupar, provavelmente mais uma pesquisa requisitada pelo Gabinete, ou alguma anotação de novos tipos de rochas que a mamãe pode ter achado em uma de suas viagens. Ela, por sua vez, estava do outro lado do cômodo, na cozinha que podia ser observada da mesa central da casa, lavando algumas poucas louças provavelmente deixadas no pequeno lanche que o menino fez durante a madrugada. Logo ao se aproximar da mesa e tocar em uma das cadeiras de madeira que estavam dispostas em volta de tal, seu pai ajeita seus próprios óculos e então dispara a questão: Filho o que você fara no dia hoje. Provavelmente remeteu-se ao sucesso da última missão a alguns dias atrás, a primeira de Sanzoko, que dera uma elevada no ego do pai em relação aos seus colegas de trabalho, amigos e vizinhos.

Antes do pequeno conseguir explicar para o Ichiro que nada havia sido marcado naquele singelo dia, uma batida na porta foi ouvida, mas dessa vez Sanzoko sabia que não era seu pai nela, afinal, estavam de frente um pro outro. Então, olhou para a mãe e pai, que com apenas seus olhares remeteram que seria ele a ir atender quem bate a porta. Caminhou pouco, ja que todo o aconchegante local era devidamente produzido para ser compacto, porém, bonito. E então, seus dedos tocaram e envolveram a maçaneta, que foi girada e um grunhido de madeira pode ser ouvido desde onde Sanzoko estava, até a mesa central onde seu pai sentara logo no cômodo seguinte.

A porta fora aberta.

Antes mesmo do total rotacionar da porta estar concluído , um homem forçou-a para dentro e a abriu vagarosamente, deixando de lado a presença de Sanzoko e partindo diretamente pelos corredores - como se conhecesse a casa - e chegando a tábula onde o pai sentara. Uma troca de olhares intensa ocorreu em alguns segundos de êxtase da figura que, pela sua roupa e jeito de agir, era membro do alto escalão. Naomi observara tudo da cozinha, enquanto Ichiro entendia o que estava acontecendo, mas ainda assim relutava por ter que resolver algo tão pela manhã. A figura bradou: Temos que ir Ichiro. Isso foi o suficiente para o pai do menino pegar um pequeno amontoado de papéis e anotações e ir junto com a figura. A mãe não ficou surpresa, era mais um dia começando para o seu marido, ainda assim ficara triste pelo café da manhã ter sobrado a mesa. Os dois passaram por Sanzoko correndo e fecharam as portas, seu pai o olhou mais uma vez antes de sair e abriu um pequeno sorriso antes da porta se fechar e com ela, mais um dia se iniciar.

O menino voltou para a cozinha, onde encontrou sua mãe, comendo uma das deliciosas coisas que preparou pro café, lendo um livro histórico sobre As Antigas Vegetações do Vale das Nuvens e Relâmpago. Ele sentou a mesa, e comeu aquilo que Naomi tão graciosamente havia colocado à mesa. No fim de tanta comilança, antes dele poder se retirar e ir para o quarto para fazer alguns testes com seu chakra e os projetos, sua mãe disse: Filho, acho melhor você começar sua manhã também. Vá centro de missões ou vá treinar. Sanzoko decidiu que naquele momento, fazer o que ela pedira era o melhor a ser feito. Então, se locomoveu ao andar de cima, mas para brevemente banhar-se e vestir algumas roupas adequadas. Colocou sua bandana no pescoço e vestiu um grande roupão preto e amarelo que esbanjava as cores de Kumogakure, e por fim, saiu pela porta - Não sem antes pegar mais um palitinho de Dango e beijar sua mãe no rosto -.

Ao bater a porta, o sol se demonstrava um forte ser naquela manhã. As águias já estavam voando mais alto nesse momento, pairando entre nuvens e algumas montanhas maiores que rodeavam a aldeia. Se locomoveu por alguns metros, atravessando duas ou três grandes pontes que interligam edifícios circulares nas mais diferentes montanhas, e por alguns momentos decidiu ir pelo teto de algumas construções, cortando caminho desnecessário até chegar ao Centro de Missões. Um edifício com paredes de vidro, mais uma vez em formato circular e que esbanjava a incrível engenharia da aldeia do País do Relâmpago. Muitos ninjas entravam e saiam do local, alguns ainda distraídos lendo seu papel, outros entusiasmados, correndo em equipes e com um Jonin atrás deles, provavelmente para evitar que façam uma tremenda burrice, como morrer por exemplo.

Neste momento, Sanzoko estava em frente à um quadro de missões. Qual ele escolheria?

O pequeno pegara seu pequeno papel, e após carimbar ele com um dos lideres da central das missões, saia na mesma direção que os demais ninjas de tantas classificações distintas que ali estavam. Todos eles, designados para seus projetos e missões, assim como o jovem Sanzoko. Muitos dos objetivos que estavam nos quadros aguçaram o medo do menino, que por fim escolheu aquilo que menos lhe fazia tremer até os pelos da perna. Aparentemente ninjas estavam sumindo durante seus treinamentos nas montanhas à leste de Kumogakure, deveras interessante. Ao abrir a porta, vira que o meio-dia já raiara ao céu, mesmo assim o Sol se escondia gentilmente atrás de algumas nuvens que faziam seu papel em proteger-nos dos raios solares. As pontes estavam infestadas de crianças menores correndo, provavelmente saindo da Academia Ninja naquele momento, Sanzoko passou por elas e seguiu - mais uma vez pelos telhados, onde não havia correrias - até a saída leste da Vila.

Como de costume, toda área de treinamento não costuma ser longe dos arredores da vila. Não seria diferente com Kumogakure, pela planta oficial do vilarejo, a saída leste servia apenas como entrada para a vasta área de treinamento nas montanhas, que depois seguiam até o Vale das Nuvens e Relâmpago. Sanzoko precisou parar por alguns momentos para respirar até chegar em tal saída, não era bobeira pensar que a Central de Missões ficara exatamente do lado oposto de onde ele estava seguindo em missão. Por fim, um enorme portão, erguido sob dois pequenos elevados de terra podia ser visto, e logo atrás dele, um vale imenso com diversas regiões montanhosas podia ser visto. Jounin's estavam sob o portão e atráves dele, cuidando de toda a movimentação, enquanto jovens entravam e saiam da área de treinamento com seus líderes. O boato já havia se espalhado, algo de estranho acontecera naquela região. Sanzoko agora está de frente para o portão principal, seguindo em direção ao objetivo da missão: Evitar que mais coisas aconteçam e que seus amigos não sejam os próximos.

O menino se encontra de frente para a saída Leste de Kumogakure, seguindo.