O rápido avanço do jovem Hashijima era evidente, o alto escalão responsável pela estabilização da hierarquia do vilarejo a muito tempo o observava prontamente; por decisão conjunta, estava mais do que na hora de avaliá-lo de uma forma mais significativa e submetê-lo a perigos maiores, muitos dos professores estavam apostando no pequeno mestiço.

Uma carta era escrita para o garoto, em questão de poucos minutos ela estava nas mãos de um entregador experiente que, sem qualquer tipo de cerimônia, entregava a mensagem diretamente ao jovem, onde quer que ele estivesse.

Carta escreveu:Judal Hashijima, devido aos seus recentes feitos, julgamos que está apto para participar na seletiva dos futuros Chunnin's do vilarejo, compareça agora mesmo no quartel general para receber as devidas instruções.

Boa sorte.

Spoiler:

A construção era enorme, dois guardas estavam posicionados logo na entrada da instituição para fazer a segurança do local e garantir o controle de quem entra e quem sai. —— Então você é o Hashijima? Estávamos esperando por você... Tome. —— Um dos inspetores do local diria assim que avistasse o garoto, entregando-lhe uma folha e um lápis que havia retirado do interior de seu colete. —— Responda estas questões e me entregue, pode sentar-se em qualquer mesa e leve o tempo que precisar... —— O instruía de maneira breve e sem qualquer ânimo evidenciado.

Ao ar livre, diversos conjuntos de mesas e cadeiras estavam dispostas para este tipo de ocorrência; por ainda ser extremamente cedo e por sorte do jovem genin, o local estava parcialmente deserto, teria toda a tranquilidade do mundo para refletir suas respostas.

Prova escreveu:1. Por quais motivos você luta?
2. Qual é o seu maior sonho? E o medo, qual é o seu maior medo?
3. Arriscaria a sua vida pela vida de algum aliado? Explique o porquê.
4. Qual é o seu maior defeito? Discorra.
5. Qual é a importância desta prova para você?

Spoiler:

Não havia se passado muito tempo, mas aparentemente a avaliação já estava completa e vinha a ser entregue. O que estava em jogo, neste instante, não era somente as questões da prova — estas na verdade eram o que possuía menor valia, tanto que todas as questões possuíam um alto teor subjetivo. O principal ponto que ambos os rapazes almejavam observar era a reação do garoto diante uma situação onde seu esforço era simplesmente jogado no lixo. —— Engraçado como todos sempre utilizam as mesmas respostas simplórias. —— O homem dizia com certo desprezo ao passar o olho pelas respostas, sequer parando para lê-las.

Não satisfeito, o guarda ainda amassava o papel e simplesmente o descartava no chão, pisando logo em seguida para garantir que a folha se deformasse ainda mais. Ambos os shinobis pareciam sorridentes, era sempre um prazer pisar em qualquer sentimento positivo que seus avaliados possuíam, aquele sorriso do garoto Hashijima era extremamente exasperante para os superiores.. —— Muito bem, pode retornar para sua casa, logo te daremos um resultado... —— Dizia o único guarda que instruía, ostentando um tom de ironia como se o resultado claramente fosse negativo.

Spoiler:

Ambos os homens se surpreendiam com a reação do garoto, não se esperava que um menino de meros dez anos de idade agisse de maneira tão madura e controladora diante de uma situação de humilhação repentina. Era na verdade até um pouco irritante para ambos ouvir toda a falação de mais um entre outros tantos sonhadores que viviam dizendo por aí que tornar-se-ia Kage. —— Então você é o bonzão que vai se tornar o próximo Raikage e ainda por cima vai querer nos rebaixar? Muito bem... Acho que podemos adiantar o seu próximo teste, já que é tão bom assim! —— O principal dos guardas dizia enquanto adentrava no quartel general em busca das informações que descreveriam a missão do gennin; mesmo Hashijima estando totalmente certo sobre a insatisfação de ambos com a função, ouvir a verdade e o óbvio, por mais que fosse positivo para o teste psicológico, era algo que irritava ambos de maneira absurda.

O Shinobi que ainda restava na entrada do quartel, por mais que também estivesse envolvido em toda a gozação, não aprovava muito o que viria a ser feito, mas não restava-lhe escolhas, era apenas um assistente que sempre buscava agradar ao seu superior. —— Acabou de sentenciar a sua própria morte, garoto.  —— O alertava. Segundos depois o principal retornava, desta vez, com um pergaminho rústico em mãos. —— Sua missão será resgatar um artefato religioso no país das águas... Junto deste pergaminho tem um mapa indicando o local onde o mesmo se encontra, além de tudo o que você precisa saber... Retorne vivo e com o objeto e considere-se um Chunnin. —— O homem dizia sem muitas delongas mas sempre com um extenso sorriso no rosto.

Pergaminho escreveu:

O sol perdido

Descrição: Segundo relatos de arqueólogos e pesquisadores da vila, um artefato milenar finalmente foi reencontrado em uma enorme gruta próxima da falecida Kirigakure no Sato. Muitas pessoas tentaram se aproximar, mas o sucesso sempre foi nulo e os corajosos viajantes jamais retornaram. Suspeita-se que o principal fator para todas as falhas seja o grande número de predadores famintos que transitam pelo mar. Recupere o objeto e o traga inteiro de volta para o vilarejo.

Mapa

Spoiler:

A resposta evidenciando a falta de medo na morte era algo incomum, o assistente apenas sorria sem saber o que fazer, o futuro simplesmente já estava tecido e conformava-se que de maneira alguma seria capaz de alterá-lo, restava apenas torcer para que o sucesso — jamais antes obtido, viesse nesta missão. O partir do pequeno garoto gerava uma imensa e incontrolável hilaridade no responsável pelas avaliações, ele sabia que — ao menos em sua concepção, esta seria a última vez em que alguém de Kumogakure o veria, seria, a grosso modo, morto devido à própria insolência.

Kirigakure a muito tempo estava no fundo do mar, totalmente destruída por conta de, literalmente, forças divinas. Acreditava-se que, até os dias de hoje, estes poderes ainda circundavam a região onde o antigo vilarejo havia sido destruído, mas tudo não passava de lendas e especulações exacerbadas para manter distante qualquer ideia de repovoamento que surgisse nos moradores próximos. Era a oportunidade perfeita para esconder coisas importantes, e assim foi feito;


Anos atrás...
Em alto-mar, perdido, faminto e com apenas o desejo de conseguir sorte, mínima que fosse, um grande sábio velejava em busca do local perdido para que o artefato simbolizador de toda a vida fosse inserido. —— "Kirishima, você está próximo do local perfeito, fique atento ao sul. —— Uma voz ecoava em sua mente. ——Que susto, idiota... não é só porque o seu clã possui hijutsus deste tipo que você pode invadir a minha mente a todo instante. —— O viajante reclamava em tom amigável, feliz por estar em contato com alguém mesmo estando à deriva. —— "Não seja chato, estou apenas te guiando." —— O guia finalizava e ambos, mesmo diante a situação preocupante, terminavam em risos. Horas se passaram, o local finalmente havia sido encontrado, mas por algum motivo, o contato havia sido perdido e, desde então, o sábio Kirishima nunca mais foi visto.

Kirishima? Kirishima? ... Não consigo fazer contato com ele...

[...]

Conforme o garoto aproximava-se dos limites do seu continente, era possível ver um pequeno cais com não somente algumas pequenas embarcações paradas, mas também diversos mini estabelecimentos. A bandana de Kumogakure era um passe livre para qualquer destas lojas, afinal, tudo era financiado pelo vilarejo em questão. Loja de suprimentos, equipamentos marítimos, navegações... tudo o que se pudesse imaginar com bom senso estava ali. Certamente era mais do que necessário, afinal todos os destinos eram longos, os marinheiros mais do que necessitavam de boas reservas alimentícias e emergenciais.  

Spoiler:

A pequena tripulação estava animada com a viagem, jamais alguém fora corajoso o suficiente para reunir uma equipe de desconhecidos neste tipo de missão, o perigo era o que mais instigava aos homens; muitos dos enviados em busca do objeto limitavam-se ao pensamento de que a ganância humana falaria mais alto e no instante em que recuperassem, traições ocorreriam e um banho de sangue se iniciaria no próprio esquadrão. Talvez não fosse o caso, mas era algo a se pensar.

Muito embora conhecessem bem as lendas que justificavam o fato de que nenhum aventureiro havia retornado dos arredores da extinta vila da névoa, nenhum dos tripulantes acreditavam. Achavam que, na verdade, a culpa não passava das tempestades costumeiras da região. O capitão era conhecido como um dos melhores navegantes, todos confiavam cegamente em seu potencial e assim seria até o último dia de vossas vidas.

Pulavam e cantavam, observavam os arredores e dormiam. Foi assim durantes os dois primeiros dias onde o clima ameno ainda prevalecia nos ares. No terceiro dia, logo por volta da manhã, de maneira repentina, o céu escurecia de modo sombrio, aos poucos uma densa névoa encobria toda a embarcação e a chuva se iniciava; uma forte tempestade tomava conta do clima e intensificava as ondas. O mar ficava cada vez mais agitado, ao ponto de que mantê-lo na rota tornava-se um gigantesco desafio. O balanço causado pela instabilidade das águas era assustador até para alguém experiente neste tipo de situação, grande parte dos marinheiros focavam-se em manter constantes atualizações na vela do barco, enquanto que, no leme, o capitão dava ordens e recebia ajuda de mais dois homens para controlar a direção do barco com maior precisão. —— Judal,  eu não sei o que está acontecendo... Tome cuidado e se segure firme! —— O capitão gritava ao contratante, preocupado pelo fato de ser apenas uma criança. —— É como nas lendas... O lendário Zaroth, o Deus dos Mares está se aproximando... Estamos todos mortos! MORTOS! —— Um dos rapazes, o conhecido como mais covarde dentre todos, especulava em desespero. Ninguém o contrariava.

Era este o presságio da morte?

Spoiler:

Respirando ofegantemente nas profundezas do mar, o destruidor dos sete mares finalmente despertava do seu sono profundo devido ao forte odor de carne fresca captado por seu faro. A abertura dos olhos resultava em todos os fenômenos “naturais” que ocorriam nesta manhã, suas naturezas incontroláveis agiam sempre que o mesmo adentrava em um âmbito de caça. Faziam meses desde a última refeição do Deus dos Mares, as energias estavam no fim e certamente ali seria o seu leito de morte, se não fosse a personalidade forte do pequeno Hashijima.

As ondas ecoavam cada vez mais, anunciando a movimentação do grande animal que ainda não deixava a desejar, sua velocidade agora havia caído pela metade, porém ainda era consideravelmente veloz. Mediante ao grito motivacional de Judal – mais especificadamente ao seu término, poucos metros dali o imenso monstro marítimo emergia das águas com um salto triunfal direcionado ao outro lado do navio, visando passar por cima do mesmo. Sua aparência era inacreditável, semelhante a um, ou talvez até mesmo o próprio, Leviathan, o animal possuía extensão de quatro metros com mais cinco metros em sua cauda. Suas escamas transpassavam a idade avançada, boa parte dela estava extremamente danificada devido à batalhas anteriores.

A investida direta tinha como objetivo parar a embarcação; não era um simples animal que agia somente por instinto, Zaroth era racional e sabia muito bem, por experiências anteriores, que aquele tipo de veículo simplesmente não funcionava sem os mastros. Durante o salto, o animal direcionaria sua cauda para causar a destruição total nos troncos. Obviamente não seria apenas isso, os destroços serviriam para ocasionar nas primeiras mortes, sendo os azarados que estivessem muito próximos dos dejetos, as vítimas – Judal seria no mínimo um dos feridos caso continuasse no mesmo local.

Não se sabia o que era mais incrível entre todos os fatores repentinos; a lenda ser real ou ver um pequeno garoto sendo mais corajoso do que toda a tripulação. Os rapazes, incluindo o capitão, estavam incrédulos perante o que viam, alguns temiam a iminente morte, outros ficavam maravilhados com o desconhecido; mas nenhum deles aparentavam exprimir desistência, estava claro que o breve discurso do Genin havia funcionado para manter a calma de todos que relutavam para controlar o navio para longe, mas o problema agora era outro, infinitamente mais superior do que o anterior.

Independentemente do resultado em seu objetivo, Zaroth mergulharia novamente e preparar-se-ia para mais uma nova investida, desta vez com um outro foco muito mais mortal e destrutivo do que o primeiro, seria a iniciação do seu banquete para que a retomada de todas as suas energias fossem feitas. O Leviathan não mentalizava outra coisa senão todo o alimento que estava presente na superfície,  seu nível de animação, embora estivesse com poucas energias, era imensurável.

Considerações:

Descrições:

Com a destruição da maioria dos mastros, o navio tornava-se incontrolável. Fluía apenas com o movimento do mar, era a oportunidade perfeita para o maior ataque do monstruoso ser. Surgiria a alguns metros de distância do navio(35m), e, com grande parte do corpo emergida pelo mar, gritava a sua identidade  –– Eu sou Zaroth! O possuinte destes mares! –– Não ficaria feliz em eliminar todos sem que antes tomassem ciência de tudo. Após o breve dito, o Leviathan iniciava uma preparação jamais antes vista, era possível evidenciar a coloração avermelhada em meio a toda névoa, certamente pretendia acabar com tudo isso da maneira mais rápida possível.

Considerações:

Descrições:

A coragem do garoto de aproximar-se diante de tamanha entidade era imensurável. Enquanto parte da tripulação estava dominada pela desistência e o temor ainda do primeiro ataque, Judal tentava de maneira imprópria parar o ataque seguinte. Era o suficiente para incomodar o grande monstro do lago e até mesmo enfraquecer um pouco a técnica, mas não a parar. Zaroth sentia o contato do fogo em seu rosto, mas o seu corpo molhado, em conjunto com as poucas escamas, impedia que chamas se proliferassem em sua pele. Tudo isso servia para apenas –– além de obviamente danificá-lo,  irritá-lo ainda mais e evidenciar a presença do garoto que havia avançado em sua direção.

A grande técnica de energia então era lançada em direção ao navio, atingi-lo significaria na morte instantânea de todos os viajantes presentes, assim como o seu naufrágio. Certamente, na situação atual, ninguém teria tempo para impedi-lo. Os viajantes provavelmente estavam todos mortos. Ao término da técnica, ainda furioso com o ataque recebido, o Leviathan voltava toda a sua atenção ao Hashijima. Em questão de segundos, iniciava sua aceleração em direção ao gennin, avançando de cima para baixo visando eliminá-lo o mais rápido possível, usufruindo da sua velocidade máxima no momento do possível contato.

Considerações:

Descrições:

Por descuido ou simplesmente desconhecimento básico perante suas particularidades, o genin sentenciara sua própria morte. O contato entre a sua técnica passiva-agressiva com a imensidão do mar fazia com que os raios de eletricidade fossem conduzidos por uma grande área, atingindo até mesmo o próprio usuário – Hashijima Judal.  Por efeito natural, a técnica paralisava e efetuava todo o dano em ambos os combatentes, mas o efeito colateral viria a ser pior no jovem garoto; por estar em alta velocidade, no instante em que acabara por ser paralisado, Zaroth, perdia totalmente o controle do seu corpo, despencando por cima do seu oponente. A colisão entre ambos era mais do que o suficiente para ferir ambos violentamente, que terminavam por afundar, incapacitados de qualquer movimento. Judal, em seus últimos segundos consciente, visualizava a silhueta de alguém se aproximando e, de maneira misteriosa, colocando um fim na vida do Leviathan. Não se podia identificar com clareza, mas o reconhecia bem; tratava-se do capitão do navio.

Alguns dias depois o rapaz despertava na cama de um hospital com diversos curativos por todo o corpo e um imobilizador que cobria a sua perna direita por inteira. Ao lado, em uma cômoda, estava uma carta semelhante a que havia recebido no dia em que solicitaram a sua presença no quartel general do vilarejo.

Carta escreveu:Você foi o primeiro enviado que retornou vivo desta missão tão perigosa, pedimos desculpas por tudo o que presenciou e de maneira alguma deveriam enviar-te para algo de nível tão alto. As devidas punições foram aplicadas aos responsáveis;

Considere a graduação como Chunin aprovada! Parabéns!

Considerações:

Defeitos Adquiridos: