Era para ser apenas mais um dia de inverno intenso aquela tarde. Já teria dado algum tempo que eu havia feito alguma refeição e estava apenas descansando em casa com Frozen, meu companheiro lupino. Hora vai e hora vem, e nada parecia mudar. O dia estava realmente feio em Kumo. Minha mãe as vezes assustava com o zumbido forte que propagava verdadeiros rugidos no exterior da casa. Contudo, isso não seria problema para nós e nem nada do tipo. Apesar que para mim, como cego, era um verdadeiro infortúnio, pois eu basicamente dependia de minha audição para ouvir tudo que me cercava e não poder ouvir nada disso que me rodeava, era realmente complicado em se habituar em determinados ambientes. Todavia, meus instintos anormais eram realmente prático quanto a isso e assim eu poderia me virar bem sem auxilio de mais ninguém.

Foi então que em meio o caos daquela tarde, que a porta transmitiu suas vibrações de alguém chamando. Não imaginava quem fosse. Na verdade, visitas eram raras, apenas minha irmã que aparecia hora ou outra. Me levantei e me dirigi até a porta com Frozen. O soar de quem falava comigo, era familiar e havia um convite intrigador em seu tom de voz. Não recusei um momento com meu antigo sensei e fui saindo com ele e Frozen.


Considerações:
- 220 palavras.
- Podemos tentar o de 300 e 200. Mas se caso venha ter algum post que fique complicado atender 300 ou 200, compensamos depois.

Ao sair de casa, pude notar em sequência a suavidade que tomava conta de meus ouvidos. Frozen se arrepiava todo com o frio mais intenso que acarretava ao abrir a porta e sair para um ambiente tão mais rigoroso. Era fato que Kumo era um lugar muito frio, pelas altitudes elevadas, e sinceramente? Eu gostava muito, pois já vim de outra vila na qual era tão frio, quanto Kumo.

A caminhada era pacata e eu não fazia a minima ideia do que meu sensei queria. O curso que seguíamos, era um pouco familiar para mim, que diferente dos demais, requisitava mais atenção dos meus sentidos e memória, para que eu pudesse me locomover através de intuição e memorização de passos, atribuindo espaçamento das pernas e velocidade para tal. Um cidadão comum, consegue andar no breu de sua casa, sem muito receio de acabar tropeçando em algo ou entrar em um cômodo de forma errada, acabando esbarrando em uma parede. Comigo era diferente, eu tinha que saber fazer isso em toda minha vila, ao menos na maior parte dela, que me levaria rumo as principais localidades. Durante o percurso, o ninja foi me dizendo suas intensões.

— De fato haha. Não posso ver, mas consigo sentir as emoções das pessoas as vezes. Quando se trata de deficientes em algo, sempre haverá julgares e desconfiança. Mas mesmo tardando em ter interesse no caminho shinobi, me orgulho em afirmar que posso fazer meu trabalho ninja — A conversa tomava agora o objetivo do homem e eu fazia a ponte para ela — Compreendo, me alegro em saber que tenho um professor que guardou na memória minha passagem na academia e queira me ajudar. Eu realmente nunca me dei bem com armas. Como deve saber, sou nativo de Kiri. Vivo aqui desde que minha terra natal afundou no mar. Sou grato por tudo. Naqueles tempos de guerras, talvez ficou algum resquício de trauma talvez. Mesmo novo, eu era forçado a estar nas trincheiras ajudando como podia e até sujando minhas mãos. Eu sempre evitei tocar em armas. Entretanto, acho que posso tentar superar isso agora. Na verdade, eu sempre sonhei com algo...

Eu deixava aquilo e ao chegar no campo, notava que algo fora me lançado. O peguei imediatamente e senti sua composição. Madeira. Não sabia a melhor forma para segurar, mas julguei que pegando paralelamente próximo as pontas, fosse uma boa opção. Segurei firme e avancei com tudo afim de realizar um ataque pela diagonal direita, vindo de cima e cruzando para a esquerda.


Considerações:
- 418 palavras.

A defesa do mestre fora tão básica e simples, que nem eu mesmo me impressionava por aquilo estar acontecendo. Eu era muito ruim quando o assunto eram armas. Talvez eu conseguisse puxar um punhado de makibishi e dispersar no chão para atrasar meus inimigos ou soltar algumas tarjas explosivas e causar um certo temor nos oponentes, mas ainda era difícil em relação a outras coisas. Segurar uma kunai em mãos e cortar alguém, até que era fácil, pois eu me apegava ao conceito de uma faca e aplicando isso a uma kunai, era mais vantajoso para mim. Porém, uma espada, um bastão, armas diferentes, era bastante complexo para um cego que perdeu a visão durante sua vida. Talvez um que fora sempre cego, tivesse mais facilidade, já que nasceu se virando. Contudo, em meu caso, é diferente. Eu não conseguia sentir toda extensão das armas, como seria com todo meu corpo e esse era o verdadeiro porquê de eu lutar corporalmente bem, pois eu sabia e sentia como meu corpo estava se comportando. Uma arma era diferente e eu precisava entender isso de uma forma melhor.

— Uma espada... Em minha vila as crianças sonhavam em ser um dos Sete Espadachins. Devo admitir que também desejei isso um dia. Será que consigo?

Segurei firme no bastão como fora me passado. Com os braços esticados e baixo na linha da cintura, eu erguia segurando o bastão com a ponta inclinada bem para frente e depois a descia. Tentava sentir seu peso de formas diferentes, mas ainda sim eu não identificava seu tamanho. Deixei isso para depois e me concentrando no sensei, me aproximei com um passo largo com a perna direita e em sequência, um ataque na vertical bem sincero e objetivo. Fazia parte do processo entender o comportamento do objeto em uso de espada.


Considerações:
- 303 palavras.

Mais um golpe fora feito por mim. A madeira viajava de maneira mais engenhosa, do que antes, mas ainda um pouco longe de estar exatamente adequada ao proposito que meu sensei buscava em me fazer aprender. Meu ataque fora um tanto irregular e pude sentir durante o movimento, meus músculos moverem de uma forma que causava certo desconforto. Minhas mãos doíam de tanto segurar forte o bastão e na hora de qualquer impacto, a vibração era passada para meus dedos, de forma agressiva, o que era realmente desagradável. O shinobi notando esses erros básicos de iniciante, se pós a dar-me algumas dicas. Ele comentava que minha habilidade estava começando a fluir, mas ainda devagar, que tinha que realmente manter a firmeza nas mãos, porém, saber deixar a arma de uma maneira que criasse uma extensão de mim mesmo e o movimento fluísse perfeitamente.

Todavia, o que mais marcava durante toda a oratória, era algo não muito relacionado a espada, que apesar de tudo, a englobava também, que nada mais era que... "Se não cuidarmos nós mesmos de assuntos sérios que interferem diretamente em nossas vidas, fazendo nosso próprio juízo e tomando providências rápidas e enérgicas, não haverá solução."

Realmente aquilo fazia sentido e era algo extremamente obvio e que estaria estampado na face de todos. No Pain No Gain. Era a expressão que alguns usavam. Me ajustei novamente em minha base. Eu precisava me tornar um com a arma, então medir melhor seu peso, era um começo. Segurei na ponta do bastão com apenas uma mão. Estava perfeitamente na vertical. Então eu a soltava, a inclinando para frente e a deixando cair, fazendo um movimento girando meu punho, que faria a ponta de cima passar rende ao chão. Pude sentir a gravidade com aquilo. Repeti o movimento mais algumas vezes para aquecer meu punho também e criar uma memória muscular no movimento. Fiquei girando, até que senti que poderia realizar um ataque mais baseado em velocidade agora e assim o fiz. Quando a madeira ia completando a volta ao subir, avança com um passo de perna direita e depois de esquerda, me aproximando e aproveitando o embalo criado pela gravidade para golpear o sensei novamente, na altura do ombro dele.


Considerações:
- 371 palavras.

Em meio a meu ataque, o sensei aparou com certa facilidade o meu segundo ataque em sentido de kenjutsu. Estava começando a entender as coisas e pegar o jeito. Mas ainda precisava melhorar muita coisa. Sentia que minha velocidade era um lixo e realmente a força aplicada, era ainda pior, era como se meus braços fossem gravetos tentando manter um pedaço de madeira firme no ar e ainda por cima, causa certo impacto. Compreendia perfeitamente que o intuito de um espadachim, era cortar e não haveria tanta necessidade de força. Contudo, existe situações e situações. E em alguma delas eu me foderia ao extremo. O mestre pausou o treino e pediu que eu continuasse sozinho. Provavelmente eu aprenderia algo me auto avaliando.

— Tudo bem sensei. Verei o que consigo fazer.

Acenei em forma de despedida e me virei chamando Frozen com um assobio. Enquanto ia caminhando, eu com o bastão que fora me emprestado, continuei girando no punho. Mas aquilo ainda não me agradava e eu teria acostumado. Foi então que tive a ideia de começar a girar rapidamente o punho igual antes, mas movendo o braço em arco para a esquerda. Os bastão estaria rende a linha do meu braço, e quando eu puxasse minha mão de volta para cima, a ponta da madeira iria descer em diagonal em um novo arco. Em seguida eu repetiria o movimento, porém, para a direita agora, causando um efeito de brecagem, o que exigiria certa força por minha parte, afim de manter o ritmo acelerado.

A madeira ia conforme minha vontade e parecia poderia manter aquilo por mais algum tempo. Foi então que comecei a correr e agora ter que lidar com o vento gerado. Mais força seria usada para empurrar o ar e mantendo e sempre aumentando a velocidade, repetindo o movimento. Meu punho até doía bastante por repetir tanto o movimento. Mas era satisfatório ver o quão rápido eu estaria utilizando aquilo. Talvez os próximos treinos fossem ainda melhores.


Considerações:
- 329 palavras.
- Atributo Treinado: Velocidade
- Vou aproveitar esse time skip, e fazer as mudanças do reset parcial, pra ficar mais coerente a mudança, como forma de evolução.

O dia teria passado na qual encontrei com meu sensei e logo mais a noite vinha e o merecido descanso também. O frio se mantinha, até ainda mais intenso, mas o calor do agasalho e das cobertas quentes, combinado com uma boa caneca de chocolate quente, garantiam que o frio não tomasse conta de ninguém dentro da nossa casa. A noite foi realmente reconfortante e pude reaver as forças perdidas. Em meio ao sono, "visões", na verdade, sentimentos do treino como se estivesse refazendo tudo novamente. Dentro do sonho eu mentalizava tudo que havia aprendido e fixava em um sono um tanto, perturbado. Acordava quase amanhecendo como de costume, mas um pouco antes. O estresse mental me aplacava e eu logo ia comendo e saindo de casa.

Frozen me acompanhava como de costume e fazíamos a corrida matinal. Levei o bastão e continuei a refazer meus golpes de antes. Mas quando estava me aproximando de um local que eu costumava finalizar a corrida, onde haveria árvores e demais coisas para um bom treino, me posicionei em frente as árvores e comecei a simular meu oponente no tronco. Avancei com um passo esquerdo para frente, avançando meu tronco e brandindo o bastão como uma espada na vertical. Em seguida, com a perna direita que estaria para trás, movimentei para a direita, ao sacar uma kunai da bolsa e complementando o ataque em um corte horizontal. Largava o bastão e saltava para trás em um mortal, lançando 5 shurikens contra a mateira, tentando acertar precisamente. Talvez algumas passassem direto, mas eu já estaria pegando mais confiança em utilizar as armas. Ao pousar, avancei rapidamente, catando o bastão e fazendo mais três golpes ágeis, afim de golpear duas vezes o lado direito e um no esquerdo. Para finalizar, eu girava meu corpo e estocava o centro da árvore.

Olhei para a mesma e pensei... " É isso... " E assim fui descansar para logo mais encontrar meu sensei e continuar as lições.


Considerações:
- 329 palavras.

O dia em que tudo se resolveria aparentemente, havia chegado e logo mais eu estaria me dirigindo para o local aonde e iria melhorar minhas capacidades com a espada e ver o aval do mestre em questão. Eu chegando com Frozen ao meu lado. O lobo via o homem acenando, coisa que eu não poderia saber e assim ele soltava um latido alto. Fui me dirigindo até ele e ouvindo suas palavres. Notei no tom de voz dele, que algo me aguardava quando estivesse junto a ele e que eu devia estar preparado. Fui me aproximando com a mão direita carregando o bastão.

Quando finalmente bem perto, senti uma intensão diferente no ar, meus sentidos ficavam loucos e pelo que pude ouvir do ar, algo viria de cima. Entendi que o sensei me atacaria por ali. Ele era muito mais veloz que eu e sua força me superava um pouco. Mas ele vinha por cima e eu logo imaginei a maneira mais eficiente para me defender.

Assim que o golpe veio, eu ergui o bastão para bloquear a passagem da arma do sensei. Nisso, eu deixava meu corpo "cair", enquanto com a mão esquerda eu ia tentando agarrar seu pulso, afim de travar um pouco seu movimento após o choque das armas. Com a perna direita, eu a movimentava para pisar no pé esquerdo do meu oponente e impedir que o mesmo avançasse e dificultasse para sair. Fato era, que o objetivo era tirar o equilíbrio do adversário, puxando ele para o lado e invertendo as posições. Como eu usava da gravidade para me dar auxilio, nossas forças poderiam ser equiparadas. O que viesse depois disso, era detalhes.


Considerações:
- 278 palavras.
- Citei força equiparada, pois no meu reset parcial, ficarei com 2 de força. E o processo para mudança na ficha, já está em andamento ou concluído.

— Vejamos então o que posso fazer...

Ambos os ninjas nós distanciavamos. O senhor mestre, agora esperava para mais uma investida minha. Era complicado lutar com o mesmo, sendo ele bem mais forte em aspectos físicos. Mas era meu dever seguir em frente e surpreende-lo de alguma forma.

Me distanciei um pouco e logo mais avancei com tudo, assim como ele me pediu. Fui com um ataque pela horizontal da esquerda para a direita, porém o mestre conseguiu refutar meu ataque com um bloqueio, jogando a mateira para o lado e me deixando sem como usar a "espada" naquele momento. Imaginei que ele faria algum golpe corporal, pois sua "espada" seguia o mesmo curso que a minha e aquilo atrasaria um golpe dele. Neste instante, aproveitei que meu corpo ganhava velocidade ao girar para a direita, devido a ação do mestre e girei meu corpo completamente para a mesma direção, ganhando espaço para o lado e saindo do alcance de algum golpe corporal do mesmo.

Daquela forma, ainda aproveitando a força gerada, impulsionei a espada para encontrar com as costelas do mestres. Seja o resultado do golpe, eu voltaria a girar, porém eu voltaria meu caminho e agora tentaria um outro ataque visando acertar o ombro direito do mesmo, para enfim completar com um terceiro e último ataque na região da coxa daquele mesmo lado.


Considerações:
- 224 palavras.

Nossos movimentos pareciam em sintonia, pois eu conseguia demonstrar tudo que havia aprendido ao realizar tais ações e o sensei conseguia aparar todos os golpes com seus próprios méritos. O barulho bastante audivel, foi realmente gostoso de ouvir. Os objetos se colidiram de maneira excepcional e era uma maneira de mostrar meus próprios progressos. O mestre passava umas palavras de motivação e logo mais respondia para realizar um novo ataque.

— Sem sua ajuda, talvez eu ainda seria apena mais um cego errando o lançamento de shurikens e golpeando as coisas ao redor sem perceber.

Naquele instante, notei que o sensei poderia estar abrindo uma brecha. Imaginei que poderia surpreende-lo com um ataque. Me movimentei então rapidamente com um golpe que o faria agir de forma como um shinobi. Ergui novamente o bastão com um corte diagonal bem veloz com toda força. No ato do golpe, o ninja fora incrível e com um golpe ainda mais potente, que fazia com que partisse a madeira ao meio. Fiquei pasmo com o ocorrido e fiquei segurando o toco de madeira na mão.

— Isso foi realmente diferente. Minha mão até doí ainda pelo impacto que gerou. Receio que com o tempo eu consigo me tornar melhor que ti sensei. Obrigado.


Considerações:
- 206 palavras.

Apanhava a moeda em pleno ar com um semblante confiante de quem fazia aquilo sem se esforçar.

— Primeiro espadachim lendário? Está ótimo para mim.

Me despedia do sensei guardando a moeda, me retirava do local.