O primeiro portão de chakra: era seu dever aprendê-lo solitariamente. Seu clã, Lee, tinha fama aclamada por ser capaz de dominá-los. Talentosa no combate físico, Aiko despertara a curiosidade de um velho ancião da vila que estudou sua linhagem sanguínea e a alertou de sua verdadeira natureza. Anteriormente um revés, agora se tornava a maior das armas: sua genética era apropriada para a abertura dos portões internos. Presenteada pelo velho com um pergaminho, deveria trilhar caminho afim de se tornar a maior lutadora de todas.

Munido do papel, no centro do campo de treinamento do vilarejo, iniciou-se à leitura. Introduzida ao jutsu, pôde, enfim, praticá-lo. Kaimon, assim se designava o limite entre o regular e o extraordinário. Não existiam métodos prescritos de como utilizá-lo. Entretanto, tornou-se um consenso entre os especialistas a necessidade de esforço físico descomunal, no intuito de se romperem as barreiras comuns impostas fisiologicamente. Depois de muito refletir, a kunoichi decidiu que atacaria um grande pedregulho próximo com socos e pontapés. Se desse tudo de si, certamente romperia a barreira e libertaria o irreprimível poder interno. Ergueu-se num salto e planou até pousar majestosamente ante a formação rochosa. – Vou dominar este portão de chakra a qualquer custo! – disparou de maneira confiante.

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Uma centena de socos e chutes mais tarde, porém nenhum deles fora suficiente afim de presenciar a fronteira dos limites do poder. — Maldição! — gritou, com braços estendidos, já sem forças. — O que diabos eu devo fazer? Mesmo tendo consumido toda minha energia, ainda não consegui abrir este portão. — resmungou. As fissuras presentes na pedra reforçavam a ideia do quão aplicada havia sido ao treinamento. Sentou-se sobre o cume da rocha e contemplou o horizonte, matutava a respeito do uso perfeito do jutsu. Distante de seu objetivo, apenas pôde aceitar o destino. Resignada, ergueu o corpo de súbito e andou lentamente no retorno à residência.

Andava calmamente quando uma voz calma e trêmula foi emanada em meio à vegetação rasteira. — E você já vai desistir? — questionou ela. — Se fosse como você, eu jamais teria me tornado um grande ás das artes marciais. — afirmou, em seguida. — Quem é você, desgraçado? — perguntou aflita. — Já a respondi. Sou o maior mestre de todos os tempos. — surgiu no horizonte envolto em um longo e largo sobretudo, coberto em capuz. — Sou o grandiosíssimo Adamantium Lee, a besta verde furiosa de Kumogakure, e também um de seus parentes distantes. — revelou, enfim. Suas palavras findaram no revelar de sua fisionomia: olhos redondos, sobrancelhas grisalhas grossas e cabelo de tigela alvo.

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"Um grande mestre de artes marciais?! Lee?! Se o que esse homem diz é verdade, ele será um oponente formidável." concluiu logicamente a guerreira da Nuvem. Sendo ela devota ao combate, animou-se com a ideia de ter encontrado com alguém que pudesse oferecer uma disputa fervorosa. Apenas o gatilho de ser provocada à luta bastou afim de despertar, nela, toda a determinação contida em seu interior. Expulsou-a sob a forma de chama irremediável, acrescendo todas as competências físicas consideravelmente. Atacou, enfim. Alvejou-lhe com um chute executado pela destra, voando com o corpo em frenesi por estar batalhando. Adamantium sorriu, reconheceu a força de sua parente. Embora em um corpo decrépito, apenas a lembrança do que fora um dia, desviou magistralmente do ataque, numa evasiva precisa pela lateral esquerda.

— Wow, isso foi perigoso. — disse ele. — Veja o que é o verdadeiro poder, menina. Seimon, kai! — gritou. A aura verde o encobriu. E, com sua bengala, atacou a rebelde aprendiz. Atingiu-a na cabeça, fazendo-a apagar logo em seguida. — Essa menina... Sua determinação é louvável. Ela tem o verdadeiro espírito das artes marciais... — propalou sorridente. Horas mais tarde, despertou do profundo desmaio. Olhou ao redor e viu o velho, preparava comida com uma fogueira e utensílios improvisados. — Acordou, dorminhoca... — provocou.  

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— Aqui, tome! — ofereceu sopa em uma cuba de barro. — Todo grande combatente precisa de, pelo menos, três refeições diárias ricas em carboidratos e proteínas. — comentou empolgado. Aiko continuava atordoada, não entendendo o que estava acontecendo ali. No entanto, não poderia negar: sentia fome. Aceitou a refeição e, lentamente, recuperou as memórias recentes. "Que movimento insano foi aquele? Este homem, ele é muito forte..." pensou, recordando-se da derrota. A ira se enraizou entre os pensamentos, jamais aceitaria perder. "Maldição!" gritou seu pensamento. — Não se preocupe, menina. Eu não sou um inimigo. Muito pelo contrário, sou aquele quem vai guiá-la. Venha, se aproxime. — solicitou.

Relutante, moveu-se para próximo do velho. — O que quer de mim? — questionou. — Eu já respondi essa pergunta. Sou parte de sua família. Tudo o que quero é ser o adubo das folhas verdejantes que virão a seguir. Exatamente o que meu mestre fez por mim... — revelou. A kunoichi permaneceu em dúvida, não reconhecendo as reais intenções do idoso. Ele notou a incredulidade, era audaz. — Vejo que não acredita em mim, pequena. Não se preocupe. Levante-se, vou prová-la que falo a verdade. — afirmou. Obedeceu, apesar de temerária. — E agora? — perguntou. — Agora, forçaremos seu corpo ao verdadeiro limite. Somente assim dominará o primeiro portão de chakra. — contou confiante.

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E, juntos, apesar de desconfiada a kunoichi, iniciaram a prática do primeiro portão de chakra. Não seria difícil dominá-la, pois era a ninja uma usuária natural deles. O velho prendeu o pé direito à mão esquerda utilizando uma corda especial de aço que, além de apertar o nó caso se tentasse se livrar dela, também sugava lentamente o chakra de Aiko. — Você vai escalar aquele penhasco somente com a mão direita. Vá! — ordenou apoiado com ambos os braços sobre a bengala. Resistiu inicialmente, porém logo decidiu dar credibilidade ao homem e seguiu seu comando. Saltitou num único membro até o desfiladeiro indicado. A protuberâncias na formação bastariam afim de ascender o grandioso rochedo.

Segurou-se com a destra e, progressivamente, escalou. A altitude era considerável, ampliando consideravelmente a dificuldade. O estoque de oxigênio lentamente se esgotava, fazendo com que o ciclo energético muscular fosse, aos poucos, interrompido. As fibras fraquejavam, porém continuava significativamente distante do cume. "Droga! Será que eu não vou conseguir?!" pensou por um instante. Forçou todas as atividades metabólicas ao máximo. Numa das pequenas formações onde segurava, sentiu os dedos escorregarem vagarosamente. Se não conseguisse prender-se, cairia e aquele seria o fim de sua história. Naquele instante, o tempo parou. Visitou o seu interior, confrontou-se com grades e uma estranha besta áurea nela presa.

— Parece que finalmente foi capaz de me visitar, Aiko. — disse a voz peculiar e grave da fera. — E quem é você, maldito? O que faz dentro de mim? — indagou furiosa. — Eu sou você. Seu poder, quero dizer. Se quiser, posso emprestar a você um pouco de mim. — propôs. — Parece que não tenho outra opção... — disse. O demônio dourado baforou. A lufada trouxe um poder descomunal a garota. Quando acordou, viu o poder preenchê-la completamente. A mão antes escorregadia firmou facilmente contra a protuberância. O fôlego adicional a fez finalizar a escalada. No alto, a corda se desfez. Contemplou suas mãos em perplexidade. — Incrível. Então essa era a chave do primeiro portão... — disparou contra o vento do horizonte. Procurou o velho, porém ele já havia deixado a imediação. Guardou seu nome no peito, o nome do seu mestre.

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