A jovem nuvem.
Com a quinta porta destravada, o rapaz desfrutava de um poder nunca antes sentido pelo mesmo. A sensação era indescritível, somente alguém com capacidade para abrir o quinto portão saberia como era estar no lugar de Izuku naquele momento. E daquele modo, inundado de poder, o rapaz decidira pôr em prática o treino de algumas técnicas de desenvolvera ao longo de seus dias.

Firmou bem sua base fixando os pés no chão, próximo a outra árvore, e com isso exerceu tremenda força ao golpear a árvore a sua frente com o punho fechado, arremessando-a para longe com o tronco partido. Eis a primeira técnica. – Ippo!

A segunda técnica era bem mais complexa, e não podia ser executada em sua máxima performance em um tronco de árvore qualquer, mas poderia treinar o movimento neles. A teoria era fácil, Izuku desenvolveu um golpe específico para lutas contra seres vivos em que o rapaz, usando o estilo de luta que desenvolveu, aplicava um golpe compacto no abdômen ou costela do alvo, mirando o diafragma, e isso ocasionava o rompimento do órgão que impossibilitava a respiração de seu oponente. Batizara o golpe de Liver Blow, em homenagem às lutas que assistira em que os narradores chamavam golpes como aqueles dessa maneira. Usou sua consciência para imaginar uma forma humana a sua frente, um treino solitário em que golpearia a própria imaginação, aquilo era chamado de “treino sombra”. Executando movimentos e imaginando possíveis defesas e reações de sua “sombra”, Izuku se movia fluidamente pelo solo, atacando e defendendo em uma luta “mortal” contra seu próprio pensamento. Obviamente, quanto mais realista for o praticante da “sombra”, mais efetivo será o treino, uma vez que não se tornará em um duelo fácil.

Izuku golpeava o ar sempre na mesma altura, enxergando em sua mente o diafragma imaginário de seu oponente fictício. Graças ao estilo de luta em prática, seus movimentos eram mais rápidos do que o normal, até mesmo para alguém com o quinto portão ativo. Bom, a teoria estava boa, mas faltava um pouco de prática. E era por isso que Izuku pediu ajuda ao seu mestre. – All Might-san! Dirigiu a palavra ao mentor. – Poderia invocar um clone para que eu testasse uma nova técnica nele?! Aumentou o tom de voz por estar um pouco distante. Toshinori ouviu o pedido de seu pupilo e rapidamente invocou um clone que surgiu em meio a um rastro de fumaça. Izuku não perdeu tempo, estava ansioso e, em meio ao seu agradecimento partiu contra a cópia do professor, golpeando-o na costela com força e velocidade tremendas, desfazendo o clone imediatamente. Eis a segunda técnica. – Liver Blow!

Em termos de dificuldade de aprendizado, a terceira técnica era sem dúvidas a pior das três. Por ser de alto nível, sua dificuldade de execução e aprendizado subia, embora não passasse de simples e pura força, mas Izuku admitia que simplesmente ser forte não bastava para usá-la, era necessário técnica e foco. Para reunir a concentração de que precisava, o jovem Izuku sentou-se em posição de lótus e iniciou um processo de meditação, calculando todas as variáveis de sua técnica e a forma mais efetiva de colocar ela em prática. A primeira vez era sempre a mais problemática, mas depois que pegasse a “manha”, tudo ficaria mais fácil. Imaginando mil cenários diferentes, por assim dizer, Izuku via as possíveis formas de usar uma técnica de tão alto nível e poder destrutivo. Não queria ameaçar a segurança e muito menos ferir os cidadãos, que ia contra suas crenças no heroísmo. Feito o pequeno exercício mental, Izuku apoiou-se com a mão direita no chão e se ergueu de um salto, ficando de ponta cabeça antes de pôr os pés fixos no solo. – All Might-san! Pode me ajudar? Preciso de uma partida treino com o senhor, pra poder desenvolver uma técnica que tenho em mente. Izuku requisitara a ajuda de seu mentor, e aguardando que este se posicionasse para uma pequena batalha amistosa, Izuku partiu. Suas mãos dançavam como folhas de outono e aplicavam botes rápidos e certeiros como najas, procurando sempre encaixar ataques em pontos vitais do corpo de Toshinori, dentre eles: costelas, escápula, traqueia, pulmões, rins e fígado. Ataques daquele nível obviamente não poderiam derrotar um ser humano do nível de All Might, que era inclusive mentor de Izuku, embora não houvesse ensinado tudo que o rapaz sabia. O crescimento autodidata do rapaz era assustador, em poucos meses seu interesse em técnicas de alto nível lhe levou a níveis extremos em questão de habilidade. Era verdadeiramente um prodígio.

Implacável, Izuku continuava com sua saraivada de golpes, dezenas deles, totalizando cinquenta ao todo. Era de se esperar que golpes assim, se encaixados com perfeição, derrotassem facilmente um nível experiente, mas Izuku confiava nas habilidades de seu mentor para não precisar segurar-se. O quinquagésimo primeiro golpe foi um simples golpe de punho cerrado que mirava o tórax de Toshinori, mas este golpe, diferente dos outros, emanou uma onda de pressão quando seu braço estendeu-se por completo, onda essa inofensiva e nada comparada ao que deveria ser. – Tsc! Não está bom, precisa de mais força. Resmungou o Chunin, reclamando dos resultados de seu golpe. – De novo! Exclamou para Toshinori antes de partir em seu encalço outra vez, investindo em golpes pesados e dotados de uma força monstruosa. Não possuíam tanta variedade quanto os anteriores, eram simples golpes de punho fechado, retos e certeiros, mas cada golpe emanava uma pequena onda de choque. A cada golpe, essa onda de choque crescia e se intensificava, começando a causar algum estrago, mas nada perto do que deveria ser. Izuku estava ofegante, e sem opções de tentativa. Não sabia como deveria aplicar a técnica que havia criado em sua mente. – Pense... Pense! Parou por um momento, colocando uma mão no queixo e a outra no cotovelo enquanto pensava o que fazer em seguida. – Mais uma! Dessa vez dará certo! Izuku inspirou e expirou pesado, puxando e soltando o ar todo de uma vez com o inflar e secar de seus pulmões. Puxou o ar outra vez e partiu contra seu mentor em uma última investida, determinado à dominar sua técnica mais forte. Aproximou-se de Toshinori, marcando cinco metros entre os dois, e socou o ar à sua frente enquanto mirava seu professor, atrás dele só havia árvores e rochas, nenhuma civilização. Quando seu braço se estendeu por completo, uma onda de choque foi criada a partir de seu punho, e automaticamente liberada na forma de uma enorme pressão cilíndrica que saiu a destruir tudo em seu caminho antes de gerar uma explosão de ar comprimido que se expandiu por uma pequena área e dissipou-se, deixando somente o rastro de destruição da técnica. Eis a terceira técnica. – One Punch!

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A jovem nuvem.
Pelo o visto os ataques do Lee se transformaram em técnicas assustadoras, devastando o que havia em sua frente. Mas o rapaz não parecia satisfeito, nem mesmo se vangloriava do que acabara de fazer, estava muito mais interessado no feito de seu mestre. – Hm? Eu criei, por quê? Respondeu quando questionado sobre sua última técnica. Mas não deu tempo do assunto prosseguir, e abriu outra questão naquele treinamento: – Melhor ainda, All Might-san! O que foi isso, outro portão? Me ensine! Sua sede por poder era tremenda, nada nunca estava bom para aquele rapaz. Já havia superado em muito os limites de um humano. Mas almejava superar os limites de um herói.

Considerações:

Técnicas:

A jovem nuvem.
Com as explicações de Toshinori, o jovem Lee agora sabia a localização do sexto cadeado. – Vida, hm? Disse baixo, imaginando a filosofia por detrás daquele nome. Os poderes que lhe aguardavam com a abertura daquele portão interessavam bastante o rapaz, então firmou bem sua base no chão. Seus pés afundaram no solo quando arrastados devido tremenda força que Izuku tinha naquele momento, sua aura esverdeada cintilava como de costume enquanto o rapaz cruzava os braços em frente ao seu peito. Fechando os olhos, ele concentrou-se nas suas portas internas já abertas e naquela que precisava forçar a abertura. Sua aura esverdeada cessou por um momento e com sua palavra: – Kai! Voltou a brilhar como nunca, intensificando ainda mais. As mudanças em sua pele eram grotescas, com veias pulsantes e músculos visíveis. O sexto portão estava aberto. – All Might-san! Vamos ver o que posso fazer com esse poder! Armou sua guarda contra seu mentor, avisando-o previamente do combate que viria. E agora com ambos em pé de igualdade, seria uma luta promissora. Izuku, em busca de reconhecimento de sua força, tentaria superar até mesmo seu mestre - obviamente, sem apresentar risco de vida à ninguém.

– Aqui vou eu! Outra vez alertando, Izuku investiu. Seus movimentos rápidos e fluidos faziam parecer que o garoto dançava no ar, e em um instante surgiu frente ao seu mestre, deixando um rastro de destruição com suas pegadas fortes. Seu palmo, antes fechado, se abriu enquanto mantinha somente os dedos flexionados e unidos, visando atingir um golpe direto no abdômen de All Might. O segundo golpe mantinha a mesma postura da mão, usando o palmo esquerdo para buscar um golpe no queixo do shinobi de baixo para cima com objetivo de erguê-lo do chão no ato, tudo para criar a abertura do golpe seguinte, em que Izuku alinhou seu tronco paralelo ao solo e ergueu sua perna para efetuar um pontapé que mirava o nariz de Toshinori, visando enviar-lhe aos capotes se bem encaixado, ou simplesmente fazê-lo recuar com o impacto.

Izuku se manteve com a perna erguida, exatamente da mesma forma com que realizara seu último golpe, impressionado com a própria força. – D-D-Desculpe, sensei! Me empolguei demais!

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A jovem nuvem.
Os golpes haviam afetado diretamente o corpo de All Might, algo que estava fora dos planejamentos do jovem Izuku, que imaginou que seu mentor desviaria ou até mesmo bloquearia todos os ataques realizados pelo Chunin. – Sensei! S-sangue! Apontou o indicador para o sangramento em Toshinori, expressando culpa. – Desculpa!! Bateu as duas mãos em frente ao peito, fechando os olhos e abaixando a cabeça. Não tinha intenção de ferir seu mestre. Mesmo após aquilo, All Might não enfureceu-se ou repreendeu o rapaz, somente alertou de que se veriam outra vez. – Continuarei treinando! A assim se despediram, a lua já estava no céu e o rapaz precisava descansar.

Desativou os portões internos e relaxou os músculos, sentindo uma pequena fadiga nos membros. – Preciso de um bom banho... E de comida. Partiu para casa, contente pela nova técnica aprendida.

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Técnicas: