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A LUZ DAS TREVAS
Arco 02
Ano 27 DG
Inverno
Meses se passaram desde a missão de investigação ao Castelo da Lua, no País do Vento, que culminou na Batalha da Lua Minguante. Soramaru, o cientista responsável pelos experimentos, morreu em combate, assim como outros ninjas do lado da aliança. Após a missão ser bem-sucedida, mas carregando tantas mortes, Karma, o líder da missão, ficou responsável por relatar às nações o máximo de informações sobre a organização por trás dos crimes agora que estava com o selo enfraquecido e com isso ele revelou o verdadeiro nome dela: Bōryokudan. Ainda não tendo como fornecer mais detalhes, pois o selo se manteve, e precisando de mais pistas antes de investir novamente em uma missão, Karma saiu em missão em nome das Quatro Nações para encontrar o paradeiro dos demais membros da organização — e sua primeira desconfiança recaiu sobre Kumo.

O mundo, no entanto, mudou nestes últimos meses. Os Filhos das Nuvens concluíram a missão de extermínio aos antigos ninjas da vila e implementaram um novo sistema político em Kumo ao se proclamarem o Shōgun sobre as ordens não de um pai, mas do Tennō; e assim ela se manteve mais fechada do que nunca. Em Konoha a situação ficou complicada após a morte de Chokorabu ao que parece estar levando a vila ao estado de uma guerra civil envolvendo dois clãs como pivôs. Suna tem visto uma movimentação popular contra a atual liderança da vila após o fracasso em trazer a glória prometida ao país. Já em Kiri a troca de Mizukage e a morte de ninjas importantes desestabilizaram a política interna e externa da vila. E em Iwa cada dia mais a Resistência vai se tornando popular entre os civis que estão cansados demais da fraqueza do poderio militar ninja. Quem está se aproveitando destes pequenos caos parece ser as famílias do submundo, cada vez mais presentes e usando o exílio de inúmeros criminosos para Kayabuki como forma de recrutar um exército cada vez maior.

E distante dos olhares mundanos o líder da Bōryokudan, Gyangu-sama, se incomoda com os passos de Karma.
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SHION
SHION#7417
Shion é o fundador do RPG Akatsuki, tendo ingressado no projeto em 2010. Em 2015, ele se afastou da administração para focar em marketing e finanças, mas retornou em 2019 para reassumir a liderança da equipe, com foco na gestão de staff, criação de eventos e marketing. Em 2023, Shion encerrou sua participação nos arcos, mas continua trabalhando no desenvolvimento de sistemas e no marketing do RPG. Sua frase inspiradora é "Meu objetivo não é agradar os outros, mas fazer o meu trabalho bem feito", refletindo sua abordagem profissional e comprometimento em manter a qualidade do projeto.
Angell
ANGELL#3815
Angell é jogadora de RPG narrativo desde 2011. Conheceu e se juntou à comunidade do Akatsuki em fevereiro de 2019, e se tornou parte da administração em outubro do mesmo ano. Hoje, é responsável por desenvolver, balancear, adequar e revisar as regras do sistema, equilibrando-as entre a série e o fórum, além de auxiliar na manutenção das demais áreas deste. Fora do Akatsuki, apaixonada por leitura e escrita, apesar de amante da música, é bacharela e licenciada em Letras.
Indra
INDRA#6662
Oblivion é jogador do NRPGA desde 2019, mas é jogador de RPG a mais de dez anos. Começou como narrador em 2019, passando um período fora e voltando em 2020, onde subiu para Moderador, cargo que permaneceu por mais de um ano, ficando responsável principalmente pela Modificação de Inventários, até se tornar Administrador. Fora do RPG, gosta de futebol, escrever histórias e atualmente busca terminar sua faculdade de Contabilidade.
Wolf
Wolf#9564
Wolf é jogador do NRPGA desde fevereiro de 2020, tendo encontrado o fórum por meio de amigos, afastando-se em dezembro do mesmo ano, mas retornando em janeiro de 2022. É jogador de RPG desde 2012, embora seu primeiro fórum tenha sido o Akatsuki. Atua como moderador desde a passagem anterior, se dedicando as funções até se tornar administrador em outubro de 2022. Fora do RPG cursa a faculdade de Direito, quase em sua conclusão, bem como tem grande interesse por futebol, sendo um flamenguista doente.
Mako
gogunnn#6051
Mako é membro do Naruto RPG Akatsuki desde meados de 2012. Seu interesse por um ambiente de diversão e melhorias ao sistema o levou a ser membro da Staff pouco tempo depois. É o responsável pela criação do sistema em vigor desde 2016, tendo trabalhado na manutenção dele até 2021, quando precisou de uma breve pausa por questões pessoais. Dois anos depois, Mako volta ao Naruto RPG Akatsuki como Game Master, retornando a posição de Desenvolvedor de Sistema. E ainda mantém uma carreira como escritor de ficção e editor de livros fora do RPG, além de ser bacharel em psicologia. Seu maior objetivo como GM é criar um ambiente saudável e um jogo cada vez mais divertido para o público.
Akeido
Akeido#1291
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Havilliard
Havilliard#3423
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Convidado
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— Queen of the Clouds

Seus pais estavam juntos dançando uma valsa sem som. Sua mãe era erguida pelos braços de seu pai, que sorria incansavelmente toda vez que seus olhos cruzavam com o de sua amada. Dezenas de movimentos eram feitos, e perante o gramado molhado, os dois se beijavam, em uma finalização harmoniosa e invejável. Yuki se via em uma espécie de arquibancada, assistindo aquele momento de amor verdadeiro entre dois jovens apaixonados. Aparentavam ter cerca de vinte anos, mas os reconhecia por seus traços faciais, eram seus pais. - Mãe... - Sempre fora muito apegada à sua figura materna, chamando primeiramente por seu nome ao encontrar-se naquela situação. Um sorriso era presente em seu rosto, e lágrimas escorriam por suas bochechas. Foi então que percebeu que estava sem máscara. - Mas o quê? - indagou à si mesma, vendo seu corpo partir-se em dois. Permaneceu sentada enquanto via a mudança física da outra metade de seu corpo, e rapidamente soube o que estava prestes a acontecer. - O que você quer? - perguntou ao demônio, que materializava-se dentro dos sonhos da pequena Kurama. "É sozinho aqui, sabia? Aquela sua máscara tem me dado bastante dor de cabeça." - retrucou Ido, com um olhar no mínimo apreensivo. - Essa é a intenção. Te afastar. - respondeu o demônio, encarando seu único olho profundo, visto que a outra metade do corpo estava separada, sendo dominada pela consciência de Yuki. "Não por muito tempo. Sabe o que todos os portadores dessa máscara tem em comum? Todos estão mortos." - o demonio terminou sua fala com uma risada distorcida, que se afastava da realidade com os ecos conquistados. - Você está errado, Ido. Um dia você entenderá isso... - respondeu a acusação do demônio, desviando seu olhar novamente, voltando a vislumbrar o amor de seus pais. - Eu sempre terei eles. - disse a si mesma, retomando as lágrimas anteriores.

A garota abriu seus olhos após tudo o que ocorreu, voltando sua atenção ao teto de sua casa. Com seus pés, conseguia sentir a presença de Kaori no fim do colchão, provavelmente dormindo enrolada em algum pano antigo. - Kaori, acorde! Já disse para não dormir na cama. - alertou ao bichano, que se retirou do colchão indo diretamente ao chão, onde tomou seu lugar e se deitou. Da cama de seu quarto conseguia visualizar a janela sem ter que se mover, e utilizando essa vantagem, verificou se a hora de acordar já havia chegado. - Arrrghhh - Espreguiçou-se ao perceber que o sol já estava presente no céu, mesmo que ainda fraco. Era por volta das seis da manhã quando a garota acordou, logo após o sonho dominado pelo demônio. Aquele tipo de ocasião havia se tornado rotina, e por isso há muito já se acostumara com a invasão do Ido em seus sonhos, que tentava aproximar sua mente dos pesadelos. - Tsc. Demônio insuportável. - resmungou, antes de levantar-se de sua cama com certo pesar.

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— Queen of the Clouds

Seus olhos remexiam-se em um semi-circulo pouco arranjado, mostrando sua falta de animação para aquele dia pouco proveitoso. Sentou em sua cama com suas pernas ao chão, afundando parte de seu glúteo no colchão macio. Começava a lembrar-se do dia anterior, um dos dias mais felizes de sua vida, onde conhecera Izuku e encontrara a atual Raikage pessoalmente. Seria um dia que se gravaria para sempre na memória da jovem Kurama, que conseguiu ver-se como protagonista de sua própria vida pela primeira vez em muito tempo. Sua destra ia de encontro ao seu rosto, fixando firmemente a máscara em sua face e prosseguia entregando-se às lembranças, revivendo o dia interior mais uma única vez. Izuku havia sido um ponto chave para o sucesso daquela ocasião, e o garoto detinha um lugar especial na mente de Yuki, que sorria ao lembrar da imagem de seu mais novo companheiro. - Espero ver ele logo... - a saudade atingia seu coração, que aos poucos tinha seu ritmo aumentado em seu peito. - Izuku-kun... - cochichou.

Suas memorias a levaram até o momento em que foi graduada, onde detinha a posse de uma kunai banhada em veneno, que posteriormente fora revelada não ser exatamente veneno. "Me pergunto o que seria aquela substância" - pensou, lembrando-se da última fala de sua Raikage e do outro participante, que havia se cortado com a mesma. Por sorte, não fizera o mesmo. Sua ultima lembrança foi de sua maior aquisição com a finalização do evento: sua liberdade. Conseguia provar a si mesma que era mais forte que o demônio, que conseguia ser uma grande manipuladora mesmo sem a interferência de seus poderes. Seus pais se orgulhariam dela se estivessem vivos naquele momento, assim como todos os outros membros daquele clã distorcido. - Que saudade... - Era evidente, visto que sonhava todas as noites com o amor fraternal.

Com a finalização de seu momento de lembranças, levantou-se completamente da cama, ajustando o lençol que a forrava, desdobrando suas extremidades amarrotadas. Após a arrumação de sua cama, se moveria até a cozinha ainda trajada de seu pijama, onde colocaria a ração de sua gata, Kaori, que miava incessavelmente tentando alertar sua dona. - Vai, come! - disse, apontando para o pote cheio de ração, que a felina logo devorou. Já estava em um horário aceitável para sair e caçar alguma aventura, não planejava tirar o dia como descanso mesmo após ter tido uma rotina cheia no dia anterior. Aproveitou sua presença na cozinha e bisbilhotou sua geladeira, de onde tirou algumas frutas conservadas e utilizou-as como café da manhã. - Hmmm - alarmou, ao desfrutar de uma grande mordida da maçã que carregava. Seu plano alimentício era de apenas comer algumas frutas e se preparar para o dia, almoçando mais tarde para auxiliar sua constante atividade.

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— Queen of the Clouds

Com a finalização de sua leve refeição, lavou suas mãos e se viu pronta para enfrentar o banheiro de sua casa. A primeira coisa que fizera foi cuidar de sua higiene bucal, seguindo pelo despimento de todas as suas peças de roupa visando banhar-se. A porta seria fechada para que Kaori não viesse a atrapalhar seu banho, abrindo apenas uma pequena janela do basculante para que o vapor da água quente saísse. Se lançou na direção do chuveiro, ligando-o na água quente, que era descontada diretamente do aluguel da casa. - Não era amor, não era amor, era só esperança... - cantarolava como se não houvesse nada a se preocupar, como se o dia anterior não tivesse existido, como se fosse um dia normal. A água quente caía por todo seu corpo em uma harmonia sem igual, deslizando por seus ombros e cabelo em um fluxo quase perfeito.

Quando terminou de se banhar desligou o chuveiro puxando seu registro e se enrolou em uma toalha, não por medo de que alguém a visse nua, mas sim para limitar a água que escorria pelo seu corpo, visando impedi-la de chegar ao chão. Abriu a porta do cômodo e se espremeu tentando sair sem precisar contorcer-se, já que era um cômodo bastante pequeno, era uma tarefa difícil. Eventualmente conseguiria sentir-se livre, e iria diretamente para o cômodo principal da casa, o seu quarto. - Todas as vezes que fecho os meus olhos, é como um paraíso escuro... - continuava a cantarolar, em tom de voz moderado para que não incomodasse seus vizinhos. Retirou sua toalha e começou sua arrumação, colocando seu uniforme escolar predileto com cuidado para que não derrubasse a máscara de ovelha, que estava sempre pendurada em seu rosto.

Agora arrumada a real questão importunava sua mente: O que iria fazer. A primeira coisa que viera à sua cabeça era visitar Izuku, porém talvez não fosse a hora ideal, visto que haviam acabado de se conhecer. Conseguia perceber que estava acelerando as coisas, e isso apenas afastaria o garoto, que se tornara tão especial. Não restou outra opção a não ser caminhar pela vila em busca de alguma tarefa ou missão, e então o fez. Já arrumada, moveu-se até a porta de sua casa, onde despediu-se de sua felina e acariciou sua pelugem. - Volto logo, Kaori. - disse, abrindo a porta enquanto olhava para trás, despedindo-se da gata.

- KIRITSUGU-SENPAI!? - seu maior protetor aparecia diante de seus olhos, parado em sua porta, encostado em uma viga enquanto fumava seu famigerado cigarro. "yo" - era a primeira coisa que dizia, redirecionando seu olhar suavemente até a garota, que permanecia parada na frente da porta, incrédula. - O que faz aqui? Faz tanto tempo!! - Foram as palavras que disse, antes de correr na direção do homem, lançando-se aos seus braços enquanto abraçava-o. - Senti saudades de você!!

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"Bom... Eu te vi no chunin shiken. Você foi muito bem, Yuki-chan! - o homem começava sua fala, pausando-a por um instante para tragar seu cigarro. "Você estava linda com essa máscara, todos em volta de mim se perguntavam quem era você, uma ninja que parecia tão experiente em um campo de batalha... Menos no momento que você foi acertada por aquela Kunai, foi muita desatenção de sua parte!" - outra pausa era feita, porém desta vez esperando pela reação da Kurama. - Hahaha, verdade. Eu acabei me distraindo com as estrategias que estava montando e acabei não percebendo a Kunai se aproximando. Mas logo depois eu me vinguei de quem me acertou! Pelo menos eu acho. - disse, inflando o peito com tamanha honra por ser reconhecida. - Entre um pouco, aproveita e conheça a Kaori! - estavam ambos na porta da casa, e com isso adentraram juntos, Kiritsugu logo após Yukihime. - Kaori, venha cá! - chamava por sua gata, que se deitava em um canto gelado da parede.

A felina se aproximou rapidamente, esfregando sua cabeça na perna de Yuki, e logo em seguida se movendo até Kiritsugu. - Ela gostou de você - comentou, rindo. A gata enroscava-se em volta das longas pernas do homem, saudando-o da forma que pôde. - Sente-se um pouco Kiritsugu-senpai, vou pegar um pouco de água para você - disse, se movendo até a geladeira da sua casa e carregando uma jarra de vidro cheia de água, servindo-a com um copo de bambu ao seu convidado. - Tenho uma coisa para te mostrar! - correu pela casa, indo diretamente ao seu quarto, onde pegou o colete ninja que ganhou para exibir ao seu senpai. - Eu achei ele muito feio, então não pretendo usar. O que você acha? - mostrou-o, dando-o na mão de Kiritsugu. "Ele é muito bonito, mas não acho que combine com você Yuki-chan." - respondeu, com uma leve risada entre suas palavras. - Uma boa resposta, como sempre! - sorriu de volta, pegando seu colete de volta e guardando-o em seu lugar.

A gata se cansou e logo se afastou novamente, enquanto Kiritsugu e Yukihime se sentavam à única mesa presente na cozinha, onde iniciariam uma nova conversa. - O que achou do Izuku-kun, Kiritsugu-senpai? - Seu rosto tornou-se vermelho por trás da máscara, seu tom de voz tornou-se relativamente mais baixo, e seu olhar era redirecionado à jarra de água presente em cima da mesa. "Vocês dois dariam um belo casal." - era a única fala do homem, que tragava mais uma vez o seu cigarro, expelindo a fumaça por toda a cozinha. - Kiritsugu-senpai!! - advertiu-o, alertando-o para tomar cuidado com suas palavras. Yuki ainda não havia pensado por esse lado, e o comentário de Kiritsugu abria seus olhos para esse ponto. - Até que ele é bonitinho... - disse à si mesma, em tom de voz imperceptível para o homem. Um sorriso envergonhado era presente em seu rosto, sendo exibido abaixo da máscara de ovelha.

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O homem riu e tragou mais uma vez seu cigarro, mania que começava a incomodar Yukihime. - Pode terminar esse cigarro logo? - disse, não limitando sua reclamação. Kiritsugu se moveu até a janela mais próxima e deu uma longa tragada na substância, criando um grande rastro de cinzas na parte frontal do cigarro. Jogou-o fora logo em seguida, fechando a janela. "Feliz?" - retrucou, liberando toda a fumaça presa em seus pulmões durante sua fala. - Sim. Vamos conversar agora. - apontou para a cadeira que estava sentado anteriormente, solicitando que este viesse a se sentar. - Você provavelmente não veio aqui apenas para isso né? É sobre o Ido? - perguntou, apreensiva e curiosa. "De fato não vim aqui só pra isso. Mas não tem relação à Ido. Isso é um assunto que você consegue lidar sozinha..." - respondeu, com uma leve pausa para respirar. "Vim lhe apresentar algo que poderá te ajudar em suas futuras batalhas. Agora que você é uma Chunin tens grandes responsabilidades para com o vilarejo, e terá que defendê-lo em caso de ataque e fugas. Eu vim te ajudar com isso, te ajudar a aumentar a extensão de seus poderes." - Explicou superficialmente o que tinha em mente, fazendo com que Yuki entrasse em um grande estado de curiosidade. - E o que é? - não suportou esperar, por isso perguntou imediatamente.

"Técnica de invocação." - Dizia em tom de voz seco, mostrando que era tudo o que falaria no momento. - O que é isso? - questionou, de fato jamais tivera ouvido falar em algo do tipo, mas já conseguia imaginar suas intenções ao ouvir o nome da habilidade. Seu primeiro pensamento foi involuntário, pensando que se tratava de uma técnica de teletransporte, onde uma pessoa invoca a presença da outra, faria bastante sentido, e talvez o homem quisesse que Yuki o invocasse em momentos específicos, mas não parecia ser isso. "É um tipo de jutsu onde você invoca animais de uma família que você tem contrato de sangue." - respondeu. - Animais de uma família? Contrato de sangue? - As dúvidas começavam a brotar, e aos poucos Kiritsugu respondia-as uma a uma. "Sim. Você conhecerá um grupo de animais que vivem em seu reino lendário, são criaturas extremamente sabias. O meu contrato atual é com os corvos, aves extremamente ágeis e inteligentes, que vivem em grupo. Eu gostaria de te ensinar o jutsu e te apresentar aos meus companheiros, para que você também pudesse utiliza-los em combate. Eles tem grande afinidade com genjutsu e também com ninjutsu, então serão muito úteis a você. Para conseguir invocá-los, é necessário um pacto de sangue, que você selará com a espécie." - explicou, dessa vez detalhadamente para que não restassem dúvidas. Yuki começara a pensar na situação, e raciocinar se aquela oferta valia a pena ser aceitada. Queria estar ciente de todas as entrelinhas.

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"Veja bem." - alertou, começando uma serie de longos selos de mão, levando sua destra aos dentes com a finalização. "Kuchiyose no Jutsu!" - gritou, levantando-se da cadeira e lançando sua mão ao chão. Uma dupla de aves negras eram invocadas no local, que permaneciam paradas no chão observando os arredores. "Invoquei apenas dois pois sua casa não suportaria a invocação de uma quantidade normal. Eles são animais extremamente fieis e ótimos em combate, suas habilidades são finitas, porém com possibilidades que beiram a infinidade. Pode usá-los para criar ilusões, serem os receptores de sua ilusão, pode também usar-los como distração ou até mesmo ofensivamente. As possibilidades são muito extensas." - explicou, enquanto os dois pássaros continuavam parados, apenas dando pequenos passos e espasmos, ameaçando a gata que os observava. Yuki não falava nada imediatamente, ficava pensando naquilo tudo e em como a palavra Pacto estava presente naquela ocasião. - Como funciona esse pacto? - questionou, visto que era a única incerteza presente em sua cabeça. Sabia que podia confiar em Kiritsugu, porém o homem poderia estar sendo enganado. "É um pacto de sangue, apenas para interligar você com a família deles. Muitos shinobis fazem esse tipo de pacto para utilizar o Kuchiyose no Jutsu, não é algo novo. Te apresentei isso pois percebi assistindo o seu exame que você está utilizando apenas genjutsu, e um contrato de sangue poderia te ajudar a evitar situações desnecessárias. Você não precisa necessariamente invocá-los, quando o contrato é selado, você pode criar novas técnicas com base nos poderes dos corvos, e assim aumentar sua coleção de técnicas." - Respondeu à pergunta, complementando sua explicação anterior.

De fato sabia que podia confiar em Kiritsugu, afinal ele foi o homem que salvou a Kurama em seus momento difíceis, o homem que a explicou o que era o Ido e como lidar com ele, o homem que contou como foi a morte de seus pais e revelou um segredo escondido nos fundos da mente de Yuki. Foi o homem que a apresentou a máscara do clã Kurama, que suprime a presença do Ido, o homem que a ajudou a conseguir a máscara, que a fez ser possível criar uma nova amizade depois de tanto tempo de solidão. Kiritsugu era um ícone, e deveria ser levado a sério, não importa o que ele diria. - Façamos o pacto. - confirmou, convicta de sua decisão. Seus olhos brilhavam pelos buracos da máscara, suas pupilas dilatavam-se suavemente, mostrava-se realmente pronta para assumir aquela responsabilidade. - Como faremos? - clamou por uma explicação de como seria o selamento do pacto, imaginando que seria algo como banho de sangue ou peculiar nesse sentido. "Nada demais, apenas esfregar seu dedão em um pergaminho ai." - respondeu o homem, que olhava para os corvos no chão. "Sua gata vai comer eles." - advertiu. - Kaori! Sai! vai pro quarto!

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Com a expulsão da gata, que caminhava lentamente em direção ao quarto, distanciando-se dos corvos que perambulavam pelo chão da cozinha. Agora, poderiam concretizar aquele pacto de sangue comentado anteriormente por Kiritsugu. - Onde conseguiremos tal pergaminho? - perguntou, referindo-se ao pergaminho citado por Kiritsugu, que seria o pergaminho que selaria o pacto de sangue. "Ele já está aqui." - respondeu o homem, agachando-se próximo de um dos corvos, retirando do meio de suas penas um pequeno pergaminho camuflado, amarrado em uma pequena tira de barbante negro. Voltou a se sentar e abriu o pergaminho, expondo o seu conteúdo. - Não tem nada? - à primeira vista, o pergaminho estava apenas manchado com poucos vestígios de tinta vermelha, o que intrigava a Kurama. "Errado. Tudo isso são polegares que assinaram o contrato de sangue. Vê? Esse é o meu." - apontava seu indicador ao mais recente, o mais próximo da borda do pergaminho. Yuki surpreendeu-se, e voltou a questionar: - É só eu sujar meu polegar com sangue e assinar o pergaminho? - fitou os olhos de Kiritsugu, aguardando por sua resposta. "Faça assim." - exemplificou com seu próprio corpo, deixando o pergaminho apoiado sobre a mesa.

Levou seu polegar à sua boca, mordendo-o com força moderada, apenas para causar um pequeno corte. Uma única gota de sangue se formava e escorria pelo polegar do homem, que voltava seu olhar à Kurama. "Daí basta você levar seu dedo ao pergaminho." - terminou, esperando que a garota fizesse o mesmo. Yuki via aquilo como desnecessário, visto que poderia cortar-se com uma arma ninja qualquer, mas mesmo assim o fez. Levou seu polegar destro à sua boca, mordendo-o com força moderada, e apesar de certa dificuldade, conseguiu ferir-se. Um corte moderadamente pequeno, no centro da palma de seu polegar. Se levantou da cadeira em que estava sentada e se aproximou de Kiritsugu, que estava presente do outro lado da mesa. Levou seu polegar até o pergaminho, próximo da assinatura de seu mestre, e lá fixou-o visando selar o pacto. - Está bom? - questionou, ainda com o polegar sobre o pergaminho. "Sim. O pacto foi selado." - respondeu o homem, simultaneamente aos movimentos do par de corvos presentes no chão, que levantavam voo e se retiravam pela janela. - Já posso invocá-los? - perguntou, mostrando-se curiosa quanto o assunto em particular. "Não exatamente, você precisa treinar um pouco. Os corvos tendem a ser amigáveis e fieis, geralmente muito fáceis de serem invocados. O único problema será a quantidade... Eu consigo invocar centenas, você provavelmente começará invocando um par, talvez algumas dezenas." - respondeu, mostrando a garota que realmente não seria tão fácil quanto pensava. - Sabia que tinha algo que você não me contou! - suspirou, desapontada. Mas mesmo assim, não deixou se desanimar, eram só alguns dias de treino.

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- Começaremos o treinamento agora? Ou você tem que ir? - perguntou à Kiritsugu, cabisbaixa. "Na verdade tenho outra coisa para te dizer." - respondeu o homem, cedendo suas forças à outro cigarro, que puxava de seu bolso e empunhava entre seus dedos. - Pois diga... - aflita, tornou-se curiosa. "As Kuchiyose fazem muito mais do que apenas te auxiliar em combate. Porém essa outra ramificação é muito mais avançada e requer que você seja um com a natureza." - começou a explicação, sendo interrompido pelo comentário apressado de Yukihime. - Um com a natureza!? - exclamou. "Deixe-me terminar de explicar! Existem seres nesse mundo chamados de eremitas. São humanos que alcançaram um feito surpreendente, de sentir a natureza como uma extensão de seu próprio corpo. Os primeiros a descobrirem essa técnica foram monges de um monte que hoje não mais existe. Os poderes provindos desse método são exorbitantes, você consegue utilizar a energia natural como substituto do chakra para algumas técnicas, é realmente um feito que vale a pena alcançar." - terminou sua explicação inicial, abrindo espaço para que Yuki afrontasse-o. - E você acha que eu consigo isso, Kiritsugu-senpai? Eu tenho um demônio dentro de mim! - respondeu-o, impondo-se. "Exatamente por isso que eu acho que conseguirá! Vai ser a primeira Kurama a conseguir esse feito, tu revolucionarás o futuro desse clã!" - Kiritsugu parecia estar excitado com tudo aquilo, visto que mantinha-se animado mesmo depois de todos aqueles minutos de conversa. - É no mínimo contraditório, mas posso tentar. - curiosa sobre toda aquela situação, aceitou, intrigada. "Não será algo rápido. Terás que treinar por muitos dias, e eu permanecerei contigo durante todo o processo... Mas é necessário não desistir, nunca." - acendeu seu cigarro e deu uma pequena tragada, liberando a fumaça por suas narinas em direção à Kurama, que se sentava do outro lado da mesa.

- Não desistirei, Kiritsugu-senpai. Eu nunca desisto de algo que começo a fazer, pode ter certeza disso. - expôs seu punho fechado, lançando-o contra a mesa causando certo impacto em sua fala. Manteve sua postura ereta, e mirava os olhos ao homem à sua frente, que lançava fumo em sua direção. - Eu vou acabar te proibindo de fumar aqui dentro, Kiritsugu-senpai! Você é nojento! - Inspirou aquela fumaça, fazendo com que sentisse-se desconfortável com o cheiro e a presença desta em seus pulmões. Expeliu tudo aquilo em uma grande crise de tosse, reclamando com o homem logo em seguida. "Perdão. Costumo dividir o quarto com uma fumante, então não estou familiarizado com essa privação toda!" - desculpou-se, esfregando o cigarro na taboa da mesa, apagando-o e deixando as cinzas ali. - Eu espero que você limpe isso. - reclamou, assistindo o homem catar as cinzas de seu cigarro. - Mas então, Kiritsugu-senpai. Como treinaremos? Treinaremos agora mesmo? Aqui? - questionou-o. "Iremos para um lugar." - respondeu, levantando-se e jogando fora as cinzas do cigarro, se preparando para sair da casa.

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O homem abriu a porta e deixou que as duas aves voassem livremente, chamando por Yukihime logo em seguida. - Já vou! - A garota voltou ao cômodo anterior, onde encontrou sua gata simplesmente para ver se estava bem. Ao verificar o que queria, retirou-se da casa, juntamente à Kiritsugu. Os dois começaram uma caminhada tranquila pelas vielas do vilarejo, conversando um pouco sobre assuntos mais leves, como comidas prediletas e outras informações banais. Seus passos pareciam descoordenados, visto que tomavam caminho por becos e muitas vezes conseguiam se considerar perdidos. - Melhor irmos por cima das casas. - disse a Kurama, dando uma ideia ao seu companheiro. O restante do caminhar dos dois fora repleto de pulos e movimentações acrobáticas por cima das casas da vizinhança, até que chegaram ao portão da vila.

Kiritsugu mostrou um pergaminho especial para os guardas que faziam patrulha no local, que logo deixavam que os dois saíssem da vila por tempo limitado. Pularam por árvores e montanhas, picos e rochedos, tudo em busca de um lugar que Kiritsugu considerava perfeito. Durante seu percurso haviam pequenas explicações do que estava prestes a fazer: "Meditações são o principal, você também terá que estudar o equilíbrio e a atuação da natureza ao seu redor. Eu comecei o treinamento a pouco tempo, mas já consegui masterizar a energia natural de uma forma avançada. Você conseguirá o mesmo, basta apenas ter paciencia e não desistir." - disse o homem, que pulava pelas árvores juntamente à Yukihime.  - Eu não trouxe almoço, então talvez não possamos ficar lá por muito tempo. - disse Yukihime, que começava a se preocupar com seu almoço. "Aqui. Chegamos." - respondeu o homem.

Os dois cruzavam a floresta densa e viam enfim a claridade do campo aberto que se situavam. - Aqui que treinaremos? - A garota se espantava, ao perceber que se tratava de um imenso desfiladeiro. "Está vendo aquelas rochas? Tens que aprender a se equilibrar em cima delas, enquanto meditas buscando o auxílio da natureza." - explicou a primeira etapa daquele treinamento, que surpreendia a Kurama com tamanha intensidade. Não tiveram muito tempo para procrastinar. Yuki concentrou chakra em seus pés e jogou-se em um salto até o pico mais próximo, escalando-o com certa facilidade. Em seu topo, conseguia sentir o forte vento encontrar seu corpo, trazendo o alívio de terras distantes. "Sente-se no pico, tente achar o equilibrio e comece a meditação!" - Gritou Kiritsugu, que observava a tudo de longe, do outro lado do abismo. A garota então começou seu treinamento de diversas tentativas, onde fazia o seu melhor para equilibrar-se em cima daquele cume, o que parecia impossível no começo de suas frustrantes tentativas. O vento parecia complicar ainda mais aquela tarefa, mas não desistiu, não ainda. Continuou aquela lição por horas, apenas percebendo o tempo gasto ao visualizar o brilho solar se esvair, e ao ouvir o gemido de sua barriga.

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O treinamento daquele dia estava finalizado ao perceber que não conseguiria continuar de barriga vazia. Também estava tarde para que os dois continuassem ali por muito tempo. Yukihime deu mais um salto arranjado, retirando-se do topo daquele espinho íngreme e se posicionando ao lado de Kiritsugu, que fumava um de seus infinitos cigarros. - Acha que fui muito ruim, Kiritsugu-senpai? - perguntou, com a voz cabisbaixa. "Não. Você foi muito bem! Esse é um processo demorado, então terás que vir aqui mais do que apenas uma vez." - explicou o óbvio, porém respondendo a pergunta feita. - Tudo bem... Podemos voltar e comer? Eu to morrendo de fome. - disse Yuki, puxando a mão de seu sensei e ajudando-o a ficar de pé. "Vamos." - concordou, começando a caminhada de volta ao vilarejo, pelo mesmo caminho de anteriormente.

Seus passos eram cautelosos por conta da noite, cada avanço era uma provável queda entre as grandes árvores da densa floresta presente nos arredores de Kumogakure, no país do relâmpago. - Eu consegui sentir um pouco de energia natural nesse treinamento, Kiritsugu-senpai. Acho que os deuses da natureza não me julgam pelo demônio dentro de mim, eles estão me dando uma chance - a garota sorria, contando ao seu companheiro os devaneios sentidos durante aquele pequeno treinamento. "Sim, Yuki-chan. Eu te disse que você conseguiria! Agora não se deixe levar pela desistência e continue o treinamento todos os dias, até que você consiga receber a energia natural com facilidade." - a voz de Kiritsugu era calma e beirava a tranquilidade, provavelmente por conta da sonolência que ambos compartilhavam.

Ao chegar no vilarejo, adentraram sem muitos problemas. Juntos foram em um comércio local e pediram o prato mais caro que houvesse, alimentando-se da melhor comida possível. - Muito obrigada, Kiritsugu-senpai. Os ensinamentos de hoje foram completamente novos para mim. - Yukihime interrompia seus movimentos, agradecendo o homem que cuidava dela desde pequena. "Não me agradeça, Yuki-chan. Você sabe que o meu maior sonho é reviver a integridade do nosso clã, e você é a única capaz de fazer isso." - sorriu de volta, respondendo a garota. Após isso, continuaram sua alimentação, até que com a finalização, ambos se retiraram. - Vou sentir saudades de você, Kiritsugu-senpai. Espero que você volte logo com uma nova tarefa. - no momento da despedida, onde os dois voltariam a se separar, Yuki agradeceu ao homem por tudo, novamente, e expôs a sua vontade de estar com ele, por meio de uma frase que simbolizava saudade. "Você sabe que voltei, Yuki-chan. Lembre-se, você pode não me ver, mas eu estou sempre com você." - após tais palavras, os dois se separaram, Yuki voltando para sua casa e Kiritsugu tomando seu caminho por entre as vielas do vilarejo.

Após tal dia, Yukihime se esforçou para se aprofundar cada vez mais naqueles estudos apresentados, até que conseguisse chamar seu controle de perfeito. Quando esse dia chegasse, Kiritsugu voltaria a aparecer.

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