No começo da noite anterior, um certo casal havia deixado para trás, parte de sua história e a vila onde moravam, Semiramis, uma senhoria e líder de um dos clãs do país do Ferro e, Amakusa, seu súdito e devoto. Havia demorado certo tempo até conseguirem encontrar o caminho a seguirem e, em Takigakure, um vilarejo pouco conhecido, decidiram repousar. Talvez por hora? Ou por tempo indeterminado? De qualquer forma, parecia não ser interessante, não de início. De imediato, tendo como objetivo, descansar, os dois que, de longe, mais pareciam recém-casados - mais pela parte de Amakusa - procuraram algum lugar para o descanso.

Sua senhorita não parecia ter gostado muito das alocações por ali, casarões e afins, com quartos extras para aluguéis de um dia ou mais e, demoraram até escolher, dentre todos, oque mais parecia ser "usável", embora com reprovação total de Semiramis. Afinal, como esperar que uma mulher tratada toda a vida como uma rainha, iria aproveitar os prazeres de um bom sono num lugar como aquele e, contrariada, acabou por repousar sua primeira noite naquele lugar "pútrido" - ao menos em sua visão.

Com a noite gélida, assim como o próprio cansaço corporal, dormiram muito bem naquela, acordando apenas no outro dia. Havia muito para fazer e os dois sabiam que não podiam perder tempo com trivialidades.

Importante:

Washuu Semiramis
アッシリアの女帝
Amakusa teria escolhido um dos lugares, que segundo o próprio, era um dos melhores entre as diversas escolhas ali presente. No entanto, para Semiramis, a falta de luxo e nobreza em qualquer que fosse o lugar de repouso lhe causava um sentimento de total repulsão, sentia até mesmo enjoos e uma leve tontura, mas só lhe restava aceitar, seu corpo necessitava de descanso então descansaria por ali mesmo.

—— Amakusa-kun nem pense que dormirá ao meu lado, deite e descanse pelo chão mesmo. —— alertou a imperatriz, retirando uma pequena parte de suas vestes — mas sem se expor — e se esticando pela cama, de imediato um sentimento de prazer surgiu por todo o corpo da mulher, era simplesmente maravilhoso finalmente poder descansar.

Os flashes de memoria e a leve dor de cabeça logo surgiram com o dormir de Semiramis, seus sonhos se resumiam a uma constante lembrança da guerra, mas de forma distorcida, um segredo que a imperatriz guardava apenas para si própria era o fato de nunca conseguir lembrar exatamente da invasão de Suna, um dia que teria lhe marcado de forma que não aceitava-o de maneira alguma, sempre recusando-o.

Despertou juntamente ao canto dos pássaros, o harmonioso som que invadia seus ouvidos lembrava bastante os pássaros que tinha em seu nobre castelo. Levantou-se e seguiu até seu servo, que possivelmente ainda estaria repousando, pisando levemente com força em suas partes mais intimas —— Acorde Amakusa! —— exclamava.

Considerações:

Kurosuna no Amakusa
黒砂コトミネ
A noite de Amakusa estava longe de ser uma das melhores. Como esperado, a imperatriz o proibiu de compartilhar sua presença sobre a única cama, porém ainda lhe era permitido instalar-se no mesmo quarto. O rapaz deitou-se no chão, retirando apenas suas vestes superiores e utilizando-as como suporte para seu corpo, evitando contato direto com o chão. Não zangou-se, muito pelo contrário, estava lisonjeado por poder compartilhar o quarto com sua imperatriz, e seguiu suas ordens com o maior apreço.

Mesmo que não se importasse, o seu corpo não estava acostumado. Revirou-se pelo chão a noite inteira, até mesmo sentando-se em alguns momentos, desistindo de dormir. "Ela é maravilhosa" — Refletia sobre a beleza de Semiramis, observando-a dormir.

Eventualmente o cansaço venceu seu corpo, e caiu no sono sem nem mesmo pretender. Deitou-se sobre seu manto escarlate, entregando sua consciência temporariamente.
...

— ARGGHH!! — Amakusa desferia um grito que ecoava pelas paredes do quarto, escapando facilmente por toda a construção. — Mi-Mi-Minha Im-peratriz! — Em uma rápida reação, moveu ambas suas mãos em direção às suas partes íntimas, tampando-as enquanto curvava seu corpo. Uma imensa dor estremecia seu corpo, impedindo seu cérebro de enviar a força devida às suas pernas para se levantar. — Já e-estou indo. — Terminou, olhando diretamente aos olhos de Semiramis.

Aos poucos a dor que invadia seu corpo cessava, fazendo com que o rapaz voltasse ao seu raciocínio normal. — Para onde iremos?! — Perguntou, enquanto levantava-se do chão, recolhendo e vestindo suas peças de roupa.

Considerações:

Logo de manhã, pouco depois do sol se pôr e transpassar pela curta cortina do lugar, a luz fizera com que a Imperatriz acordasse, um pouco sonolenta e, talvez, irritada com a situação.

Sua primeira ação fora, acordar seu súdito, jogado ao chão e sem as vestes superiores, embora, a forma como o fez, não parecia saudável... Para nenhum dos lados. Com o aproximar de seu pé, a moça pode sentir uma certa textura diferenciada - talvez por estar um tanto quanto sólido - por de trás da vestimenta do rapaz, apertando levemente sua área sagrada e, causando uma dor aguda que o fizera despertar instantaneamente. Aquilo que Amakusa sentia, era uma mistura entre o céu e o inferno. Seu músculo das costas contraiu-se, por conta da dor e, como resposta, apenas apertou levemente a região, sentando-se ao chão. Talvez uma forma de proteção?

Minutos passaram-se desde o acontecimento e, o rapaz, agora livre de toda sensação ruim, perguntaria à Semiramis, oque fariam a partir dali, mas antes que pudesse ter uma resposta, a porta fechada do quarto fora batida três vezes, de maneira leve e sútil. — V-vocês estão bem? — Uma voz feminina ecoou pelo corredor do lado de fora. — Eu ouvi um grito, precisam de algo? — Perguntou.

Importante:

Washuu Semiramis
アッシリアの女帝
O delicado pé da mulher sentiu levemente a solidez quando foi despertar a seu servo, mas a ignorou como deveria fazer —— Vamos, vamos! —— exclamava apressada, mesmo que não tivesse ideia alguma do que iria fazer ela sentia a necessidade de se adiantar, quem sabe aquela leve ansiedade se desse pelo pesadelo da noite passada.

Ouviu-se os passos de aproximação e então o questionamento por de trás da porta, a imperatriz que já estava em pé se dirigiu até a maçaneta e com um paninho a girou, abrindo-a.

—— Estamos bem, peço desculpa pelo grito meu servo acabou tendo um pesadelo estranho, mas uma pergunta, existe alguma espécie de restaurante local onde eu possa me deliciar com a comida local? —— diria de forma elegante, pois mesmo que fosse extremamente egocêntrica era banhada em educação e elegância.

Considerações:

Kurosuna no Amakusa
黒砂コトミネ
O garoto se recompôs e voltou a se trajar, seguindo sua imperatriz ao ouvir as batidas na porta do quarto em que passaram a noite. — Peço perdão pelo incomodo. — Acenou com a cabeça após a explicação de sua realeza, mostrando estar realmente arrependido à moça que os visitava. Semiramis mostrava-se realmente interessada em explorar o vilarejo, ato que não havia demonstrado durante sua chegada em Iwagakure. — Responda-a! — Levantou sua cabeça, tomando um semblante agressivo. Desferia as palavras como uma ordem à moça que os acompanhava, visando intimida-la e obriga-la a responder as perguntas da imperatriz.

Considerações:

Ainda na porta, uma das moças responsáveis por manter o pequeno estabelecimento, era atendida pela imperatriz, que com toda sua graça, mostrou-se bem mais educada do que esperava.

— Restaurante? — Perguntou-se, levando a mão até o queixo de forma despreocupada. — Temos sim, alguns — Respondeu-a, enquanto sorrirá graciosamente. Ela era tão linda quanto Semiramis, mas de uma maneira totalmente contrária a esta.
— Mas nós damos o café da manhã para nossos hóspedes, caso tenham vontade! — Respondeu, animada.

E, embora Amakusa ainda estivesse deixado de lado, ao ouvir seu pedido de desculpas, a mocinha simplesmente visou entre-olhar para o rapaz, que ainda estava despido de sua roupa superior. Como de praxe, a mesma moça acabou por ficar corada, abaixando sua cabeça e simplesmente ouvindo seu próximo pedido... Um tanto quanto agressivo. — S-sim! É em três quarteirões, a esquerda. Se chama, canteiro dos peixes, senhor! — Ainda com a cabeça abaixada, ela andava lentamente para trás, enquanto engolia a seco. — Vocês fazem um casal muito belo! — Finalizou, simplesmente virando-se e seguindo em direção à cozinha do lugar.

O rapaz logo em seguida, vestiria-se, enquanto estava a espera de sua próxima ordem. Um verdadeiro cachorrinho, talvez um pouco agressivo de mais com outras pessoas que não fosse sua dona, mas um cachorrinho!

Importante:

Washuu Semiramis
アッシリアの女帝
—— Que vergonha mais besta, é apenas um corpo humano, nunca viu um? —— questionou a nobre, em um tom um pouco rude. Em Assyria o corpo era tratado como uma espécie de presente divino, e que deveria constantemente admirado, o que tornava totalmente plausível algumas pessoas até mesmo andarem desprovidas de roupa, no entanto a família real sempre usou das mais belas roupas, por isso Semiramis não costumava está andando com qualquer traje por ai, no entanto, para seu servo aquele habito era totalmente normal e plausível.

—— Vista-se logo Amakusa! Você sabe que nas outras nações o corpo ainda é um tabu desnecessário —— ordenou Semiramis, esperando que seu servo lhe obedecesse rápido para ela finalmente continuar sua peregrinação, que naquele momento seria meramente se dirigir até o restaurante mais próximo e se servir do que oferecessem de melhor.

Considerações:

Kurosuna no Amakusa
黒砂コトミネ
Assyria era um império ambientalmente instável. Por estar localizado em uma área excluída do restante da sociedade, tinha seus próprios rituais, tradições e manias. Seu clima era extremamente frio durante as noites, que forçava os habitantes mais pobres a buscar o abrigo de suas casas. As manhãs, pelo contrário, compartilhavam o calor infernal tão intenso como o de um purgatório. Por isso, era normal mudanças tão drásticas de roupas em períodos diferentes do dia.

Para Amakusa despir-se daquela forma era um ato mais do que normal, mas por algum motivo, após perceber o foco desproporcional em si, seu rosto demonstrou um breve rubor. Recluiu-se e tentou disfarçar, dando as costas às duas enquanto finalizava sua arrumação. — Sim, Semiramis-sama! Perdoe-me pelo incomodo. — Disse ainda de costas, com um tom de voz abafado e tímido.

— Semiramis-sama, o que você quer dizer com comida local!? — Ao recompor-se, voltou à sua imperatriz, questionando-a sobre seus desejos. Tinha receio de que Semiramis pudesse estar faminta por carne humana, ato que mesmo tentando suprimir por algum tempo, sempre acabava tendo que cometer. — ... — Esperou por vossa resposta, com certo rancor de ter invadido a zona pessoal de sua realeza.

Considerações:

A conversa um tanto quanto incomum do casal continuará por mais algum tempo, até que o peladão decidiu vestir-se por completo e, finalmente, puderam cruzar o corredor em direção à porta da entrada. Decidiram, inicialmente, não aceitar o café da manhã da hospedaria e, inclusive, Amakusa temia que os desejos de comida de sua mestre fossem de uma carne não convencional. De imediato, seguiram caminho em direção ao restaurante, passando dentre as ruas pouco movimentadas do lugar. Era estranho aquela hora do dia não ter tantos ambulantes, com jóias, ou a própria comida local. Talvez fosse cedo de mais? Ou simplesmente não fosse o costume do mercado local?

Demorou pouco menos de dez minutos até a chegada do casal ao melhor restaurante das proximidades e, embora não fosse tão belo quanto Semiramis esperava, seria suficientemente luxuoso a ponto de tirar-lhe um suspiro aliviado. Não iria ter de comer na presença de moscas ou centopeias imundas. Ao passarem pela porta do tal restaurante, foram recebidos por um homem de tamanho mediano, com um curto bigode e cabelos penteados para trás. Suas vestes eram bonitas e agradáveis, semelhantes à, de fato, um garçom, com o preto dominante em suas calças, além de um sapato de couro. Em suas vestes superiores, uma camisa abotoada, junto à um lenço vermelho davam um toque final de "almofadinha" ao velho.

— Senhores, vocês possuem reserva? — Perguntou ele imediatamente. Sua mão fora em direção à uma lista.
— Um casal... Acho que não esperamos nenhum casal. Poderiam me dizer o nome de vocês? — Perguntou, sorrindo.

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Washuu Semiramis
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Logo a imperatriz se viu diante do intitulado melhor restaurante daquele pequeno vilarejo, adentrando-o de forma a exalar tamanha nobreza —— Perdão, somos novos aqui e recebemos uma recomendação, não temos reservas e também não somos um casal, mas de qualquer forma, teria como nos arrumar uma mesa? Me chamo Semiramis, imperatriz de Assyria, posso pagar um valor alto por uma mesa —— diria a mulher, de forma cautelosa, esperando que fosse bem recebida logo.

Considerações:

Kurosuna no Amakusa
黒砂コトミネ
Como de praxe a pergunta de Amakusa era perdida no vazio de seus pensamentos, fazendo o rapaz começar a questionar suas habilidades como um acompanhante. Resolveu calar-se, pelo menos momentaneamente, até que encontrassem um restaurante local. Comer se trata de uma ação que geralmente alegra a todos, e provavelmente seria mais do que útil para alegrar o humor de sua imperatriz. 

— Vamos — Notificou sua prontidão, e logo em seguida acompanhou Semiramis prédio à fora, desbravando as ruas floridas da vila oculta da cachoeira.

Vocês possuem reserva? — Foi a fala que os apresentou ao local que acharam apropriado, com um homem trajado de servente dirigindo-se diretamente aos dois. Amakusa ficou lisonjeado ao ter sido considerado um casal junto de sua companhia nobre, mas não permitiria tamanha falta de respeito para com a vontade de vossa imperatriz. — Retire o que disse, plebeu! — Exclamou ao garçom, levantando devidamente seu tom de voz. Suspendeu seu rosto, empinando o nariz, até que Semiramis o interrompesse com um dialogar pouco mais suave. 

— Você deveria ter vergonha por tratar uma imperatriz dessa forma! — Esbravejou, ao fim das falas de sua nobre. Manteve sua postura, acreditando que seu tom de fala enérgico fosse o suficiente para convencer a mente simplória do civil que os abordava.

Considerações:

— Entendo. Mas em todo caso, preciso conferir com o meu chefe — Disse o serviçal.
— Você é bem mais fútil do que parece, rapazote. Oque procura aqui? — Respondeu à Amakusa, enquanto o tratava como inferior.
— Imperatriz, contenha seu capataz, ou serei obrigado a colocar para fora. Não servimos cachorros tão raivosos — Finalizou, simplesmente virando-se e indo em direção à uma porta atrás da grande recepção.

Quanto a aparência da recepção? Era grande, talvez mais de vinte metros, repleto de cadeiras e mesas feitas de algum material fino, limpos adequadamente. Haviam poucos clientes. Cerca de três  homens, acompanhados de mulheres da vida, e algumas mulheres que vestiam-se de maneira luxuosa, e penteados chamativos. Um ponto em específico era o uso de máscaras - talvez algum tipo de festival estivesse ocorrendo, mas nada que, de fato, pudesse alarmar qualquer coisa. O tempo havia passado em volta de três ou quatro minutos até que o mesmo serviçal de antes voltasse até a dupla, com a cabeça baixa.

— Senhorita, vejo que possui grande apreço de meu senhor — Declarou, enquanto abria espaço a esta.
— Estamos tendo festividades na área VIP e, meu senhor pediu uma audiência com a Imperatriz Semiramis. Poderia me acompanhar? — Continuou, da maneira mais respeitosa que encontrará.
— Ele mencionou um banquete extremamente delicioso, que até mesmo a senhorita poderia desfrutar — De alguma forma, o rapaz parecia saber sobre o estranho paladar da garota, oque era um tanto quanto estranho.
— Quanto ao seu cachorro. Trouxe-o para nosso ritual? — Mencionou Amakusa

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Washuu Semiramis
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—— Acalme-se Amakusa, já lhe expliquei que fora do nosso império certos seres não entendem o seu verdadeiro lugar de fala, mas nossa gloria retornará meu servo, desfrute o que pode desse mundo tão imenso, pois logo estaremos novamente isolados em Assyria, nos preparando para as maiores das guerras —— respondia a imperatriz, acalmando seu servo e evitando que o garçom fosse capaz de ouvir a tudo —— Aguardarei —— respondeu diretamente para o garçom, esperando notícias.

Sobre o restaurante não tinha o muito o que comentar, era luxuoso o suficiente para se sentar entre os humanos e fingir que comeria de sua comida, seu verdadeiro banquete ainda estaria sendo escolhido, entre cada um dos que ali observava, desejando encontrar a pele mais macia, mais saborosa e mais recheada para se deliciar.

Sentiu pelo ar um cheiro horrível, que lhe causava certa vontade de vomitar, isso se dava possivelmente pelo cheiro normal de comida que um restaurante esbanja, infelizmente para Semiramis era podre, não conseguia suportar, sentia total repulso naquilo. Tempo depois o garçom veio a retornar e junto a si trouxe um convite um quanto inusitado, estranhou ouvir aquelas palavras mas logo tratou de aceitar —— Irei sim, no entanto Amakusa não é um lanche, ele é um servo fiel de meu pai, designado a me servir até o fim de sua vida, se um dia ele venha a ser um banquete, será para me livrar da fome —— explicou a imperatriz, aguardando permissão para entrar, assim que concedida, seguiria o garçom, atento a qualquer nova ameaça a seu servo, não era ingênua, e não aceitaria que outros o machucassem, somente ela detinha tal direito.

Considerações:

Kurosuna no Amakusa
黒砂コトミネ
O rapaz manteve-se neutro após o alerta de sua imperatriz. Seu olhar era redirecionado constantemente ao interior do local, fitando por alguns segundos cada perímetro que lhe causasse o mínimo de desconforto. O homem adentrava novamente ao restaurante, deixando nossa presença com o intuito de solicitar nossa entrada. Era uma blasfêmia inadmissível, porém as ordens da senhorita o impediam de declarar guerra contra aquela espelunca. Suspirou. — Você têm se contentado com muito pouco, Semiramis-sama — Reclamou, com um tom de voz baixo e tímido, desviando novamente seu olhar para longe de sua imperatriz.

Desde a queda de Assyria, Semiramis vinha se adequando ao mundo fora das muralhas do império, começando a mostrar-se menos rigorosa no que diz respeito à reação dos plebeus, e isso não era bem visto por Amakusa, que endeusava sua imperatriz e a tratava como uma entidade superior. Porém, mesmo não aceitando sua nova forma de agir, não semeava nenhum sentimento negativo. Acreditava que se o mundo estivesse mudando abaixo de seus pés, deveria seguir sua imperatriz até mesmo em sua formas de agir, deveria aprender a adaptar-se assim como ela.

O homem depois de alguns minutos voltava a atende-los, falando sobre a entrada que era permitida. — Tardou mas não falhou! —  Exclamou, debochando da cara do servente. Prosseguiu adentrando o comércio ao lado de sua imperatriz, enquanto ouvia os "elogios" que lhe eram desferido. Ficava lisonjeado, porém não se manifestava, visto que a permissão para tal não lhe fora concedida.

Considerações:

A passos lentos, os três seguirem por um corredor, após passarem por uma porta de madeira.

Era imaginável que, inicialmente, estivessem indo em direção à cozinha, mas corredor a frente, perceberam que por ali, haviam bem mais portas e cômodos do que o esperado e, inclusive, uma escada que os levava a um lugar inferior. Desceram, seguindo o servo, e de alguma forma, ambos pareciam um tanto quanto... preocupados com alguma coisa. Em todo caso, apenas mantiveram-se com a guarda sempre fechada para quaisquer coisas, em específico, Semiramis. Ela sabia que, de alguma forma, Amakusa poderia se transformar de servo à banquete em poucos segundos, caso acabasse por encontrar um de sua própria família com muita fome.

O restaurante, de fato, era grande, mas aquelas instalações subterrâneas mostravam algo a mais; aparentemente, alguém com muita posse havia construído o lugar. Quanto ao corredor inferior? Era tão belo - não, talvez bem mais, do que o superior, além de extremamente luxuoso. Com a aproximação do fim deste, começaram a ouvir oque parecia um festival - risos, conversas e, até alguns gritos.

— Podem entrar, fiquem a vontade. Só não deixe seu servo criar problemas. Temo que a maioria por aqui não seja tão controlável quanto meu senhor
— Ele está esperando no banquete principal, Imperatriz — Com uma curta reverência e, ainda mantendo-se longe de entrar naquele cômodo particular, o rapaz daria instruções.

De forma geral, era um lugar grande e espaçoso. Lustres eram usados como iluminação, além de haver colunas douradas. Um grande banquete ao centro era visível. Homens simples desfrutavam do que parecia ser, canibalismo. E, frente a tudo isto, alguns corpos ao chão, mostravam que por ali, podia-se acontecer qualquer tipo de coisa, inclusive, assassinato. Quanto ao senhor que procuravam? Estava sentado em meio a uma mesa redonda, junto à outros três rapazes. Dois lugares estavam vagos. A aparência deste era levemente chamativa - talvez por usar uma máscara, ou simplesmente por usar um terno de coloração diferenciada. Com a aproximação da dupla, o homem se levantou, realizando uma curta reverência, mantendo sua cabeça abaixada.

— Imperatriz Semiramis. Acho que não fomos apresentados. Sou Yoshimura Ichirou, representante de uma das famílias Washuu — Apresentou-se.
— Oque desejam por aqui? — Perguntou.

Importante:

Washuu Semiramis
アッシリアの女帝
Caminhou, de forma atenta e guarda fechada, pelos corredores luxuosos daquele local, observava a estrutura formidavelmente, buscando entende-la, compreende-la para caso precisasse reagir de forma defensiva. Perceberia que aquilo não era um mero restaurante, tinha muito mais naquele lugar do que apenas um restaurante, ele se demostrava quase como um hotel por dentro, recheado de portas que poderia muito bem dar acesso a quartos de hospitalidade.

—— Ele é um bom garoto, não é Amakusa-kun? —— brincou, forçando um tom de voz sedutor, seu servo reconheceria aquele tom como um aviso, um mero sinal, de que ele deveria se comportar e tomar cuidado, pois aquele lugar era um ambiente desconhecido e traze-lo poderia ter sido uma péssima ideia. Adentrou no salão e presenciou uma cena de puro gosto, sangue, banquete, e humanos mortos, ignorou o banquete principal e se dirigiu diretamente a mesa menor, o luxo clamava pela imperatriz —— Olá senhores —— exclamou, sendo respondida logo em seguida por um senhor, de mais velha idade, que utilizava de um terno um pouco diferente, mas o que mais preocupava a imperatriz era sua feição, a forma como seu rosto era desenhada, transpassava uma calma agoniante.

—— Um Washuu aqui? Hum, que interessante. Me chamo Semiramis, imperatriz de Assyria e herdeira da primeira família Washuu, herdeira da nobreza —— apresentou-se —— Bom, eu vinha apenas reconhecer o território em que estava, quem sabe buscar algo para preencher o vazio de comida em meu estomago, será que posso? —— questionou, apontando para a cadeira, fazendo algo inusitado: pedindo permissão, naquele momento, apenas esperaria que Amakusa se controlasse, pois uma palavra errada poderia trazer seu fim, Semiramis temia os descendente de sua família, conhecia a crueldade fora de Assyria, e abolia tal comportamento desumano.

Considerações:

Kurosuna no Amakusa
黒砂コトミネ
Manteve sua paciência dentro de seu limite enquanto caminhava pelos corredores da fúnebre estrutura. A companhia de Semiramis era a única coisa que fazia aquele ambiente minimamente suportável, não deixando de observar bem seus arredores apenas por conta de sua curiosidade. "...não é Amakusa-kun?" — Distanciava-se da conversa dos dois, apenas acenando com a cabeça, mostrando sua parceria com a imperatriz.

Diversas portas ligavam o corredor a outros cômodos desconhecidos, porém os três caminhavam diretamente à uma escada que se encontrava ao final do saguão. Amakusa estava ciente de que sua presença não era bem vista naquele lugar, aproximando-se de Semiramis ainda mais, visando proteger-se. Ao adentrar o novo salão que era acessível após às escadas, o sentimento de que aquele não era o seu lugar aflorou-se ainda mais. O cheiro repugnante de carne morta e ensanguentada tomava conta do ar, invadindo suas narinas e causando-o moderado enjoo. — Semiramis-sama... — Sussurrou, desconfortável.

A imperatriz rapidamente se enturmou com os presentes no local, fazendo com que o rapaz não tivesse outra alternativa a não ser fazer o mesmo. Forçou um sorriso em seu rosto, e iniciou sua atuação. — Senhores. — Cumprimentou, logo após sua imperatriz, sentando-se à mesa juntamente aos outros. Sabia que aquele não era seu local de fala, então permaneceu calado a partir daí, deixando que Semiramis usasse sua lábia.

Considerações:

— A vontade — Respondeu a Imperatriz abrindo um curto sorriso.
— Oh sim, algumas de nossas famílias, secundárias, decidimos explorar um pouco além das muralhas — Conversou, enquanto virava sua atenção a Amakusa.
— De imediato, não foi uma resposta muito favorável de outros clãs. Talvez por conta de nossa história e hábitos
— Sente-se também, rapaz, não faremos mal algum para você e sua Senhora, pode relaxar — Tentou acalmar o garoto que mostrava-se um pouco impaciente. O cheiro parecia desagradá-lo de muitas formas diferentes, embora, para o restante por ali, seria suficientemente ótimo.
— Nós, Washuu, devemos nos ajudar, ainda mais alguém da própria realeza como a Senhorita, então, não se controle, apenas coma conosco — Propôs, simplesmente dando-a liberdade.

E de fato, embora tão controlada e respeitosa, o estômago da garota parecia rebuliçar com todo aquele aroma adocicado. Era quase como se estivesse pronta para perder o controle, se não fosse o próprio Amakusa estar ao seu lado. A mesa a frente, havia diferentes tipos de carne e, em sua maioria, parecia apetitosa somente para os membros daquele estranho clã. Além de corpos, ainda mortos, em outras mesas. De forma geral, a garota poderia escolher oque gostaria de comer - ficar tanto tempo sem ter algo para mastigar, a ela, poderia ser prejudicial. Ao lado da imperatriz, seu servo observava com cautela seu arredor e, perceberia a aproximação de um homem com olhos de pupila escura, além de íris rubra.

— Senhor Ichirou, temos o suficiente para o festival — Este que aproximava-se, parecia chamar o senhor por ali.
— Oh, perfeito — Com um sorriso em rosto, retirou sua máscara.
— Senhores, oque acham de um pequeno show? — Perguntou a todos presentes naquela mesa, enquanto levantava-se.
— Inclusive nossa Imperatriz, Semiramis. Caso deseje, poderemos provar a mais nobre carne, caso deseje — Finalizou, deixando a mesa acompanhado do restante por ali.

De forma geral, acompanhar o chefe daquele lugar era o mais sensato, inicialmente, e caso fosse oque a dupla fizesse, acabariam por andar em direção ao que parecia ser um pequeno ringue. Dois homens despidos lutavam, um deles usava uma pequena adaga, enquanto o outro, apenas seus próprios punhos. — Estão vendo? Um dos dois receberá a graça, enquanto o outro, servirá como alimento. Justo, não acha? — Com um olhar penetrante, o rapaz mais uma vez voltou suas palavras para a Imperatriz.

A batalha deu-se início com um primeiro soco desferido, em direção ao rosto do armado, que, como por resposta, cambaleou, segurando com a mão esquerda, seu nariz, que sangrava. Grande parte dos presentes no lugar pareciam ter grande afeto por aquela cena e, inclusive, um público atípico havia sido criado. Gritos empolgados eram desferidos. Com a arma em mãos, ele tentou uma estocada simples, inferior, visando acertar o fígado, ou estômago. De fato, o rapaz que estava sem armas parecia saber lutar, afinal, conseguirá, em seu último segundo, desviar, e aplicar mais um soco, desta vez, diretamente no queixo do inimigo.

Virando-se, aquele que utilizava taijutsu, abriu suas mãos para o público. Parecia cantar vitória, enquanto gritava animalescamente, no entanto, um ataque desprevenido, um chute em suas costas, fizera com que cambaleasse e caísse, esbarrando em Semiramis e quase levando-a ao chão. Por instinto, Amakusa que a ajudaria, obviamente e, embora não tivesse sido proposital, causaria certo repúdio do chefe do lugar. — Humano imundo, oque acha que está fazendo com nossa Imperatriz? — Com a voz um pouco mais áspera do que anteriormente, levou seu pé esquerdo em direção ao peitoral do homem, apertando-o. Seu Kakugan apareceria, mostrando também, seu tipo de Kagune - Uma Koukaku gigantesca, semelhante à uma grande espada.

Com um único balançar de braço, separou os membros do homem, declarando o vencedor do festival. — O vencedor deverá ser escoltado e libertado, com a recompensa exigida — Avisou a outros. — Este, será o banquete de Semiramis-sama, por tamanha afronta — Continuou. — Levem-no até minha sala, em pedaços, de preferência. — Continuou, dando ordens explicitas, enquanto simplesmente, faria sumir seu Kekkei Genkai. — Vamos sair deste lugar pútrido, minha Senhora — Finalizou, andando em direção ao mesmo corredor anteriormente, até que pudesse entrar num dos outros cômodos.

— Desculpe-me pelo ocorrido, Imperatriz

Importante:

Washuu Semiramis
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——  Meu pai sempre me ensinou que nosso clã era muito repudiado fora de Assyria, e nossa história mal contada, mas são meras formigas, tirando aqueles que não possuem sangue de Assyria eles não merecem nossa atenção e muito menos perdão, por mim, todas nações virão a sucumbir um dia, entenderão o lugar de posição deles, e serão submissas a Assyira —— explicava a imperatriz, com um sorriso confiante em seu rosto. Das opções que tinha escolheu alguns dedos fritos, era meio oleoso, mas o gosto era realmente delirante, revirava o olho e se excitava em dar uma suculenta mordida naqueles dedos.

—— É tão delicioso, não quer um Amakusa? —— oferecia a seu servo, observando o garçom retornar anunciando algo um pouco incomum para Yoshimura. Seguiu aquele senhor, sem questionou nenhum segundo, sendo levada para uma espécie de competição desastrosa, um possível ritual, quem sabe uma forma de sacrifício voluntário. Observa tudo com as mãos cruzadas, não deixando sua feição de tédio transparecer, mas não entendendo o motivo de se matarem atoa. Num mero segundo, de puro descuido, um deles acabava quase caindo por cima da imperatriz, que num movimento rápido o suficiente afastou-se um pouco para trás —— Como ousas?! —— gritou furiosa.

Yoshimura interviu, oferecendo um banquete inusitada para a mulher, que aceitaria sem recuar e se deliciaria com a carne daquele infeliz. Permitir-se-ia ser guiada, e desfrutaria do corpo daquele homem por inteiro, cada gota de sangue seria desfrutada.

Considerações:

Kurosuna no Amakusa
黒砂コトミネ
À primeira vista aquele encontro se assemelhava a uma reunião familiar. Conversas sobre a origem do poderoso clã canibal enquanto desfrutavam aperitivos no mínimo peculiares. — Agradeço vossa gentileza, Semiramis-sama. Mas não me vejo digno de compartilhar seu paladar delicado, peço perdão caso isso ofenda os senhores. — Começou a frase apenas respondendo sua imperatriz, fitando-a aos olhos, e gradualmente olhava aos outros integrantes da reunião, desculpando-se sinceramente.

Por sorte, um quarto homem chegava à mesa, trazendo consigo o convite que provavelmente salvaria a sanidade do rapaz. Um festival - ou show, como dizia o anfitrião do restaurante. Amakusa seguiu o caminhar de sua imperatriz, a poucos passos de distância da mesma. Chegaram a outro cômodo, onde uma briga organizada se iniciara. 

— Desestimulante! — Resmungou, cruzando seus braços sem poupar sua expressão desapontada. Suportou aquela apresentação por puro respeito à educação de seu anfitrião, porém a aproximação dos vermes à sua imperatriz fora a gota d'água. Tomou a frente de Semiramis, posicionando-se como uma barreira entre ela e o lutador. Estava pronto para atacá-lo, quando o homem de anteriormente projetou sua herança sanguínea e executou-o. 

— Tsc — Reclamou, percebendo o erro que cometera ao adentrar aquele local. A fúria de Semiramis era facilmente notável, visto que mostrava-se pronta para consumir o corpo daquele lutador - ato este que Amakusa não recomendaria. Mesmo não gostando de absolutamente nada do que acontecia dentro daquela construção, lembrou-se de seus deveres. Fora criado para respeitar e obedecer, não para julgar ou tomar decisões. Com isso em mente, voltou a seguir sua imperatriz sem mais reclamar, ambos guiados pelo carrasco.

Considerações:

Pouco após saírem do lugar, seguindo pelo corredor, acabariam por chegar numa sala especialmente bonita. Ichirou, o anfitrião, sentou-se atrás de uma mesa, bocejando, enquanto oferecia lugares à ambos. De fato, o rapaz demonstrava estar em um incrível tédio, embora todo o "festival" que organizará.

— Sentem-se, por favor — Poucos segundos depois, um  homem de tamanho médio, trazia o corpo do lutador em pedaços à Imperatriz.
— Aqui está, Senhor
— Fique a vontade, minha Imperatriz. — Sorriu amigavelmente. — E você, rapaz. Acredito que não seja um de nós, então... — Curioso quanto o caso de Amakusa, decidiu perguntar diretamente. — É um servo de Semiramis?
— Novamente, minhas desculpas por tudo — Disse, simplesmente cruzando seus braços. Sinceramente? Ele não parecia desculpar-se de fato, mas era tão respeitoso quanto a moça a sua frente. Talvez fosse uma característica do próprio clã?
— Vamos aos negócios? — Perguntou, olhando diretamente à Semiramis. — Quanto a você, porque não vai ler um pouco? Por ali, tenho uma pequena biblioteca, talvez ache algo que lhe interesse — Disse, tentando mostrar que a conversa, a partir dali, seria de peixes grandes.
— Como está vendo, Semiramis-sama, estou realizando batalhas mortais, com recompensas em dinheiro. Grande parte dos mercenários aceitam de bom grado morrerem e matarem, se ganharem uma boa comissão por isto e, é desta forma que mantenho-me tão bem neste lugar. Além do próprio restaurante — Explicou com um sorriso curto.
— Pode-se dizer que sou uma das pessoas mais ricas por aqui — Gargalhou.
— Mas, creio que, como qualquer outro, desejo mais. O poder deste lugar e de outros — Aparentemente, a conversa estava chegando a algum lugar.

Ele não parecia incomodado, muito pelo contrário, fazia-o de maneira tão natural que, de alguma forma, parecia controlar plenamente para onde a conversa poderia chegar. Em toda forma, ainda mantinha respeito. Caso Amakusa aceitasse de bom grado a ida até a pequena biblioteca, poderia encontrar grande parte dos livros disponíveis, como cópias, da biblioteca daquele vilarejo e, com isto, ajudaria imensamente em seu aprendizado sobre a destruição e absorção de chakra, além de, talvez, alguns artigos sobre sua Kekkei Genkai.

— Mas para isto, necessito de mais poder. Não exatamente físico, obviamente — Voltando a conversa, ele inclinou-se para frente, apoiando as mãos na mesa.
— Eu desejo que seja a governante deste lugar — De maneira direta, ele expôs seu plano mirabolante.
— E sinto que, desta forma, não será a única a ganhar muito. Afinal, negócios em família são os mais prósperos — Sorriu.
— Acrescento também que, não a atrapalharei em nada, mesmo caso rejeite. Sou totalmente leal à coroa. — Finalizou.

Importante:

Washuu Semiramis
アッシリアの女帝
Sentou-se cruzando suas pernas, uma forma nobre de se alocar numa cadeira que relembrava bastante o passado da ninja. Uma leve dor de cabeça afetou o inicio daquela conversa, eram notáveis para Amakusa os sinais do problema que sua imperatriz sofria, constantemente sendo afetada por falsas memórias. Uma conversa foi proposta, sendo clamada como negócios —— Amakusa, está tudo bem, pode ir —— diria, num tom de voz brando, pois realmente estava disposta a ouvir o que Ichirou teria a dizer.

Delicadamente devorava pouco a pouco do corpo humano em sua frente, deliciando-se com ele, fortalecendo e se renovando com os pedaços do corpo humano morto. Ouvia, de forma atenciosa, cada palavra dita pelo negociador, sua explicação breve sobre os negócios que realizava ali e uma suposta proposta que agradava os ouvidos da imperatriz —— Me parece algo interessante, mas teria minhas próprias exigências para isso —— diria a mulher, esbanjando seu charme de realeza enquanto limpava o sangue em seus lábios. Levantou-se, e de pé começou a caminhar pela sala, seus olhos eram penetrante e invadiam por inteiro os olhos de quem a encarasse, tornando-se vermelhos como sangues, comprovando sua linhagem.

—— Meu maior objetivo é reviver Assyria, quem sabe, caso aceite um dia realocar todo esse povo para lá, eu aceite sua proposta —— diria a mulher, pegando um ultimo dedo que restava daquele corpo e terminando de devorá-lo.

Considerações:

Kurosuna no Amakusa
黒砂コトミネ
— Chame do que quiser — Reclamou, fitando firmemente os olhos do homem que lhe perguntava. Amakusa não gostava de responder perguntas de terceiros, ainda mais quando questionavam-o diretamente. Seu orgulho não conseguia visualizar tal ato como complacente, visto que retirava o foco que sua imperatriz merecia, mesmo que momentaneamente. Respondeu com frieza, suspirando ao finalizar sua sentença, esperando que o foco em si rapidamente se extinguísse.

Seus passos lentos quase que silenciosos eram seguidos por seu tom de voz rouco e pouco carismático. — Com sua licença, Semirami-sama — Levantou da cadeira enquanto lançava sua capa ao lado, movendo-se após a permissão concedida por sua imperatriz. Não gostava daquela decisão, e por pouco ousou questionar a si mesmo se deveria deixar para trás traços de sua areia. Não! — Ordenou a si mesmo, serrando o punho direito, sem olhar para trás. Seguiu o caminho que lhe foi indicado, e pela primeira desde sua chegada na vila da cachoeira, faria algo sem estar acompanhado de sua imperatriz.

O cômodo encontrado era repleto de livros com conhecimentos diversos. Obviamente sua locomoção no local era limitada, visto que livros de diversos patamares de conhecimento estavam ao seu alcance. Sorriu, percebendo que não seria tão ruim quanto imaginara. — Obrigado, alteza! — Agradeceu em voz alta, porém à si mesmo, dedilhando as capas dos livros expostos pelas estantes que os suportavam. — A teoria da absorção — Exclamou ao encontrar o livro que lhe trazia curiosidade. Pegou-o com suas mãos, foleando rapidamente suas primeiras páginas, assim como visualizava a capa e contracapa. 

Considerações:

Ichirou, mais uma vez, mostrou-se não se intimidar com a moça, apenas a fitando, olho a olho. De qualquer forma, a conversa voltou por mais algum tempo.

— Como já disse, minha Senhorita, não tenho problemas algum com seus objetivos — Comentou, deixando explícito mais uma vez.
— Não pretendo impedi-la de nada — De fato, ele parecia não mentir, embora, seus planos ainda se mantivesse no escuro.
— De qualquer forma, se desejar, temos quartos extras por aqui, além de uma biblioteca que pode ser útil a você e ao rapaz — Comentou, levantando-se.
— Tenho algumas coisas a preparar, fiquem a vontade. Vou deixar meus homens sabendo quem vocês são. — Finalizou.

Bastava agora a Semiramis decidir oque deveria fazer a partir dali. Ainda tinha uma boa parte do corpo a alimentar-se, além de aprender um pouco junto à seu servo. De qualquer jeito, eram decisões que a moça deveria escolher a partir dali. Sem mais delongas, o rapaz sairá pela mesma porta que entrou, seguindo para longe daquele lugar e, deixando o casal livre para fazer o que viesse a sua mente.

Importante:

Washuu Semiramis
アッシリアの女帝
—— Temos um acordo, não vitalício, mas espero que pendure por bastante tempo —— respondia Semiramis, devorando mais uma parte do corpo em sua frente, era delicioso —— Conversamos depois —— complementou, com a saída do homem. Primeiro, a ninja trataria de devorar por inteiro aquele corpo, não deixando sequer um dedo passar, aproveitando-se por inteiro daquela saborosa carne. Logo após, resolveria que era hora de deixar acomodação, buscaria estudo, aprendizado, uma forma de evoluir suas capacidades, dessa forma não se permitiria, em momento algum, ficar para trás. Buscaria a biblioteca, e lá, junto a Amakusa, tentaria compreender mais a fundo sobre aquele misterioso e poderoso elemento, o Doton, mas somente se encontrasse, naquele acervo, um livro que explorasse tal assunto.

Considerações:

Kurosuna no Amakusa
黒砂コトミネ
Sua leitura continuou, aprendendo cada vez mais sobre aquela área tão pouco explorada pelos shinobis de Assyria. Jamais tivera ouvido falar daquele estilo de manipulação, e começou a perceber que poderia facilmente incorporar aquela arte em suas técnicas ou golpes. — Interessante... — Disse para si mesmo, passando mais algumas páginas do livro que lia. Aprendia um pouco mais sobre como aplicar e seus funcionamentos, aprendia até mesmo que seria uma tarefa pouco mais difícil fazer com que outros objetos adquirissem a mesma peculiaridade.

Assentiu com a cabeça enquanto observava sua imperatriz adentrar pela porta da pequena sala. Levantou-se e esperou sua ordem, porém foi presenteado com mais algum tempo de descanso. Voltou à leitura do livro que tanto o intrigava, enquanto sua alteza saía a procura de alguma obra que a fascinasse por entre as prateleiras empoeiradas.

Aquele tipo de técnica o seria útil considerando o teor de suas atuais habilidades, se conseguisse polir a absorção e alocar sua atuação à areia, suas habilidades evoluiriam consideravelmente. Finalmente começava a aprender algo que o ajudaria a ser mais útil à sua imperatriz, e provavelmente ajudaria-o a parar de considerar um fardo.
— Semiramis-sama... Perdoe o incomodo. A senhora já ouviu falar de Chakra Kyuin? — Perguntou à sua imperatriz, mostrando a capa do livro que segurava à ela.

Considerações:

Com o termino dos negócios de uma maneira um tanto quanto positiva a ambos os lados, também fora liberado aquele espaço e, provavelmente, grande parte do lugar para a dupla, bastando então, decidirem o que fariam a partir dali. Amakusa, já estudava a algum tempo, um estilo peculiar, baseando-se em destruir o chakra inimigo, mas não somente isto, como também, suga-lo. Uma técnica que poderia sim e, funcionaria, plenamente com o rapaz.

Quanto sua imperatriz, decidiu procurar algo que pudesse ajuda-la na dominação de seu elemento básico.

Importante: