O reforço chegou!

Era uma manhã de beleza atordoante em Kumogakure, todos os trabalhadores desempenhavam seus papéis e o vilarejo prosperava. O novo governo que havia assumido parecia estar trazendo algumas melhoras que já podiam ser sentidas, o anúncio de um Chunin Shiken foi feito e todos já haviam se inscrito; não tardaria para acontecer. Era em virtude disso que eu, um jovem Lee, dirigia-me para o campo de treinos; minha segunda casa. Havia passado tantas horas naquele lugar que já o conhecia como a palma da minha mão.

Ontem a noite, havia enviado uma carta para um recém conhecido, uma pessoa muito forte que esperava poder ajudar-me para me preparar para o aguardado exame Chunin. Naquele momento crítico, poucos dias antes das provas, um certo nervosismo me abatia. – Seria possível eu, um mero usuário de Taijutsu incapaz de usar qualquer outra técnica, forte o bastante para competir com todos os demais participantes?– pensei em voz alta, roendo a unha do dedão direito. – HAHAHAHA! – A risada extravagante estrondou pelos céus e um torpedo-humano chocou-se com a terra erguendo uma pequena nuvem de poeira. – Agora está tudo bem, Izuku-shounen! Por que? – All Might, como era chamado, fez uma pausa dramática com a palma aberta atrás de sua orelha, como se quisesse ouvir algo. – Porquê eu cheguei! – o sempre icônico Toshinori, seu nome real, era uma figura extremamente incomum e única no vilarejo da nuvem. Era conhecido por seus inúmeros feitos e por ser um poderoso ninja, extremamente hábil no Taijutsu.

– All Might-san! – Abri um grande sorriso ao ver que minha carta havia alcançado-o, com o convite para treinar-me naquela manhã. – Claro que viria, shounen. Não poderia deixar meu aluno numa furada! – Toshinori respondeu, com seu sorriso de orelha a orelha de sempre. – Eu li sua carta, rapaz, mas tens realmente certeza disso? Prosseguir a abrir mais portões pode lhe causar grandes danos ao corpo, o último deles causará sua morte! – All Might continuou a explicar sobre os oito portões, a técnica que ele havia me apresentado. Detalhe por detalhe de cada um dos portões que restava, mas mesmo depois da informação fatal que resguardava o oitavo portão, não recuei, mantive minha ideia de prosseguir o treinamento. – Sim! – Respondi, confiante de minha decisão.

útil:

Até o limite!

– HAHAHAHA! – All Might ouvira minha confirmação sem titubear, e estrondou outra risada repleta de orgulho de seu pupilo. Tomou uma certa distância de mim, cerca de dez metros, e armou uma posição de combate. – Muito bem, Izuku-shounen! Mostre-me do que é capaz. – o sempre sorridente All Might disse de maneira séria, sem perder o grande sorriso. A postura imponente de Toshinori e suas palavras exerceram certa pressão sobre mim, mas livrei-me dos pensamentos desnecessários e armei-me também. – Lá vou eu! – Zarpei num salto para frente, rodopiando enquanto mantinha-me com o corpo paralelo ao chão, o giro feito trouxe a chama avermelhada para minha perna. Mudei de postura rapidamente no ar e acometi um golpe violento de cima para baixo no topo da cabeça do grande homem a minha frente, usando o calcanhar como arma. All Might abriu um pouco mais as pernas para firmar sua base e ergueu um dos braços para bloquear o golpe de cima, afundando um pouco no chão com o impacto.

– Muito veloz, rapaz, mas será isso suficiente?! – disse o mestre, retribuindo o golpe com um cruzado com o punho livre, mirando minhas costelas. Minha força era quase igual à de Toshinori, pude sentir isso ao contra-golpear seu cruzado com uma cotovelada e assim anulando ambos os golpes. Eu ainda estava no ar, graças ao primeiro golpe que foi aparado, então ergui a segunda perna com uma bicuda diretamente no queixo de All Might, finalizando com uma cambalhota para trás até alcançar o chão outra vez. Com o rosto ainda erguido pelo golpe, All Might olhou-me com um instinto assassino de dar medo, mas rapidamente voltou para sua expressão simpática de sempre. – Vamos elevar esse combate a um novo nível, shounen! – foi com estas palavras que Toshinori rapidamente ativou três dos seus oito portões, todos de uma vez. Não tardei em acompanhá-lo. – Hachimon Tonkou! Seimon, Kai! – A aura esverdeada cobriu meu corpo e minha pele tornou-se avermelhada pelo fluxo sanguíneo acelerado.

A batalha reiniciou, socos e chutes, pontapés e cambalhotas, tudo em máxima velocidade e força. Somente o pisar de ambos os combatentes era suficiente para quebrar o chão onde tocado, e cada golpe defendido gerava uma onda de choque que empurrava tudo para longe. Meu limite estava próximo, arfante e muito exaurido, mas All Might não demonstrava o mesmo cansaço. – Como esperado de alguém que domina a técnica a mais tempo que eu... – disse, com um sorriso cansado. – HAHA! Izuku-shounen, supere seus limites. Sei que você é capaz, VÁ ALÉM. – Disse o mestre para o pupilo, esperando que ele revidasse e causasse uma reviravolta naquela luta. Eu havia estudado muito sobre aquela técnica, o bastante para saber os próximos portões e suas localizações. – Aqui vou eu, All Might-san! – Curvei-me para baixo com os músculos forçados ao extremo, anunciando a abertura do quarto portão. – Hachimon Tonkou! Shomon, Kai!

útil:

SHOMON!

O anúncio do quarto portão foi feito, e em seguida uma onda de energia foi liberada. A quarta trava do meu corpo havia sido destrancada, liberando para uso um grande poder. Sem falas ou declarações, outra vez a luta até então parada foi reiniciada com meu movimento; desapareci entre borrões pela alta velocidade e surgi bem em frente ao meu adversário no combate, dedicando a ele um potente soco que carregava consigo toda minha força disponível. Toshinori, que ainda não havia aberto o quarto portão, estava "para trás" e teve tempo somente de cruzar os braços e defender-se do primeiro golpe, mas uma onda avassaladora de outros socos veio, punhos dançavam como folhas e batiam tão forte quanto martelos, abrasando o corpo do mestre com inúmeras pancadas.

Mantendo a mesma postura, Toshinori não pôde evitar receber alguns golpes, mas defendeu a maioria. Tomando alguma distância depois de defender o último golpe e ser enviado para trás, o contra-ataque veio veloz. Uma disputa em grandes velocidades estava sendo travada entre mim e All Might, meros borrões no ar eram vistos por aqueles que olhassem de fora, mas para nós tudo era muito claro e nítido. Um verdadeiro duelo entre homens até a exaustão. – Aqui vou eu, All Might! – Gritei, girando até minha perna envolver-se em uma chama, característica do meu Diable Jambe que me fazia mover-me ainda mais rápido e atacar com golpes flamejantes.

O momento final, o clímax, veio quando ambos estávamos no ar para o golpe final, desgastados e cansados. As fibras do meu corpo doíam pelo uso excessivo, mas reuni forças para investir uma última vez naquele duelo, avançando com um chute voador direto que entrou em disputa com um dos poderosos socos de All Might e criou uma onda de choque que enviou ambos ao chão. Naquele momento todas as técnicas e estilos foram desativados, e um empate havia sido silenciosamente decretado. Mas Toshinori não havia usado todo seu poder, apenas quisera dar um pouco de confiança ao seu aluno. – HAHAHA! – All Might ergueu-se da cratera criada por sua queda, com aquela risada estrondosa. – Fizeste muito bem, shounen, acostumou seu corpo com o Shomon, use-o com sabedoria. Agora tenho de ir! Tenho pedicure marcada para agora! Adiós! – Como se nada houvesse acontecido, Toshinori partiu, como se lutar contra mim houvesse sido somente um "aquecimento". – Ainda sou muito fraco mesmo... – retruquei, sem entender nada sobre a resistência sobre-humana daquele shinobi.

Depois de um breve cochilo deitado no chão para recuperar as forças, parti para casa. – Que fome!

útil: