Vestia-se como uma verdadeira esquimó, galgando pelas ruas de Konohagakure ao deixar o cemitério. Motivada pelo poder, eufórica pela sua mais nova descoberta e confusa com tantas informações que dançavam em sua cadeira neural de modo único. Era uma garota inteligente e bastante racional, por isso os valores sociais pouco significavam, desde que seus objetivos fossem alcançados em algum determinado momento. A noite estava sendo bastante longa. Saiu do cemitério mas antes guardou o item obtido muito bem guardado, agora seu único pensamento era em quem seria feito o sacrifício para que sua técnica se concretizasse. As ruas estavam desertas, e provavelmente ainda faltavam cerca de duas horas para o sol nascer. Sequer haviam indícios que os raios luminosos surgiriam, dando inicio ao crepúsculo. Cruzou a rua e avistou a figura de uma garota de cabelos negros, andando em contraposição a onde estava. Nesse momento, um frio tocou-lhe no estomago embrulhando-o como uma folha de papel amassada. Sentiu uma angústia um tanto grande, mesclada com o desejo de concretizar aquela sua técnica. De fato, era a escolha certa a se fazer. A figura andava de costas para Nanadaime, andando calmamente seja lá para qual destino, mas em meio às ponderações da líder do vilarejo, o destino da pessoa alvejada para ser sacrificada haveria de mudar.

E que escolha teria? Alguém precisava ser sacrificado, para um bem maior. O bem de proteger o vilarejo com uma maior força, lhe permitindo voltar à vida ninjas poderosíssimos e controlá-los para defender e proteger a vila que tanto amava. Sua sede era inigualável. Era uma caçadora e o cervo estava bem a sua frente, bastava apenas pressionar o gatilho e ele cambalearia contra o chão, permitindo uma farta e deliciosa refeição, mas aquilo não seria prazeroso para a pequena e jovem Hokage. Na verdade, estava com receio de fazê-lo, visto que sabia que sua missão era proteger as pessoas de seu vilarejo. Mas em contraposição, sabia que o faria com maior eficácia se aquele cervo fosse abatido. E então tomou sua decisão.

Do momento em que cruzou aquela rua e avistou a pessoa andando em sentido contrário a sua posição, atentou-se para que o alvo não a escutasse, mas mesmo que o fizesse, tentaria não dar a ele chance de defender-se ante a sua velocidade suprema. Ergueu a destra para a espada que carregava em suas costas, e simultaneamente adentrou num espelho que surgiria em dez centímetros atras de si. Neste momento, o corpo da garota era parcialmente envolto em cristais gélidos, que aceleravam o deslize por suas fibras lhe concedendo uma velocidade ainda maior. Adentrou no plano bidimensional do espelho, e moveria-se para um segundo fazendo um movimento limpo e preciso em seu alvo. O novo espelho surgiria numa linha reta entre a posição inicial do espelho par que a dama do gelo adentrava. E então viajaria entre eles erguendo sua lâmina para não só cortar as pernas de seu alvo fora, como também ergueria uma segunda lâmina perpendicularmente à ponta da primeira para cortar também seu braço, visando deste modo incapacitá-lo de usar jutsus. Passaria rente à garota movendo sua lâmina principal horizontalmente na altura de suas pernas, usando de toda sua força e velocidade que treinou ao longo dos anos como uma shinobi da folha. A segunda lâmina perpendicular a primeira na ponta seria como um espinho, que seria responsável por rasgar a carne que juntava o braço com o ombro da garota a sua frente. Por bem, talvez ela sequer perceberia até que o ato fosse feito, dada tamanha velocidade que a cortadora encontrava-se.  

HP: 1425/1425
CH: 1787/1875
ST: 01/09

Considerações:

Suspirou, afagando seus pulmões e gerando uma nuvem de vapor perto da sua boca. A angustia que outrora sentiu agora lhe consumia por inteira. Seu primeiro movimento foi manipular seu gelo para consumir o corpo do rapaz integralmente, deixando para fora apenas seu pescoço e a cabeça. Correu para ao lado da cabeça, erguendo seu dedo indicador e médio para checar em sua veia do pescoço se a mesma continuava a bater, e não estavam. Sequer palpitavam fracamente, e a ânsia era muito grande por ter matado um de seu vilarejo sem que pudesse concretizar sua técnica como pretendeu. ── Eu... exagerei. ── Levantou, olhando para suas duas mãos. ── O... que fiz? ── E então deixou com que seu gelo tapasse também seu rosto e pescoço, para apagar as evidencias e guardar aquele corpo para futuros experimentos, manipulando-o consigo. Sabia que, pelo menos, seu DNA estaria a salvo. Aquela talvez teria sido a mais longa noite de sua vida, caminhou para a direção oposta daquela rua, buscando ir de encontro com seu gabinete. Não estava longe, mas para sua sorte a rua estava ainda tão deserta quanto seu estômago, que roncava implorando para ser alimentado.

HP: 1425/1425
CH: 1774/1875
ST: 00/09

Considerações: