Esses tempos estão longes de serem pacíficos, o que se vê por aqui é uma falsa sensação de conforto e segurança que acoberta levemente a agonia incessante, o desejo sombrio pelo conflito. Quem ganha com isso? Com certeza não sou. Não precisa-se de um motivo concreto para se iniciar a guerra, todo ser humano tem, escondido em seu subconsciente, uma vontade por essa, todos nós temos. Existe problema nisso? Gargalho quando penso na resposta, é óbvio que não, a guerra é o renascimento. Imagine uma civilização inteira pulverizada, reduzida até suas cinzas, nivelada. Eventualmente ela terá de crescer novamente, evoluir, se adaptar.

[...]

Esses tempos estão realmente difíceis, posso ser preguiçoso mas não preciso sair do meu lugar para pensar um pouco, posso fazer isso enquanto me encontro debruçado sobre a janela e espero o tempo passar. Cada vez que olho para fora uma atrocidade é cometida, ninjas sem nome, vindos de lugar nenhum, aparecem de vez em quando e ateiam fogo em edificações, assassinam ninjas do alto esquadrão. Ninguém toma responsabilidade pelos atos, isso é óbvio, adiantaria o inevitável. Mas parece que o inevitável tem data e hora, só não sabemos ao certo e é por isso que alguém deve fazer algo. Eu, por exemplo, faço tudo na medida do possível, impeço um assassinato ou outro, tento ajudar sempre que posso, tudo isso sem sair de minha casa.

[...]

Todo dia eu acordo e penso que tudo será diferente, a quem quero enganar? Não consigo nem a mim mesmo. Diante de toda situação criei para mim uma espécie de amigo imaginário, outra imagem de mim que existe somente dentro de minha cabeça, aquele com quem posso sempre discutir e argumentar. Toda vez que falo não sei se é ele que me responde ou se escuto apenas o eco de minha vez e enquanto isso o sangue nas ruas só aumenta, jorrando pelas calçadas e até chega a pintar as paredes.

[...]

Agora eles passaram dos limites: acordei com um simples barulho ecoando em minha janela , ouvia alguém falando do lado de fora do meu habitáculo:

- hey bela adormecida, acorde - Falava o desconhecido.

Olhava pela janela e julgava o aspeto do ser que quebrava meus sonhos e pensamentos , aparentava ser um shinobi tal como eu, cabelos loiros e compridos e um gorro horrível que nada condizia com suas vestes de kumogakure, resolvia então colocar meu vestes e receber o visitante que perturbava assim meu sono as 4 da matina.

- Oi , em que posso ajuda-lo ? - Falava eu.

- Alo meu nome é raito, vim enviado pelos meus superiores com uma missão para si miúdo. - Falava Raito enquanto delegava ao rapazinho um pergaminho com a missão.

- Então que local vai escolher ? - Jounin

- Bem , se há um traidor na nossa aldeia o melhor local será começar pelo centro da vila investigando, siga-me !

Desaparecia num abrir e fechar de olhos , ao longe notava que o jounin não me acompanhava , seria algo que tivesse feito ?

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A lua estava alta em Kumo, como de costume, chegava ao centro e  tomava meu café devido a insônia do sono, era doce e forte. Olhava em meu redor procurando o possível suspeito , as horas que eram o movimento começava a ser imenso devido aos mercadores que se preparavam para abrir suas lojas , e pessoas que iriam para seus trabalhos além que num domingo era um óptimo dia de vendas.

[...]

Notava ao longe um ser com uma bandana da vila , cabelo apanhado tanto igual ou semelhante ao meu ídolo Zlatan com um ar que carregava nervos , o mesmo não possuía  qualquer tipo de uniformes apenas a bandana que o identificava como shinobi na nossa aldeia , resolvi me aproximar lentamente misturando-me através da multidão para tentar investigar o homem mais um pouco. Andava sem rumo e de maneira pouco suspeita estava agora a uns meros metros do homem cujo os nervos só pioravam com o passar do tempo, olhava seriamente para seu rosto que agora possuíam pequenas gotículas de suor descendo por sua face , resolvia então tomar uma medida e abordar o mesmo para meu espanto quando tentava minha investida o homem começava fugindo mesmo antes de ser abordado.

[...]

O que deveria ser uma simples investigação e captura , passaria agora a uma perseguição até que....Raito me barrava passagem no momento em que me preparava para perseguir o shinobi em fuga , qual seria sua intenção ?

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Os dois anos após o evento de graduação Chuunin foram bem simples, no qual pude realizar missões mais tranquilas e treinar meu corpo e mente. Minha fixação por buscar o chakra dos deuses era cada vez maior, com a medida de que os boatos de ser apenas uma lenda eram quebrados aos poucos. Eu queria ir para fora e investigar aquilo melhor, mas eu tinha que estar mais forte. Treinamentos intensivos corporais e mentais, desenvolvimento de novas habilidades e aprimoramento no uso do ninjutsu estavam fortemente presentes em meus dias.

Aqueles dois anos se passaram tão rápido que pareciam apenas poucos meses. Eu havia melhorado bastante desde aquele tempo e estava preparado para realizar missões mais difíceis e treinar para buscar cada vez mais a perfeição. Era isso que eu fazia hoje até estar constantemente interrompido pelo jounin que me tinha entregue a missão de capturar um traidor, quais seriam suas intenções e objetivos ?

- então carinha, sou novo na cidade, me tornei jounin por conta de meus feitos no interior, cheguei faz duas semanas – dizia com um sorriso alegre no rosto. – eu sou meio leigo então poderia me ajudar na academia? Preciso arrumar uma coisas lá porem estou deveras perdido. - Falava o jounin para mim.

- Meu amigo você está interrompendo minhas acções porque motivo ? Cada vez me parece mais suspeito , justifique o porquê !


Iamos caminhando entre alguns shinobis da vila sem rumo algum ainda .

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Minutos se passavam e apenas o silêncio permanecia, o jounin cada vez a meu ver mais suspeito mantendo um sorriso sádico em seu rosto ou até mesmo um sorriso bobo. Algo nesta história não se enquadrava bem , sua atitude para já era de suspeitar não podia deixar cair numa armadilha simples, até que o inesperado acontece, no ar em questão de segundos ficava a ressonância do metal cortando o ar, enquanto que eu pulava para trás e analisava o cenário.

[...]

- Que raio vêm a ser isto? Você é anbu quais suas intenções exijo ter algum tipo de justificação. - Mantinha meu olhar sério no anbu.

Meu antigo suspeito digamos que talvez tenha tirado conclusões precipitadas ou até mesmo que minhas suspeitas estavam corretas só agora é que poderia saber.

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Ambiente tenso no local não conseguia distinguir amigo de Inimigo seria isto uma jogada de 2 gumes , ou será que raito era mesmo inocente? Tinha que deixar o ambiente desenvolver mas um pouco para retirar minhas conclusões.

-Cale se pirralho - Falava um anbu no tom sério.

Aparentemente raito era culpado de algo ou talvez um engano sei que o clima cada vez ficava mais pesado , o vento era forte no local sendo outono havia folhas por todo o lado voando a aquelas horas da manhã. Notava um barulho de roupas voando ao ritmo do vento nas minhas costas e ao Olhar para trás no meu espanto notava uma bola de fogo voando em minha direção.

Resolvia então apenas me defender não contra atacando de maneira a não causar distúrbios e possíveis conclusões precipitadas. Fazia os selos rapidamente e tentava de imediato extinguir a bola de fogo que vinha em minha direção lembrava me que suiton ganha a katon e no qual eu tinha bastante afinidade no seu controlo.


Após estes movimentos resolvi apelar novamente:

- Vamos todos ter calma, ambos todos aqui são considerados de alguma forma meus superiores não posso em bom senso algum atacarvos com risco de ser punido. Acho que mereço algum tipo de explicação.

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Algo não estava correto neste cenário, um jounin, um anbu e agora uma mulher desconhecida mas que raio estava eu envolvido porém o diálogo rolava.

-O rapaz tem razão, porque você está perseguindo ele? – Perguntou a mulher redirecionando a fala para o ANBU.

- Recebi ordens, isso é o que importa – retrucou

- mas o que eu fiz? – raito se prontifica

Novamente os nervos se intensificavam e a mulher jogava outra bola de fogo desta vez seu alvo era na direção do anbu e de raito, resolvia fazendo uso de minha agilidade e ninjutsu recorrer mais uma vez a minha parede de água para anular as hostilidades, notava que eram jogadas 3 kunais nas quais usando minha kunais na mão direita tentava anular seu trajeto.

- Vou apelar novamente ao diálogo, acalmem se estão a pôr em risco a vida dos civis em redor, além que se andamos a procura do traidor, esta confusão só irá impedir nossos esforços e atrasar o processo.

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O tempo tornava-se mais frio, tinha atingido meu limite está história ficaria resolvido de imediato missões falhadas não iriam ser meu jeito ninja , sabia que não era obrigado a matar ninguém mas alguém dos 3 teria que ser levado a justiça.

[...]

Novamente o diálogo se iniciava mas rapidamente o ambiente azedava novamente, seguido por uma confirmação de raito, falando que era ele o traidor rindo com um sorriso sádico.

Fazia novamente os selos para anular a técnica de fogo, aparentemente raito também era usuário de katon e de seguida usando minha velocidade e agilidade tentava nocautear o mesmo , mantendo minha atenção no anbu na mesma.

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É complicado dizer, como um ex-genin, o que seria o melhor caminho a se tomar em momento de crise. Pouco foram os momentos de crise, de fato, que tivera em minha vida. Isso se os momentos mais críticos não foram causados por mim mesmo. Este era um momento para o qual não estava preparado , uma missão nova um novo desafio e juntamente com uma grande confusão a mistura, raito seguia fugindo a grande velocidade seguido pelo o anbu a mulher me acompanhava e tudo deixava de fazer sentido. Nossa perseguição terminava no recinto da academia , no teto de uma casa, observava o andamento da vila, estava sentado em posição de lótus. Fiquei ali naquele lugar sem dizer nada, era bela a forma como os outros apenas viviam sua vida, mesmo após coisas ruins acontecerem. Sorri. Meus pensamentos eram levianos, ninguém de fato está cem por cento bem. As pessoas são boas em fingir.

[...]

Voltava então a relembrar todos os acontecimentos e escutava a conversa dos 3 possíveis suspeitos:

- sobre as suspeitas de achar o traidor, o espião infiltrado – apontou sua espada para o ANBU- ele é quem procuras – raito tinha confiança nas suas palavras.

- eu recebi ordens de elimina-lo – a insistência do ANBU era nítida

- e se o ANBU estiver certo? – levantou-se o organizador. – você é o traidor – apontou a espada para raito. – ele esta sob meu comando – ria de forma maléfica.

Meu cérebro dava então o famoso click ou luz ao fundo do túnel como quiser lhe chamar, fazia apenas um selo e tentava aprisionar os 3 suspeitos de forma a terminar este problema uma vez por todas. Alcançava o anbu e pronunciava as famosa palavra Kai para o liberar então do genjutsu e tentar então perceber se o problema seria resolvido pela versão do anbu.

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  As suspeitas desde o inicio que estavam corretas , raito era de fato o traidor da vila . Restava apenas descobrir os seus motivos e arranjar maneira de resolver esta infeliz situação no entanto pensava em tomar um belo duche para relaxar ,a água escorrendo por todo o corpo, o prazer que sentia com o contato da água quente em meu corpo frio sentia saudades dessa sensação.


- Raito se entregue chega !!!

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  Olhava de um lado a outro, tentando sempre analisar tudo da forma mais minuciosa possível. Não poderia manter a mesma confiança naquilo que me diziam, ainda mais perante aquilo já mencionado anteriormente.

Andei uns passos, não sabia bem ao certo, mas sentia uma certa desorientação em minha mente. Os passos pareciam não me levar a qualquer lugar. Tudo ali parecia em completa ordem, porém ainda sim alguma coisa parecia clamar por mudança. Selvagem como sempre fora, resolvi confiar um pouco em meus instintos e deixar-me levar pelo momento e escutar. Logicamente, tudo o que sabia até agora era um certo clima de estranheza e desconfiança, então alguma coisa poderia estar mexendo com minha mente também. A primeira hipótese plausível foi a de raito, no entanto tudo caiu por terra neste exato momento.

-garoto, raito, não... - Anbu

Era tudo o que o anbu conseguiria pronunciar além de arremessar uma kunai que nem chegava perto do organizador, os meus instintos diziam me que desde o inicio que sempre estive errado, só agora é que entendi. O Homem que tinha mandados ambos nesta missão era de fato o traidor tentando transmitir as culpas para raito e com certeza sumindo após a prisão dele.

- Se entregue senhor , já descobri tudo!... manipular pessoas através das sombras foi algo que ninjas de outra época faziam e lhe garanto que não vai acabar bem para você se decidir me enfrentar !

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