Teria se passado alguns dias que eu havia aprendido uma técnica esplêndida com um mestre muito gentil. Eu dominava agora algo único e que certamente faria minha irmãzinha vibrar de empolgação. Minha mãe teria gostado muito do que eu havia aprendido. Que era muito bonito tudo que eu criava através do papel, sem precisar mover um dedo para criar os tais origamis. Estava contente de que a fiz feliz de tal maneira. Não é todo mundo que consegue realizar tal feito e ela sentia que seu filho, no caso eu, estaria evoluindo a própria maneira e adquirido algo exclusivo, como se eu estivesse ficando importante no vilarejo. Coisa que ainda não era uma realidade. Um total e completo desconhecido vindo de Kiri, que se instaurou em Kumo no passado, por trágicos acontecimentos. Enfim, isso tudo não se remete ao meu presente no momento. Mas me alegrava poder saber que minha mãe estava animada com isso. Era um estimulante da qual eu necessitava.

Enfim, como sempre, o sol ia se erguendo sob Kumo em pouco menos de 1 hora. Eu já estaria acordado, como de costume e comia minha refeição matutina, antes de precisar sair de casa, para o meu treino diário. Enxia bem a pança e não me demorava para sair. Hoje, estranhamente meu lobo estava lá bem cansadão e lá deixei dormindo. Fui correndo pela vila e avançando velozmente. Sempre fazia isso, para desbravar novos limites. Mas não era fácil, uma vez que eu sentia que não tinha muita aptidão física. Contudo, eu era um exímio usuário de ninjutsu.

Fui correndo pela vila e passava pelo alegre senhor que contava todo dia a mesma piada mentirosa e eu passava rindo, como sempre. Fui correndo mais e mais e logo chegava ao setor em que a maioria dos ninjas costumavam treinar. Ao encerrar o saudável treino de corrida matinal, eu sentia que precisava relaxar os nervos, e nada melhor que um treino físico intenso. Fui logo até algum lugar mais reservado com pedras e tocos de madeira para treino e fiquei de frente para uma rocha que parecia bem resistente.

Chegando na pedra, eu respirei bem fundo enquanto tentava ao máximo desocupar a minha mente de assuntos impertinentes e de coisas que não iriam me ajudar em nada, e sim a atrapalhar. Tendo o feito, estipulei o número máximo de golpes, aos quais eu poderia efetuar sem ficar num cansaço crítico, na qual eu na verdade não sabia qual era. Sendo assim, eu relaxei mais. Dessa forma eu podia ficar mais confiante.

Sem perder o rumo das coisas. Eu passei a iniciar as minhas ações, assumindo um posicionamento padrão de usuário iniciante de taijutsu, que consistia em manter um bom espaçamento de uma perna para a outra, além de erguer a mão direita, deixando-a fechada, mantendo a palma desta mão virada de lado para meu outro braço, com certo recuo, rende ao ombro. Enquanto meu punho esquerdo estaria mais avançado, posicionado a pouco mais a frente que o punho direito. Seria o membro para calcular espaçamento para golpes e também para realizar pequenos golpes, afim de distrair um possível oponente. Uma vez estabelecida essa posição, eu partia para o ataque.

Socando com meu braço esquerdo, fechando o punho, e em seguida desferindo um soco firme, sem nenhuma gracinha ou algo do gênero, e sim mantendo a seriedade. Depois de feito, eu esperava um pequeno espaço de tempo para prosseguir, e quando a espera a acabou, eu desferia um novo soco, porém, desta vez com o punho direito, acertando com muita força a parte que seria o tórax da pedra. E por último, para finalizar, eu voltava a golpear usando o punho esquerdo, mantendo a mesma serenidade e sincronia de antes, batendo com força na ‘’barriga’’ da pedra. Após tê-los feito, eu voltava a descansar, mantendo-me de pé, mas focado agora na madeira de treino. Talvez até desse para eu tentar alguns golpes bem poderosos na rocha, todavia seria muito arriscado, pois eu poderia acabar me ferindo inutilmente e ainda não era o momento certo de dar o sangue no treino, apenas o suor. Seria como transpor a linha tênue do saudável para o prejudicial.

Indo a passos lentos, medindo minha distância, para a tora de madeira fincada no solo, eu encarava o topo da mesma, como se fosse um oponente vivo. Ia circulando pela minha direita e me aproximava cada vez mais. Ao chegar perto, eu calculava a distancia com o braço esquerdo e no momento certo, eu alternava de braço, golpeando agora com com um cruzado de direita. A pancada foi forte o suficiente para estalar uns dedos da mão. Pude sentir um certo ardor, mas era algo irrelevante e eu aguentava.

Continuando meu movimento circular, eu saltava para trás e em uma breve disparada com um impulso rápido, eu chegava perto do alvo. Entretanto, eu agora utilizava meus pés, avançava a perna direita, no meio do tronco e com um chute forte, eu sentia a canela, fazendo uma cara de dor. Para aliviar, eu mudava meu foco, e pensava na sequencias de golpes que eu poderia fazer. Sem sair do lugar, eu girava meu corpo para trás, erguendo agora a perna direita, em um chute giratório, acertando o topo da madeira. Em um oponente real, o ataque acertaria a região da nuca, provavelmente.

Me posturei após os dois chutes e comecei uma rajada de socos medianos, porém velozes. A ideia era manter um padrão consistente de murros na madeira. De forma bem alinhada e precisa. Procurava sempre acertar o mesmo local. A cada dez socos, eu realizava um chute. Alternando a perna a cada vez que precisava chutar.

Chegou um momento na qual eu estaria começando a ficar exausto e logo mais meu ritmo caia bastante. Percebia que haviam passado já algumas horas e era um bom momento para realizar um lanche. Encerrei o treino por ali e fui me retirando do local.


Considerações:
- 2 pontos em Taijutsu