Era cedo, muito cedo, quando eu começava a sentir as primeiras sensações de estar acordando. Como um cego, as pessoas as vezes devem se questionar, como um cego sabe que está acordado. Bom... Simplesmente acordamos como todo mundo, apenas não vemos nada ao abrir nossas pálpebras. E não, não existe o breu ou o preto ao não se ver nada, pois ainda sim a escuridão é uma tonalidade, e nem mesmo ela enxergamos. Pude ter a privilegio de um dia enxergar e sei como são as cores. Contudo, tudo que tenho agora em minha mente, são nada mais que lembranças. O restante, são apenas sensações e costumes. Coisas do meu dia a dia ou captações de meus instintos naturais.

Mas como eu dizia, já era bem cedo e logo mais o sol estaria a nascer. Acordei muito cedo, como de costume. Me levantei indo ao banheiro e limpando as remelas dos olhos. Fazia toda minha higienização e logo mais eu ia me vestir com roupas que gostava. Ia a cozinha por volta das 5:10 da manhã. Estava escuro e silencioso. Minha mãe dormia em paz, depois de umas longas horas de trabalho noturno. Eu comia e algumas frutas e bebia uma bebida quente e refigurante, que estimulava meus exercícios matutinos. Terminava de comer e espera a comida descer um pouco. Todavia, eu tinha meus momentos de impulsividade e apenas ia guardando tudo que eu teria consumido por ali e uma vez organizado tudo, eu retornava até meu quarto, afim de pegar alguns aparatos ninjas.

Fui saindo de casa. Trancava a porta adequadamente e sem fazer barulho. Além de minha mãe, havia um senhor de idade ao lado, um tanto rabugento, mas um homem decente, embora eu o sempre pegasse voltando tarde da noite, com um nível de embriaguez, além do comum para qualquer ser humano. Ele acredita que eu iria denuncia-lo a sua esposa, mas eu de fato não precisava disso. Ela conhecia bem o sujeito com que casou. Olhei para os lados e procurava por meu companheiro lupino.

— Frozen!

Não demorou, e o fiel amigo, estava saindo de trás dos fundos da casa. Me abaixava para recepciona-lo.

— Meu garoto...

Dizia, enquanto eu acariciava seu pelo, na região do topo da cabeça e deslizando até suas costas, por até duas vezes. Lhe dava um pedacinho de comida e o convidava para uma rotineira corrida.

— Vamos Frozen!

Ia me virando e caminhando em uma direção qualquer. Normalmente eu dava uma volta em Kumogakure e descansava. Comecei então a caminhar para ir aquecendo meu corpo e ativando meus músculos. Frozen ficava ainda pra trás, terminando de comer sua guloseima. Mas em coisa de dez segundos, ele já terminava de dar suas últimas mordidas e logo saltitava ao meu encalço, e me acompanhando pelo caminho.

Após andar por um minuto, comecei a acelerar meus passos e caminhar em uma velocidade de 2 m/s, o que da entorno de 7,2 km/h. O ritmo andando é apressado e nessa velocidade, percorro 2 metros em 1 segundo com facilidade. Mas meu trajeto só esta começando. Eu começo a trotar, aumentando a minha velocidade para exatos 10km/h. Vou trotanto com meu amigo peludo ao lado me acompanhando no mesmo ritmo. Sinto o vendo percorrer entre meus cabelos e a brisa sutilmente refrescar minhas mãos que vão cortando e criando um vácuo atrás de mim.

Mas ainda estou insatisfeito, começo a correr mais rapidamente. Aumento para 5 m/s, que são equivalente a 18 km/h. Em outras palavras, estou correndo bem rápido, mas ainda não sentindo o desgaste, pois até um um sedentário aguentaria alcançar essa velocidade e mante-la por alguns segundos. Contudo, eu permaneço correndo assim por um bom tempo, mantendo um ritmo gostoso e aproveitando a paisagem. Logo dava 5:30 e o sol parecia ameaçar de surgir. Em breve eu estaria no ponto que eu gostava de estar, quando ele nascesse, mas aparentemente faltava muito até o ponto.

Comecei a forçar mais minha velocidade, subindo para 8 m/s. Tal velocidade, que apenas poucas pessoas normais conseguiriam atingir. Na verdade, apenas atletas e shinobis. Meu corpo começava a sentir o desgaste do esforço e o suor já estava percorrendo a algum tempo. Meu corpo todo estava em um ritmo frenético. Meus músculos todos trabalhavam perfeitamente. Minha respiração eu tentava controlar, mantendo um fluxo respiratório adequado para a atividade. Meu lobo se divertia e passava a minha frente. Podia sentir ele faze-lo através de meus instintos e seus passos audíveis para mim.

Eu me empenhava cada vez mais. Concentrava meu chakra naquele instante e o deixava se alastrar por todo meu corpo, percorrendo cada via do canal de chakra e seus tenketsus. Meus portões se preenchiam bastante com a energia e eu começava a seguir a minha velocidade máxima de 10 m/s, que dava exatos 36 km/h. Conseguia até mesmo alcançar meu camarada lupino e acompanha-lo naquela corrida. Eu sentia os primeiros de raios solares atingir meu rosto. Era morno e aconchegante. Mantinha o movimento. Alguns aldeões que saiam para seus trabalhos naquele horário, já contavam com minha passagem e eu podia contar com a piadinha de sempre.

— HEY! GAROTO! CUIDADO COM O TRONCO!

Eu ria como sempre, sem o mesmo ver e fingia saltar de um tronco e notava ele rindo, achando que havia pregado uma peça. Em poucos instantes eu sumia dali e o trabalhador seguia seu rumo e eu o meu. Meu folego começava a cair e eu demonstrava extremo cansaço. Mas me mantinha firme o máximo que dava. Conhecia o percurso perfeitamente e nunca tinha desistido nunca de chegar no final a toda velocidade.

Logo, eu podia ouvir o som do riacho. Estava finalmente chegando aonde queria. Eu avançava até o local. Ao chegar, sentia o primeiro passo na grama macia e o som do peixe pulando para fora d'guá e uma ave piar com fome para sua mãe. Eu ia reduzindo minha velocidade e para com os joelhos semi flexionados diante a corrente da água. Respirava fundo e recuperava meu fôlego. Puxava bastante ar pelas narinas e soltava pela boca. Inspirando bem e oxigenando todo meu corpo, para que eu não ficasse tonto. Após me recuperar um pouco, eu me ajoelhava e formado uma concha com ambas as mãos, eu pegava água e trazia até minha boca, bebendo tudo e coletando mais. Frozen ia até a beirada e bebia direto da margem.

— Foi uma ótima corrida, amigo. Um dia lhe vencerei.

Ele me olhava e dava um uivo em resposta. Parava de beber água e sentia o calor tomar conta do meu corpo, e em uma árvore eu me encostava sentado com meu lobo deitado com a cabeça apoiada no meu colo. E assim, meu treino diário se encerrava e eu podia descansar um pouco ali, para depois retornar até minha casa.


Considerações:
- 1139 palavras.
- 2 pontos trainados para estamina.