La puissance vient seulement

avec persévérance et effort

Se não fosse pela temperatura abaixo da média, proveniente da estação anual, poucas pessoas seriam capazes de distinguir o dia de um verão ou primavera, por exemplo. Eu trajava uma jaqueta totalmente preta, se não fosse por um símbolo branco em forma esférica, com duas bolas vermelhas no centro. Além de ser o símbolo do clã Kaguya, também eram marcas de nascença que eu tinha em minha testa, desde que eu me conheço por gente. Caminhava a passos vagarosos, como um indivíduo sem rumo, deixando que minhas pernas me levassem aonde bem desejassem, como se estivessem trabalhando de forma automática. Havia poucas pessoas andando pelas ruas do vilarejo: mercadores abrindo seus pequenos comércios, crianças brincando de "pique-pega dos ninjas" e é claro, eu: um garoto ranzinza que não abria a boca sequer para cumprimentar acenos de mão direcionados à mim. - Merda.. Finjam que eu não existo.. - murmurava, sem variar em meus passos constantes e demorados. " Que novidade" pensei, dando fortes socos em minhas pernas, além de não demonstrar nenhuma surpresa ao fato de eu ter caminhado ao Campo de Treinamento quase que instintivamente, se eu não estivesse ciente de meus passos durante o tempo todo. Me movi até um pequeno banquinho de madeira,que no momento não estava sendo utilizado, e deixei minha jaqueta preta recostando sobre a mesa. Agora, a única coisa que eu vestia, além das calças, sandálias e cueca, era uma regata escura, que estava se mantendo "escondida" perante o casaco.

- Cacete, acho que tenho que ficar mais rápido. - falei, dobrando as pernas para alongá-las. Fui até um local espaçoso, um dos poucos iluminados pela impotência do Sol em tão estação. Me portei em posição de corrida: dobrei os joelhos, apoiei a mão no chão, à frente do corpo. Simulei um som de tiro imaginário feito pela minha mente, e saí em disparada pelo local de treinamento, correndo de maneira incessante, com ambos os braços atrás do corpo de forma a me dar maior aceleração, independente da falta de equilíbrio que a posição trazia consigo. No momento em que comecei o treino, eu tinha certeza de que me movia a exatos dez metros por segundos, e teria que fazer o possível(além do impossível) para aumentar esse número. De acordo com o ditado popular, eu estava suando feito um porco, além de exalar odores horríveis. "Espero que esse treinamento esteja...funcionando." pensei, sem forças sequer para falar, como se um deserto tivesse se apoderado da minha garganta. Longas horas se passaram, minhas pernas não doíam, assim como o resto de meu corpo. "Não sentir dor é realmente do caralho.". Contudo,  eu não pude deixar de sentir algumas contrações musculares e formigamentos. Não era de todo ruim. Afinal, eu havia sido finalmente capaz de aumentar minha velocidade.

Uma pessoa normal provavelmente pararia de treinar assim que atingisse seus limites. Pois bem, eu tenho uma surpresinha: eu sou o único filho da puta capaz de me impôr limites, caso não tenha percebido. Mesmo após ser "agraciado" com uma melhora significativa em minha velocidade, eu não pararia de treinar por nada, ainda mais agora que estava no clima. O meu próximo passo seria treinar uma das três artes ninja: o Taijutsu. Eu acredito fielmente que a força do meu clã é devido à Kekkei Genkai Shikotsumyaku ser considerado, por algumas pessoas, a "habilidade suprema do taijutsu". E que mal teria masterizar uma arte ninja complementar à minha Kekkei Genkai? - Não vou "dançar" contra a merda de um boneco de treinamento. - falei, fazendo referência às " Cinco Dancas Kaguya", enquanto me posicionava em frente a um boneco de madeira. Abri ambas as mãos à frente do corpo, e ossos pontiagudos começaram a emergir na altura do punho. Os ossos permaneceram "parados", como se fossem lâminas presas à minha munheca.

Sem tardar, comecei a golpear o boneco, efetuando golpes cortantes(como uma espada) com ambas as mãos. Não que fosse uma surpresa, mas a madeira cedia consideravelmente aos meus ossos. Além de golpear o boneco, eu efetuava um acelerado trabalho com os pés, vulgo "footwork", nunca me mantendo parado após golpear uma região. Puta merda..Como eu me sentia bem golpeando aquele boneco! Por mais que meu corpo ficasse cansado, eu não parava de bater, recuperando forças ao saber que à minha frente poderia estar um inimigo, implorando pela própria miserável vida. - Morra, hahaha! - falava, aplicando inúmeros golpes em uma região que deveria ser o pescoço do homem. Com um "estalar", o pescoço do boneco quebrou, começando a rolar no chão, campo de treinamento afora. - Essas merdas velhas.. Se tivessem sido compradas a menos de dez anos, estariam durando bem.. - disse, quase ignorando o fato de que meus ossos eram duros como aço. Como o único boneco de treino "completo" havia perdido a cabeça poucos momentos antes, eu percebi que já tinha treinado o suficiente. O Sol no céu já estava mais forte, indicando que eram aproximadamente meio-dia. "Tô com fome."pensei, pegando a minha jaqueta que estava repousando no banquinho. Por estar suado, eu sequer a vesti: carreguei-a em meu ombro durante todo o trajeto. - Eu vou precisar lavar essas merdas fedorentas. - falei, tampando as narinas com os dedos polegar e indicador da mão direita. Tudo indicava que o treino havia sido excepcional, e que eu seria capaz de ver minha evolução assim que entrasse em futuras batalhas. Bem, isso só o tempo pode dizer, não é mesmo?

Thanks Akacchi