Era uma enorme esforço a simples ação de estar em pé, me faltava equilíbrio e um simples incômodo dava lugar a uma queimacao sem fim. Era como se minha perna fosse envolvida em chamas, para mim era quase impossível mate-la em contato com o chão. --parece que dessa vez estou pagando muito caro pelo poder que tanto procuro-- murmurei em um tom baixo.

Apesar dos ventos agradáveis de outono, meu corpo suava como nunca antes, algo que não é comum para um ninja de sunagakure. Pouco a pouco meu sangue começa a "ferver", sem motivo aparente minha mente começa a ser dominada por uma fúria incomparável, eu sentia um forte desejo de destruição.

Aos poucos eu começo a ser dominado pela raiva, socos São desferidos contra a parede de uma casa simples ali perto, eu sequer me importava se eu a destruisse. -- o que está acontecendo comigo? Eu não sou assim-- exclamei, enquanto me lembrava da minha verdadeira natureza, calma e preguiçosa.

--alguma coisa está acontecendo comigo... Não posso me permitir perder o controle-- conclui com meu alto intelecto. Rapidamente busquei me concentrar em minhas lembranças quando criança afim de me deixar calmo e controlar aquela raiva. Eu me lembrava de quando eu corria pelas ruas de sunagakure quando eu era criança, sem preocupações com a vida, as comidas pareciam até ser mais gostosas do que São hoje. Essas lembranças me fazem ter um leve sorriso no rosto.

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Minha tentativa patética de superar a raiva que crescia dentro de mim foi completamente falha. Pouco a pouco o incômodo dava lugar a uma dor extrema que se espalhava desde minha perna esquerda até meu abdômen, os músculos se endureceram e sem como poder reagir eu cai sobre o chão daquele lugar.

A dor transpassava minhas carnes como centenas de agulhas feitas de fogo, o que me fazia pensar o por que de agulhas? Logo elas que me causam medo desde a infância. --droga!-- disse ao perceber que a raiva me dominava, o mais engraçado é que apesar da situação a sensação das agulhas rompendo minha carne desencadeou lembranças em minha cabeça.

Minhas memórias me levaram, mais uma vez, ao tempo da minha infância. Mas precisamente quando eu tinha apenas cinco anos e fui encontrado pelo meu mestre, a quem eu devo chamar de pai. Pouco a pouco as lembranças evoluíram me fazendo recordar os primeiros dias na casa do meu "pai", como sempre fui e ainda sou eu permanecia desmotivado e quieto tudo que era me apresentado eu achava simplesmente chato.

Não importava que tipo de brinquedo, ou qualquer outra coisa que me era dado me dispertava interesse. Até que certo dia meu mestre/pai me inseriu na arte das marionetes, de início eu não gostava afinal que graça teria apenas controlar uma marionete para fazê-la da saltos e fazer brincadeiras? Como tudo que me foi apresentado anteriormente seria apenas mais uma coisa chata, no entanto meu pai percebendo meu desinteresse decidiu me mostrar o processo "mágico" de criar as marionetes.

Foi apartir desse momento que eu percebe qual era o meu propósito de vida, ser um construtor de marionetes. O processo de construção era relativamente fácil, tratava-se apenas de escupir pedaços de madeira para formar membros e um tronco, em seguida uni-los com pedaços de arames. E foi assim que eu fiz minha primeira marionete.

Estas lembranças me acalmaram um pouco, afinal é a coisa que eu mais gosto de fazer e ainda lembrar da primeira marionete que fiz junto com meu pai, chegava até a ser emocionante. --é pai, muito tempo se passou desde aquela pequena marionete de madeira... E hoje sou um mestre nessa arte-- disse enquanto pensava nas inúmeras marionetes que ja fiz, e suas lembranças me davam um conforto.

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Quase sem que eu percebece a dor diminuiu, agora permanecia apenas em minha perna e um incômodo no estômago. De alguma maneira as emoções daquelas lembranças me ajudaram a controlar aquela raiva dentro de mim, porém eu ainda não possuía total controle. Era como se eu fosse prisioneiro em meu próprio corpo.

Ciente de minha incapacidade física, percebi que só restava uma opção "quando se domina o inimigo no interior, o inimigo no exterior não pode te ferir... Ja dizia o sábio" pensei rapidamente enquanto conclui que para dominar aquela situação devo primeiro controlar meu interior.

Com muito esforço tendo me erguer e assumir uma posição sentado, embora a posição de Lotus seria impossível naquele momento. Em seguida meus olhos foram fechados e pouco a pouco busquei me concentrar no meu interior, no mais profundo de minha mente. Creio que não será uma tarefa fácil, mesmo pra mim e toda minha genialidade.

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Acho que sentar-se não foi uma boa idéia, nessa posição a dor era insuportável mesmo pra mim um ANBU treinado para supera-la. Minha perna permanecia rígida, eu sequer podia move-la ou controla-la. A dor atrapalhava minha concentração, mas eu não poderia desistir. Com um simples movimento deitei-me novamente sobre o chão afim de apaziguar um pouco aquele incômodo.

Eu tentava o máximo me concentrar, porém a dor e o incômodo me atrapalhava. Aquela situação desencadeou lembranças em minha mente, não sei porque mas parece que aquela dor estava intimamente relacionada a minhas emoções, como visto quando controlei a raiva anteriormente. As lembranças que vinham em minha mente me recordavam os treinamentos que tive com meu pai adotivo.

Desde cedo ele decidiu me treinar afim de que eu me torna-se um ninja poderoso, ou pelo menos pudesse me defender. As imagens passavam como um filme em minha cabeça me levando até um dos meus primeiros treinamentos na arte das marionetes.

Logo após a criação da minha primeira marionete meu "pai" me levou para um oásis fora de sunagakure para me ensinar a controlar minha recente criação. De início era muito difícil criar linhas de chakra apartir de meus dedos pois necessitavam de um controle que eu não tinha. Foi nesse momento que meu pai me ensinou a meditar para que eu pudesse controlar minhas emoções e meu chakra, ele me disse que o foco principal da meditação está na respiração.

Lembrando-me das palavras de meu pai comecei a focar em minha respiração, primeiramente inspirando com o nariz e em seguida espirando com a boca de forma demorada e lenta afim de me manter calmo. Pouco a pouco eu ia controlando minha respiração e tentava focar em minha pulsacao para que ela permanecesse calma afim de poder minimizar o imcomodo e enfim concentrar-me em meu interior.

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Pouco a pouco minha concentração atinge um nível nunca antes alcançado tornando o incômodo quase inexistente, mas ainda presente. Perdido em meu subconsciente me vejo em total trevas e escuridão, eu não podia ver nada além de meu próprio corpo, de repente uma luz branca um pouco distante de mim começa a brilhar intensamente, seria este o sinal de que estou prestes a entrar nas profundezas de minha mente? Tal pergunta seria respondida em instantes.

Com um pouco de receio me movo em direção a luz buscando, de alguma forma, adentra-la e finalmente eu consigo. Minha visão logo após isso passou a observar um mundo totalmente diferente da realidade, um mundo próprio dentro de minha mente.

A minha frente eu vislumbrava uma enorme plantação de arroz até onde os olhos alcançam, e a minha esquerda um grande lago de água cristalina possuindo um pequeno cais de madeira bem como um tori vermelho, também de madeira, que funcionava como uma passagem para o local. O céu estava um pouco nublado com nuvens acinzentadas e trovoes distantes podiam ser ouvidos, mas apesar disto o vento estava calmo e agitava a vegetação.

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Aquele local que eu via era calmo e sereno, no entanto isso não durou muito tempo. Em uma questão de instantes as nuvens tornaram-se escuras e carregadas, raios romperam o céu em uma velocidade incrível e um deles caiu sobre a água a aquecendo a níveis muito altos, o som ensurdecedor do trovão ecuou por todo o local chegando a fazer o chão tremer.

Em seguida o lago, agora aquecido, liberou uma quantidade considerável de vapor que o cobriu. Em meio a névoa de vapor uma silhueta se forma, eu não conseguia identificar o que a causava. A curiosidade tomou conta de mim, eu precisava saber do que se tratava afinal aquilo estava em minha mente.

Com passos firmes começo a me dirigir ao lago primeiramente chegando ao portão, o tori que guardava o local. Estranhamente o lago fervia em alta temperatura e borbulhava, aquilo não poderia ter sido causado apenas pelo raio.

Novamente posso ver a silhueta escondida em meio ao vapor, minha primeira reação foi pronunciar algumas palavras --quem ou o que é você?-- o som das palavras se misturou com o dos trovoes e se perdeu pelo campo. Meus ouvidos ficaram atentos a uma possível resposta, assim com fiquei atento para não ser atingido pela água fervente.

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Aos poucos o vapor se dissipou, revelando o dono da silhueta. Minha única reação foi de espanto ao ver que se tratava de uma cópia minha, sua voz se espalhou pelo vento junto de sua intenção assassina, ele realmente queria me destruir. Com meu alto intelecto rapidamente conclui que aquilo não passava de um "teste" mental, se eu realmente posso ser ferido em minha própria mente eu desconheco, mas também não vou arriscar. --você não sou eu... É simplesmente uma cópia mau feita-- disse enquanto fazia selos de mão, o combate iria se iniciar.

Após a sequência de selos estende minhas duas mãos em direção a cópia, e em um instante uma forte descarga elétrica surgiu e rompeu o ar em direção ao inimigo, mais que isso ela se uniu a água fervente afim de ampliar seu poder. Se o ataque será bem sucedido eu não sei, mas certamente me servirar para adquirir informações sobre as habilidades de meu inimigo, era tudo uma estratégia de combate produzida por minha genialidade.

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Meu ataque foi bem sucedido, infelizmente. Assim como a cópia eu também sofri uma enorme descarga elétrica sofrendo os danos do ataque, --droga!-- disse enquanto sentia meus músculos se contrairem devido ao choque. Assim que a descarga passou meu kanchi foi ativado, um sinal de que a luta ficara seria. Meus olhos permaneciam voltados para minha cópia, que após algumas palavras sumiu completamente reaparecendo atrás de mim.

Realmente era uma boa estratégia me atacar pelas costas ja que é um ponto cego, porém com meu kanchi pude sentir sua presença e com o auxílio do shunshim no jutsu me movi a máxima velocidade para três metros a frente, dessa forma escapando do chute que foi desferido.

Meu corpo ainda com a velocidade aumentada, se deslocou mais 6 metros em semi-círculo parando um metro atrás do meu inimigo. Com minha genialidade eu ja estava ciente que todo ataque desferido contra a cópia e refletido em mim como um espelho, porém a julgar pelo ataque desferido contra mim está reação não acontece no clone. Nesse instante minha genialidade agiu, eu não poderia féri-lo mas sim prende-lo. Em um instante linhas de chakra surgiram de meus dedos e a máxima velocidade envolveram a cópia buscando o prender em uma espécie de casulo, onde seu controle corporal seria subjugado.

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usado:

Meus olhos só podiam expressar o espanto que eu sentia, minhas linhas de chakra tornaram-se negras, de certo foram corrompidas. O meu corpo como um todo é tomado por uma sensação de raiva incontrolável, meu único desejo era a destruição sem fim. Neste momento uma forte dor atravessa minha alma, era como se uma lança transpassa-se meu peito e arranca-se meu coração. O mundo ilusorio em que eu estava simplesmente escureceu em total breu, e eu comecei a cair em queda livre. O único som que podia ser ouvido era a maldita gargalhada da minha cópia que ecoava pelas paredes do meu subconsciente.

De repente a sensação de queda deixou de existir e quando abro os olhos percebo que estou em um campo de batalha rodeado por corpos, ao que parece uma guerra havia ocorrido. Curioso, eu começo a andar por entre os cadáveres e poças de sangue de repente uma visão chama minha atenção, um garoto de cabelos negros que chora em meio a destruição. Eu não podia acreditar aquele garoto era eu quando jovem tendo a primeira visão da guerra.

Um homem vestindo trajes militares surge em meio a destruição e se aproxima do garoto, ou melhor de mim, em seguida o pega no colo e se retira do local. Chocado eu percebo que aquilo se trata de uma lembrança, e aquele homem era meu pai adotivo. Novamente tudo escureceu me transportando para outra cena do meu passado.

Era uma manhã quente, como se é de esperar no deserto, o garoto agora com uns cinco anos se dirige para seu primeiro dia de aula na academia ninja, em seu rosto um belo sorriso. No entanto o sorriso rapidamente se transforma em choro, as outras crianças zombam dele por ele não conhecer os pais e viver sozinho com um velho. Essa visão e pertubadora para mim, e rapidamente me lembra de diversas vezes que zombaram de mim, aquela foi apenas a primeira vez. Controlado pela raiva eu tento interferir naquela situação e ajudar o garoto, porém tudo não passa de uma lembrança e tal ação não é possível.

Mais uma vez o cenário muda e me vejo sentado em minha casa recebendo um cachorrinho de presente, para muitos seria uma lembrança feliz mas não para mim. Aquela visão desencadea lembranças sobre como eu e o cão éramos unidos, inseparáveis desde de pequenos eu amava aquele animal, porém tudo acabou quando ele foi morto em um ataque a vila. Neste momento eu vejo minhas mãos sujas de sangue, o sangue de meu amado cachorro. Aquela foi a primeira grande dor que senti, a segunda surgiu diante de meus olhos.

Novamente tudo mudou e me vejo em um quarto sujo e empoeirado com uma cama no canto, em cima dela meu amado pai. --eu lembro desse momento-- disse para mim mesmo. Ao canto da cama um jovem (eu mais novo) segura a mão do homem que respirava profundamente, um sinal de que estava a Beira da morte. --meu filho...seja um bom ninja... Mas não cometa os mesmos..erros... Que eu-- disse meu pai em seu último suspiro, logo em seguida a morte o levou.

Tudo escureceu novamente e minha mente estava pertubada, eu sentia uma raiva incontrolável misturada com uma grande tristeza. Lágrimas caiam de meu rosto e apesar de tudo eu tentava me controlar e ter lembranças boas, mas nada adiantava eu só conseguia ter visões horriveis de meu passado. --eu tenho que me controlar e esquecer o passado-- disse quando de repente um estalo surgiu. Aquelas experiências tristes que tive me tornaram mais fortes, eu não devo apaga-las mais sim aprender com elas, se eu apagar todos os erros e tristezas que tive, também apagarei todo o aprendizado e sabedoria adquirido com essas experiências.

Foi nesse instante que as lembranças invadiram minha mente e me mostraram o quanto eu aprendi em minha vida com meus erros e decepções e eu percebi que só cheguei onde estou hoje por causa destas experiências, afinal dias ruins São necessários para fazerem os bons valerem a pena. Ciente de tudo isso eu busco me acalmar e controlar aquela raiva insana.

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Pouco a pouco as lembranças que eu tinha eram distorcidas, obra daquele maldito clone. Eu via diante de meus olhos o momento em que eu abandonei meu cachorro, deixando a própria sorte pelas ruas de sunagakure para que morresse de fome --não eu não posso ter feito isso-- eu buscava me apegar as lembranças verdadeiras, porém as falsas me dominavam.

Mais uma vez uma lembrança distorcida surge em minha mente, eu me vejo envenenando meu pai até o levar a morte. --não eu não fiz isso, meu pai morreu de tuberculose-- eu tentava argumentar, no entanto a insanidade tomava conta do meu ser, eu ja não sabia mais o que era real e o que era falso. Vozes ecoavam em minha mente dizendo que eu era um assassino responsável pela morte de meu pai, aquilo me deixava transtornado e me fazia acreditar que eu realmente o matei. --eu matei meu pai-- dizia enquanto lágrimas surgiam de meus olhos e um sorriso demoniaco em meu rosto, gargalhava alto com um misto de emoções que evidenciava a loucura que havia se instaurado em mim.

--ele mereceu aquilo...hahaha... Morto como uma rato envenenando... Hahaha-- meu olhar ja demonstrava a total insanidade e minha respiração pesada me fez retirar a máscara que cobria meu rosto. De repente me veio um estalo quando eu olhei para a máscara em minhas mãos, agora quebrada mas um dia ela ja pertenceu intacta a um ninja poderoso, meu pai. As lembranças daquela máscara cobrindo o rosto de meu pai invadiram minha mente, inúmeras vezes eu vi ele colocar aquela máscara e partir em missão, retornando com a missão cumprida com sucesso. Nisto me veio uma visão de seu leito de morte em que ele me entregava a máscara dizendo que assim como ele eu deveria proteger minha vila, como pode eu ter sido responsável por sua morte? A pessoa que eu mais amei? A voz rouca da minha cópia me condenava, dizendo que eu o havia matado. Foi aí, nesse momento, que tudo ficou claro para mim.

Eu lembrei daquela voz e a quem ela pertencia, uma cópia maligna que estava em minha mente. --eu não matei meu pai, isso é tudo uma ilusão causada por aquela cópia-- conclui com meu alto intelecto ao lembrar de todo o processo do transplante e o que ocorreu em seguida, aquilo não passava de alucinacoes causadas por aquelas células em meu corpo. Utilizando o máximo de força de vontade eu busco simplesmente ignorar todas aquelas lembranças malignas, afinal eu não as vivi era tudo uma ilusão. --eu não sou o responsável por nada disso, e você não passa de uma mera ilusão em minha mente... MINHA MENTE ouviu... Você não a controla mais eu sim-- disse para minha cópia em um tom confiante, naquele momento eu utilizei de toda minha inteligência para controlar minha própria mente e "apagar" toda aquela situação. Sendo assim voltar para o mundo real.

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