Com o passar do tempo acabei por notar que é existe realmente algo de poético e ao mesmo tempo extremamente mórbido na vida de pessoas, que assim como eu, optam por se isolar e se dedicar a violência. Claro, optando por ser líder de uma aldeia eu normalmente sou obrigado a esconder impulsos que me tornem o centro das atenções erradas, mas nem sempre é fácil evita-los. Pois é preciso muita energia para um homem querer ser ruim o tempo todo, e dedicar sua existência a isso. Porque a raiva correi e o ódio cansa a mente inquieta; e se um homem dedica seu tempo para ser um servo do caos, assim como eu planejava dedicar meus próximos passos, é porque em algum momento ele procurou respostas dentro de si, e se desesperou quando não as encontrou.

Naquele dia em especial eu trajava roupas especiais, um terno especial com listras negras e uma mascara especial para que não me identificassem. Eu faria algo errado? Algo malévolo? Não, eu não faria nada de especial. O terno e a mascara serviam apenas para conseguir deixar a vila e ir até um dos campo de treinamento sem que nenhum jounnin idiota viesse perguntar se eu precisava de escolta. Essa com toda certeza era um das coisas que mais me irritava desde que havia assumido como kazekage, toda essa atenção extra me deixava desnorteado e sem saber como reagir. Eis que após algum tempo trabalhando percebi que não treinava fazia semanas, e isso me deixaria fraco, e um kage fraco é o mesmo que uma vila fraca; odiando ou não a vila, eu precisava ficar mais forte.

Os passos que me levaram até o campo afastado, aberto como todos os campo de treinamento de suna, eram passos lentos e cheios de melancolia. Já havia decidido com antecedência que iria treinar o uso de selos de mão pois precisava me fortalecer no uso de ninjutsus. Ao chegar no centro exato do tal campo retirei a mascara, ela lembrava e muito uma mascara usada pelos médicos da praga com um bico de pássaro que se esticava por cerca de 13 centímetros -Que se foda.- Disse para mim mesmo, ou para qualquer deus que pudesse achar que tinha o direito de me observar, e joguei a mascara no chão. Estava na hora, enfim de começar o treinamento propriamente dito e foi só nesse momento que percebi, eu não havia preparado nada de especial e nem mesmo sabia como começar "um verdadeiro idiota" pude jurar que ouvi alguém dizer, ou foi apenas um truque da minha mente.

Fiz a unica coisa que poderia em uma situação como essa, subi as mangas do terno e comecei a executar todos os selos de mão que conhecia, um após o outro até formar um ciclo que eu pudesse repetir dezenas de vezes -Tori, I,  Inu, Tatsu, Ushi, Tora, Mi, Ne, Uma, Saru, U, Hitsuji, Tori, I, Inu ....- Continuei respectivamente, afim de gravar as posições de cada um de maneira mecânica em minha mente, assim esperando que pude-se executa-los mais rápido quando necessário. Horas se passaram e até mesmo eu, com uma inteligencia não muito apurada pude perceber que estava melhorando. Estava satisfeito para um curto período de treinamento, então novamente vesti a mascara da praga e me retirei do local.

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Cheguei ao campo de treinamentos, esperava que algo acontece-se.

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N A R R A D O R
0/5 30°C 21h

Não havia qualquer alma a rondar por tamanho deserto àquela hora da noite. Mesmo nesta hora, o calor do vilarejo continuava descomunal. Bem adaptado ao clima, o que fazia o Kazekage a estas horas no campo de treinamento? Como esperado, encontrou nada além de breu e dunas. Parecia ser esse o mote de uma vida no deserto. Não havendo nada a fazer, o que escolheria o líder?

Você pode começar narrando alguns treinos para tornar-se durável. Entre eles estão: corrida, ou qualquer outro aeróbico que você conheça (só me veio corrida à mente, no momento).

O deserto a noite era lindo, sua beleza se equiparava a das grandes musas descritas por gregos nas canções. Mas seu ar solitário não me deixou muitas opções, talvez uma caminhada me deixa-se mais forte ou ao menos me fisese esquecer como é estar só -Vamos lá deserto, me mostre essa bunda.- Palavras sem nexo algum ditas por alguém sem muito neurônios bons o suficiente para pensar em algo melhor. Como toda caminhada os primeiros passos foram dados com tranquilidade e calma, a areia com toda certeza dificultava a caminhada mas o objetivo era enfrentar desafios não é? Na realidade não me lembro de ter firmado algum objetivo, mas por preguiça de pensar mais simplesmente caminhei, sem parar pela noite fria e gostosa do deserto.

Foi quando começou a ficar complicado, os pés começaram a se enterrar na areia e cada passo parecia trazer consigo um caminhão de pó. A mascara da praga, bonita e estilosa começou a dificultar minha respiração e em poucos segundos perdi a paciência com ela -Que merda.- Bufei entre uma golfada de ar e outra, a mascara outrora no meu rosto agora podia ser encontrada no meio do deserto, jogada pelas mãos de seu antigo dono.

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N A R R A D O R
1/5 30°C 21h

A respiração era a chave, caso quisesse apurar seus talentos em questão de durabilidade. Cada pisada dada pelo jovem Kazekage teve sua importância, sem dúvidas. No entanto, apenas aquilo não seria suficiente para alcançar um patamar ainda maior. Se quisesse fazê-lo, deveria optar por um treinamento cardíaco ainda mais intenso. De repente, sob a areia que seus pés tocavam, podia-se enxergar um pequeno rolo de papel calcado em areia, metade para fora e metade para dentro. Nele, estava contido informações sobre guerreiros que um dia pisaram sobre aquela terra e treinaram aproveitando o que de melhor podia oferecer a areia. Primeiramente, falavam-se em tiros de corrida. O motivo? Numa aceleração abrupta, o corpo é forçado ao máximo e o coração oxigena os músculos afim de fazer eles trabalharem. No entanto, é natural que uma ofegante respiração aconteça e, com isso, o praticante consiga acostumar-se, lentamente, a situações ainda mais adversas.

Pratique alguns tiros e sinta não suportar fazer mais do que uma pequena quantidade.

O deserto guarda seus segredos a sete chaves, e até um pergaminho velho encontrado em meio a areia tem seu valor. As informações contidas nele mostravam que antigos guerreiros do deserto treinavam sua destreza com arrancadas brutais e avanços com estouros de energia, e se isso foi efetivo para aqueles homens no passado, por qual motivo não seria efetivo para mim agora? Depois de ler alguns vezes e entender como ele faziam exatamente aquele treino comecei a me preparar.  Primeiro com o pé esquerdo tracei uma linha que eu usaria de ponto de partida e então me coloquei em posição para começar, a chave estava na força das pernas e no folego para um estouro de energia repentino. O grande problema foi que, eu descobri que mesmo tendo força suficiente nas pernas eu ainda não possuía folego o suficiente, e isso começou a se mostrar após a segunda tentativa de avanço.

Tomei folego com respirações fortes e ritmadas, precisava aumentar a capacidade de meus pulmões de segurarem o ar. Outro avanço e mais um vez senti pontadas na região dos pulmões, aquilo realmente estava acabando comigo, mas eu precisava aguentar afinal o objetivo maior era me fortalecer e não podia aceitar o fato de continuar fraco.

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N A R R A D O R
2/5 30°C 21h30m

Trinta minutos haviam se passado desde o momento em que o jovem começou a praticar. Fatidicamente, sua condição havia sofrido um progresso, ainda que fosse mínimo. Adaptado à corrida, poderia agora praticar de maneira ainda mais forte? Tal pergunta só poderia ser respondida pelo Kazekage.

Aumente o ritmo, aumente o cansaço e, no final, cochile de cansado.

A respiração parecia estar melhorando, eu podia sentir o ar entrando e enchendo meus pulmões, mas ainda era pouco. Precisava forçar meus limites e ir além, afinal poder não se consegue com a comodidade de treinar somente aquilo que se já sabe. Novamente me coloquei em posição, flexionando os joelhos e de um segundo para outro avançando na direção do nada com um salto, a força exigida nesse movimento era tremenda e até mesmo minhas penas começaram a sentir os resultados de algum tempo treinando. As dores musculares começaram a vir mas eu não podia parar, voltei ao ponto inicial novamente -Seu merda ...- As palavras saíram sem querer, quem eu chamava de merda era um incógnita que não seria respondida tão facilmente.

Avancei novamente, mas dessa vez as pernas falharam e a respiração fez os pulmões doerem como nunca, meus joelhos tocaram o chão e cai de quatro -Você tem que conseguir mais que isso...- Sim, eu tinha que conseguir, mas naquele momento estava dando meu máximo e aparentemente havia atingido um ponto em que precisava descansar. Cedi e meu corpo caiu no chão, ali mesmo naquele local deixei o sono vir e me levar para uma viagem. O cansado desaparecia, ao menos eu contava com isso quando fechei os olhos e me desliguei do resto.

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N A R R A D O R
3/5 32°C 02h

Descansar tinha lá seus privilégios. Com isso, o jovem Kazekage pôde revigorar não só o corpo, como também seu espírito. Ao seu lado, um jovem senhor sentava-se e cozinhava em um pequeno forno improvisado de lenha e uma panela por ele mesmo criada devido a sua kekkei genkai. Ele olhou nos olhos do jovem e assistiu ao seu despertar. — Kukuku, jovem Kazekage... É um prazer conhecê-lo. — falou enquanto entrelaçava a destra na sua longa barba branca. — Descanse um pouco mais, já já a comida estará pronta. — concluiu mexendo o caldo de legumes com a destra. Criou, a partir do doton, duas pequenas louças profundas e, com Koton, criou algumas colheres. — Aqui está... Coma um pouco. — ofereceu levando o prato perto do convidado de gala. Depois de saciar-se, retirou de sua grande bagagem alguns invólucros com água. Deu-lhe todos aqueles que quisesse, até que finalmente estivesse satisfeito.

— Eu sei o que está fazendo, jovem Kazekage, e isso é muito nobre da sua parte. Agora, se me der a honra, eu posso ajudá-lo em seu treinamento. — propôs com uma voz sedutora. — Aqui, comece por isso. — apontou ao chão com a mão e, a cem metros dali, criou uma grande poça de lama com o elemento terra. — Tente fazer o que tentou até agora naquela lama viscosa, garanto que perceberá a diferença logo. — esclareceu, por fim.

Use a lama para dar uns tiros. Por ser pesada, ela exigirá ainda mais do seu corpo e você sentirá o cansaço muito rapidamente. Narre os acontecimentos à sua maneira.

Qual seria sua reação ao despertar em meio a deserto e perceber que estava sendo observado por um velho? A minha foi a mesma que a que você teria -possivelmente- me levantei assim que abri os olhos em um movimento brusco foi só então que senti o cheiro de comida, e um ótimo cheiro diga-se de passagem. Me acalmei enquanto observava a cena como um todo -Tuuudo bem. Acho que um pouco de comida vai cair bem.- Disse para o homem e o acompanhei em sua refeição, realmente estava ótima e pude sentir um pouco de minha energia voltar. Quando ele me ofereceu água bebi sem demorar mais de uma garrafa, o calor do deserto desidratava rápido. Foi só então que o homem comentou sobre meu treino e se mostrou disposto a ajudar, ao ver a lama olhei dentro dos olhos do velho -Agradeço pela ajuda senhor.- Falei enquanto andava na direção do local recém molhado.

Mesmo andar na lama se mostrou uma tarefa difícil, ela grudava nos pés e fazia cada passo mas pesado que o anterior. Me coloquei em posição como havia feito na areia, a comida e a água haviam recuperado minha energia e então dei o primeiro impulso com força máxima, mas o peso me predeu no chão e cai com o rosto na terra molhada e suja. Me levantei sem xingamentos, precisava me manter calmo, me coloquei novamente e posição e avancei sem cair dessa vez. O processo foi repetido cerca de 7 ou 8 vezes e cada uma delas se mostrava mais cansativa que a anterior, na ultima delas a lama grudada em meus pés estava me prendendo ao chão, mas eu podia sentir que minha respiração havia melhorado e minhas pernas aguentava me manter em pé mesmo que um pouco.

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N A R R A D O R
4/5 32°C 02h

O pobre senhor ergueu-se com muitas dificuldades, suas articulações já não eram tão boas quanto no passado. Olhava para o Kazekage com bons olhos, parabenizando-o mentalmente pelos seus esforços incontidos. — Continue assim, Kazekage-sama, continue assim. — falou baixinho para si mesmo.
Continue a treinar e perceba sua forma melhorar, o suficiente para sentir como se seu corpo não se cansasse como há pouco.

O treino aparentemente ia bem, já que a cada passo eu podia sentir as fibras de minhas pernas pareciam doer menos. O velho deu algumas palavras de incentivo e pareceu sorrir, em resposta dei apenas um olhar sincero de agradecimento. Voltei ao ponto de partida em meio a lama, novamente dobrei meus joelhos e inclinei o corpo para frente -Vamos lá.- Disse antes de novamente dar um impulso com força na direção do nada, a lama grudou em meus pés mas eu consegui avançar muito mais que anteriormente. A maior e melhor diferença no entanto não foi a distancia avançada mas sim as dores nas penas, ou melhor a falta de dor nelas.

-Isso parece estar melhor.- Disse para o velho, realmente estava melhor, sentia meu corpo cada vez forte. Não estava como um touro, mas as dores de caibras que me matavam a pouco tempo atras agora doíam menos. Novamente em dirigi até o ponto de partida afinal precisava continuar o treino, a lama grudou em meus pés e limpei com a mão esquerda, jogando o barro para o nada. Avancei e mais um vez conseguir correr mais que anteriormente, a dor ainda incomodava mas me sentia bem, como a muito tempo não ficava.

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O homem parecia aprovar meu desenvolvimento e após ver um pouco de meu treino ele logo se retirou, não demorando muito acabei seguindo seus passos, deixando o campo de treinos.

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