A Caolha chega em uma terra conhecida.

Sousuke não teve paciência de me esperar, você acredita? Fiquei chateada por certo ponto, mas ele tinha suas razões. Matou um dos nossos ninjas em Kumo e se arrependeu quando soube que fora enganado por alguém para criar uma rixa entre as duas vilas, agora se autodenominou incapaz de se ser um Kage. Apesar do discurso de seu familiar distante Kuroko, ele ainda parecia manter esse pensamento. Agora era tempo de redenção, o mesmo me chamara para acompanha-lo até sua vila, precisava largar o posto que lhe era contemplado. E aqui ia eu para ser uma testemunha de seu último ato como Tsuchikage.

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Viajar sozinha pode ser chato por não ter ninguém para conversar, mas você consegue ter um tempo para você mesmo. Pensar sobre como está sua vida, seus planos e suas ações. A chuva caia em meus cabelos roxos enquanto descia a montanha que fazia parte da defesa natural de Kumo, um caminho simples para alguém que já havia passado pelos mesmos. O penteado remetendo a um abacaxi não desarmava enquanto a água pluvial molhava os fios. Diferentemente de minhas roupas que se encharcavam enquanto me movimentava, um incomodo obviamente. 

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A descida da montanha foi de certa forma tranquila apesar da chuva ter sido um empecilho a mais para o caminho. O caminho traçado me remeteu a um país que já me fora visitado tanto na viagem a Iwa quanto em meus sonhos, o país do Arroz. A temperatura do local era mais alta que a das montanhas de Kumo, assim meu corpo que tremia um pouco ia se soltando, se adaptando ao novo clima. A chuva parava por um momento, mas as nuvens ainda permaneciam nubladas. O lindo campo aberto do país do Arroz me encantava mais uma vez enquanto caminhava conforme lembrava da última viagem.

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Depois do país do Arroz vinha o país onde residia a vila de Iwa, finalmente. Montanhas eram sua marca registrada, assim como em Kumo mas nem tão altas quanto. Do clima quente e úmido do país de antes agora o clima era quente e seco, o suor começava a se tornar aparente em meu rosto, não tinha parado para descansar por que Sousuke era mais rápido que eu e logicamente iria ficar para trás, mas o cansaço da descida das montanhas e a travessia do país do Arroz não me deixavam escolha senão parar. A noite caia e minha parada foi numa caverna que havia achado em algumas horas de procura. 

Mateki: Nap Time, uma nova técnica em prol de defesa...

Sentei-me ao chão rochoso do local, ofeguei como qualquer outra pessoa que estaria em viagem. Não sabia fazer nada, estaria ali somente para dormir. Encostada na parede da caverna, ficava olhando toda sua profundidade, não parecia ser um buraco muito comprido, basicamente teria uns vinte e cinco metros de profundidade. Levantei e devagar andei até chegar a, mais ou menos, quinze metros a dentro e abaixei-me novamente. Meus passos eram ecoados por dentro daquele local, meu cansaço não me deixava ouvir outra coisa além de mim, mas quando parei para respirar e colocar a cabeça em ordem, percebi que aquela caverna abrigava um animal. Pelos sons que fazia, dava para dizer que era um urso. Tudo estava escuro enquanto conseguia ouvir o mesmo levantando-se, estava dormindo antes de eu aparecer em seu “quarto”. Rastejei para trás por uns dois metros até conseguir me levantar e andava rapidamente até aonde a luz batia na caverna, os passos do feroz animal seguiam em minha direção. Na saída da caverna pude ver o animal que tinha atrapalhado, realmente era um urso. O mesmo não aparentava sinal de raiva ou que ia me atacar, mas continuava andando em minha direção, tinha que me defender. Não podia matar o animal ali, isso seria errôneo de minha parte, enquanto o animal dava passos lentos, eu estava raciocinando sobre o que fazer. A ideia veio, a flauta de minhas costas foi até minha boca usando a destra. Criei uma nova música, algo mais sereno e calmo e comecei a misturar meu chakra ao som produzido. Objetivo? Coloca-lo para dormir novamente. O som de minha melodia estava alto porém era algo tão confortável que se misturou ao ambiente em que estávamos. O urso começou a andar de forma anormal, como não tivesse controle do corpo. Seu corpo parecia pesar, as piscadas de seus olhos ficavam pesadas. A reação do animal foi voltar para onde havia dormido, bem calmo. Aliviada, eu seguia tocando para o urso, até que ele chegava em seu ponto de origem, se ajeitava e dormia novamente. Parei de tocar enquanto me deitava na beira da caverna. Não havia me ligado ainda que acabava de criar uma nova ilusão.

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A manhã raiou e com o sol batendo em meu rosto acordei. Olhei para o fundo da caverna e o urso ainda estava em seu sono profundo. Com muita calma sai do local e continuei minha viagem. Faltava pouco até chegar em Iwa, as montanhas de outrora me guiavam. O caminho foi árduo mas conseguia superar os obstáculos impostos: subir, descer, esgueirar e atravessar qualquer caminho. Aos poucos chegava em meu destino.

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As montanhas foram superadas e o caminho se direcionava até a vila de Sousuke, as roupas que estavam molhadas secaram e nada mais me incomodava, além do clima muito quente é claro. 

Os portões apareciam de longe enquanto andava, pela minha visão ninguém me esperaria ali, Sousuke realmente estava com pressa. As grandes portas da vila permaneciam as mesmas da época em que visitei o local. Adentrei a vila, tudo parecia calmo, mal sabiam que a suposta vila aliada deles haviam sido atacada pelo seu líder. Caminhava calmamente entre as ruas de Iwa, se o Uzumaki não tivesse por ali, obviamente o gabinete era seu destino. A próxima parada era lá.