Irochi levantava em mais um dia comum e tranquilo de Kumogakure. As placas de vidro substitutivam as paredes comuns, e assim que o sol nasce, a luz toma conta do seu quarto. Como de costume, o garoto acordava, as oito e trinta e cinco da manhã, e ficava deitado por cerca de quinze minutos. Nesses quinze minutos ele pensava no que ia fazer no seu dia, e ficava paralisado alguns minutos relembrando do acontecido em sua vila antiga. Seu pai se sacrificando pra salvar o máximo de vidas que ele puder. Embora foi um ato grandioso, Irochi não aceitava o fato de seu pai se matar. E era uma das coisas que mais causava revolta quando ele lembrava disso.

Pois bem, o garoto levantava e iria escovar seus dentes, e arrumar seus brancos cabelos, que brilhava na batida do sol. Em seguida iria até a geladeira, pegava uma caixa de leite e alguns biscoitos no armário, e tomava seu café. Sua mãe havia saído, então ele deixa um bilhete, avisando que voltava no final da tarde. O primeiro rumo de Irochi nesse dia era a biblioteca da vila. Ele se dirige até lá seguindo pelo centro da vila, pois gosta de observar o movimento das pessoas, pois fazia ele se sentir vivo. Pra manter a calma que sentia naquele dia, ele pegava uma de suas balas de goma que sempre carrega consigo, e se deliciava com ela.

Chegando na biblioteca, tem uma recepção calorosa da recepcionista, visto que ele sempre está por lá, e ela gosta muito do garoto.

_ Olá Mado-chan. Você está bonita hoje, gostei do cabelo! Ele elogia a moça, deixa sua carteirinha da biblioteca no balcão e vai buscar os livros que precisava ler. Primeiro ele vai na sessão de conhecimentos ninjas, onde tem livros sobre Genjutsus, Ninjutsus e Taijutsus, além de muitos outros assuntos referentes a técnicas ninjas não proibidas. O foco dele era aumentar seu conhecimento ninja e aprimorar sua inteligência em batalha. Ele abria seu livro, e começava a leitura em voz baixa fazendo algumas anotações em seu caderno. O garoto era muito concentrado, então nenhum barulho, seja lá qual fosse, atrapalharia Ichiro. Nas primeiras páginas do livro, tinha uma espécie de manual para Genjutsu. Especificava algumas limitações, algumas técnicas, usuários e tudo mais. Ichiro se interessava muito pelo assunto, pois era exatamente o que ele buscava. Ele passa cerca de uma hora lendo todo o conteúdo sobre Genjutsu além das partes que explicam um pouco mais sobre Chakra e controle do mesmo. Ele encerra a leitura com várias folhas de anotações, e vai até a recepcionista novamente. Entrega os livros, pega sua carteirinha, e sai correndo até um campo de treinamento que ficava no ponto mais alto da vila.

Durante o percurso, ele passa por mais um pedaço do centro da vila, como de costume, pois andar não era problema para Ichiro. No começo da caminhada, ele se depara com alguns homens jogando xadrez. Ele rapidamente se dirige até o estabelecimento e observa por algum momento os homens jogando. Um deles era diferente de todo o resto. Alto, magro, cabelo todo arrumadinho e um óculos. Nenhum deles conseguia ganhar do rapaz com aparência formal, e alguns até se revoltavam com isso. Após muitos tentarem, mas sem conseguir vencer o rapaz, Ichiro decide desafiá-lo. Ele retira sua bandana de sua cabeça, pra não ocorrer nenhum conflito.

_ Ei, com licença, eu posso jogar com você? Ichiro diz já arrumando a cadeira pra sentar. _ Claro que pode. Só vai ser impossível de você ganhar, mas sem problemas. Então eles iniciam o jogo.

O rapaz começa jogando, e ele faz o primeiro movimento, levando a frente um de seus peões, o que fica em frente a sua torre pra ser mais exato. Ichiro ficava quieto, analisando calmamente as expressões, reações, e movimentos corporais do rapaz, como sempre faz. Então ele repete o movimento do rapaz, movendo o mesmo peão que ele movimentou na sua jogada anterior. Em seguida, ele movimenta o mesmo peão, pra sua esquerda. Ichiro faz o mesmo novamente. De certa forma isso irritava o rapaz. Na sua próxima jogada, ele move sua torre a seu limite máximo. E dessa vez Ichiro faz diferente. Ele move o peão em frente a seu rei. O garoto fica assustado. Ele move então um outro peão, que ficava a frente de seu cavalo, e Ichiro, movimentava o peão a frente da sua rainha em seguida. O garoto dava um sorriso e insultava Ichiro. _ É sua primeira vez no jogo? hahahaha que garoto tolo. Ichiro permanece quieto. O rapaz movimenta seu cavalo, deixando-o a frente do peão da sua rainha. Ichiro permanecia fazendo movimentos que pro rapaz, parecia suicida mas fazia parte da sua estratégia. Aos poucos, os peões do garoto que não havia perdido uma, começam a sumir. De repente, todos eles foram comidos, e Ichiro permanece com todas as suas peças. O rapaz estava irritado, e não conseguia pensar, Ichiro entrava na mente dele usando seu Genjutsu do Ketsuryugan sem que ele e os outros percebessem tal ato, impossibilitando-o de pensar em uma estratégia. Ele move a sua rainha na intenção de comer a rainha de Ichiro, mas sem pensar no jogo. O rei ficou exposto, e Ichiro o derrotou com um movimento só de sua torre.

Irritado e sem paciência, o rapaz perdedor levanta, e sai chutando tudo, com um movimento em seu óculos deixando ele certo em seu rosto. Ichiro não é de se gabar. Ele pega um refrigerante, e se retira do local, voltando até sua casa novamente, encontrar sua mãe, e jantar. _ Inteligência é o melhor atributo de um ninja. Acerta sua bandana e vai embora.

Ichiro, tinha uma longa noite de repouso, após  um dia todo realizando algumas missões, sentia que ainda estava de certa forma inapto a combate ninjas com maior experiência. Sua técnica Iryou requeria um pouco mais de controle em seus Selos. Decidido a se tornar cada vez mais, um shinobi mais forte, o garoto então dirigiu-se para os campos de treinamentos de Kumogakure, disposto a começar uma nova sessão de treinamentos, desta vez não tão focados em seu físico, mas sim em suas capacidades de utilizar seus selos de mão com mais rapidez e facilidade.

Chegando no campo de treinamento, o garoto observou seus arredores e optou por dirigir-se a um lugar sem muitas pessoas por perto, aonde pegou um pergaminho qualquer com uma lista de selos de mão, colocou-o no chão a sua frente e começou a lentamente revisar cada selo de mão que havia aprendido. Era de fato um processo lento e tedioso, afinal, o garoto já havia memorizado todos os selos, mas isto não significava que ele possuía uma destreza em realiza-los, o tempo que o mesmo gastava para efetuar seus jutsus, podia vir a ser fatal em situações de risco, onde o inimigo podia aproveitar essa brecha e lhe atacar facilmente.

E assim, o garoto logo começou a praticar. Inicialmente, o mesmo apenas começou a fazer selo por selo, cada vez progredindo mais e mais rapidamente de um para outro, mas ainda assim se julgando lento, pouco a pouco o garoto foi acelerando, algumas vezes acabando por fazê-los de maneira errada e começando tudo de novo, mesmo que estivesse no penúltimo, ele não descansaria enquanto conseguisse fazer todos de uma só vez, sem cometer erros, quando sucedia, tentava aumentar a velocidade e assim ia treinando, falhando e tentando novamente quantas vezes fossem precisas. Com o passar do tempo, o garoto notava que de fato sua velocidade com selos começava a aumentar de maneira considerável, algo que realmente o deixava animado, animação está que o distraía em alguns momentos e o fazia errar.

Após estar satisfeito com seu desempenho com os selos de mão, Ichiro decidiu então complicar um pouco mais seu treino, decidindo parar de seguir uma sequência predeterminada e começar a usar selos de mão pertencentes a jutsus que ele conhecia, grande parte, aprendidos ainda na academia ninja. E assim o garoto fez, efetuando os selos de mãos de todos os jutsus que conseguia se lembrar no momento, nunca fazendo duas vezes os selos do mesmo jutsu de uma só vez, optando por sempre variar, independente de falhar ou não em efetuar os mesmos, dando assim uma variedade nos selos que teria de efetuar. Com o tempo, a velocidade que o jovem efetuava os selos de seus jutsus começava a aumentar, e a sua margem de erro a diminuir cada vez mais, e assim por fim o garoto encontrava uma velocidade, na qual conseguia efetuar os selos de mão sem cometer erros. Satisfeito com isto, o jovem decidiu então dedicar-se a segunda parte de seu treino, cujo seria mais difícil que a atual.

Agora que estava confiante o suficiente para efetuar seus selos de mão sem dificuldades, o garoto decidia partir para a prática, agora decidido a aprimorar suas habilidades com ninjutsus, pois já estava satisfeito no momento com a velocidade de seus selos de mão. O garoto então focava-se em olhar as pessoas que estavam presentes nos arredores do campo de treinamento, e após um tempo de observação começava a fazer os Selos com mais rapidez. Entretanto, o garoto não parava por ai, ele tentava cada vez mais aumentar a velocidade em que realizava seus Selos de mão, que de certa forma envolvia seu controle de chakra e concentração. 

Após cerca de trinta minutos utilizando ativamente todos os ninjutsus que conhecia, focando melhorar seus Selos, Ichiro sentia que suas reservas estavam relativamente baixas, mas isto não impedia o garoto de continuar treinando, optando por economizar um pouco suas reservas utilizando de um treino de sombras, aonde lutaria com oponentes "imaginários", que lhe atacariam e o mesmo logo teria de revidar ou defender-se utilizando de seus ninjutsus. Este era de fato um treino um pouco estranho, e provavelmente muitos que o vissem no momento pensariam que ele estava de alguma forma louco, mas isto não impedia o garoto de tentar, obviamente com um certo grau de dificuldade, imaginar seus oponentes lhe atacando e logo tentando reagir de acordo. 

Inicialmente o treino parecia fácil, porém, conforme as imagens na mente do garoto pareciam cada vez mais e mais realistas, o treino tornava-se mais cansativo e dinâmico e após quinze minutos, o garoto estava colocando tanto esforço em sua simulação quanto colocaria em uma luta de verdade. Os ninjutsus que o garoto mais utilizava eram o Kawarimi e o Shunshin no Jutsu, sendo o jutsu de de deslocamento o principal causador de cansaço do garoto, que ainda sentia que precisaria colocar mais alguns ninjutsus ofensivos em seu arsenal. O treino continuava por mais trinta minutos, quando o garoto notava que suas reservas já estavam realmente baixas, o mesmo então parava para descansar, aonde analisava seu desempenho, notando um claro aumento no domínio que possuía na utilização de seus ninjutsus, os utilizando de maneiras mais efetivas e econômicas, não os utilizando em excesso, nem colocando quantidades erradas de chakra nos mesmos. Satisfeito com seu desempenho, o garoto pega seu saco de balas de goma para recuperar suas energias e manter seu vício, e logo decidiu voltar para sua casa para descansar, finalizando assim o seu treino.