Eu já sabia que a viagem seria bem quieta, pois sabia que o garoto tinha o pé atrás comigo. Será que eu não passava confiança? Ah, por favor, né? Eu era capaz sim de ajudar e proteger aquele menino, mas eu sabia também que no fundo ele estava certo em duvidar. Nosso passeio foi muito bom, enquanto caminhávamos o sol aqueceu nossas costas, não era um calor infernal, visto que nós, os ninjas de Suna não nos deixamos esquentar tão fácil. Depois de caminhar a passos moderados, passaram-se trinta minutos, mais ou menos e eu finalmente tentei quebrar aquele clima chato.

— Hey! Seu treinamento deve ser muito importante, pra você ter que ser escoltado e tal. Você é filho de algum chefão de Suna? — Eu tentei puxar assunto com ele, pois queria entender como de fato eu, uma Gennin recém graduada, poderia ser útil.

— Bem, pode-se dizer que meu pai é influente na vila, somos bem ricos. Não gosto de me gabar, mas gosto de treinar sozinho, mas meu pai insistiu que eu precisava ir acompanhado, então solicitei alguém novo como ninja, pra poder aprender a trabalhar em missão. — O jeito de falar dele era bem enjoado, parecia mesmo um riquinho mimado, mas fazer o que? Era nosso "cliente". De repente, além de nossas vozes e risadas sem jeito um pro outro, pudemos ouvir uma voz de homem mais velho logo atrás de nós. Saltamos de imediato para trás como por puro instinto.

— Eu quero só o garoto! Sai do caminho, garota! O pai dele é bem rico, vou sequestrá-lo e pedir uma recompensa bem alta por ele. — O homem pulou na direção do menino ao meu lado. Ele estava bem mais assustado que eu, mas como sempre fui de agir um pouco por impulso, mas só quando tenho que proteger alguém.

Eu desferi um golpe no sujeito, com toda minha força na altura do joelho. Aquilo deveria fazer com que ele caísse no chão, e isso me rendeu tempo suficiente para pegar de minha bolsa ninja, alguns fios de aço para amarrar suas pernas e braços. Como eu esperava, ele era apenas um homem, não um ninja, pois foi bem fácil. O menino estava bem assustado, claro que eu não pude deixar de tirar com a cara dele, pelo  menos um pouco.

— Nossa, você duvidou de mim? Tá vendo, posso ser bem útil às vezes. É importante se ajudar, não acha? Vamos indo, você ainda tem que treinar, vamos deixar ele amarrado aqui por enquanto. — Naquele lugar não tinha animais predadores ou quaisquer tipo de perigos, então deixar o homem amarrado ali pra esfriar a cabeça não me pareceu uma má ideia. Ele já estaria com uma baita dor de joelho e não achava que ele nos seguiria caso fugisse. Enfim, eu havia derrotado meu oponente.

HP: 200
CH: 200

Tal como eu havia dito que faria, aconteceu. Eu havia obtido sucesso na minha primeira missão, pois havia vencido meu oponente bem facilmente. Claro que eu não deveria me animar muito, pois eu só tinha batido em um homem comum, nem ninja ele era. Caminhei com o rapaz para o alto das montanhas e chegando lá passou a treinar um pouco. Eu por outro lado, me sentei em baixo de uma árvore de folhas verdes e tronco bem robusto, onde li um pouco e cochilei despreocupada. Passaram-se algum tempo desde que chegamos e agora o menino me indicava que era hora de voltar pra casa. Começamos a descer lentamente tomando nosso rumo. Depois de instantes, chegamos onde eu tinha deixado aquele bandido e lá estava ele, ainda amarrado. Soltei suas pernas para que ele pudesse voltar a andar e então partimos os três para o interior de nossa amada vila. Chegando lá, encontrei um Chunnin e entreguei o homem a ele, disse o que ele representava a nós e ele deveria pagar por ser tão maldoso. O menino se despedia de mim, provavelmente ele havia aprendido que mesmo uma garota pode ser muito forte às vezes, não no sentido literal, mas no sentido de força de vontade em conseguir êxito em meus objetivos. A missão havia terminado, eu voltei ao quartel da vila para reportar a situação e buscar saber se seria beneficiada com meu pagamento.

---

HP: 200
CH: 200